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CONSTRUÇÃO SOCIAL DE REALIDADES: TEORIAS RACIAIS DO SÉCULO

O pensamento racial, desenvolvido no período iluminista, deu base para o surgimento das teorias raciais que surgiram no século XIX. Segundo Skidmore (1976), até 1800 não havia nada sistematizado acerca das teorias raciais, porém, em meados de 1860 “as teorias racistas tinham obtido o beneplácito da ciência e plena aceitação por parte dos líderes políticos e culturais dos Estados Unidos e da Europa” (SKIDMORE, 1976, p. 65), em nome da busca por uma suposta natureza humana

6 Este estudo está disponível no capítulo “Origem dos antigos egípcios” do livro História Geral da África, A África antiga (1983).

universal.

A sistematização das teorias das raças inatas começou a ser feita no século XIX por pensadores europeus e estadunidenses, defendendo a ideia de que as características fenotípicas seriam determinantes para definir o sucesso ou o fracasso.

Escolas de teorias racistas emergiram tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, importantes polos de sistematização e de difusão do racismo científico. Tais teorias estabeleceram, portanto, correlação entre pretensa inferioridade natural de negros e indígenas às suas características físicas não brancas. Elaborada a suposta verdade de que a humanidade era naturalmente dividida em raças, a sua foi então colocada no centro dos debates, sob as concepções monogenistas e poligenistas, isto é, a espécie humana havia se originado a partir de um único tronco genético ou de vários (COSTA, 2011, p.84).

Os teóricos das raças tiveram como base o pensamento iluminista e faziam constantes menções aos filósofos das luzes, cada um de forma particular. Segundo Skidmore (1976), no curso do século XIX, surgiram três escolas principais de teorias raciais, sendo elas a Escola etnológico-biológica, Escola histórica e Darwinismo social.

A Escola etnológico-biológica, de viés poligenista, sistematizou sua concepção filosófica nos Estados Unidos entre as décadas de 40 e 50, se estendendo, posteriormente, à Europa. Esta escola tentou sustentar o surgimento das diferentes raças humanas através das mutações das espécies.

Etnólogos publicaram tomos de “provas” (medidas cranianas) para afirmar que sempre existiram diferenças fisiológicas entre as raças humanas em sua formação genética.

A base do seu argumento era que a pretendida inferioridade das raças - índia e negra - podia ser correlacionada com suas diferenças físicas em relação aos brancos; e que tais diferenças eram resultado direto da sua criação como espécies distintas (SKIDMORE, 1976, p. 66).

Esta concepção foi derrubada pela teoria de Darwin, mas se mostrou influente, graças ao peso da evidência científica em suas conclusões sobre as permanentes diferenças físicas e mentais. Segundo Skidmore, nos cinquenta anos seguintes, cientistas permaneceram elaborando “tabelas de medidas cranianas, estruturas do

esqueleto e histórias de doenças, segundo categorias - ‘as raças’-, tidas por

cientificamente definíveis” (SKIDMORE, 1976, p. 66).

As medidas cranianas se repousavam na ideia de que as diferenças físicas justificariam a existência de outras diferenças, chamadas posteriormente como “culturais”, utilizando os instrumentos da Antropologia Física para dar base científica

ao argumento.

Os vulgarizadores da escola etnológico-biológica usavam os instrumentos de uma nova ciência, a antropologia física, para dar base científica aos preconceitos preexistentes sobre o comportamento social dos não-brancos, da mesma forma como outros pesquisadores pretendiam encontrar provas da inferioridade mental dos negros nos resultados dos seus testes de inteligência. A escola etnológico-biológica, em suma, oferecia uma rationale científica para subjugação dos não-brancos (se em servitude legal ou não tornar-se-ia logo indiferente) (SKIDMORE, 1976, p. 66-67).

Outra corrente de pensamento racista foi a Escola Histórica, que veio por emergir nos Estados Unidos e Europa. Os pensadores desse bloco acreditavam que as diversas raças humanas poderiam ser diferenciadas umas das outras, com a raça branca permanentemente superior a todas. “Confiavam, sobretudo, na evidência histórica, aludindo que diferenças físicas permanentes haviam sido estabelecidas de modo conclusivo por etnógrafos e anatomistas” (SKIDMORE, 1976, p. 67). Nesse sentido, tinham a visão da história como “uma sucessão de triunfo das raças criadoras, dentre as quais a anglosaxônica era preeminente” (SKIDMORE, 1976, p.67), portanto a raça seria o motor da história da humanidade.

A teoria de que a raça anglosaxônica, ou ariana, estaria no grau máximo de civilização e, consequentemente, “destinado, deterministicamente, pela natureza e pela História, a ganhar o crescente controle do mundo - era sustentada por bem elaboradas monografias históricas” (SKIDMORE, 1976, p. 68).

Darwinismo social ou “teoria das raças”, terceira escola de pensamento racista foi criada por Herbert Spencer, filósofo e sociólogo inglês, seguidor de Comte e representante do positivismo.

Esta escola se inspirou no livro A origem das espécies (1859), de Charles Darwin. Neste livro, Darwin defendia a tese da existência de um processo evolutivo que começava de uma única espécie, com foco puramente biológico, abordando mudanças em espécies animais e vegetais. Porém, foram muitas as interpretações da obra, que redirecionaram as ideias para uma análise comportamental humana, surgindo, assim, o darwinismo social. “Conceitos como ‘competição’, ‘seleção do mais forte’, ‘evolução’ e ‘hereditariedade’ passavam a ser aplicados aos mais variados ramos do conhecimento” (SCHWARCZ, 1993, p.56).

O darwinismo social foi um tipo de determinismo racial que acreditava não ser possível transmitir os caracteres entre os grupos raciais, ou seja, as raças seriam produtos finais, imutáveis e todo e qualquer cruzamento seria um erro. Estas máximas

alimentaram outras duas ideias, a de que existiriam “tipos puros” e que a mestiçagem seria degeneração racial e social.

Partiam os teóricos da raça de três proposições básicas, respaldadas nos ensinamentos de uma antropologia de modelo biológico. A primeira tese afirmava a realidade das raças, estabelecendo que existiria entre as raças humanas a mesma distância encontrada entre o cavalo e o asno, o que pressupunha também uma condenação ao cruzamento racial. A segunda máxima instituía uma continuidade entre caracteres físicos e morais, determinando que a divisão do mundo entre raças corresponderia a uma divisão entre culturas. Um terceiro aspecto desse mesmo pensamento determinista aponta para a preponderância do grupo “racio-cultural” ou étnico no comportamento do sujeito, conformando-se enquanto uma doutrina de psicologia coletiva, hostil à ideia do arbítrio do indivíduo (SCHWARCZ, 1993, p. 58-60).

O determinismo racial resultou num ideal político que visava a submissão ou eliminação das raças inferiores. Essa prática levou ao exercício avançado do darwinismo social, a eugenia.

O termo eugenia, “boa geração”, foi pensado primeiramente (com o novo

aparato científico) por Francis Galton, que escreveu o livro Hereditary Genius em 1869

após a leitura do livro A origem da espécie de Darwin. Galton dizia que “a aptidão humana seria função da hereditariedade, não da educação” (STEPAN, 2005, p. 30).

Partindo da demonstração de que o talento humano era definido pela hereditariedade, políticas eugênicas (proibição de casamentos inter-raciais, etc.) foram pensadas com o objetivo de aprimoramento da população.

Voltando aos modelos deterministas raciais, essas teorias foram muito populares, inclusive no Brasil, mesmo possuindo um cenário social bem diferente do europeu.

Obras social-darwinistas, sobretudo, tinham grande influência no Brasil. Praticamente, todo pensador social brasileiro – antes de 1914 – se viu a braços com o darwinismo social. São frequentes as citações de figuras como Spencer, Le Bon Lapouge e Inginieros. Os brasileiros, de regra, aceitavam o darwinismo social, em princípio, tentando apenas descobrir como aplicá-lo à sua situação nacional. Mas, para onde quer que se voltassem, encontravam o prestígio da cultura e o da ciência “civilizadas” alinhados em posição de combate contra o africano. O negro estava fadado à extinção, como o dinossauro, ou, pelo menos, à dominação pelas raças brancas, mais “fortes” e “civilizadas”. Como poderia um reles brasileiro teimar com a evolução? (SKIDMORE, 1976, p. 70).

Pensando no progresso do país, intelectuais brasileiros também se preocupavam com a realidade que se apresentava, a miscigenação, vista como degeneração racial e social, já que o progresso era algo restrito para sociedades puras.

intermediária era precisamente a categoria social para a qual a flexibilidade das atitudes raciais importava sobremodo. Aceitar sua caracterização como degenerada ou prolífica seria ameaçar um dado aceito e estabelecido pela sociedade brasileira. Seria também deitar sombra sobre não poucos membros da própria elite. Na realidade, a miscigenação não despertava a oposição instintiva da elite branca no Brasil. Pelo contrário, era o processo reconhecido (e tacitamente aprovado) pelo qual uns poucos mestiços (quase invariavelmente mulatos claros) tinham ascendido ao topo da hierarquia social e política (SKIDMORE, 1976).

A solução brasileira para a mestiçagem foi o branqueamento. A teoria do branqueamento foi aceita por grande parcela da população que fazia parte da elite do país.

A tese do branqueamento baseava-se na presunção da superioridade branca, às vezes, pelo uso dos eufemismos raças “mais adiantadas” e “menos adiantadas” e pelo fato de ficar em aberto a questão de ser a inferioridade inata. À suposição inicial, juntavam-se mais duas. Primeiro - a população negra diminuía progressivamente em relação à branca por motivos que incluíam a suposta taxa de natalidade mais baixa, a maior incidência de doenças, e a desorganização social. Segundo - a miscigenação produzia “naturalmente” uma população mais clara, em parte porque o gene branco era mais forte e em parte porque as pessoas procurassem parceiros mais claros do que elas. (A imigração branca reforçaria a resultante predominância branca). (SKIDMORE, 1976, p. 81).

A solução brasileira encontrada para o “problema” da mestiçagem foi a ideia de que “a miscigenação não produzia inevitavelmente ‘degenerados’, mas uma população mestiça sadia capaz de tornar-se sempre mais branca, tanto cultural quanto fisicamente” (SKIDMORE, 1976, p. 81).

A ideia de branqueamento teve como importante representante João Batista Lacerda que chegou a defender a tese de que a partir da terceira geração desapareceriam os caracteres físicos da raça negra. Esta teoria foi bastante criticada por brasileiros, pois achavam ser cem anos tempo demais de espera para um total branqueamento. Dentro dessa política, a raça negra desaparecia gradualmente, sendo absolvida pela raça branca.

Segundo Skidmore (1976), Silvio Romero não concordava com essa ideia. Para Romero, levaria mais tempo para o processo de branqueamento, a princípio entre três a quatro séculos e posteriormente entre seis, oito séculos ou mais, com a condição de que se incluísse parceiros brancos ou extremamente claros em todas as miscigenações.

A enorme imigração europeia tende, década a década, a tornar o sangue preto um elemento insignificante no sangue de toda a nação. Os brasileiros

do futuro serão, no sangue, mais europeus ainda do que o foram no passado e diferenciarão de cultura somente como os americanos do Norte diferem (SKIDMORE, 1976, p. 85).

Dessa forma, o negro foi visto como insignificante para a história do país. Assim como foi considerado insignificante por grande parte dos filósofos iluministas e pelos cientistas raciais. Segundo eles, o negro não possuiria qualquer contribuição a ser considerada pela História. O fato de supostamente fazer parte de uma “raça inferior” retirou dos africanos sua racionalidade, sua humanidade e sua capacidade de influenciar na sociedade e, consequentemente, produzir história.

Até o presente momento foram considerados os discursos filosóficos europeus sobre a humanidade dos negro-africanos e afrodescendentes para evidenciar o racismo presente em suas obras, o que não significa que os negros não tenham utilizado diversos mecanismos de luta contra o racismo, como por exemplo a escrita e sua propagação entre os negro-africanos. Dentre as diversas frentes de luta, os negros lutavam pelo direito à vida, à humanidade e à civilização, mesma luta que vigora na atualidade pelo direito à cidadania.

O processo de escravização no Novo Mundo, além das consequências desumanas e brutais, estabeleceu “uma ponte de solidariedade e de convergência dos meios de luta transterritorial/transatlântico entre africanos e os da diáspora das Américas, das Antilhas e da Europa” (KALY, 2007, p.75), onde se questionava a “ciência” que afirmava a sua suposta inferioridade e desumanidade.

Segundo Kaly (2007), o primeiro movimento realizado no Mundo Atlântico pelos negros foi em 1804 com a independência do Haiti, primeiro Estado Negro moderno a se tornar independente e segundo Estado independente no Novo Mundo, sendo o primeiro os Estados Unidos da América. Ainda assim, ao contrário do que aconteceu com os Estados Unidos, a revolução haitiana demorou para ser reconhecida, visto que esse reconhecimento colocaria por terra as teorias racistas que legitimavam a escravidão e o imperialismo colonial. “Entretanto, para muitos negros dos Estados Unidos e de outras partes do continente, o Haiti tornou-se a inspiração, a referência e, sobretudo, o símbolo do sucesso das revoltas dos Negros no Mundo Atlântico” (KALY, 2007, pg. 80) e contribuiu grandemente para a devolução da Humanidade que foi negada aos negros.

Segundo M’Bokolo (2004), os intelectuais haitianos formados na França, desde a independência do Haiti, se posicionaram contra o racismo e as teorias de

superioridade branca e tiveram como grande marco da luta o livro de Antenor Firmin. Como já mencionado, Antenor Firmin foi um antropólogo haitiano, autor do livro

Essai sur l´égalité des races humaines, publicado em 1885 em resposta ao livro Essai sur l'inégalité des races humaines de Arthur Gobineau, publicado em 1853. Em seu livro, Antenor Firmin reavalia a contribuição africana na civilização universal, partindo da história do Egito Antigo até a república haitiana, “revolução articulada e dirigida até o final por pessoas negras” (KALY, 2007, p. 88).

As contribuições de Firmin perpassaram a revisão histórica, trazendo a defesa da existência de uma única raça humana, já durante o século XIX, mostrando que a luta para desfazer as supostas verdades científicas caberia muito mais aos negros. Sabendo da importância e contribuição de Antenor Firmin, por qual motivo sua obra ficou desconhecida entre os séculos XIX e XX enquanto a de Gobineau ganhou grande destaque?

Segundo Geloin (2003), um livro defendendo a igualdade das raças humanas não poderia conquistar espaço, visto que as classificações e hierarquizações das supostas raças humanas sustentavam a ideologia colonial. Outro fato que contribuiu para a invisibilização do livro de Firmin foi a implementação da política colonial da Terceira República da França, também amparada nas hierarquizações das raças, no mesmo ano da publicação do livro.

Apesar de nos dias atuais a ideia de raça humana no sentido biológico já terem sido descartadas pela maioria das ciências (não todas), o discurso produzido acerca da inferioridade dos povos não-brancos permanece no imaginário social, fazendo parte de uma linguagem cotidiana.

Estamos entrando no terceiro milênio carregando o saldo negativo de um racismo elaborado no fim do século XVIII aos meados do século XIX. A consciência política reivindicativa das vítimas do racismo nas sociedades contemporâneas está cada vez mais crescente, o que comprova que as práticas racistas ainda não recuaram (MUNANGA, 2003, p. 11).

As raças, atualmente, podem ser entendidas como construção social, linguagem construída na interação entre os indivíduos, e se estabelece como “construção sociológica e uma categoria social de dominação e exclusão” (MUNANGA, 2003, p. 6). Esta categoria, por sua vez, está carregada de uma ideologia que traz consigo a relação de dominação e poder.

Partindo da ideia de que a sociedade é construída a partir de símbolos de linguagem utilizados pelos indivíduos, “a vida cotidiana apresenta-se como uma

realidade interpretada pelos homens e subjetivamente dotada de sentido para eles na medida em que forma um mundo coerente” (BERGER; LUCKMANN, 1985, p. 35). Isto quer dizer que, na interação cotidiana, o mundo real se constrói a partir dos símbolos surgidos através da linguagem.

Apreendo a realidade da vida diária como uma realidade ordenada. Seus fenômenos acham-se previamente dispostos em padrões que parecem independentes da apreensão que deles tenho e que se impõe à minha apreensão. A realidade da vida cotidiana aparece já objetivada, isto é, constituída por uma ordem de objetos que foram designados como objetos antes de minha entrada na cena. A linguagem usada na vida cotidiana fornece-me continuamente as necessárias objetivações e determina a ordem em que estas adquirem sentido e na qual a vida cotidiana ganha significado para mim. Vivo num lugar que é geograficamente determinado; uso instrumentos, desde os abridores de latas até os automóveis de esporte, que têm sua designação no vocabulário técnico da minha sociedade; vivo dentro de uma teia de relações humanas, de meu clube de xadrez até os Estados Unidos da América, que são também ordenadas por meio do vocabulário. Desta maneira a linguagem marca as coordenadas de minha vida na sociedade e enche esta vida de objetos dotados de significação (BERGER; LUCKMANN, 1985, p. 38-39).

Diehl (2016), ao pensar sobre os símbolos construídos através da linguagem, fala sobre a construção social das categorias raciais na América do Sul e na América do Norte. Ao citar a diferença de tratamento para com os negros nas duas Américas, atribui a diferença à linguagem e aos símbolos construídos em cada uma das sociedades.

A linguagem coordena a vida em sociedade, preenchendo-a de significação. “É pertinente a compreensão de que os significados dos símbolos presentes na construção social da realidade em cada sociedade surgem no processo de interação social cotidiana” (DIEHL, 2016, p. 3).

Segundo Diehl (2016), na interação social que se geram sentidos e significados para diversos grupos, através de traços, objetos e percepções sociais. Porém, isso não quer dizer que seja uma interpretação individual divergente das demais.

É para demonstrar essa afirmativa que o autor utiliza os exemplos da construção simbólica de significados a respeito dos negros na América do Norte e na América do Sul. Segundo ele, na América do Norte, é “negro” qualquer um que possuir pelo menos uma “gota de sangue negra”, enquanto na América do Sul, entra para a categoria de “negro” aquele que se autodeclara, ou, através da heteroidentificação, sendo esta última condicionada às aparências que mais se assemelharem ao fenótipo africano, dando grande ênfase à cor da pele. Ambas são interpretações de linguagens construídas nas interações sociais.

Essa linguagem construída a respeito da inferioridade do negro teve consequências desastrosas. O estigma de sub-humano, irracional e não capaz de produzir história teve também como consequência a negação de sua capacidade epistemológica e de seu filosofar. O iluminismo também foi um dos responsáveis para a consolidação de um pensamento hegemônico ocidental. Segundo Mello e Donato (2011), durante essa época, grandes filósofos e cientistas estabeleceram e mapearam o campo teórico que ainda nos sustenta.