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Considerações sobre as análises realizadas

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Capítulo V TIPOGRAFIA: PERFORMANCE NOS FORMATOS IMPRESSO E DIGITAL

MÊS/ANO: FEVEREIRO 2017 IDENTIFICAÇÃO:

5. Considerações sobre as análises realizadas

Quanto à Legibilidade e Leiturabilidade

Como resumo geral das avaliações nas fichas, apresentamos a seguir algumas percepções obtidas ao avaliá-las. Estas percepções podem auxiliar no sentido de considerar as adequações da tipografia especificamente em determinados dispositivos, sendo as mesmas pela tipografia em si ou pelo uso de um dos elementos da comunicação visual visitados como subcategorias de análise de legibilidade/leiturabilidade. No Capítulo 1 deste estudo temos as contribuições de Dondis (1991) quando apresenta os elementos da comunicação visual, depois Lupton (2015) e Zappaterra (2014) quando tratam do design gráfico e as telas e, por fim, Lupton (2015) quando explicita as pertinências e impertinências dos tipos e também Ali (2009) quando fala sobre a revista em si e que nos será de grande importância nos comentários a seguir.

Podemos observar que as capas possuem a tipografia como grande aliada no quesito chamadas de capa, pois ela, diante da forma como é aplicada, mantém um equilíbrio entre as informações e o impacto visual. Acaba por trazer uma hierarquia e organização das informações, pelo tamanho das letras e pela disposição como são ali colocadas.

O alinhamento costuma ser à esquerda para as chamadas que se localizam do lado esquerdo da capa, como também o texto será alinhado à direita quando próximo ao lado direito. Temos o título da capa na maioria das vezes “solto” pela capa, sem lugar fixo.

A tipografia utilizada nas capas tem uso, na maioria das vezes, de fontes com e sem serifa e assim também ocorre frequentemente com o uso de caixa alta e baixa no texto ali publicado. No caso do uso dos tipos que não possuem serifa não há nenhum tipo de desconforto para a leitura, mesmo quando estão sobre imagens, conforme o contraste figura fundo.

A maior parte das fontes da capa da Elle Brasil utiliza o modo normal, porém o uso do bold ocorre para que haja ênfase em chamadas de capa. As chamadas de capa são breves e o alinhamento as auxilia porque já que são texto sintético a disposição como estão ali colocados pode trazer um impacto que motive o público à leitura, o que é bastante aprazível.

As fotografias de capa em sua maioria são sempre de tamanho que abranja a totalidade do espaço, muitas vezes indo além dos seus limites. Ocupando a página inteira, as fotografias costumam ser coloridas e desempenham papéis importantes como auxiliar a capa a propagar o veículo, como também corroborar para a sua identidade visual.

As capas de Elle possuem forte personalidade, a confiança nisso se expressa pelas poucas mudanças ocorridas em seu logotipo e nas famílias tipográficas que as compõem. É uma revista voltada à moda e ao estilo, que busca atrair novidade e sofisticação do conteúdo e da forma. O contraste que existe entre as fotografias e a tipografia valoriza o projeto gráfico da revista, uma marca de sua identidade visual em meio às outras. Por mais que varie o tema, há um diálogo entre tipografia e imagem de capa de maneira que elas são complementares, cada uma cumprindo o seu papel na comunicação visual.

Há vezes que a tipografia ganha textura, porém isso é feito de maneira distinta somente para algumas edições, pois nota-se que a prioridade é valorizar a mensagem que o título e as breves chamadas de capa trazem, sendo que não podemos negar o fato de que as imagens sempre tentam protagonizar a capa, já que é uma revista de moda. Queremos dizer que a textura torna-se presente para reforçar a mensagem que a capa traz, como por exemplo o uso da textura Matrix no logotipo da Elle Brasil.

Outro tópico que vale a pena analisar, apesar de não estar entre as categorias analisadas, é o fato de que o grid da capa da revista Elle Brasil sempre é respeitado e apesar de parecer que limita a ideia criativa do designer, a capa da revista Elle fornece grande oportunidade criativa pelos usos diversos das famílias das fontes que ali estão.

O uso das cores, o alinhamento, o uso de bold ou não, caixas altas ou baixas levam a uma uniformidade para que haja localização das informações. Sabemos que são vários detalhes para que tenhamos a tipografia aplicada corretamente. Vamos lembrar que Ali (2009) disse que a revista dispõe de 5 segundos para atrair atenção do leitor e que nesse intervalo deve transmitir a identidade e o conteúdo da publicação, assim devemos considerar que o investimento em tempo para o desenvolvimento da capa de revista é de grande

importância pela responsabilidade que a mesma possui, como já dissemos em vários sentidos, para o sucesso do veículo.

Como pode ser observado, as capas da versão impressa são as mesmas da versão digital, sendo que a legibilidade e a leiturabilidade dependem não só do planejamento da equipe de profissionais da revista, que se apropria dos diversos elementos da tipografia para, ao lançar mão deles, dar movimento, contraste, dinamismo e destaques, como também exige criatividade na escolha dos destaques e como apresentá-los e sintonia com a equipe editorial, preservando a sintonia entre fotografia, tipografia e conteúdo editorial. Para que esse equilíbrio se dê também na versão digital, uma vez que o meio é outro, é preciso pensar nos impactos das escolhas para a legibilidade no meio digital e nas condições de recepção do leitor. As adaptações, como vimos, se não dão no nível da usabilidade, que promove ajustes, nas eventuais perdas de legibilidade, conforme mencionamos a seguir.

Quanto à Usabilidade

Um primeiro aspecto a considerar é quanto ao tamanho da tela, que proporciona maior conforto visual e mantém em alta a legibilidade e a leiturabilidade. Pode-se constatar que, em todas as capas analisadas, apenas nas capas de números 4 e 7 houve prejuízo, sendo que o elemento COR causou o conflito quando aplicado sobre fundo e tipografia. Isto vai ao encontro do que comentamos no Capítulo 1, item 1.5.5, abordando o design gráfico no contexto dos meios da comunicação: “A expressão do design gráfico deve ocorrer continuamente em ambientes onde possa haver percepção e entendimento do que ele pretende transmitir seja através da forma, da cor, do texto etc.”. Complementamos com as considerações - também citadas anteriormente - de JiEun Kim, da Samsung que afirma:

Na minha opinião, uma boa fonte deve ser claramente legível, mesmo depois de longas horas de leitura. Mas isso não significa que há uma fonte universal que é melhor para todos os dispositivos; dependendo das diferenças de resolução de tela, tamanho de tela, proporção e até mesmo cores de fundo, a mesma fonte pode parecer bastante diferente em dispositivos diferentes, explicou Kim (SAMSUNG, 2015142).

Outro ponto a considerar é que o smartphone é o dispositivo que requer maior interatividade com a tipografia da capa pelo simples fato da tela ser pequena. A usabilidade

142 Disponível em: https://news.samsung.com/global/create-the-face-of-galaxy-devices-font-designer-jieun-

é mais evidente quando faz-se necessária a leitura no smartphone e o touch é fundamental para a ampliação do tamanho das letras, imagens etc., com o objetivo de que o leitor tenha condições de enxergar e entender o conteúdo. Conforme apresenta Lupton (2015), os diversos tipos de gestos e toques ajudam a compensar algumas perdas, especialmente quando se trata de telas menores. A autora complementa fazendo considerações ao designer quando o mesmo busca alternativas para que haja condições do público alcançar o conteúdo satisfatoriamente, sendo que para isto pesquisam formas de interatividade. Vejamos:

À medida que os designers exploram novas abordagens de interatividade, a linguagem padrão da navegação vem se expandindo. As telas de toque apresentam uma relação diferente entre o usuário e o conteúdo, agregando um rico vocabulário de gestos ao léxico consagrado da interatividade. A tela de um

tablet ou dispositivo móvel pode ser pequena, mas se expande neste novo mundo

de toques e gestos (LUPTON, 2015, p. 108).

No caso de Elle é necessário ampliar a imagem para ler todas as chamadas de capa - sendo que ao ampliar teremos condições de verificar todos os detalhes das fontes. As imagens ampliadas não apresentam distorção, ou seja, há planejamento para que sejam utilizadas em todos os dispositivos e que sejam preservadas as suas características. Torna-se, então, necessário afirmar que a produção do conteúdo deve estar de acordo com o uso amplo em todos os dispositivos e que este conteúdo esteja preparado para ser expandido, reduzido, levado de um lado a outro na tela etc. para que a leitura e a legibilidade sejam de padrão satisfatório àquele receptor das mensagens.

Conforme Suzana Barbosa, e as pesquisas citadas nesta tese, o smartphone já é considerado o dispositivo por meio do qual mais se acessa conteúdos digitais. Portanto, a boa experiência do público receptor com o veículo deve ser plena e o smartphone, então, deve ter grande relevância na preparação das capas digitais, quando não do restante da revista também.

Uma outra observação quanto à usabilidade é que no notebook a capa não possui adequação para aparecer inteira: é preciso rolar a imagem para conhecer a capa como um todo. Diferentes, nos demais dispositivos, inclusive no desktop utilizado.

Este é o padrão do aplicativo GoRead. Assim, mantém-se a satisfação dos leitores quando utilizado este dispositivo. No que diz respeito à tipografia, permanece a afirmação de que funciona plenamente nesse dispositivo não somente pelo tamanho de sua tela - que apenas perde para a tela do desktop que utilizamos - mas que teria tamanho muito similar às

telas mais usadas em desktops no Brasil, apresentando ótima qualidade para todas as utilizações das fontes em sua capa.

Temos aí a constatação de que a rolagem é um dos artifícios que podem ser utilizados para atingir satisfatoriamente o receptor sendo que o nível de sucesso quando analisados pelo foco das subcategorias visibilidade, consistência e affordance é muito positivo.

No que diz respeito à imagem da capa em si, vimos mais uma vez que quando há a necessidade de ampliação da imagem, a Elle não perde as suas características (não distorce, não granula etc.). O uso do design responsivo valoriza a questão da flexibilidade como condição necessária para que a mensagem seja adaptada ao dispositivo que a apresente, acomodando-se de forma tal que mantenha o estímulo e a motivação para que o receptor continue absorvendo o conteúdo exposto. Repetimos abaixo o que Lupton (2015) afirma:

Os adeptos do designer responsivo planejam e desenvolvem páginas da web que exibem seu conteúdo de maneira diferente dependendo de como o usuário estiver visualizando o site ao invés de criar versões diferentes e autônomas para diferentes dispositivos (LUPTON, 2015, p. 56).

Ao confrontar legibilidade/leiturabilidade e usabilidade percebemos nas diversas plataformas digitais, percebe-se que as demandas para uma boa comunicação visual, para a identidade do veículo, para uma revista que exige estilo e sofisticação, para um público mais jovem e feminino são contempladas.

CONCLUSÃO

Tratamos, neste estudo, de um dos principais elementos da comunicação visual: a tipografia. Marcamos sua presença sobre um dos mais tradicionais meios de comunicação: a revista. Buscamos um ambiente que contextualiza a nossa época: a tecnologia em plena Era da Informação.

Durante o nosso trabalho fizemos uma longa visita à história tipográfica - o que, pela profundidade, nos despertou o sentido visual de tal forma que foi natural estabelecer uma conexão direta entre passado e futuro, junto com o que encontramos hoje na tipografia digital presente nos dispositivos móveis: o “re-conhecimento” da importância da tipografia. Este se faz porque ela não somente documenta a escrita por meio de formas que a mesma possa ter, mas também porque ela nos caracteriza enquanto identidades sociais, marcadamente históricas. Queremos dizer que a tipografia auxilia na identidade de um produto humano, veiculado em um meio de comunicação quando se conecta com o seu receptor, o seu público-alvo.

Para fazer o percurso desta tese uma necessidade inicial nos levou a esse estudo: a inquietação do conhecimento. Assistir as mudanças e não envolver-se com elas poderia caracterizar um pesquisador que não está, em sua origem, apto para as tarefas que a pesquisa científica requer. Como diz Rubem Alves:

[...] o cientista não é um discípulo mudo perante os fatos. Os fatos (...) O cientista é o juiz. Faz perguntas. E pergunta porque a sua razão só se satisfaz ao compreender o complô, a trama, a teia de relações que torna os fatos inteligíveis (ALVES, 1981, p. 108).

E, em nosso caso, o incômodo tornou-se praticamente cotidiano. Chegar à decisão de pesquisar mais profundamente a tipografia digital foi tão natural quanto é hoje ligarmos nossos aparelhos conectados à internet e encontrá-la ali presente.

As transformações que o design gráfico vem sofrendo demonstram a sua territorialidade, força e a necessidade de sua presença em meio aos veículos de comunicação. Ser perene, em meio a tantas transformações tecnológicas e sociais, e ter consigo o investimento de empresas, indústrias e profissionais que: adquirem equipamentos, compram softwares, buscam ampliar seus conhecimentos em cursos de capacitação, experimentam novas formas de uso da tipografia em tantos suportes - sejam eles impressos

ou digitais - mostra que o design por si só é uma ferramenta necessária à comunicação na sociedade.

Temos que reconhecer o valor que as artes gráficas emprestam à imprensa nacional, devido aos produtos editoriais que a mesma industrializa e muitas vezes aprimora para que sejam atendidos não somente os desejos de seus leitores, interlocutores, receptores mas também que se chegue à população de maneira geral e que todos possam ter acesso ao produto gráfico de acordo com as suas possibilidades.

Nosso percurso teórico elencou autores que contribuíram para contextualizar a teoria da comunicação com nosso tema, a comunicação visual, sobre a qual sentimos falta de literatura à disposição em nosso país - mas que, nos estudos liderados por Ken Smith, pudemos encontrar pistas nas discussões sobre a comunicação e a visibilidade. Dondis, com as características dos elementos da comunicação visual, nos permitiu elaborar um quadro onde tornou-se mais didática a visualização de todos os itens para analisar, categorizar e especificar o que poderia ocorrer com a presença tipográfica além da própria anatomia que ela possui. Canevacci e Bestley e Robles também foram fundamentais para entender as raízes da comunicação visual sob a abordagem antropológica e também a estrutura da pesquisa teórica no campo da comunicação visual, respectivamente.

Em outras questões, específicas da tipografia, tivemos Pierre Duplan, Erik Spiekermann e Ellen Lupton; estes, apesar de terem nascido em anos bem diferentes, contribuíram para as definições da linguagem tipográfica e das especificidades históricas e da construção, estrutura e denominações de fontes tipográficas, assim como os contextos por onde desenvolveram-se na história. Para o design editorial, Zapaterra foi a autora com maior impacto em nossos estudos, pois colaborou para os temas que trataram da convergência do uso da tipografia com o ambiente do design editorial, já que nosso suporte de estudos foi a revista - inclusive, junto a Ellen Lupton, abordou a tipografia nas telas. Já Ellen Lupton contribuiu grandemente sobre a tipografia nas telas pois o desenvolvimento de experimentos feitos por essa autora são bastante valiosos para as questões tipográficas na atualidade. De outro lado Priscila Farias é a única autora brasileira que voltou seus estudos à tipografia digital, porém com abordagens mais voltadas à semiótica e à construção de famílias de fontes para o digital, mas que nos permitiu apresentar os elementos essenciais ao tema, como a busca de uma definição para o que denominamos tipografia digital em nosso contexto nacional e também como a tipografia é vista pelo foco de representações de sentidos da mensagem visual. As questões da interação homem-computador e as bases de

usabilidade, acessibilidade e legibilidade tiveram a maior contribuição vinda de Yvonne Rogers.

Acerca de revistas e revista feminina, pudemos nos balizar em estudos de Dulcília Buitoni, Maria Celeste Mira, Marcia Benetti, Marília Scalzo, Bianca Alighieri e Fátima Ali, as quais deram várias contribuições a partir de suas perspectivas - práticas e teóricas - sobre o papel da revista, suas características como veículo que permite o exercício do estilo textual e gráfico e o aprofundamento da notícia, devido à sua especialização e segmentação de público. Além do conjunto de nossas referências, contamos ainda com a entrevista com Suzana Barbosa, pesquisadora especializada em jornalismo digital e que possui estudos sobre revistas em plataformas digitais.

Optamos pelo meio de comunicação revista, a qual tem por característica - salvo alguns casos - a oferta da informação vinda em textos e imagens (fotografias, ilustrações, projetos gráficos com a tipografia em variadas formas de se apresentar etc.). São necessários mais aprofundamentos, análises, diagnósticos que possam estruturar a forma como a tipografia digital acomodava-se neste meio, dada a sua importância para a percepção da mensagem. Seguimos então em busca de resposta para a nossa pergunta problema: Como se apresenta a performance da tipografia na capa da publicação na versão digital, para atender satisfatoriamente os requisitos do controle da produção dos elementos visuais que compõem as capas de revista nesse ambiente? Como a tipografia digital ali se comporta?

Para responder à pergunta problema, dividimos a nossa análise em duas grandes categorias: Legibilidade/Leiturabilidade e Usabilidade. Para cada uma criamos subcategorias, as quais foram definidas a partir da pesquisa bibliográfica. A partir disso, podemos concluir que, primeiramente, para analisar a tipografia digital é essencial observar as características do meio e as condições de recepção do público. É dessa forma que a comunicação visual por meio da tipografia no meio digital se realiza. A legibilidade/leiturabilidade depende das condições de usabilidade do meio, portanto, a performance eficaz da tipografia digital não se efetiva sem se considerar as condições de usabilidade.

Nesse sentido, é possível destacar que o design nem sempre leva em consideração essas condições, pois é necessário ter profissionais que considerem o processo de comunicação, na sua complexidade, no âmbito da produção e da recepção, da forma e do conteúdo e do acesso tecnológico.

No caso da Elle Brasil, constatamos que o tamanho das telas é de grande valia para boa leitura e conforto visual, assim como o fato de que a tipografia digital carece fundamentalmente de estar ajustada para as mais diferentes formas de visualização (diferentes dispositivos de acesso à web como desktops, notebooks, tablets e smartphones), sempre que houver a migração da versão impressa para a versão digital e sua oferta simultânea. Por isso, ter performance eficaz na comunicação visual é um exercício simultâneo de aplicação da tipografia em dois meios que se relacionam, o digital e o impresso, que se tornam hoje expressões de identidade visual das revistas (e de outros veículos jornalísticos), como a Elle Brasil. Nesse aspecto o papel do design gráfico e da tipografia (impressa e digital) se tornaram ainda mais complexos.

Além disso, verificamos que no ambiente digital a usabilidade foi o grande fator que trabalhou em prol da tipografia nos experimentos e análises que fizemos, pois apesar de em algumas capas da amostra analisada não apresentarem tipografia de maneira satisfatória, nas subcategorias de análise da usabilidade vimos que é possível haver certo ajuste que venha a deixá-la ideal, como por exemplo o uso do touch, para redimensionar o tamanho das fontes e/ou arrastar telas e imagens (fotografias, ilustrações, textos etc.).

Quanto à acessibilidade, estas dependem principalmente dos recursos dos dispositivos, no caso da Elle, eles estavam prontos a atender as necessidades dos receptores nas suas necessidades, inclusive os portadores de algum tipo de deficiência visual. Porém, observamos também que a cor é algo que a usabilidade não tem como resolver. Em algumas capas da Elle Brasil na amostra selecionada, determinadas cores em contraste com a cor do fundo prejudicaram a legibilidade. É fundamental ter cautela para aplicação de cores, especialmente em se tratando de tipografia. A necessidade de testes em todos os suportes é necessária, para a melhor legibilidade/leiturabilidade.

Também observamos que a boa performance da tipografia, no caso da revista Elle Brasil, é usada para representar a identidade da revista como se fosse a sua própria letra, o seu estilo de escrita. No ambiente digital, ela assume o papel da representação visual da linguagem escrita da revista. E mais: estando presente em dispositivos digitais, promove a legitimidade das versões impressas da revista quando online, pela ampla possibilidade de acesso à publicação por meio dos dispositivos digitais e móveis. A revista adequa-se ao outro ambiente e amplia a sua presença na mídia, agregando recursos multimídias (audio,

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