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Fasolo voltou de Brasília em dezembro de 1965 e, antes do início do ano letivo de 1966, já estava empregado no magistério estadual e na PUCRS.

Em 21 de maio do mesmo ano, casou-se com Leila Maria Basso Fasolo. De sua união nasceram dois filhos: Ricardo Fasolo, nascido em 1969, e Katine Fasolo, em 1971.

A preocupação com uma formação de qualidade para os filhos levou Fasolo a escolher uma das melhores escolas de Porto Alegre para que fizessem o Ensino Fundamental e o Médio. Em decorrência disso, ambos freqüentaram a Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS no curso superior. O filho mais velho, Ricardo, optou por cursar Engenharia Elétrica, e a filha Katine cursou Administração de Empresas.

É com tom de satisfação na voz que Fasolo relata que, certo dia, a filha lhe contou que ela seria sua colega, pois também estava atuando como professora universitária na PUCRS.

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Fasolo é um orgulhoso avô de três netos: da menina Lara, nascida em 2002, e do menino Ramiro, que nasceu em 2005, ambos são filhos de Katine. O neto Thiago nasceu em 2003 e é filho de Ricardo.

Os três descendentes representantes da terceira geração da família que se iniciou com Plínio e Leila já gozam do privilégio de terem um espaço próprio reservado na página virtual do avô e, é claro, cuidadosamente organizado por ele mesmo.

Os links que abrem as portas para que se possam conhecer os netos oportunizam que se conheça muito também sobre o pai e o avô Plínio Fasolo. Através das fotos e legendas, percebe-se o carinho e a alegria que tomam conta de Fasolo e, sem dúvida, a importância, reservada em sua vida, à família.

Também nesse espaço aparecem outros aspectos a destacar, tais como, inevitavelmente, a adoração pela navegação. A paixão de Fasolo é semeada na família e todos têm envolvimento com esse hobby, entre os filhos e também já entre os netos.

Outra preferência que aparece se refere ao time de futebol do coração do professor gaúcho, sugerido sutilmente na página do neto Thiago, no título “hobbies e interesses”, em que Fasolo simula uma fala do neto: “Ainda não sei quais serão meus interesses, mas se genética influi, acho que serei mais um colorado, terei um veleiro e irei preferir as festas com a família”.

A filha Katine destaca que Fasolo é um pai e igualmente um avô amoroso, divertido, otimista, preocupado com a felicidade e com a saúde de todos da família.

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Em relação ao professor, a filha Katine declara sua admiração referindo que Fasolo é um excelente profissional, comprometido com a qualidade da educação e preocupado com a formação crítica dos alunos. É também inovador, procurando incorporar novas tecnologias e metodologias nas práticas de docência.

Sendo provocada a falar sobre suas aprendizagens com o pai, Katine expressa que “são tantas que é até difícil distinguir o que é mais significativo. Acho que foram algumas fundamentais como respeito às pessoas e respeito aos compromissos, a importância de procurar me atualizar, de levar a sério as minhas conquistas, de não me acomodar, mas acho que a principal é a de me lembrar de não esquecer de mim...”.

Nesse comentário da filha de Fasolo, aparece a transposição dos ensinamentos de sua avó, mãe de Fasolo. De forma indireta, há a presença dos valores citados pelo filho, quando se referia ao que sua mãe lhe ensinava.

A última consideração que Katine traz sobre o que de mais importante aprendeu com o pai revela novamente a presença marcante da mãe de Fasolo que, com estilo próprio, reeditava com sua filha o apreendido com sua mãe. Anteriormente citada no relato de Fasolo, sua mãe mostrava aos filhos, através de suas atitudes, que não se privaria de fazer o que gostava por causa deles, sem deixar de ser responsável. Também sempre incentivou os filhos a fazerem o que tivessem vontade e curiosidade, mesmo que isso implicasse pequenos riscos. Indo além, ou melhor, retrocedendo cronologicamente, há ainda uma identificação com o avô de Fasolo, já que este havia desafiado também tradições ao desistir da profissão de médico para ser poeta e músico.

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Na família de Fasolo, há uma autorização implícita, tácita, para que os integrantes ousem, rompam preceitos, se coloquem no centro de suas vidas e busquem gratificações pessoais. É um valor aceito e que perpassa as gerações.

Winnicott (2005) caracteriza bons pais comuns como aqueles que são provedores de cuidados à criança e mantêm um contexto em que cada uma encontre gradualmente a si mesma e ao mundo. Para esse psicanalista, os pais não esperam gratidão por parte dos filhos pelo que proporcionam, sentem-se gratificados ao verem seus filhos crescerem, tornarem-se eles próprios pais e construtores de novas famílias.

Nesse sentido, em seus preceitos teóricos, a família constitui o primeiro agrupamento e a estrutura desse grupo se relaciona com a estrutura da personalidade de cada indivíduo.

É visível o tom de orgulho e satisfação presente no relato de Fasolo ao se referir à família. Principia sua narrativa apresentando-se como filho de..., mostra, nesse credenciamento inicial que faz ao se contar, a importância atribuída à pertença, à filiação. Conta episódios de sua infância e envolve a família permanentemente.

Posteriormente, respeitando a cronologia dos fatos, Fasolo traz considerações sobre sua família de hoje, expressando afetividade e responsabilidade. Seguindo o desenrolar de sua história, orgulhosamente organiza páginas em seu site mostrando os netos. Por meio dos netos, a esposa e os filhos indiretamente são apresentados.

Fasolo demonstra naturalmente que não pode separar o profissional de quem é como pessoa. No mesmo site em que encontramos textos profissionais

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sobre a área da Física, podemos conhecer também um pouco do pai, esposo e avô. Refletida nessas menções, é possível visualizar sua história, logo, lá também está o filho, o neto, o professor, o profissional.