• Nenhum resultado encontrado

Contabilidade aplicada nas empresas do ramo de seguros

2.2 SEGUROS

2.2.8 Contabilidade aplicada nas empresas do ramo de seguros

“As Companhias de Seguros são constituídas como sociedades anônimas, são empresas administradoras de riscos, com obrigação de pagar indenizações se ocorrerem perdas e danos nos bens segurados”. (RUDGE, 1998, pág. 63).

As Companhias Seguradoras:

(a) devem constituir-se unicamente como sociedades anônimas (Lei 4.595/1964, art. 25);

(b) são enquadradas como instituições financeiras e, como tal, integrantes do Sistema Financeiro Nacional (Lei n° 4.595/1964, art. 18, parágrafo 1°);

(c) só podem operar com seguros que tenham a aprovação do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);

(d) não poderão explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria (Decreto- Lei n° 73/1966, art. 73);

(e) devem constituir reservas técnicas, fundos especiais e provisões, de conformidade com os critérios fixados pelo CNSP e registrados na SUSEP (Decreto- Lei 73/1966, arts. 84 e 85);

(f) tem a aplicação de seus recursos orientada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) (Lei 4.595/1964, art. 3°, inciso IV);

(g) tem a obrigação de manter um sistema contábil ditada pelo Código Civil Lei 10.406/2002,art. 1.179),

(h) tem obrigação pública de prestação de contas (NBC T 19.41, 1.3, aprovada pela Resolução CFC n° 1.295/09);

(i) manterão escrituração contábil em obediência aos preceitos da legislação comercial, à esta lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos (Lei 6.404/1976, art. 177, caput);

(j) observarão as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários (Lei 6.404/1976, art. 177, § 5°);

(k) expedirão, ao fim de cada exercício social, demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício (Lei 6.404/1976, art. 176);

(l) deverão ter as demonstrações financeiras assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados (Lei 6.404/1976, art. 177, § 4°);

(m) deverão ter os balanços patrimoniais assinados também por atuário, como responsável técnico da companhia seguradora (Decreto-Lei n° 806/1969, art. 5°).

Dispõe o Decreto-Lei n° 73/1966 a respeito das Sociedades Seguradoras, nos arts. 72 caput e parágrafo único e art. 73:

Art. 72. As Sociedades Seguradoras serão reguladas pela legislação geral no que lhes for aplicável e, em especial, pelas disposições do presente decreto-lei.

Parágrafo único. Aplicam-se às sociedades seguradoras o disposto no art. 25 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, com a redação que lhe dá o art. 1º desta lei. (Incluído pela Lei nº 5.710, de 1971)

Art. 73. As Sociedades Seguradoras não poderão explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria. (DATAPREV, 2011)

A chamada Lei da Reforma Bancária (Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964), que reformulou o Sistema Financeiro Nacional, enquadrou as seguradoras como instituições financeiras, subordinando-as a novas disposições legais, sem, contudo, introduzir modificações de profundidade na legislação específica aplicável à atividade. “As seguradoras são orientadas pelo Banco Central do Brasil quanto aos limites de aplicação de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável”. (FORTUNA, 1999, pág. 27)

Por oportuno, conforme art. 1° da Lei 4.595/1964, o Sistema Financeiro Nacional é formado: I – pelo Conselho Monetário Nacional; II – do Banco Central do Brasil; II – do Banco do Brasil S.A.; IV – do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V- das demais instituições financeiras públicas e privadas. (PLANALTO, 2011)

Dispõe o art. 18, parágrafo 1° da Lei n° 4.595/1964:

§ 1° Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplinas desta lei no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização...” (PLANALTO, 2011)

O art. 17 da Lei 4.595/1964, que dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, bem como cria o Conselho Monetário Nacional, considera:

Instituições financeira, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas púbicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplica de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. (PLANALTO, 2011)

Quanto à forma de constituição das Instituições Financeiras – o que inclui as Companhias Seguradoras dispõe o art. 25 da Lei 4.595/1964 que “as instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de eu capital com direito a voto ser representada por ações nominativas”. (PLANALTO, 2011)

De acordo com o art. 78 do Decreto-Lei 73/1966, “as Sociedades Seguradoras só poderão operar em seguros para os quais tenham a necessária autorização, segundo os planos, tarifas e normas aprovadas pelo CNSP”. (DATAPREV, 2011)

Ainda, de acordo com o art. 84 do Decreto-Lei 73/1966:

Para garantia de todas as suas obrigações, as Sociedades Seguradoras constituirão reservas técnicas, fundos especiais e provisões, de conformidade com os critérios fixados pelo CNSP, além das reservas e fundos determinados em leis especiais. (DATAPREV, 2011)

Quanto aos bens garantidores das reservas técnicas das sociedades seguradoras, dispõe o art. 85, caput e parágrafo único, do Decreto-Lei 73/1966:

Os bens garantidores das reservas técnicas, fundos e previsões serão registrados na SUSEP e não poderão ser alienados, prometidos alienar ou de qualquer forma gravados em sua prévia e expressa autorização, sendo nulas de pleno direito, as alienações realizadas ou os gravames constituídos com violação deste artigo.

Parágrafo único. Quando a garantia recair em bem imóvel, será obrigatoriamente inscrita no competente Cartório do Registro Geral de Imóveis, mediante simples requerimento firmado pela Sociedade Seguradora e pela SUSEP. (DATAPREV, 2011)

Ainda, convém lembrar que, de acordo com o art. 3°, caput e incisos VI, V e VI, da Lei 4.595/1964, a política do Conselho Monetário Nacional objetivará:

IV – orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;

V – propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

VI – zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras. (PLANALTO, 2011)

O art. 36 do Decreto-Lei n° 73/1966 relaciona as competências da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP):

Compete à SUSEP, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, como órgão fiscalizador da constituição, organização, funcionamento e operações das Sociedades Seguradoras:

a) processar os pedidos de autorização, para constituição, organização, funcionamento, fusão, encampação, grupamento, transferência de controle acionário e reforma dos Estatutos das Sociedades Seguradoras, opinar sobre os mesmos e encaminhá-los ao CNSP;

b) baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamentação das operações de seguro, de acordo com as diretrizes do CNSP;

c) fixar condições de apólices, planos de operações e tarifas a serem utilizadas obrigatoriamente pelo mercado segurador nacional;

d) aprovar os limites de operações das Sociedades Seguradoras, de conformidade com o critério fixado pelo CNSP;

e) examinar e aprovar as condições de coberturas especiais, bem como fixar as taxas aplicáveis; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 296, de 1967) f) autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia das reservas técnicas e do capital vinculado;

g) fiscalizar a execução das normas gerais de contabilidade e estatística fixadas pelo CNSP para as Sociedades Seguradoras; (grifamos);

h) fiscalizar as operações das Sociedades Seguradoras, inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras leis pertinentes, disposições regulamentares em geral, resoluções do CNSP e aplicar as penalidades cabíveis; (grifamos);

i) proceder à liquidação das Sociedades Seguradoras que tiverem cassada a autorização para funcionar no País;

j) organizar seus serviços, elaborar e executar seu orçamento.

k) fiscalizar as operações das entidades auto-reguladoras do mercado de corretagem, inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras leis pertinentes, de disposições regulamentares em geral e de resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e aplicar as penalidades cabíveis; e (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)

l) celebrar convênios para a execução dos serviços de sua competência em qualquer parte do território nacional, observadas as normas da legislação em vigor. (Incluído pela Lei complementar nº 137, de 2010)

Especificamente quanto à obrigação de manter um sistema contábil, dispõe a Lei 10.406, de 10.01.2002, que institui o novo Código Civil brasileiro, no art. 1.179,

caput:

O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme

de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado econômico. (TAPAI, 2004, p. 294)

Quanto à responsabilidade pela escrituração contábil, dispõe o art. 1.182 do Código Civil, “sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade”. (TAPAI, 2004, p. 295)

Paralelamente, no caso de Companhias Seguradoras, o Decreto-Lei nº. 806, de 4 de Setembro de 1969, que dispõe sobre a profissão de Atuário, descreve no art. 5°, Caput e alínea “d” sobre a competência privativa do Atuário para assinar como responsável livros, balanços de empresas seguradoras e de capitalizações:

Compete, privativamente, ao Atuário:

d) a assinatura, como responsável técnico, dos balanços das empresas de seguros e de capitalização, das carteiras dessas especialidades mantidas por instituições de previdência social e outros órgãos oficiais de seguros e resseguros e dos balanços técnicos das mutuárias de pecúlios ou sorteios, quando publicados. (SENADO, 2011)

O Código de Processo Civil, instituído pela Lei 5.869/1973, dispõe a respeito da prova que fazem em juízo os livros comerciais:

Art.378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.

Art.379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes. (PLANALTO, 2011)

Dispõe o art. 176, caput e incisos, da Lei 6404/1976, com a redação determinada pela Lei 11.638/2007:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I – balanço patrimonial;

II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III – demonstração do resultado do exercício;

IV – demonstração dos fluxos de caixa;

Dispõe o art. 177, caput e parágrafos, da Lei 6404/1976, com a redação pela Lei nº 11.941, de 2009 e os acréscimos da Lei 11.638/2007:

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.

§ 2° A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3° As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.

§ 5° As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3° deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

§ 6° As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007). (NORMAS LEGAIS, 2011)

O processo de convergência das normas brasileiras de contabilidade às normas internacionais iniciou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais do País.

Já em 2005 foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Instituído pela Resolução CFC nº 1.055/05, e que tem como objetivo:

O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (RECEITA FEDERAL, 2011)

Como uma das consequências do processo de convergência desencadeado pela CVM, foi editada a Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, (publicada em edição extra no DOU de 28.12.2007), que alterou dispositivos da Lei 6.404/1976 e

6.385/1976 e estendeu às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

O item 1.3 da NBC T 19.411 esclarece quando uma empresa tem obrigação pública de prestação de contas:

Uma empresa tem obrigação pública de prestação de contas se:

(a) seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados em mercado de ações ou estiverem no processo de emissão de tais instrumentos para negociação em mercado aberto (em bolsa de valores nacional ou estrangeira ou em mercado de balcão, incluindo mercados locais ou regionais); ou

(b) possuir ativos em condição fiduciária perante um grupo amplo de terceiros como um de seus principais negócios.

Esse é o caso típico de bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro, corretoras de seguro, fundos mútuos e bancos de investimento. (CRC – RS, 2011. p.259)

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) específica para a contabilização de contratos de seguros. Trata-se da NBC TG 112, aprovada pela Resolução 1.150/2009.

De acordo com o item 1 da NBC TG 11:

Objetivo desta norma é especificar o reconhecimento contábil para contratos de seguro por parte de qualquer entidade que emite tais contratos (denominada nesta Norma como seguradora) até que este Conselho Federal de Contabilidade complete a segunda fase do projeto sobre contratos de seguro, em consonância com as normas internacionais de contabilidade as quais prevêem, para essa segunda fase, o aprofundamento das questões conceituais e práticas relevantes. Em particular, esta Norma determina: (a) limitadas melhorias na contabilização de contratos de seguro pelas seguradoras; (b) divulgação que identifique e explique os valores resultantes de contratos de seguro nas demonstrações contábeis da seguradora e que ajude os usuários dessas demonstrações a compreender o valor, a tempestividade e a incerteza de fluxos de caixa futuros originados de contratos de seguro. (CFC, 2011)

Segundo o item 2 da NBC TG 11:

A entidade deve aplicar esta Norma para: (a) contratos de seguro (inclusive contratos de resseguro) emitidos por ela e contratos de resseguro mantidos por ela; e (b) instrumentos financeiros que ela emita com característica de participação discricionária (ver item 35). A prática contábil em vigor sobre Instrumentos Financeiros requer divulgação dos instrumentos financeiros, entre os quais devem ser incluídos os instrumentos financeiros que possuam tais características. (CFC, 2011)

1

NBCT 19.41- Sigla alterada para NBCTG 1000, pela Resolução CFC nº 1.329/11.

2

Conforme o item 13 da NBC TG 11, do reconhecimento e mensuração Exceções temporárias a outras normas:

A NBC TG 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro especifica critérios a serem utilizados pela entidade no desenvolvimento de política contábil se nenhuma prática contábil vigente se aplicar especificamente para aquele item. Entretanto, esta Norma isenta a seguradora de aplicar tais critérios para suas políticas contábeis relativas a: a)contratos de seguro emitidos por ela (incluindo despesas de comercialização relacionadas e ativos intangíveis relacionados, como os descritos nos itens 31 e 32); e

b)contratos de resseguro que ela mantenha. (CFC, 2011)

Não obstante, de acordo com o item 14 da NBC TG 11, esta norma não isenta a seguradora de algumas implicações dos critérios da citada NBC TG 233:

Especificamente, a seguradora:

a)não deve reconhecer como passivo qualquer provisão para possíveis sinistros futuros, se esses sinistros forem originados de contratos de seguro que ainda não existem ou não estão vigentes na data da demonstração contábil (como as provisões para catástrofe ou provisão para equalização de risco);

b)deve realizar teste de adequação de passivo descrito nos itens 15 a 19; c)deve remover um passivo por contrato de seguro (ou parte dele) de seu balanço patrimonial quando, e somente quando, ele estiver extinto, isto é, quando a obrigação especificada no contrato for liquidada, cancelada ou expirada;

d)deve considerar se seu ativo por contrato de resseguro está com valor de realização reduzido (ver item 20). (CFC, 2011)

Mas, para um melhor entendimento de todos os processos que englobam as normas, leis e decretos citados a cima, faz-se necessário o entendimento do ciclo operacional de uma companhia de seguros.

Segundo Souza (2007, p. 85):

O ciclo econômico completo compreende o oferecimento da proposta (papel desempenhado pelos corretores), a análise de dados da proposta recebida do ponto de vista qualitativo, a aceitação e o eventual repasse parcial ou total do risco (co-seguro e resseguro), que envolve a realização dos cálculos estatísticos e inspeções técnicas necessárias, a emissão da apólice, o recebimento do valor do prêmio (considerando – se todos os procedimentos administrativos de aplicação do percentual do prêmio no mercado financeiro e do cálculo das reservas técnicas), e, finalmente, quando ocorre o sinistro, o pagamento da indenização devida ao segurado. (SOUZA, 2007, p. 85)

3

Segue um modelo de ciclo econômico de uma empresa seguradora no momento do recebimento da proposta até a emissão da apólice e também na liquidação do sinistro.

Figura 2: Modelo de ciclo econômico de uma empresa seguradora. Fonte: Elaborado pela autora a partir de Souza (2007, p. 86)

Segundo Souza (2007) basicamente a seguradora esta organizada em suas Corretores Contato na Seguradora Cadastro na Seguradora Proposta Sucursal/Matriz Proposta Aceitação dos Cálculos Inspeção de Riscos/ Aprovação Emissão Contas a Pagar Contas a Receber Cobrança Aplicação dos recursos Constituição de Reserva Fim Relatórios Gerencias Sinistro Corretores Sucursal/Matriz Aviso Inspeção do Sinistro Processo de Regulação Contas a Pagar Contabilidade Aviso Regulação Revisão Matriz Emitir Cheques

funções e principais atividades em: marketing, underwriting, departamentos de produção, departamento de atuaria e estatística, gerenciamento de indenizações – sinistros, informática, finanças, investimentos e controladoria.

O plano contábil das sociedades seguradoras tem por objetivo uniformizar os registros contábeis para que as demonstrações financeiras demonstrem a real situação econômico-financeiro das sociedades seguradoras.

Conforme Souza (2007, p. 99) as principais rubricas que aparecem no Balanço Patrimonial de uma companhia de seguros são:

No Ativo: Créditos Operacionais e Despesas de Comercialização Diferidas. No Passivo: Débitos Operacionais e Provisões Técnicas.

Na Demonstração do Resultado: Prêmios Emitidos. - Prêmios de Co-seguros Cedidos

- Prêmios de Resseguros Cedidos - Prêmios Retidos

- Variação da provisão de Prêmios Não Ganhos - Prêmios Ganhos

- Sinistros Retidos

- Despesas de Comercialização - Despesas Administrativas

As principais notas explicativas as Demonstrações Contábeis das companhias de seguros dizem respeito a:

a)Apuração do Resultado;

b)Despesas de Comercialização Diferidas; c)Aplicações Financeiras;

d)Demais Ativos Realizáveis e Passivos Exigíveis; e)Permanente;

f)Provisões Técnicas Não Comprometidas;

g)Imposto de Renda e Contribuição Social. (SOUZA, 2011, p.99)

“As demonstrações contábeis devem ser elaboradas em conformidade com os princípios contábeis previstos na legislação societária e nas normas do CNSP (Conselho Nacional de Seguros privados), regulamentadas por instruções da SUSEP”. (SOUZA, 2007, p. 98)