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Os elementos de composição: cor, textura, imagens, tipografia, formatos e grid

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2. Design das capas de revista

2.2. Os elementos de composição: cor, textura, imagens, tipografia, formatos e grid

A capa deve gerar impacto e garantir mais valor para a marca, além do interesse que deve conquistar junto aos leitores para que tomem conhecimento do conteúdo interno da revista. Na figura a seguir podemos verificar o apontamento sobre cada um dos elementos que compõe uma capa. Neste caso, estamos considerando os elementos tradicionais de uma capa de revista e as nomenclaturas utilizadas. O designer gráfico deve evidentemente respeitar a pertinência que o projeto gráfico deve possuir em relação ao perfil da revista que deve ser diretamente ligado com o escopo de suas características editoriais e mercadológicas e seu público-alvo.

FIGURA 119 - Localização clássica dos elementos da capa (grid).

Fonte: ZAPATERRA, 2013, p. 86.

Zappaterra (2013), em seu livro Design Editorial, apresenta-nos informações relativas aos elementos que são como componentes de uma capa, ou seja, logotipo, cor, chamadas e lombada, bem como aponta as tendências desses componentes. Quanto ao logotipo, a autora recomenda que ele deve aparecer sempre nas diversas plataformas, mostrando a personalidade da publicação. A cor ajuda a provocar comportamentos e são pensadas em seu impacto emocional. Fundos verdes e azuis não vendem, já o vermelho sim; o amarelo é pouco popular, porém, é preciso considerar que qualquer cor pode ser usada para enfatizar e destacar, de outro lado, as cores específicas podem ser usadas

simbolicamente ou provocar emoções e lembranças. Zapaterra destaca também que as chamadas de capa e as lombadas são elementos igualmente importantes para a capa. As chamadas são aplicadas exclusivamente a periódicos, sendo que as chamadas (tamanhos e cores) dizem respeito sobre a revista e sua personalidade -, em grande parte, são responsabilidades para o designer. Por fim, as lombadas, embora desvalorizadas pelos profissionais, segundo Zapaterra, têm grande contribuição para a venda das revistas, “é um excelente lugar para reforçar a marca e o estilo do título” (ZAPATERRA, 2013, pp. 69-73).

Como podemos observar nas considerações de Zapaterra, esses elementos são fundamentais para as revistas impressas - e também para as digitais, com as devidas adaptações ao meio, no sentido harmônico e atraente que eles devem sugerir ao leitor. Logotipo, cores, chamadas, principalmente, foram num conjunto que deve ser articulado de acordo com o perfil editorial, público e suporte midiático.

Nesse sentido, a capa trabalha em prol da apresentação de uma nova edição da revista, trazendo normalmente um conteúdo novo, atualizado. Os leitores identificam: “Aquela edição, que tem o ator X na capa Y”, ou às vezes: “Isso foi publicado naquela edição onde a capa tinha letras vermelhas e com a foto de tal”. A capa é uma referência sobre um conteúdo determinado que foi publicado em uma das edições do veículo. Ela pode ser marcante para o público leitor, uma referência de quando aquele assunto foi abordado.

Graficamente a capa respeita o projeto gráfico do veículo mas trabalha para inovar os conteúdos que recheiam seu grid. Ela é expressão máxima da revista: sua cara, sua face, sua identidade que a diferencia das demais - no caso das revistas - e onde a escolha da tipografia cunha a sua expressão visual juntamente com o uso das cores e o estilo como as imagens - fotografia, ilustração - são postas ali (grid). É a capa que dá conta da personalidade do veículo, podendo adaptá-lo a outros formatos desde que a levem consigo.

Todos os elementos que compõe a apresentação visual do veículo de comunicação são importantes. São mensagens em foram de imagem, discursos com o objetivo de atingir, impactar o leitor e manter o relacionamento com ele. Como diz Charadeau (2006, p. 233), “a imprensa tem suas próprias exigências de visibilidade, de legibilidade e de inteligibilidade”. Ele congrega os conceitos em conjunto com a aplicação dos mesmos de forma que possamos analisar a capa como instrumento da comunicação do veículo com seu público. As considerações feitas para os jornais também se aplicam às revistas, uma vez que se reportam à visibilidade, legibilidade e inteligibilidade.

Charadeau salienta que a visibilidade impõe uma composição de página como um roteiro de fácil busca aos leitores, e isso abrange elementos da paginação (fotos, rubricas, desenhos, tipos de colunas etc.) e da titulação (títulos, subtítulos etc.). Para Charadeau, “Tais elementos constituem formas textuais em si e têm uma tripla função: fática, de tomada de contato com o leitor, epifânica, de anúncio da notícia, e sinóptica, de orientação ao percurso visual do leitor no espaço informativo do jornal”. Já a legibilidade abrange o “acontecimento relatado” e a forma como estão dispostos os elementos da página, “localização, moldura, ilustrações, tipografia” e aos títulos. Dessa forma:

[...] tem a ver principalmente com entendimento, ela se manifesta e toma todo o seu valor no modo de escritura dos artigos, devendo estes, por contrato, ser acessíveis ao maior número possível de leitores no âmbito de um alvo pré- construído (CHARADEAU, 2006, p. 233).

Quanto à inteligibilidade, o autor considera que a mesma se aplica principalmente ao comentário do acontecimento como também ao entendimento, ou seja, saber as razões das notícias. “Manifesta-se em determinados elementos da paginação (novamente pelas molduras, pelos gráficos etc.), mas particularmente pelas formas textuais que se apresentam como comentários (editoriais, crônicas, análises etc.)” (CHARADEAU, 2006, p. 233).

Suzana Barbosa (2017), no momento em que nos ofereceu sua entrevista, colaborando com abordagens referentes às características que a apresentação de um veículo seja na forma impressa ou na forma digital deve possuir para garantir a boa qualidade do conteúdo escrito por meio da visualização, também comenta sobre o papel do designer gráfico, e, por fim, brevemente, atenta e valoriza a questão da tecnologia estar atrelada ao jornalismo para que o mesmo possa existir. Vejamos:

Para que o produto esteja disponibilizado na plataforma digital é necessário observar o que é preciso para isso. Do mesmo modo que ocorre para o produto impresso, quando devo ter boa qualidade da imagem, em alta resolução, por exemplo, para que seja impressa. No caso do site ela também tem que estar adequada ao padrão. Tudo está dentro de um aspecto muito técnico e passa por um trabalho de pessoas que obviamente entendam dessa área. Tudo isso precisa de fato de gente que conheça, que observe e que saiba qual o resultado que será obtido garantindo que não terá uma surpresa desagradável ao imprimir um exemplar e o mesmo sair borrado ou de não ter boa definição nas imagens, no texto e tudo mais. Antigamente o jornal sujava tudo, a tinta saía na mão, o jornal era só preto e branco, era o preto. Dos tipos móveis e a dificuldade para trabalhar com eles. Isso evoluiu. Evoluiu com a melhoria técnica. Não é possível falar de jornalismo dissociando-o da técnica, técnica como tecnologia. O jornalismo desde

sempre existiu por isso ao longo dos anos, dos séculos, foi evoluindo também nesse aspecto. É tudo conjunto, não é separado, não há como (BARBOSA, 2017).

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