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ÉTICA NA EDUCAÇÃO ÉTICA NA EDUCAÇÃO

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Academic year: 2022

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ÉTICA NA EDUCAÇÃO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 3

2. ÉTICA: DEFINIÇÃO ... 4

3. ÉTICA NA ANTIGUIDADE ... 10

4. ETICA RELIGIOSA ... 13

5. ÉTICA NA ESCOLA ... 19

6. AS DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL E SEU SIGNIFICADO SOCIAL ... 20

7. A ESCOLA E A FORMAÇÃO MORAL E ÉTICA DOS EDUCANDOS ... 21

8. ÉTICA DO EDUCADOR ... 28

9. ÉTICA PROFISSIONAL ... 31

10. ÉTICA E OS DIREITOS HUMANOS: UM DIÁLOGO REFLEXIVO ... 34

11. CONSTRUÇÃO ÉTICA – REFLEXÃO... 38

12. REFLEXÃO SOBRE OS PRINCÍPIOS DA CONDUTA ... 44

13. REFERÊNCIAS ... 46

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3 1. INTRODUÇÃO

Sejam bem-vindos ao módulo de Ética!

Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais. Mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores.

Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho.

Como os cursos baseados na metodologia da educação a distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possa organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiada importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/

seus alunos.

Desse modo, a apostila em questão traz os seguintes conteúdos:

 Ética que neste módulo tem como objetivo geral levar o profissional a perceber que a ética permeia toda a vida do sujeito, quer seja no ambiente pessoal quanto profissional.

 Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina.

 Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico.

Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas. Criamos, também, uma pasta de leituras complementares sobre o assunto para enriquecer seus conhecimentos.

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4 2. ÉTICA: DEFINIÇÃO

Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter.

A primeira é a que serviu de base para a tradução latina Moral, enquanto a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos à palavra Ética (GOLDIM, 2000).

Fonte https://bitlybr.com/b2Ne6Aw

Desde suas origens entre os filósofos da Grécia antiga, a Ética é um tipo de saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos.

A moral também é um saber que oferece orientações para a ação, mas enquanto ela propõe ações concretas em casos concretos, a Ética – como Filosofia moral – remonta à reflexão sobre as diferentes morais e às diferentes maneiras de justificar racionalmente a vida moral, de modo que sua maneira de orientar a ação é indireta:

no máximo, pode indicar qual concepção moral é mais razoável para que, a partir dela, possamos orientar nossos comportamentos (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009).

Os filósofos estavam preocupados com os problemas dos homens juntamente com suas condutas morais. E assim, sucessivas formas de pensamento nasceram e segundo Valls (1993), muitas ideias foram surgindo.

No entanto, esse esclarecimento, certamente pode servir de modo indireto como orientação moral para os que pretendem agir racionalmente no conjunto da sua vida.

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Ao discorrer no estudo sobre Ética iremos perceber uma abordagem muito significativa para os cidadãos quando indagamos as pessoas e perguntamos: o que é ética? Todos se arriscam em logo dar uma resposta, mas nem sempre a explicação é clara e precisa.

Nos dias atuais podemos constatar que o discurso sobre a ética não é uma abordagem recente, assim, a possibilidade de dialogarmos sobre esse assunto, faz com que tenhamos uma atitude diferenciada frente à sociedade atual.

Fonte https://bitlybr.com/L3QJedU

Nesse sentido, podemos fazer alguns estudos e refletir que em diversos momentos de nossa vida e em vários setores da sociedade aética estará presente e é nesta acepção que alguns estudiosos nos farão entender ainda mais sobre seu significado. Álvaro (1994) por exemplo ressalta que:

A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta. Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente a teleológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas.

Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento, (Álvaro, 1994, p.7)

Assim podemos dizer que a ética não é uma ciência intelectual, é uma prática vivenciada em todos os setores da sociedade e em todos os tempos. Pode-se considerar que o seu estudo nos remete a um eterno pensar em que a reflexão e o construir caminham juntos em prol de uma verdade. Neste contexto a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade (SÁNCHES VÁZQUEZ, 1970, p.12).

Entretanto a ética tem sua particularidade específica a toda ação humana, e por esta razão é uma ciência antiga imprescindível na produção da realidade social, que permeia até hoje em nosso contexto geral e específico de cada cidadão.

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Assim, é importante incentivar o estudo sobre a ética em seus diferentes aspectos. Após uma definição, somos capazes de dizer que a ética pode ser trazida como o estudo da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meio éticas e ambas, éticas e verdade são a essência da sapiência humana.

Fonte: https://bit.ly/2EG5Oxd

E dentro de uma visão tradicional pode-se dizer que a ética é entendida como um estudo ou uma reflexão cientifica ou filosófica, podendo ser até teológica, em que os costumes e ações humanas estão intrínsecas por toda vida. Podemos chamar de ética a nossa própria vida, quando a direcionamos de forma correta.

A ética dentro do de uma perspectiva tradicional era vista como uma atitude de grande valia, entendiam que era uma “conduta” que todo o cidadão deveria ter do que é certo e errado.

Sabemos que cada cidadão tem a sua própria ética sempre contida em regras impostas por um determinado grupo e se partirmos do princípio que estamos inseridos em um desses grupos, podemos pensar que nossas ações se fundamentam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é ”certo ou errado".

Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. Podemos dizer que é o estudo do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras.

Assim, segundo alguns autores o estudo da ética também pode ter um cunho totalmente histórico, pois ela é o fundamento da sociedade.

A ética é o que marca a fronteira da nossa convivência. [...] é aquela perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos valores para

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existirmos juntos [...] é o conjunto de seus princípios e valores que orientam a minha conduta. (Cortella, 2009, p. 102)

Na medida em que entendemos a importância da ética para a sobrevivência humana com qualidade e integridade, compreendemos também a complexidade envolvida em suas relações com outros campos do saber e da prática, fundamentais à vida humana em sociedade.

A ética discute os valores que se traduzem em existências humanas mais felizes, mais realizadas, com mais bem-estar e qualidade de vida. Além disso, busca os valores que signifiquem dignidade, liberdade, autonomia e cidadania.

Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. É o ramo da Filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade.

Diferencia-se da moral, pois enquanto está se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.

Na Filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida como “costume”, do latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que não é abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica. Veja o quadrinho abaixo que expressa um pouco sobre a evolução moral e ética e reflita.

Fonte https://bit.ly/2V2Idv2

Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, educação física e até mesmo política, em suma, campos direta ou indiretamente ligados às maneiras de viver.

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Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento que se seguiu à Revolução Industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo da Filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Deste modo, é comum que atualmente a ética seja definida como “a área da Filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas” e busca explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga- se do ponto de vista do bem e do mal.

A ética não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional.

Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de exercer a profissão.

A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa e pretende a perfeição do ser humano.

Ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos parentes não humanos mais próximos. Podemos abandonar o pressuposto de que a Ética é unicamente humana.

A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular

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(moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral).

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito.

Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém, têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições (GOLDIM, 2003).

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

Segundo Cortella não existe individuo sem ética sendo assim:

Ético (ethos): disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se considera o bem.

Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral (MARTINS, 2002).

Antiético: contra uma ética estabelecida ou contra a ideia (da ética) que estabelecer o que devemos fazer ou quem queremos ser, levando os outros em consideração. Muitas vezes, o antiético tem ideias éticas próprias.

Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética.

A ética e a moral não devem ser confundidas. Segundo os estudiosos do assunto, a ética não cria a moral (MARTINS, 2002).

O Professor de ético Mário Alencastro (2000) assevera que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência histórico social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.

Os problemas éticos, ao contrário dos práticos-morais são caracterizados pela sua generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma determinada situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente, pois o problema do que fazer numa dada situação é um problema prático moral e não teórico ético. Mas, quando estamos diante de uma situação, como, por exemplo, definir o conceito de Bem, já ultrapassamos os limites dos problemas morais e estamos num problema geral de caráter teórico, no campo de investigação da ética.

Tanto assim, que diversas teorias éticas se organizaram em torno da definição do que é bem. Muitos filósofos acreditaram que, uma vez entendido o que é bem, descobriríamos o

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que fazer diante das situações apresentadas pela vida. As respostas encontradas não são unânimes e as definições de bem variam muito de um filósofo para outro. Para uns, bem é o prazer, para outros é o útil e assim por diante. (ALENCASTRO, 2000).

Fonte https://bit.ly/37eZZAK

3. ÉTICA NA ANTIGUIDADE

O pensamento grego no período 500 a.C., foi um período relevante para os antigos e gregos porque surgiram muitas ideias, indagações e muitas teorias que até hoje são discutidas.

Os grandes pensadores daquela época foram: Platão, Sócrates e Aristóteles os que deram a base da construção do saber sobre reflexão e análise sobre as atitudes do homem, por isto, é importante perpassar sobre algumas ideias e como os problemas éticos eram naqueles tempos.

Os gregos refletem sobre a natureza do bem moral de uma base absoluta da conduta. Estas reflexões procedem do campo religioso que a abordam as ideias éticas

“Conhece-a ti mesmo”, “nada em excesso” estas foram as formulações que originaram do conceito de “Delfos” Deus de Apolo.

Platão, discípulo de Sócrates (427-347 a.C.), nos escritos Diálogos, explicitava que a busca do homem era a felicidade. As maiores partes das doutrinas objetivavam, realmente, a busca da felicidade como centro da preocupação ética. Nas literaturas, Platão pregava sobre as noções do prazer, sabedoria prática e virtude, em que indagava: onde está o sumo do bem?

Platão parecia negar os desejos físicos e terrenos e acreditava numa vida depois da morte. Na literatura A República ele condenava a vida que era voltada aos prazeres. Já no diálogo Fédon, a imortalidade da alma era como uma espera da

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felicidade depois da morte. Para ele, os homens deveriam buscar durante a vida, a apreciação das ideias, primordialmente, a ideia do bem. Onde ele afirma no escrito de

“Eros Filosóficos” que chama atenção do homem para a prática da contemplação.

É relevante apontar que os filósofos buscam a arte da dialética do Bem e do Ser como os astrônomos buscam os astros. Para eles o Ser é permanente, o Bem também. Para eles o homem deve descobrir um percurso que o leve até o Bem superior absoluto.

Os filósofos encaram os sábios não como cientistas, mas como homens cheios de virtudes na busca de equilíbrio, ordem e harmonia em sua vida. Para eles, o sábio busca subjetivamente a harmonia, o que faz submeter-se à sua própria razão. A virtude e a dialética estão ligadas uma à outra, desta forma a dialética é o caminho da apropriação das ideias e a virtude está associada à vida pessoal.

A virtude está ligada à purificação, onde o homem desprende-se a tudo que é sensível e terreno, e desprendendo de tudo do mundo pode contemplar uma vida ideal, eterno e imutável, o que explicita o Sumo Bem, segundo Platão. A prática da virtude trata-se da harmonia (Arete), que reflete a coisa mais preciosa para o homem.

Reflete na medida (métron), já a harmonia social e individual é uma imitação da ordem cósmica. (Cosmos retrata a ordem, o inverso do Caos).

Para os filósofos, o ideal desejado pelo homem virtuoso é a assimilação de Deus: aceitação do divino. As plebes encaravam os filósofos como loucos.

Na pesquisa sobre as diferentes virtudes, Platão aponta as principais delas:

Prudência (frônesis ou Sofia) é a virtude da alma racional, ou seja, o homem deve ser guiado para os bens;

Justiça (dike), a virtude que harmoniza e ordena, o que faz pensar na semelhança ao imortal, sábio e divino;

Valor (andréia) a virtude que o prazer fica subordinado ao dever;

Temperança (sofrosine) trata-se da virtude da serenidade, da harmonia singular e autodomínio;

Com isto, o que contempla a ética platônica é o Sumo Bem, da ligação da virtude com a contemplação filosófica da virtude da ordem em harmonia universal. No

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entanto, as virtudes morais e intelectuais são restritas, segundo os filósofos a vida prática se aproxima muito da prática teórica.

Já Aristóteles possuía uma visão muito mais séria que Platão, com isto ele colecionava depoimentos sobre a vida cotidiana das pessoas, o que o tornou no grande empirista, nas literaturas afirmava seu esforço comparativo e analítico, quando comprava várias constituições políticas gregas apontadas nos livros sobre Ética a Nicômaco e a Ética a Eudemo, Magna Moral e um tratado voltado aos vícios e virtudes.

Fonte https://bit.ly/3fKmtOc

Aristóteles (384-322 a.C.) faz uma comparação entre o Ser e o Bem, onde faz uma correlação sobre as variedades das pessoas, para ele cada um possui um bem, segundo sua essência do que concerne a cada pessoa. Podemos dizer que a ética aristotélica é eudemonistas, ou seja, seus fins são elencados para que o homem chegue à felicidade. O filósofo aponta o homem como ser complexo e necessita do melhor dos bens, dos mais variados tipos deles como: saúde, amizade, riqueza etc.

Para ele os bens são apontados como: força, poder, beleza, virtudes. O homem tem o seu viver, no sentir e na razão. Para ele a razão precisa da vida virtuosa. Para o bem próprio do homem deve ser ligada à vida de inteligência ou dedicada ao estudo.

Imagem Filosofia antiga (clássica) Aristóteles- Virtudes:

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Fonte https://bit.ly/378Hy0N

De acordo com Aristóteles, a justiça é a mais importante das virtudes. Contudo, em excesso ou escassez, quando mal aplicada ou aplicada cegamente, a justiça poderia gerar injustiça.

Na visão aristotélica, o pensar é o bem divino e precioso no homem. E a felicidade é conquistada pela virtude.

Veja o quadro abaixo representando- Felicidade em Aristóteles.

Fonte https://bit.ly/39ox3JD

Esta parte dos nossos estudos aponta Platão e Aristóteles como grandes teóricos das teorias morais, apontando como uma pequena amostra da reflexão ética.

Fonte https://bit.ly/2JbQpqy

4. ETICA RELIGIOSA

Sabemos que a religião grega era naturalista, pois apontavam seus deuses voltados das forças naturais, como: a força, a inteligência, o amor, o raio e, até mesmo a guerra. Já a religião judaica está acima de tudo que é natural, sendo o Deus de Abraão, Jacó e Isaac.

Bom, nos termos voltados ao ético e/ou morais, indagamos ao pensamento de como o homem deve ter suas ações de acordo com a natureza e agir frente à vontade de Deus.

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Para melhor viabilidade é primordial conhecer a vontade deste Deus pessoal, já a filosofa parte um caminho fora dela: os homens visam a revelação de Deus que não é teórica, mas centrada na educação do homem. O homem busca a semelhança de Deus, ou seja, ser santo como Deus.

Fonte https://bitlybr.com/fl6fXtZN

Na religião judaica descrita nos livros do Antigo Testamento, Jesus Cristo ensina certo aperfeiçoamento. Ele não impede os ensinamentos da Lei antiga, mas otimiza um mandamento renovado, centrado no amor.

É importante ressaltar que a religião trouxe um grande avanço no progresso moral da humanidade. A moral neste caso foi colocada nas várias faces do amor perfeito, numa santidade.

Não podemos esquecer que o fanatismo religioso obscureceu a ética da liberdade, da fraternidade universal, do amor. Com isto, a religião favoreceu os filósofos possibilitando novos questionamentos sobre a natureza e a liberdade.

O pensamento ético na Idade Média estava todo ligado à religião, à interpretação da bíblia. Já na Idade Moderna apresentou duas versões: a procura de uma ética laica, racional com base na lei natural, ou seja, subjetividade do homem e por outro lado o pensamento ético-filosófico.

Por outro lado, novos pensamentos surgiram para formular outras teorias éticas como a pura razão de Kant e Sartre. Outros filósofos apontaram apenas a maneira de relacionar a filosofia com as doutrinas religiosas, entre eles: Hegel, Schelling, Gabriel Marcel, entre outros.

O filósofo Ludwig Feuerbach (1804-1872), explana sobre a verdade da religião utilizando antropologia filosófica, publicou as obras “Abelardo e Heloísa” (1834), “Piere Bayle” (1838) e “Sobre Filosofia e Cristianismo” (1839). A última citada, influenciou o pensamento de Karl Marx.

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Na metade do século XIX, Marx apresenta uma nova visão do mundo e concomitantemente, da história humana. Ele inseriu em suas escritas um sentido inferido da substituição da religião. Marx aponta a moral revolucionária com base no pensamento cristão, conversão, martírio, sacrifício e redenção à espera do Reino que está sendo construído.

No século XX o marxismo é apontado como uma das preocupações éticas. Em seguida, surge uma tendência moderna centrada em unir uma reflexão filosófica em uma ética religiosa. Consequentemente desenvolveram na modernidade teorias e práticas que ignoram os ensinamentos religiosos.

A concepção determinista que aponta a liberdade humana uma ilusão. E a concepção racionalista que descreve a natureza humana numa perspectiva transcendental kantiana e coloca a natureza humana como liberdade, a condição da consciência humana como as formas assertivas da ação moral. A linha de pensamento Kantiana explicita a universalização dos procedimentos práticos, ou seja, uma ação moral boa é aquela universalizada, de modo que seja os princípios que pudessem ser seguidos por todos.

Vale ressaltar que o formalismo Kantiano tem seus encantos, ele tem como a base exclusiva dos pensamentos e a vontade. Neste sentido, há algumas lacunas neste pensamento, por exemplo, tortura. Será viável pensar na tortura de modo universalizado?

No entanto, surgiram outras tendências reveladas como: utilitarismo. O que faz pensar nas vantagens que podem oferecer para muitas pessoas. Este pensamento aparece em muitas formulações como pragmatismo, isto é, que deixa à parte as formulações teóricas e tendem para os resultados práticos mais rápidos.

Neste pragmatismo, há dois segmentos atuais e relevantes para o estudo da ética que estão interligados. Esta prática está vinculada para a vantagem particular, ou seja, o meu sucesso está ligado ao meu progresso pessoal, principalmente econômico. Bem próximo ao pensamento grego do hedonismo, mediada pelo progresso técnico que advém do mundo atual.

Outra linha de pensamento atual, o positivismo lógico que deixa de lado as questões fundamentais metafísicas, que direciona apenas para pesquisar a linguagem moral, formulações éticas e assim por diante. Este estudo é apontado como

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admirável porque o indivíduo não pode viver a vida estudando a ética e sim vivenciá- la.

QUAIS SÃO OS IDEIAIS ÉTICOS?

Fonte https://bitlybr.com/bQFST

Com base nos nossos estudos, para os gregos o ideal ético está ligado na busca teórica e prática da ideia do Bem, ou uma desejada felicidade, que era entendida como uma vida de ordem, virtuosa, com grandes capacidades superiores e as outras capacidades não fosse desprezada, ao ponto que o homem seja composto e sintético que necessitasse de muitas coisas, na visão de Aristóteles.

Já na visão de outros filósofos gregos, o ideal ético está interligado com a natureza e na harmonia cósmica. Em seguida, os teólogos cristãos adotaram o viver conforme a natureza, viver segundo as leis que Deus proporcionou por meio da natureza. Os epicuristas acreditavam que a vida deveria estar direcionada para o prazer, já os estóicos na vida bem natural.

Na visão do cristianismo, as ideias éticas se espelham com os religiosos. O homem deveria viver para conhecer, servir e amar a Deus. Por isto, o lema de Sócrates “conhece-te a ti mesmo” retoma em Santo Agostinho que aborda o seguinte ensinamento: “Deus nos é mais íntimo que o nosso próprio íntimo”. O ideal ético de uma vida espiritualista está ligado a uma vida fraternal e de amor.

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Fonte https://bit.ly/2HD5roq

Historicamente, há duas formas que se separam radicalmente, o céu e a terra, o amor de Deus e o amor aos homens o que dificultou os ideais éticos cristãos.

Já no Renascimento e no iluminismo, os aspectos éticos estavam ligados de uma hegemonia, que o ideal seria viver conforme a sua própria liberdade pessoal. Já os franceses abordaram o lema da Liberdade, Igualdade e Fraternidade conforme afirmaram na Revolução Francesa em termos socais.

Kant identificou os termos éticos como a autonomia individual. Segundo o autor, o homem racional, autodeterminado e autônomo é aquele que tem suas ações voltadas à liberdade e à razão, apontando os critérios da moralidade.

Já Hegel delineou uma vida livre dentro de um Estado livre, um estado de direito e deveres, onde a moral e as leis fossem interligadas, sem contradição. O que vemos é que Platão e Aristóteles se assemelham novamente, com Hegel. Porém, a história não acompanhou suas teorias, nos últimos anos estes assuntos se tornaram ideológicos.

No século XX, os grandes pensadores deram prioridade sobre a liberdade como um ideal ético, privilegiando o aspecto personalista da ética: opção, cuidado, autenticidade etc.

No entanto, temos o pensamento social e ético, como ideal ético uma vida social mais justa, sem desigualdades e injustiças econômicas, ou seja, um mundo mais humano.

Hegel e Maquiavel infiltravam na reflexão ética como um elemento problematizador, com pensamento revolucionário de esquerda que surgem alguns fatos complicados. O que queremos apontar é que a relação dos meios e dos fins não possui conflitos resolvidos. Percebemos que as gerações atuais devam ser sacrificadas pelas gerações futuras, ou seja, não conseguimos entender que nossas

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ações hoje podem prejudicar as gerações futuras, há falas que as gerações futuras não compensarão a injustiça atual. Abaixo seguem imagens para reflexão e aprofundamento de estudos sobre a importância desses filósofos para a sociedade.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um divisor de águas dentro do pensamento filósofico na Europa ocidental e

também na Rússia do século XIX. Foi um grande admirador de Platão, Descartes e Kant, e o idealismo alemão adquiriu

sua máxima expressão nesse pensador. O que é mais interessante é que ocorreu um grande avanço na teoria da

evolução da consciência graças a ele

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Fonte https://bit.ly/3l9Re03

Maquiavel (1469-1527) é um dos mais originais pensadores do renascimento, uma figura brilhante, mas também algo trágica. Durante os séculos XVI e XVII, o seu nome foi sinônimo de crueldade, e na Inglaterra o seu nome tornou- se ainda mais popular o diminutivo Nick para nomear o diabo, não havendo pensador mais odiado nem mais incompreendido do que Maquiavel. A fonte deste engano é o seu mais influente e lido tratado sobre o governo, O Príncipe, um pequeno livro que tentou criar um método de conquista e manutenção do poder político.

Fonte https://bit.ly/3pYV7sp

Cabe ressaltar que parte dos nossos estudos, visa criar uma reflexão ético- social do século XX, que a sociedade hoje talvez não viva com ações éticas, vivem amoralmente. Pensem nos meios de comunicação de massa se possui a liberdade de expressão? Há ideologias? Há indivíduos realmente livres, cidadãos conscientes e atuantes das consciências com capacidade julgadora?

Enfim, esta parte dos nossos estudos serve para uma breve reflexão.

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19 5. ÉTICA NA ESCOLA

A ética na escola vem sendo o ponto primordial dos educadores. Atualmente, com o advento da tecnologia, a internet aborda vários sites que tratam deste assunto por ensaios, manifestos e leis.

Fonte https://bit.ly/3q2qT7J

Abordamos esta parte do nosso estudo o que propõe os educadores e a escola na responsabilidade da formação do caráter dos nossos educandos. Em seguida, explicitaremos mais à frente sobre os PCNs instituindo a ética e a importância de as escolas configurarem um espaço de reflexão sobre a moral e outras razões, segundo (PCN, 1998, p.24), “o cotidiano escolar está encharcado de valores que se traduzem em princípios, regras, ordens, proibições”.

No entanto, no decorrer deste estudo abarcaremos alguns pontos relevantes que permeiam o assunto:

 As diferenças entre ética e moral e seu significado social;

 A postura da escola frente à formação ética do indivíduo.

Decerto que estes apontamentos a serem discutidos aqui, não têm a pretensão de dar respostas imediatas pelas instituições e educadores.

Fonte https://bitlybr.com/D1uF0

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6. AS DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL E SEU SIGNIFICADO SOCIAL

Durante o regime ditatorial, as escolas brasileiras discutiam pouco sobre a ética. No entanto, os termos mais utilizados na época eram: “exercício da reflexão crítica” e uma “educação para cidadania”. A formação dos educandos era na disciplina Moral e Cívica. As aulas eram voltadas para exortação anticomunista.

Atualmente, as abordagens em torno da ética e moral se esforçam para a formação de um cidadão consciente dos deveres e direitos. Assim, indagamos: que tipo de educando gostaríamos de formar?

No entanto, Freire aponta as escolas devam construir um currículo que abranja uma prática social e educativa, a fim de contextualizar as diferenças e acolhimento aos educandos. Segundo o autor, o campo das cidades educativas que os contextos que não acolhem a prática educativa, como prática social, mas também se constituem, através de suas múltiplas atividades, em contextos educativos em si mesmos.

Não há crescimento democrático fora da tolerância que, significando, substantivamente, a convivência entre dessemelhantes, não lhes nega, contudo, o direito de brigar por seus sonhos. O importante é que a pura diferença não seja razão de ser decisiva para que se rompa ou nem sequer se inicie um diálogo através do qual pensar diversos, sonhos opostos não possam concorrer para o crescimento dos diferentes, para o acrescentamento de saberes. Saberes do corpo inteiro dos dessemelhantes, saberes resultantes da aproximação metódica, rigorosa, ao objeto da curiosidade epistemológica dos sujeitos. Saberes de suas experiências feitas, saberes “molhado” de sentimentos, de emoção, de medos, de desejos (Freire, 2001, p. 7).

O autor acima explana sobre uma educação como prática permanente do ser humano, respeitando as diferenças das opiniões a aproximando os sujeitos das curiosidades epistemológicas. Segundo o autor é impossível pensar no ser programado para aprender. Para ele o ser deve um permanente indagador e com uma busca permanente do conhecimento, inacabado.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais aponta um sujeito ético, já a moral é algo independente à sua própria cultura, mas em todas as ocasiões da vida social (PCN, 1998, p. 23). Há um divisor de águas na nossa história, pois o que refere à moral e a multiplicidade das concepções que norteiam os comportamentos morais é apontado no PCN (1998), mas a ética é apontada como tema transversal e se propõe como “reflexão crítica sobre a moralidade”.

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Descartes, explana que a moral provisória teria que reger na conduta do meio, no Discurso do Método. Para ele, a provisoriedade se justificava pelo fato de que o método para bem dirigir a razão ainda não tinha condições de ser aplicado ao campo da moralidade, sendo então necessário adotar uma “casa” temporária, na qual fosse possível viver enquanto durassem os trabalhos de construção da moradia definitiva, isto é, da moral universal e verdadeira (Descartes, 1996, p. 27).

Então, refletir, pensar, como medir seus próprios passos, isto é, ponderar o que vai fazer, reflete um bom moralista.

Outra pessoa que buscou dar relevância ao caráter investigativo e reflexivo da moral foi John Dewey. Segundo o autor ele explana a necessidade de abandonar as concepções antigas e criar uma nova concepção de métodos que objetivam apontar a moral não como um conjunto de regras a serem aplicadas (Dewey, 1958, p. 170).

Ele explica a moral como um estatuto de cientificidade das ciências naturais, estendendo que nem estes ou aqueles possuíam o compromisso com as verdades absolutas. Implicava que os homens são responsáveis pela legitimação dos saberes mais importantes para si mesmo.

Já na visão de André Lalande (1993, p. 349), é à ética que se deve conferir o estatuto de cientificidade, na medida em que ela estabelece juízos de apreciação sobre as ações merecedoras dos qualificativos “bons e maus”. Para o autor, qualquer base de princípios ao campo da moral é designada ao conjunto de prescrições atingidas num período histórico e em específico contexto social e também como exortação e a consolidação a tais prescrições – é passível às valorações humanas, as quais se aplicam às ações relacionadas à conduta.

Outra importante visão de Maffesoli (1994), explicita “morais” as regras ou modelos de ações ou conduta que têm a função de direcionar à universalidade. Nesse sentido, A Revolução Francesa foi um movimento que criou a separação de uma certa moral, a burguesa, para a sociedade ou humanidade. Com isto, Mafessoli define a ética a um caráter mais específico, levando em consideração os costumes e a conduta de grupos sociais.

7. A ESCOLA E A FORMAÇÃO MORAL E ÉTICA DOS EDUCANDOS

A escola nasceu no século XVII, com ensino voltado para tradição escolástica.

E o advento da tipografia e de algumas técnicas de produção, a igreja Católica, o

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Bispo retrava a escola como uma “oficina para homens”, segundo (Comênio, 1997, p.

104), promovendo uma educação de qualidade e de saberes sólidos, para apropriarem das mais superiores virtudes e concretizar uma fé sincera e cristã.

Segundo Comênio (1997), desejava moldar a educação desde seu início, como uma tábula rasa, ou seja, uma mente desprovida de ideais para a mente humana. Consequentemente, apontava a infância no início dos anos escolares e trabalhando, moldando aquele ser que era enrijecido pelos vícios, ao ponto de disponibilizar o ensino respaldado nos métodos adequados. Para ele, o educador pode criar intelectos desejáveis, como imprime letras no papel.

Esta metáfora diante dos saberes, mais tarde foi discutida como psique humana, que sofre readequação, com apontamentos comparativos da psique humana como uma folha em branco passa a se tornar uma folha suja, com conhecimentos errados. Com isto, cabe ao professor limpar e deixar apto os conhecimentos corretos, os conteúdos disciplinares escolares. (Mazzotti & Oliveira, 2000, p.13).

Percebemos que este processo educativo é voltado para o modelo professor modelador. Segundo Comênio era muito relevante aumentar o número de escolas e acolher todos, como: pobres, ricos, meninos e meninas e até crianças deficientes. A Didática Magna desenvolve uma metodologia da escola com dever moral/ético e de incluir aqueles que possuíam a má sorte.

Comênio (1997) acreditava que o objetivo era ter uma pedagogia voltada aos fundamentos mecanicistas, com integração religiosa e moral/ética. Ele dizia: “infeliz instrução a que não se converte em moralidade e piedade! (Idem, p. 100).

Já Dewey defendia na centralidade aos alunos, ou seja, os papeis são invertidos. Ou seja, o foco dos educadores centrado nos seus educandos como

O filosofo Comênio tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de “tudo para todos” e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança

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trabalho pedagógico. Segundo o autor, nada adianta centrar seu trabalho em métodos tradicionais, pois os métodos devem ser centrados nos ativos, novos, que facilitam a aprendizagem, não sendo manipuladas pelos livros didáticos. Em outro viés, a disciplina não pode ser imposta, mas com uma conquista cotidiana no ambiente escolar e que seja aceita e discutida por todos. Segue abaixo a figura de Dewey para reflexão e estudo.

Fonte https://bit.ly/3l8iYSJ

Já a Escola Nova refere-se à liberdade do aluno, nos planejamentos de estudos, à cultura e costumes, ou seja, uma instituição ao entendimento de todos, com tolerância e respeito. Por outro lado, alguns críticos da educação disseram que este modelo camufla as relações de dominação da sociedade, oferecendo a ilusão de que iriam formar novos políticos, cientistas, educadores com nova mentalidade etc.

Segundo nossos estudos, esta metodologia da escola nova segue concomitantemente com o modelo Comeniano, formando o homem do bem e a sociedade em harmonia.

Para Dewey não tinha uma escola modelo, uma vez que ele não via uma educação escolar com desenvolvimento pedagógico para um amanhã tão sonhado e glorioso e sim um processo de desenvolvimento que vem sendo construído ao longo do tempo. Explana abaixo:

Educar é extrair do presente a espécie e a potência de crescimento que este encerra dentro de si. Esta é uma função constante, independentemente da idade. A melhor coisa que se pode dizer a respeito de qualquer processo

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especial de educação, como o do período escolar formal, é que ele torna o indivíduo capacitado para receber posterior educação, torna-o mais sensível às condições de crescimento e mais capaz para delas tirar vantagens.

Aquisição de habilidades, posse de conhecimentos, conquista de cultura, não são fins, são antes balizas de crescimento e meios para a sua continuação.

(Dewey, op. cit., p. 183)

A escola é encarada como um lugar em que seus educandos vivem uma expectativa de um futuro memorável. Para que isto aconteça, é necessária uma visão de educador homogeneizado, pois ele deve abafar as adversidades impostas pelos saberes e crenças que compõe nossa sociedade de padrões culturais diferentes. Os quais são vistos em grande parte pela omissão, ignorância, pelo atraso que devem ser minimizados ou erradicados. Assim, os professores devem encarar que seus educandos sejam não como uma folha em branco, mas um pedaço de diamante, que deve ser lapidado que os demais.

A almejada homogeneização na face do padrão moral/ético objetivada para o aluno. A escola homogeneizadora deve admitir algumas regras hierárquicas de valores, mesmo que a realidade apresente o surgimento de algumas divergências, o que é comum e acerca de diferentes interpretações sobre o contexto discutido. Se não chegar a uma razão no processo argumentativo, é necessário apelar pela frieza das normas hierárquicas.

Conforme Chauí (1998) a sociedade no Brasil possui princípios de uma estrutura hierárquica do espaço social, que impulsiona a forma de uma sociedade fortemente verticalizada, seja nas as relações sociais ou intersubjetivas. É uma relação sempre ligada ao superior e inferior, que manda e o outro obedece. As diferenças e assimetrias são sempre destinadas às desigualdades que reforçam essas relações de poder.

Na figura abaixo é possível refletir sobre a ideologia da Filósofa Marilena Chauí e entender um pouco sobre a sua relevância.

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Fonte https://bit.ly/33ixCRf

Fonte https://bit.ly/33ixCRf

Segundo a autora tem como característica acabar com as divisões de classes e oferecer um lema de igualdade social. Pensar em um modelo de ensino didático para todos é o que propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).

Sendo assim para muitos a proposta nos PCNs tende buscar uma grande saída no que diz respeito à desigualdade e a diversidade cultural e na aceitação em relação ao outro. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) buscar a ética para o contexto escolar significa enfrentar o desafio de inferir no processo de ensino e aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma frequente atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos

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e das circunstâncias de problematização das ações, dos valores e regras que os norteiam.

Todavia, assim, a proposta da realização de uma educação moral/ética às crianças e adolescentes deve abordar as condições para o desenvolvimento da autonomia, compreendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações coletiva e democráticas. O desenvolvimento do ser autônomo é o foco de todas as áreas e temas transversais e, para alcançá-lo, é preciso que elas se articulem. A mediação representada pela Ética estimula e favorece essa articulação (BRASIL, 1998, p. 61).

Esta articulação deve ser feita respeitando as diferentes bagagens culturais. Vale a pena ressaltar como a diversidade cultural que é explanada no PCN:

O fato é que, inevitavelmente, os indivíduos se constituem como tais convivendo simultaneamente com sistemas de valores que podem ser convergentes, complementares ou conflitantes, dentro do tecido complexo que é o social. As influências que as instituições e os meios sociais exercem são fortes, mas não assumem o caráter de uma predeterminação. A constituição de identidades, a construção da singularidade de cada um, se dá na história pessoal, na relação com determinados meios sociais; configura- se como uma interação entre as pressões sociais e os desejos, necessidades e possibilidades afetivo-cognitivas do sujeito vividas nos contextos socioeconômicos, culturais e políticos (BRASIL, 1998, p. 62).

Para afirmar os princípios éticos e morais aponta na Lei 9394/96, no artigo 2º, instituísse nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, é finalidade da educação nacional o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Afirma (SANTOS, 2001), a educação para a cidadania, e os programas educacionais voltados para esse fim, pressupõe a crença na tolerância, com princípios no bom senso, da razão e da civilidade, que dispõe aos indivíduos melhores relações entre si. No entanto, favorece na crença da possibilidade de formação do ser, encarando a aprendizagem da tolerância e da civilidade dentro do campo escolar.

Historicamente, o ser humano ao nascer aprende sua cultura e se relaciona com regras e valores da sociedade em que está inserido. A família é o primeiro espaço de convivência da criança. Ao lado da família, outras instituições sociais veiculam valores e desempenham um papel na formação moral e no desenvolvimento de atitudes. As presenças constantes dos meios de comunicação de massa nos espaços

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públicos e privados conferem a eles um grande poder de influência e de veiculação de valores, de modelos de comportamento. A religião contribui da mesma forma.

As várias instituições sociais, motivadas por interesses diversos concorrem quando buscam desenvolver atitudes que expressam valores. Os indivíduos transitam por algumas dessas instituições durante toda a sua vida; em outras, por períodos determinados; e em outras, ainda, nunca transitarão (CAMARGO & FONSECA, 2006).

Fonte https://bitlybr.com/mUyRAsy

É relevante apontar que existem duas formas de tratar a questão da diversidade cultural, sendo: a primeira, é designada de aceitação, faz com que o contato com o outro se dê pela via da observação e da curiosidade. Exemplificando, nos eventos de feiras culturais, nas quais os educandos apropriam da existência de crenças, valores e hábitos culturais diferentes daqueles de sua origem oficial. Embora esse tipo de abordagem possa contribuir para combater preconceitos, é limitada, pois não avança na discussão acerca da marginalidade social em que se encontram tais identidades, segundo (Canen ,1997 p. 4483). No entanto, faz-se necessário uma discussão posterior para refletir a aceitação das diversidades culturais no tópico adiante.

Fonte https://bit.ly/3liLBwJ

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28 8. ÉTICA DO EDUCADOR

A ética do educador pode ser trazida como uma mola de transformação social.

A atuação do docente nas instituições requer uma visão e uma conduta pautada na diversidade humana.

A figura abaixo retrata um pouco das características docentes frente a um trabalho educacional ético.

Fonte https://bit.ly/3pXMG0p

É possível ser eficaz, cada um ao seu modo, é possível ser coerente frente às adversidades que deparamos no campo educacional. Mas, sabemos que é imprescindível reconhecer que há alguns educadores progressistas que exigem que seus discentes tenham uma eticidade que falta na atualidade. Não é utopia! Segundo Freire (2001):

É que a ética ou a qualidade ética da prática educativa libertadora vem das entranhas mesmas do fenômeno humano, da natureza humana constituindo-se na História, como vocação para o ser mais. Trabalhar contra esta vocação é trair a razão de ser de nossa presença no mundo, que terminamos por alongar em presença com o

mundo. A exploração e a dominação dos seres humanos, como indivíduos e como classes, negados no seu direito de estar sendo, é imoralidade das mais gritantes, segundo (Freire, 2001, p. 45).

Para o autor é como explicar a miséria, a fome, a dor, a ignorância, dizendo que o mundo é assim mesmo. No entanto, uns trabalham mais e têm mais,

Fonte: https://bit.ly/2V4PZ7R

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logicamente, porém chegam outros e falam: é preciso ser paciente, um dia as coisas irão mudar.

O autor acima explana sobre uma educação para a libertação, de uma educação que seja a face da radicalidade do ser humano. Ser ético e político! O educador para ser progressista não pode aceitar uma determinada explicação da história. É preciso ser rigoroso e inflexível frente às situações do amanhã. Para ele a libertação se dá na história e se concretiza como um processo de consciência das mulheres e dos homens é sine qua, conforme (Freire, 2001, p. 45).

Neste sentido, o processo de consciência desta luta política tem grande relevância e não pode ser desprezada. Os indivíduos são demasiadamente especiais e superiores aos condicionamentos. No entanto, são imunes às ideologias, possuem a tarefa de conduzir a massa popular no caminho certo.

Para Freire (2001), o educador progressista é leal ao homem para desenvolver a autonomia e se entregar ao ser aberto e crítico e ser criticado. Desenvolver um ser que dê importância na sua posição de classe, de raça e de sexo para a luta da libertação.

Em resposta a este pensamento freiriano um educador progressista entende que não pode reduzir uma posição de classe, nem a cor da pele numa luta. Se caso isto acontecer, ele sabe que distorce o sentido da luta.

Propõe-nos a pensar da seguinte forma: a educação pública ou educação popular? Cada uma possui uma relação com a outra. Para o autor a educação popular

Nós podemos reinventar o mundo”

Paulo Freire

Fonte: https://bitlybr.com/a19XDQ

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pode ser ministrada não somente no espaço da formalidade, ou seja, escola. Mas, em todos os lugares, inclusive, dentro dos movimentos sociais. É necessário a superação de uma educação mecanicista e perceber a dialética das relações e do mundo.

O autor aponta a relevância do desprendimento do ensino tradicional para o ensino novo, que sejamos críticos ao ministrar um ensinamento, em seu aprender- ensinar. No entanto, os educadores devem se preparar para os desafios que tem por vir, pensar, repensar e aprender novas formas de comportamento.

Fonte https://bitlybr.com/EQXd

Na visão de Masetto (2012) o educador “sabe, sabe ensinar”, porém não é um ato mecânico e todos os profissionais da área sabem disto. O que o autor quer dizer que os profissionais da educação não podem ficar presos aos materiais didáticos, engessados, mas na formação do seu alunado de forma crítica.

Outro ponto importante, os professores devem sempre buscar um feedback de seus conteúdos e de suas ações durante todo o processo de ensino, segundo Cavalcante e Cohen (2012). Não esquecer que todos os dias possuem desafios e que devemos nos colocar todos como aprendiz. Quando ensinamos, aprendemos.

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Enfim, os educadores são importantes modelos e possuem um papel de emitir pensamentos críticos no ambiente social de cada sujeito.

O educador deve se preocupar com a formação efetiva dos seus educandos, o ensinar e o aprender deles, a partir dos princípios dos valores, com saberes objetivando na autonomia de pensamentos, segundo (TADÊUS; CUNHA, 2009).

É necessário que os educadores repensem

sempre suas atitudes educativas no viés de formar cidadãos de uma cultura com ética e cidadania, beneficiando o outro a favor da dignidade humana.

Fonte https://bit.ly/3nUgF7u

9. ÉTICA PROFISSIONAL

Primeiramente, é necessário definir o que é profissão? O “exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas” é o conceito que Sá (2009, p. 155), designa à profissão. Não podemos deixar de descrever que segundo o autor há benefícios, tanto para quem realiza esta atividade como para quem for beneficiado por sua realização.

Já a ética profissional é o exercício da profissão na medida em que as ações do profissional condizem com a moral e a regulação feita pela lei que garante benefícios para os profissionais e à classe à qual está inserida na sociedade, (Sá, 2009).

Fonte https://bitlybr.com/5DjrFE

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É importante explicitar que a conduta ética universal independe das culturas cujos costumes possuem adversidades, ou seja, o cuidado, a honestidade, e a competência são virtudes almejadas em qualquer meio profissional independente do campo de atuação ou cultura em que for realizado o trabalho.

Conforme Sá (2009, p. 164) “a profissão não deve ser um meio apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, representando um propósito de fé”.

Para ser um bom profissional é necessário possuir várias qualificações, o mercado de trabalho exige muitas habilidades e outras especificidades de cada sujeito. Com o avanço tecnológico o mercado trabalhista fica vez mais exigente. Com isto, faz-se necessário ter algumas especializações, pois atribuem um grande diferencial na carreira profissional.

No entanto, é relevante possuir algumas virtudes exigidas na contemporaneidade, de modo geral, todas as profissões são necessárias a ética e a moral.

Sabemos que a moral e a ética são virtudes do meio social conforme já estudamos anteriormente. Desde a infância aprendemos a conviver com o outro com respeito ao próximo e as regras da comunidade em que vivemos.

Normalmente, expressamos estes valores na sociedade em que vivemos, no entanto, oferecer estas virtudes no meio profissional cria uma relação de confiança e respeito mútuo.

Independente da profissão, seja um médico, advogado, engenheiro ou professor, por exemplo, cada um deles precisa ser qualificado e precisa dar soluções sobre qualquer adversidade que houver no seu setor de trabalho.

Fonte: https://bit.ly/2V2irab

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Fonte https://bitlybr.com/WDajyviZ

Vamos destacar algumas virtudes:

Zelo: refere-se ao comprometimento do profissional para as funções trabalhistas que lhe são atribuídas e, claro, responsabilidade na execução das tarefas que lhe foram atribuídas;

Honestidade: é uma virtual primordial de cada profissional. Ela assegura a confiança no seu trabalho e sem ela a vida profissional da pessoa torna-se mal vista pela sociedade;

Sigilo: a virtude do sigilo reflete o respeito profissional com as informações que lhe são atribuídas e que lhe cabem aos seus clientes, pacientes, alunos etc.

Vale ressaltar que o sigilo nem sempre é solicitado pelo seu chefe, mas cada pessoa profissional deve atribuir-se a esta prática.

Enfim, a competência reflete a experiência com a bagagem de conhecimento que a pessoa adquiriu ao longo dos anos, que favorece no potencial do cargo que esteja ocupando para realização das atividades propostas.

As virtudes são básicas para os profissionais para exercerem um papel na sociedade.

Com isto, as grades curriculares na graduação oferecem as disciplinas que incluem a ética e a moral a fim de promover a postura na profissão e o código de ética.

Neste contexto, um dos estudiosos na área, Chiavenato (2005) estabelece:

agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar a promoção da socialização do funcionário ou colaborador. Todavia, agrega valor às inter-relações no campo de trabalho, ou seja, as empresas precisam promover a socialização dos novos funcionários, o que pode acontecer através de vários programas de integração, quer

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sejam do tipo formal ou informal; individual ou coletivo; uniforme ou variável, dentre outros.

Um ambiente saudável, rico, tranquilo e ao mesmo tempo desafiador, que leve o indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades favorece não só as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos trabalhos e o atendimento dos objetivos da administração quer seja ela pública ou privada.

Fonte https://bitlybr.com/WDajyviZ

10. ÉTICA E OS DIREITOS HUMANOS: UM DIÁLOGO REFLEXIVO

O movimento pós-positivista representa uma grande significação da reaproximação da Moral com o Direito. O positivismo, por ter separado da moral, não fazia qualquer diálogo com a legitimidade do Direito e da Justiça, pois este movimento aparentava indiferente a qualquer valor ético. Já o movimento pós-positivista, parte com base estrita na legalidade, mas restringindo às normas atribuídas somente ao juiz, ou seja, nas ações do legislador.

Fonte https://bit.ly/3fCz4mc

Os princípios embasados na lógica da situação que atenda e acolhe os valores constitucionais se concretizaram no ordenamento jurídico, a Carta Magna; atende as cautelas dos interesses. Os princípios mais relevantes são: primeiro o princípio da razoabilidade que designa como “um mecanismo para controlar a discricionariedade legislativa e administrativa” e o segundo é o princípio da dignidade da pessoa humana, ou seja, “um espaço de integridade moral a ser assegurado a todas as pessoas por

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sua existência no mundo” (...) “Ele representa a superação da intolerância, da discriminação, da exclusão social, da violência, da incapacidade de aceitar o outro, o diferente, na plenitude de sua liberdade de ser, pensar e criar”, segundo (Barroso, 2001, p. 30-31).

Diante disso, é possível compreender a efetivação da origem e concretização dos direitos humanos. Conforme Bobbio (1992) “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los”.

Percebemos que há uma complexidade na concretização.

Atualmente, percebemos que não há uma concretização, pois de um lado está a regulamentação dos direitos humanos, instituídos em vários documentos constitucionais. Por outro lado, vemos o desrespeito na sociedade. Em seguida, deparamos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça, e da paz no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,

A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição” (Declaração Universal dos Direitos Humanos,1998).

A partir desta declaração percebemos a responsabilidade e comprometimento com base na dignidade humana, com paz social, a posse da liberdade e da concretização dos direitos humanos.

No entanto, se analisarmos o documento percebemos que existem alguns pontos contraditórios:

No artigo I: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”;

já no artigo XV “toda pessoa tem direito a uma nacionalidade”.

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No cenário atual em que o mundo está vivendo, o que podemos dizer dos refugiados? Dos imigrantes? Podemos constatar que os direitos do ser humano estão longe dos direitos do cidadão.

No Artigo IV: “ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas”.

Segundo o Correio Brasiliense1( 2019), em todo mundo, o trabalho infantil atinge mais de 152 milhões de crianças e adolescentes, dos quais 120 milhões têm entre 5 e 14 anos. A escravidão ainda é realidade para cerca de 10 milhões de meninos e meninas. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e da Fundação Walk Free. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que existam 1,8 milhão de crianças e adolescentes trabalhando. Gana, país da África ocidental, com população mais de sete vezes menor e território 35 vezes inferior, têm mais pessoas até 14 anos nessa situação do que o Brasil: um total de 2 milhões, atuando especialmente com pesca e exploração de cacau. O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) avalia que 200 mil menores ganenses atuam nas piores formas de trabalho infantil.

No Artigo V: “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”.

Na noite de quinta-feira (19) de Novembro de 20202, véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu após ser agredido em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS).

Segundo relatos, depois um desentendimento com a caixa do estabelecimento, a vítima foi levada para o estacionamento do hipermercado, onde a agressão o levou à morte. As cenas do espancamento foram gravadas. Os agressores, um segurança

1 Ver mais detalhes em Trabalho e escravidão infantil são grandes problemas em Gana - Blog da Primeira Infância (correiobraziliense.com.br)

2 Ver mais detalhes em:https://congressoemfoco.uol.com.br/video/a-integra-do-video- daagressao-contra-joao-alberto-silveira-freitas-no-carrefour/

Referências

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