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Nos últimos anos, inúmeras mudanças tecnológicas culminaram em transformações rápidas e de grandes impactos na sociedade, economia e cultura mundiais.

Para acompanhar esses processos pessoas, organizações e países tiveram que se adaptar à nova realidade. A velocidade no fluxo de informação e as inovações tecnológicas alteraram significativamente a forma de se comunicar.

Novos modelos de comunicação são propostos, no intuito de atender às necessidades tanto de emissores como dos receptores das mensagens. A comunicação digital abre espaço para o surgimento de um novo processo comunicacional, permitindo maior participação dos receptores com seus emissores.

A utilização da internet como meio de comunicação e sua participação nas mídias digitais possibilitou um contato direto e instantâneo entre emissores e receptores, estimulando a interatividade e compartilhamento de informações e conhecimentos entre os mesmos. Tal fato pode ser verificado com o rápido crescimento da denominada Web 2.0, a qual foi responsável pelo surgimento das redes colaborativas (blogs, wikis, etc) e das redes sociais (Orkut,

Facebook, etc), onde pessoas de qualquer lugar do mundo podem criar e

compartilhar dados com a mesma intensidade.

A rapidez com que essas modificações acontecem gera maiores conflitos, uma vez que o processo de adaptação dessas rápidas transformações é diferentemente absorvido pela sociedade.

A grande dificuldade hoje das organizações, ao atuarem como emissores é conseguir identificar as necessidades e a realidade de seus públicos (receptores), para criarem estratégias comunicacionais que atinjam seus objetivos com menos conflitos. No entanto, como em qualquer processo comunicacional, os conflitos existem e na Era Digital são ainda mais intensos.

56 Cabe, assim, às organizações e aos profissionais de relações públicas trabalharem em busca de ações que amenizem esses conflitos e atendam aos interesses de ambos: empresa e públicos-alvo.

O profissional de relações públicas deve estar preparado para administrar os relacionamentos da Era Digital. Precisa conhecer os sujeitos envolvidos nos processos de comunicação para desenvolver estratégias de negociação e gerenciar os conflitos desencadeados pelo surgimento das inovações tecnológicas.

“É importante para o profissional acompanhar a evolução do discurso, estando atento às mudanças, entendendo a sociedade e a cultura decorrente dela para que possa interferir na sua própria realidade. O discurso deve ser atualizado principalmente quando se considera que os profissionais da comunicação têm como função a administração dessa comunicação e, mais especificamente, expressam essa temática na atividade de relações públicas, nos níveis de relacionamento que as organizações mantêm com seus públicos estratégicos.” (MARCHIORI, 2006, P.35)

A partir desse estudo, pode-se concluir que o profissional de relações públicas apresenta as competências necessárias para atuar como gestor da comunicação organizacional digital, bem como de administrar estratégias de negociação em conflitos de interesses entre empresas e públicos-alvo.

No entanto, será que esse profissional já está preparado para atender à demanda imposta pelos novos públicos criados pela sociedade da informação e pelas mídias digitais? Será que as organizações e os próprios profissionais de relações públicas já conseguem se posicionar como receptores das mensagens e assim entender quais as necessidades de seus públicos? Será que as organizações conseguirão realmente aplicar o modelo de comunicação simétrico de mão-dupla em sua forma ideal, construindo relacionamentos que posicionem emissores (empresa) e receptores (público- alvo) no mesmo nível de interação?

Sugerem-se tais questionamentos até mesmo para futuros trabalhos que tenham como objeto de estudo a atual capacitação dos profissionais de relações públicas para atuarem como intermediadores dos relacionamentos no ambiente digital.

57 A autora propõe esses estudos em vista da realidade já presente nas organizações em relação à utilização das mídias digitais como estratégias de comunicação. Vêem-se ao mesmo tempo, algumas dificuldades dos profissionais da área em atingirem seus objetivos nos processos de interação com seus públicos de interesse.

Busca-se, com isso, saber também se as universidades já estão preparando seus alunos para atuarem nesse mercado ainda em crescimento, e que demanda certas habilidades dos profissionais da área. Sabe-se que espaço e conhecimento os profissionais de relações públicas já têm para trabalharem nesse contexto. Resta saber se já dispõem de competências e habilidades necessárias para obterem sucesso.

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