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CONSTRUÇÃO ÉTICA – REFLEXÃO

No documento ÉTICA NA EDUCAÇÃO ÉTICA NA EDUCAÇÃO (páginas 38-44)

11. CONSTRUÇÃO ÉTICA – REFLEXÃO

Para Nino (1996), um dos fatores que provocam o conceito moral abstrato do conceito moral é a desconfiguração da diferença entre moral positiva (moral social) e moral ideal (moral crítica). A moral positiva, na designação do autor é “o produto da formulação e da aceitação de juízos com os quais se pretende alcançar princípios de uma moral ideal”.

Fonte https://bit.ly/36aXroh

No entanto, as regras da moral positiva abrangem os discursos que estão ligados ao juízo, ou seja, são os princípios que regem a moral ideal, e não a moral social. Quando referimos ao juízo, trata-se da discriminação dos fatos de uma moral positiva, que não conseguem expressar as devidas razões para justificar uma determinada ação.

No entendimento do autor, a moral ideal justifica os fatos e as decisões que foram tomadas. A distinção da moral positiva e da moral ideal é a concretização e aceitação social.

Percebemos que é errôneo a ideia de distorcer a separação da moral ideal e da moral social. Neste sentido, a apropriação adequada da moral na sociedade pode elencar positivamente as condições que as teorias devem prevalecer para serem consideradas concretas.

Para facilitar e evitar os conflitos que acontecem, a moral utiliza-se de dois pontos: o primeiro seria das sanções informais, isto é, é instituída diante do não cumprimento das regras não aceitas, atua muito parecida com o direito, ao invés de impor algumas condutas. Já o segundo ponto é o discurso moral, pois se trata de uma

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técnica argumentativa objetivando a mudança de algumas condutas. Para Nino (1996) o discurso moral é regido por regras e se não for submisso a elas, a crença seria uma grande aliada para a convergência de condutas, assim, o final seria aleatório. É importante ressaltar que o discurso da moral se desliga da autonomia da vontade.

“No discurso moral estão excluídos argumentos, formas de persuasão ou técnicas de motivação baseados na obediência dogmática a certas autoridades – humanas ou divinas – recurso a ameaças de danos ou a ofertas de benefícios, o engano, o condicionamento através da propaganda” (Nino, 1996, p.109.).

O discurso é um meio diferente de atingir um objetivo da aceitação das bases da conduta. Nino explana os pareceres propondo uma definição breve de um juízo formulado vinculada da prática e de um discurso moral:

“Um juízo que expresse o fazer X, como moral, pode ser analisado como um juízo que aconselha a ação X, que ela é exigida, em certas circunstâncias definidas por propriedades fáticas de índole genérica, por um princípio público que seria aceito como justificativa última e universal de ações por qualquer pessoa que for plenamente racional, um juízo absolutamente imparcial e conhecedor de todos os fatos relevantes” (Nino 1996, p. 117).

O autor aponta as condições que devem ser seguidas para que o juízo seja verdadeiro. Desta forma, evidenciamos o construtivismo ético que apresenta a moral como uma manufatura do ser humano, algo especificamente ligado às ações do homem. Percebemos, assim, que a prática do discurso moral possui uma relevância epistemológica.

Os Princípios Da Conduta

As bases da conduta afloram sob uma parte do grupo de direitos singulares humanos. Por sua vez, apontaremos três bases importantes: o princípio da dignidade humana, o princípio da inviolabilidade, o princípio da autonomia. Tais princípios consideramos assim, as bases de uma concepção liberal.

Para justificar esta fundamentação Rawls, (1971) apud Nino (1996) aponta o equilíbrio reflexivo amplo. No campo da Filosofia tenta encontrar um equilíbrio entre os princípios gerais e convicções intuitivas, pois não satisfazem as convicções mais firmes e esquece aquelas que não podem ser efetivas por bases plausíveis. Segue abaixo um mapa conceitual sobre a esta fundamentação de Raws.

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Fonte https://bit.ly/2HDQlPw

Os direitos são importantes para efetivação dos planos de vida que o sujeito possa vir almejar. Portanto, os princípios podem ser considerados imprecisos, a fim de inferir nos direitos individuais básicos. Desta forma, trata-se da inviolabilidade da pessoa, no sentido dos bens, a fim de prejudicar o benefício de outra pessoa ou de uma sociedade. Faz-se necessário citar alguns bens para melhor entendimento:

 Manutenção da vida consciente, ou seja, concretização dos projetos de vida;

 Integridade e proteção corporal e psíquica;

 Desenvolvimento das capacidades intelectuais através da educação.

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O princípio da autonomia objetiva na amplitude da liberdade de expressão das ideias científicas, religiosas e políticas, concretizando como um bem, a liberdade do ser humano projetar o desenvolvimento da sua própria vida. Outro ponto importante é associar a liberdade para trabalhar e alguns períodos para descansar e por seguinte, a autorrealização.

Em seguida, vamos delimitar alguns princípios:

O Princípio Da Inviolabilidade Do Indivíduo

O que assegura este princípio é relacionado ao titular de direito, no entanto, às pessoas que relacionam com o titular de direito impede alguma ação do titular de direito. Ao que se referem aos direitos neste caso, são atos lesivos e noviços de terceiros.

Para entendermos este princípio, trata-se do princípio da inviolabilidade da pessoa. Nino (1996, p. 239) aponta como uma restrição: “impor aos homens, contra sua vontade, sacrifícios e privações que não conduzem ao seu próprio benefício”.

No entanto, percebemos que existe uma imparcialidade dos fatos relacionados dos princípios da inviolabilidade, no campo da moral.

O princípio da inviolabilidade da pessoa, portanto, tem a função de qualificar e delimitar o princípio da autossuficiência, principalmente quando a ação for prejudicar outrem.

Princípios Da Autonomia Do Indivíduo

Segundo nossos estudos de direitos humanos, sua concretização leva ao liberalismo. Para isto, há uma grande diversidade na lista de liberdades para realização destas ações. Este princípio da autonomia impede a interferência de qualquer atividade que prejudique a esfera de outra pessoa.

Para melhor entendimento faz-se necessário definir o princípio da autonomia do sujeito:

Prescreve que sendo valiosa a livre eleição individual dos planos de vida e a adoção de ideais de excelência humana, o Estado (e os demais indivíduos) não deve interferir nessa eleição ou adoção, limitando-se a planejar instituições que facilitem a consecução individual dos planos de vida e a satisfação dos ideais de virtude que cada um sustenta e a impedir a interferência mútua no curso de tal consecução”, conforme (Nino, 1996, pág. 205).

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Este princípio baseia-se na imprevisibilidade, o mesmo permite compreender que alguns destes direitos são delimitados pelo princípio da inviolabilidade da pessoa, a ponto de defender os bens à medida que pode vir a impedir o benefício de outrem.

Vale ressaltar que este bem refere-se à aquisição dos planos de vida que o sujeito possa vir a almejar.

O bem mais comum é no campo da autonomia é “a liberdade de realizar qualquer conduta que não prejudique a terceiros”. Já os outros bens são como instrumentos deste bem. Um primeiro desses instrumentos seria a manutenção da vida consciente segundo Nino (1996, p. 223).

O princípio da autonomia define-se a uma amplitude de expressão de ideias e de atitudes, políticas, científicas, artísticas, religiosas etc.

O Princípio Da Dignidade Do Indivíduo Segundo Nino (1996, p. 287) a base deste princípio “prescreve que os homens devam ser tratados segundo suas decisões, intenções ou manifestações de consentimento”. Segundo o autor, as instituições devem respeitar qualquer

decisão dos homens, independente de etnia, classe social ou cor da pele e afirma a ilegitimidade das medidas que querem diferenciar uns homens dos outros.

O autor afirma que o ser humano deve agir de forma que assuma suas decisões ao ponto de assumir também as consequências de suas ações. Faz parte do ciclo da vida. Assim, o homem deve ser integrante do seu plano de vida, o mesmo deve manter-se nas consequências de sua própria vontade, sem prejudicar os princípios dos outros. Com isto, percebemos que as dignidades das pessoas são inferidas a partir das regras descritas da moral.

Este princípio que estudamos serve para admitirmos que a vontade do ser humano é muito importante, independente dos fatores ou consequências que podem causar para o sujeito ao planejar seu curso de vida.

Fonte https://bit.ly/33muKme

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Já na visão de Pereira (2002), a respeito do princípio da dignidade do indivíduo, não possui nenhuma correlação com o conceito de dignidade da pessoa segundo nosso Direito Constitucional.

Segundo a Constituição Federal Brasileira de1998, institui:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

- a soberania;

- a cidadania;

- a dignidade da pessoa humana;

- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

- o pluralismo político (CF/88) (Grifos Nossos).

Segundo Scarlet (2009) afirma que se deve entender o princípio da dignidade da pessoa humana como o princípio que está na base do estatuto jurídico dos indivíduos, havendo de ser interpretado como individual e universal e cada homem como um ser autônomo, ainda, com princípios de todos os direitos constitucionalmente consagrados: direitos e liberdades tradicionais, de participação política, direitos dos trabalhadores e de participação social. Mas, essencialmente, alguns direitos assumem, segundo o autor, valoração de primeiro grau da ideia de dignidade: o direito à vida, à liberdade física ou de consciência, a generalidade dos direitos pessoais e que se constituem em atributos jurídicos essenciais da dignidade dos homens concretos, assim possuindo o objetivo de proteger a dignidade essencial da pessoa humana.

Voltamos na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º § 2º, institui que os direitos e garantias expressos na Constituição "não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte" (Brasil, 1988).

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Fonte https://bit.ly/33muKme

Todavia, a Constituição Federal de 1988, além de atribuir de maneira formal todas as garantias, as quais todo indivíduo possa almejar em qualquer parte do mundo, infere ainda outras formas de tutela que associam aos tratados internacionais adotados no Brasil.

Logo, os indivíduos, independentemente da origem do seu país, possuem os seus direitos e garantias singulares assegurados, que são protegidos e afiançados pela Constituição Federal brasileira de 1988. Isto é muito relevante, pois afirmar os direitos individuais da verdadeira democracia, do Estado Democrático de Direito e, sobretudo, independente da sua dignidade da pessoa humana, ou seja, são vistos com respeito e os limites do poder através dos direitos intrínsecos ao cidadão (Scarlet, 2009).

Fonte https://bit.ly/3fCz4mc

No documento ÉTICA NA EDUCAÇÃO ÉTICA NA EDUCAÇÃO (páginas 38-44)

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