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Variabilidade do prêmio do seguro de automóveis

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KARINE RAQUEL ANDRES

VARIABILIDADE DO PRÊMIO DO SEGURO DE

AUTOMÓVEIS

IJUÍ (RS)

2012

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KARINE RAQUEL ANDRES

VARIABILIDADE DO PRÊMIO DO SEGURO DE

AUTOMÓVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis junto a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –UNIJUI.

Orientador: Msc. Teodoro Clebsch

IJUÍ (RS)

2012

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O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passaram por suas vidas. Clarice Lispector

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, pelo ontem, pelo hoje e pelo amanhã, na certeza de que Ele está conosco em cada momento de nossas vidas.

A meus pais e a minha Irmã pelo apoio, incentivo, sempre me ajudando a superar as dificuldades.

A meu namorado que muitas vezes teve que suportar a minha ausência, falta de carinho e atenção.

Aos professores envolvidos no desenvolvimento deste trabalho, principalmente ao meu orientador, professor Msc. Teodoro Clebsch, pelo empenho, competência, dedicação e flexibilidade de horários com que me atenderam.

E, em especial a colega Keila, por todos os anos de amizade e companheirismo.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Normas Legais e sua Descrição ... 37

Quadro 2: Norma Brasileira de Contabilidade ... 38

Quadro 3: Coberturas Básicas e suas Garantias ... 65

Quadro 4: Coberturas Básicas e Adicionais ... 73

Quadro 5: Prêmio de Seguro Conforme o Grau de Periculosidade ... 74

Quadro 6: Prêmio de Seguro Conforme o Valor das Peças de Reposição ... 74

Quadro 7: Comparação da Desvalorização do Veículo Automotor com a Redução do Prêmio ... 76

Quadro 8: Prêmio do Seguro Conforme o Sexo ... 77

Quadro 9: Prêmio do Seguro Segundo o Estado Civil ... 78

Quadro 10: Prêmio do Seguro Conforme a Idade ... 79

Quadro 11: Prêmio do Seguro Conforme a Idade dos Dependentes ... 80

Quadro 12: Prêmio do Seguro Segundo a Utilização ou Não de Garagem ... 81

Quadro 13: Prêmio do Seguro Conforme a Franquia ... 82

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A: ... 91 ANEXO B: ... 92 ANEXO C: ... 97

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LISTA DE SIGLAS

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores; APP – Seguro de Acidentes Pessoais de Passageiros;

BACEN – Banco Central do Brasil;

CEP – Código de Endereçamento Postal; CFC – Conselho Federal de Contabilidade; CMN – Conselho Monetário Nacional;

CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados; CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis; CPF – Cadastro de Pessoa Física;

CRC – Conselho Regional de Contabilidade; CRV – Certificado de Registro do Veículo; CVM – Comissão de Valores Mobiliários;

DAMS - Despesas de Assistência Médica e Suplementares;

DPVAT – Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres;

FENACOR – Federação Nacional dos Corretores de Seguros;

FENASEG – Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização;

FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas; FUNENSEG – Escola de Seguros do Brasil;

G M - General Motors;

IRB – Instituto de Resseguradores do Brasil; LMG – Limite Máximo de Garantia;

LMI - Limite Máximo de Indenização;

LMR - Limite Máximo de Responsabilidade;

NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas;

NBC TG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Convergentes; PC – Princípios de Contabilidade;

PFC - Princípios Fundamentais de Contabilidade; PIB – Produto Interno Bruto;

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RCTR-VI – Seguro de Responsabilidade Civil em Transporte Rodoviário em Viagem Internacional;

SUSEP – Superintendência de Seguros Privados; SUV – Sport Utility Vehicle;

VD – Valor Determinado;

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13

1.1.1 Área de Conhecimento Contemplada ... 13

1.1 2 Caracterização da Organização ... 15 1.1.3 Problematização do Tema ... 15 1.1.4 Objetivos ... 16 1.1.5 Justificativa ... 17 1.1.6 Metodologia do trabalho ... 17 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 23 2.1 CONTABILIDADE ... 23 2.1.1 Objeto da contabilidade ... 23 2.1.2 Finalidades da contabilidade ... 24 2.1.3 Usuários da contabilidade ... 24

2.1.4 Áreas de Atuação do Contador ... 25

2.1.5 Princípios de Contabilidade ... 26

2.2 SEGUROS ... 30

2.2.1 O mercado atual de seguros ... 30

2.2.2 Estrutura do mercado segurador brasileiro ... 31

2.2.3 Principais conceitos, elementos e definições de seguros ... 35

2.2.4 Legislação de seguros ... 36

2.2.5 Principais Instrumentos do Contrato de Seguros ... 38

2.2.6 Tipos de Seguros ... 42

2.2.7 O papel do atuário no que diz respeito ao ramo de seguros ... 44

2.2.8 Contabilidade aplicada nas empresas do ramo de seguros ... 48

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3.1 CARACTERIZAÇÃO DO SEGURO DE AUTOMÓVEIS ... 58

3.2 SEGMENTOS DO SEGURO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES: AUTOMÓVEIS, CAMINHÕES, MOTOS ... 58

3.3 ESPÉCIES DE SEGUROS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES ... 59

3.3.1Seguros Obrigatórios ... 59

3.3.2 Seguros Facultativos ... 61

3.4 SEGUROS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES DE PASSEIO DE PESSOAS FÍSICAS: SEGMENTOS E FAIXAS ... 62

3.5 MODALIDADES DO SEGURO DE AUTOMÓVEIS ... 63

3.5.1 Valor de Mercado Referenciado (VMR): Tabela FIPE... 63

3.5.2 Valor Determinado (VD) ... 64

3.6 ELEMENTOS DE COBERTURA DO SEGURO DE AUTOMÓVEIS ... 64

3.6.1 Cobertura Básica n° 1 - Colisão, Incêndio e Roubo (Compreensiva) ... 64

3.6.2 Cobertura Básica n° 2 – Incêndio e Roubo ... 64

3.6.3 Seguro de responsabilidade civil facultativa de veículos (RCF-V) ... 65

3.6.4 Cobertura de Garantia de Indenização pelo Valor de Novo (0 km) ... 65

3.6.5 Riscos Excluídos do Seguro ... 67

3.6.6 Pacotes de seguro automóvel ... 70

3.7 FATORES DETERMINANTES DA VARIABILIDADE DO PRÊMIO DO SEGURO DE AUTOMÓVEIS ... 73

3.7.1 Grau de periculosidade da cidade: índice de roubos ... 73

3.7.2 Valor das peças de reposição do veículo: cobertura por colisão ... 74

3.7.3 Probabilidade de ocorrência de incêndio no veículo ... 75

3.7.4 Idade do Veículo ... 75

3.7.5 Perfil do motorista ... 76

3.7.6 Franquia ... 82

3.7.7 Bônus ... 83

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(12)

INTRODUÇÃO

O transporte de pessoas e de cargas, a percepção dos riscos envolvidos nessa operação e as conseqüentes medidas tomadas para sua diluição, acompanham a humanidade há muito tempo. Conforme Souza (2007) iniciou com os babilônios por volta de 1800 a.c, quando surgiu o código de Hamurabi, o qual estabelecia a criação de uma associação de comerciantes que deveria ressarcir o comerciante com um novo burro caso tivesse perdido um ou com um novo barco se um tivesse sido destruído em uma tempestade.

Com o passar do tempo a atividade de seguros foi evoluindo, sendo criadas companhias especializadas ou na estipulação dos prêmios ou na corretagem de seguros e também estatutos e órgãos de fiscalização destas atividades.

O crescimento dos seguros e particularmente, do seguro de veículos automotores, acelerou-se, ramificou-se e especializou-se a partir da invenção do motor à combustão, em plena era industrial, dando origem à multiplicidade de veículos automotores que fazem parte de nosso cotidiano até os dias de hoje.

Conforme Womack, Jones e Roos (1992), a fabricação de automóveis, ou, melhor dizendo, de veículos automotores, a princípio de forma artesanal, teve início no princípio da década de 1890, na fábrica Panhard e Levassor, onde foram montados centenas de automóveis por ano.

Junto com o automóvel, surgiu a percepção dos riscos envolvendo sua posse e uso: o risco de causar danos materiais e pessoais (dada à velocidade maior dos veículos automotores comparativamente aos veículos movidos à tração animal) e o risco de furto e roubo (dado o significativo valor econômico dos veículos). O primeiro relato de acidente automobilístico da história, foi por volta de 1901, quando devido à ausência de freios, o Sr. Cygnot, ao fazer uma curva, perdeu o controle da direção e bateu no muro do pátio de manobras do Quartel Real de Vicenes (França).

Tal percepção dos riscos levou cedo à contratação de seguros específicos: o primeiro contrato de seguros foi escrito por volta de 1347, em Genova, no final do século XIV, já era comum a emissão de apólices de seguros.

Da produção inicial de centenas de veículos evoluiu-se para a fabricação de milhares de veículos e, mais recentemente, de milhões de veículos segundo a CARTA DA ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos

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Automotores, Edição 303, de agosto de 2011): de julho de 2010 a julho de 2011 foram produzidos mais de 3,46 milhões de veículos automotores no Brasil.

Com a produção e consumo em grande escala de veículos automotores, também se multiplicaram os riscos e cresceu significativamente o mercado de seguros de automóveis. Principalmente após o Plano Real, quando a economia se estabilizou, o mercado de seguros duplicou e assim, a cada ano, vem crescendo significativamente a sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) com o faturamento dos prêmios de seguros.

O conceito de “veículos automotores” abrange, na verdade, uma ampla gama de veículos terrestres (automóveis, caminhões, motocicletas, etc.), aquáticos (navios, lanchas, jet-skis,etc.) e aéreos (aviões, helicópteros e planadores).

Em decorrência, o ramo de seguros de veículos automotores também se especializou: o seguro de veículos terrestres pode ser obrigatório, (DPVAT – Seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres) ou facultativo, pode abranger danos materiais ou pessoais em veículos próprios ou de terceiros, e pode cobrir ainda indenizações decorrentes de responsabilidade civil ou penal do condutor do veículo.

Ainda, a título introdutório, cabe mencionar que com relação à produção e uso de veículos automotores ocorre um paradoxo: enquanto as fábricas de automóveis se esforçam em produzir veículos cada vez mais seguros, porém, cada vez mais potentes e velozes, sua comercialização intensa nos últimos anos, facilitada pela oferta de crédito fácil, com prestações diluídas em até oito anos, vem causando congestionamentos e acidentes com maior freqüência e extensão dos danos, quer materiais, quer pessoais, obrigando as Companhias de Seguro a reavaliar ano a ano os riscos envolvidos e, em decorrência, recalcular os prêmios cobrados – sempre maiores.

Nesse sentido o presente trabalho de conclusão de curso aborda os elementos e fatores determinantes da variabilidade do prêmio do seguro de automóveis em função do risco segurado em cotações realizadas no programa de cálculos da Companhia Bradesco Seguros Auto, que hoje é uma das maiores e melhores seguradoras do Brasil, segundo a revista DINHEIRO & DIREITOS de dezembro de 2010.

O trabalho de conclusão de curso terá a seguinte composição: No primeiro capítulo de contextualização do estudo, estão evidenciadas a área do conhecimento

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contemplada, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos, a justificativa e a metodologia do trabalho.

O segundo capítulo é de revisão bibliográfica, momento em que estão em evidência os principais conceitos, da área das Ciências Contábeis e do Mercado Segurador Brasileiro, que foram utilizados durante o desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso.

No capítulo três consta o estudo aplicado, com o desenvolvimento das cotações e comparativos entre as mesmas, onde se chegou ao objetivo deste trabalho que foi evidenciar os diferentes elementos que influenciam a variabilidade do prêmio de seguro. E por fim, é apresentada a conclusão do trabalho, as referências consultadas ao longo do estudo e alguns anexos.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Num primeiro momento define-se área de conhecimento, a caracterização e a problematização do tema desse trabalho para posteriormente esclarecer os objetivos e a justificativa do trabalho que se apresenta na área de seguros, dando maior ênfase ao prêmio do seguro de automóveis, no qual se verifica diferentes valores de prêmios pagos em função da variabilidade do risco segurado.

1.1.1 Área de Conhecimento Contemplada

As ciências contábeis abrangem vários ramos de atuação, sendo um deles a contabilidade atuarial, que é responsável pela contabilidade de empresas seguradoras. Dentro das companhias de seguros ocorre um grande ciclo econômico, que vai desde a proposta, a análise dos dados, a aceitação do risco, a emissão da apólice, o recebimento do prêmio e, quando necessário, até o pagamento da indenização. Este ciclo é acompanhado pela Contabilidade Atuarial. Por isso, as Companhias de Seguro recebem um tratamento contábil diferenciado, que se reflete, entre outros, num plano de contas específico, padronizado para todas as seguradoras e na emissão de normas específicas perante o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), como a que rege a contabilização dos contratos de seguros (NBCTG 11, aprovado pela Resolução CFC nº 1.150/2009).

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de 130 companhias de seguros, 35 empresas de previdência privada aberta, 10 empresas de capitalização, 32 mil corretores de seguros pessoas físicas e 12 mil pessoas jurídicas. O sistema nacional de seguros privados é composto por cinco grupos: o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); a Superintendência de Seguros Privados (Susep); o IRB Brasil Resseguros S.A.(atualmente é denominado IRB Brasil Resseguros S.A, com redação atualizada pelo Decreto-Lei nº 73/1996); as sociedades seguradoras autorizadas e os corretores habilitados.

Souza (2007, p. 40-45) conceituou cada um dos componentes do Sistema Nacional de Seguros Privados:

Conselho Nacional de Seguros Privados é o órgão Máximo do setor de

seguros, responsável pela fixação de diretrizes e normas da política de seguros e resseguros, regulando e fiscalizando a orientação básica e o funcionamento dos componentes do sistema.

Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão governamental

de atuação colegiada e competência normativa responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguros.

Resseguradores são entidades, constituídas sob a forma de sociedades

anônimas, que têm por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) é empresa resseguradora vinculada ao Ministério da Fazenda

Seguradoras são entidades jurídicas que, por meio dos recursos dos

prêmios cobrados dos segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o qual se seguraram.

Corretagem de Seguros é a intermediação feita por profissionais

habilitados na colocação de seguros, mediante o recebimento de uma comissão percentual sobre o prêmio auferido pela seguradora.

De acordo com a natureza dos riscos, os seguros podem ser classificados em seguros de pessoas, de danos patrimoniais e de prestação de serviços.

Conforme Souza (2007, p.60):

Seguros de pessoas: o pagamento da indenização não tem relação com o

valor do dano produzido pela ocorrência do sinistro e sim com o valor da cobertura contratada pelo segurado. As principais modalidades são: seguro de vida e de acidentes pessoais.

Seguros de danos patrimoniais: tem como principal finalidade reparar, ao

segurado, a perda financeira ocasionada pelo sinistro. Os danos patrimoniais estão divididos em dois grandes grupos: seguro de responsabilidade e de bens.

Seguro de prestação de serviços: o segurado busca proteção e o

ressarcimento dos gastos referentes à prestação de serviços, tais como assistência médica, cirúrgica e hospitalar e assessoria jurídica. São exemplos de seguros contratados nesta modalidade: assistência a viagem e seguros de defesa.

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No presente trabalho a área contemplada é o seguro de danos patrimoniais de veículos automotores.

“O seguro de automóveis tem como função cobrir perdas ou danos dos veículos terrestres de população a motor e a seus reboques desde que não trafeguem sobre trilhos”. (SOUZA, 2007, p.65)

Segundo Souza (2007) para que a seguradora assuma a responsabilidade por um determinado risco será necessário o pagamento de um prêmio à companhia. O prêmio é o preço ou custo do seguro especificado no contrato, ou seja, a soma em dinheiro paga pelo segurado à seguradora.

O valor do prêmio do seguro de automóvel se altera em função de diversos fatores: o grau de índices de roubos, o valor das peças de reposição do veículo, se o carro é importado ou não, o valor da franquia, porém, o fator que mais influencia o prêmio do seguro de automóvel é o perfil do motorista: dependendo do sexo, do estado civil, da faixa etária, do tempo de habilitação do condutor, de haver ou não garagem para guarda do veículo, o prêmio pode ser maior ou menor.

E foi neste contexto que a pesquisa buscou verificar a variabilidade dos prêmios de seguro de automóveis em função dos diferentes perfis de segurados.

1.1 2 Caracterização da Organização

As cotações dos prêmios de seguros de automóveis existentes nesse trabalho foram efetuadas através do programa de cálculos do Bradesco Seguros Auto. A Companhia Bradesco Seguros Auto foi fundada em 2004 e hoje já é uma das maiores seguradoras do Brasil, possuindo uma carteira de seguros de mais de 1,3 milhões veículos segurados. Além desse segmento o grupo Bradesco Seguros também atua em outros ramos, como o seguro residencial, de equipamentos, empresarial, de vida e de saúde.

1.1.3 Problematização do Tema

Para o cálculo do prêmio dos seguros de automóveis são considerados diversos fatores, sendo o principal o risco da probabilidade da ocorrência ou não de um evento futuro que poderá causar danos ao veículo.

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Mas, para a análise das probabilidades são levados em consideração dados estatísticos que revelam a que risco que determinado bem está exposto, como o índice de roubos em determinada região, modelos mais visados pelos ladrões, capital segurado, perfil dos principais condutores do veículo.

Segundo Souza (2007) o atuário é responsável pela determinação e tarifação dos prêmios de seguros, de forma a dar sustentação às operações para as partes envolvidas no contrato: segurado e segurador.

“O atuário, resumidamente, é o profissional academicamente capacitado para solucionar as questões relativas às aplicações de seguros mediante a aplicação da Ciência Atuarial.” (SOUZA, 2007, p. 132).

Souza (2007) fornece o conceito de Ciências Atuariais:

Ciências Atuariais é o ramo do conhecimento que lida com matemática de seguro, incluindo probabilidades, usadas para garantir que os riscos sejam

cuidadosamente avaliados, os prêmios sejam estabelecidos

adequadamente pelos classificadores de riscos e a provisão para os pagamentos futuros de benefícios seja adequada. (SOUZA, 2007, p. 132)

“A incerteza que caracteriza a vida das pessoas em termos de espaço e tempo, foi desde o início a razão de ser do atuário e, por conseqüência, da matemática Atuarial”. (SOUZA, 2007, p. 131).

Diante disto: Qual foi o veículo e perfil de motorista que geraram o menor prêmio de seguro de automóvel a ser pago e qual o grau de risco envolvido em cada operação?

1.1.4 Objetivos

“O estabelecimento do objetivo de uma pesquisa é a etapa que indica e caracteriza o que o pesquisador tem em vista alcançar com sua investigação”. (MEDEIROS, 2010, p. 222)

1.1.1.1 Objetivo geral

Analisar os diferentes prêmios pagos no seguro de automóveis em função dos diferentes riscos e perfis dos segurados, levando em consideração a importância da contratação do seguro automóvel.

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1.1.1.2 Objetivos específicos

• Fundamentar teoricamente todos os aspectos envolvidos na contratação de uma apólice de seguro.

• Verificar quais são os fatores determinantes no perfil do segurado.

• Analisar os diferentes riscos envolvidos na contratação do seguro de automóveis.

1.1.5 Justificativa

O presente trabalho de conclusão de curso vem para aprofundar os conhecimentos numa área que é pouco trabalhada no decorrer do curso de Ciências Contábeis – a área de seguros.

O estudo foi de grande valia para a acadêmica, por estar direcionado as atividades profissionais da mesma e permitir melhor aprofundamento teórico e prático desta área. Para a Corretora de Seguros em que trabalha e para as demais corretoras do mercado, o estudo justifica-se, pois, os profissionais que nelas trabalham conseguirão identificar mais facilmente os fatores de risco no momento da contratação do seguro de automóvel.

E, se pensou também na pessoa do segurado, que conseguirá entender melhor como funciona a análise de risco no momento da contratação do seguro de automóvel e o porquê da variação do prêmio a ser pago em função das características do veículo e do perfil do segurado.

Para todos e, em especial, para os alunos do Curso de Ciências Contábeis, fica uma importante fonte de pesquisa numa área pouco estudada, mas de grande valia e utilidade no cotidiano das pessoas, pois, o seguro de automóvel, ou qualquer outro ramo de seguros acaba se tornando um investimento na proteção do patrimônio e não numa simples despesa.

1.1.6 Metodologia do trabalho

Metodologia segundo Cruz e Ribeiro (2003) é a forma de como deverá ser explicada, qual a natureza da pesquisa, o tipo de problema, a forma de coleta dos dados e o resultado final a que se quer chegar com a pesquisa.

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1.1.6.1 Classificação da pesquisa

A pesquisa deste trabalho de conclusão de curso classifica-se conforme os seguintes aspectos:

a) Do Ponto de Vista de Sua Natureza

Este trabalho apresenta-se do ponto de vista de sua natureza como pesquisa aplicada, pois através de cálculos com diferentes variáveis constatar-se-á diversos prêmios de seguros a serem pagos.

“A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem finalidade Prática”. (VERGARA, 2004, p.47).

b) Do Ponto de Vista de Seus Objetivos

A classificação da pesquisa com base em seus objetivos, segundo Santos (2004) ocorre em três formas: pesquisas exploratórias, pesquisas descritivas e pesquisas explicativas. Para esta pesquisa serão utilizadas as três formas.

Segundo Gil (2002, p. 41):

Pesquisas Exploratórias: têm como objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.

Num primeiro momento, foi feito um estudo em livros, revistas e na internet, para a acadêmica se familiarizar com o assunto em questão, que ainda é pouco explorado academicamente.

As pesquisas descritivas, segundo Gil (2002, p. 41):

Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.

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A pesquisa descritiva buscou identificar os diferentes perfis de segurados e diversos modelos de veículos automotores, para que, possam ser realizadas as cotações de propostas de seguro de automóveis, através do programa de cálculo do Bradesco Seguros Auto.

De acordo com Gil (2002, p. 42):

As Pesquisas Explicativas têm como preocupação central identificar os

fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.

Foi feita uma análise de todos os valores de prêmios encontrados e identificados os fatores relevantes na formação do preço dos prêmios de seguros.

c) Do Ponto de Vista de Seus Procedimentos Técnicos

Os procedimentos técnicos, segundo Gil (2002) são a forma pela qual será planejada a pesquisa, apontando onde serão obtidos os dados e as formas de controle das variáveis envolvidas, que podem ser dos tipos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e estudo de caso.

O trabalho proposto classifica-se em:

Pesquisa bibliográfica: “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. (VERGARA, 2004, p. 48)

“A pesquisa bibliográfica busca conhecer e analisar contribuições científicas sobre determinado tema”. MARTINS e LINTZ (2010, p.15)

Sendo retirados de livros e revistas conceitos importantes para o entendimento do assunto abordado no trabalho.

Pesquisa Documental: “vale-se de materiais que não receberam ainda tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. (GIL, 2002, p. 45)

Há algumas informações que foram utilizadas para a elaboração do trabalho que ainda não foram publicadas em livros e revistas constando somente nas

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apólices emitidas pelas seguradoras ou na internet.

Levantamento: “caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer [...] para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados”. (GIL, 2002, p. 50)

Para a coleta dos dados, não foi utilizada a interrogação direta de pessoas, mas sim, a análise das propostas de seguros que foram elaboradas pelo programa de cálculo.

Estudo de caso: “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”. (GIL, 2002, p. 54)

Como a área de seguros de automóveis ainda é pouco explorada, foi feito um estudo detalhado para a resolução do problema proposto no objetivo do trabalho.

d) Quanto a Forma de Abordagem do Problema

Existem duas formas de abordagem do problema, segundo Martins e Lintz (2010) dependendo do objeto de estudo, a abordagem poderá ser de avaliação qualitativa, que buscará descrever comportamentos de variáveis e situações, e de avaliação quantitativa, em que se irá medir, ou mensurar, variáveis.

“A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estáticos, tanto para a coleta quanto para o tratamento dos dados”. (BEUREN, 2004, p. 94)

Abordaremos as duas formas, sendo avaliado quantitativamente a influência de determinada variável no prêmio do seguro de automóvel, pela condição

ceterisparibus (termo proveniente do latim que significa tudo o mais constante, mantido) e por dados estatísticos, e avaliado qualitativamente através da análise dos diferentes perfis de segurados.

1.1.6.2 Coleta de dados

“A coleta de dados ocorre após a definição clara do tema, ou problema, que se pretende investigar, definição dos objetivos, revisão bibliográfica, identificação das variáveis e da opção sobre o tipo de estudo que se vai empreender”. (MARTINS

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e LINTZ, 2010 p. 31)

Para a realização da parte teórica desse trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica em material já publicado em livros, artigos, revistas, material disponibilizado na internet, mais especificamente nos sites da SUSEP (Superintendência de Seguros privados) e ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

E a parte prática foi realizada por meio do programa de cálculo do Bradesco Seguros Auto, através do qual foram realizadas diversas simulações de cotações de seguros de automóveis, com diferentes perfis de segurados e de veículos.

1.1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Para se estabelecer um instrumento de coleta de dados devem ser levados em consideração os seguintes itens:

a) Listar as variáveis que se pretende medir ou descrever;

b) Revisar o significado e a definição conceitual de cada variável listada; c) Revisar como, operacionalmente, cada variável foi definida. Isto é, como será medida, ou descrita, cada variável;

d) Escolher uma das técnicas e iniciar a construção do instrumento de coleta de dados. (MARTINS e LINTZ, 2010 p. 31)

Nesse trabalho a técnica utilizada foi a Observação Sistemática onde:

“Observação é uma técnica de coleta de dados que utiliza os sentidos para obtenção de determinados aspectos da realidade. Toda observação deve ser precedida de alguma teoria que lhe dê fundamento e embasamento suficientes para que a técnica seja adequadamente aplicada aos propósitos do estudo”. (MARTINS e LINTZ, 2010 p.32)

Observação sistemática recebe várias designações: Estruturada, Planejada, Controlada. Utiliza instrumentos para a coleta de dados ou fenômenos observados e realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos. Porém, as normas não devem ser rígidas ou padronizadas, pois situações, objetivos podem ser diferentes. (MARCONI e LAKATOS, 2010 p.276)

Para se fazer a coleta de dados é necessária que sejam definidas as formas e os meios de como irá se realizar essa busca, para que se consigam as informações necessárias.

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1.1.6.3 A análise e interpretação dos dados

A interpretação dos dados coletados na parte prática do trabalho foi feita através de planilhas eletrônicas e da análise de cotações elaboradas em programas de cálculos, onde se verificou os diferentes prêmios de seguro de automóveis, encontrados com diferentes perfis de segurados.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo estão evidenciados os principais conceitos da área das Ciências Contábeis e do Mercado Segurador Brasileiro, que foram utilizados para fundamentar a pesquisa do trabalho de conclusão de curso.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade vem evoluindo conforme o desenvolvimento econômico. No início os registros eram simples, efetuados com instrumentos rústicos e, atualmente, através de sistemas cada vez mais complexos e ágeis. Hoje, a Contabilidade atua como ferramenta fundamental no processo de tomada de decisões das empresas.

A seguir relacionam-se alguns conceitos sobre a contabilidade:

A Contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo. (FEA/USP, 2010, p.1)

Contabilidade é o conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira. (BASSO, 2011, p. 26) Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-mensurando-os e sumarizando-mensurando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para tomada de decisões. (IUDÍCIBUS e MARION, 2006, p. 42)

2.1.1 Objeto da contabilidade

“O objeto da contabilidade é o patrimônio de toda e qualquer entidade”. (IUDÍCIBUS e MARION, 2006, p. 56)

Segundo Basso (2011) o patrimônio é formado pelos bens, direitos e obrigações da entidade, sendo visto pela contabilidade sob dois aspectos: qualitativos e quantitativos.

(25)

- Aspecto Qualitativo: “considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista da sua natureza, como a composição individual e a natureza jurídica de cada elemento”. (BASSO, 2011, p. 27)

- Aspecto Quantitativo: “considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista monetário intrínseco, isto é, concebe os elementos patrimoniais como expressão de valor econômico”. (BASSO, 2011, p. 27)

Os bens e direitos são a parte positiva (ativo) e as obrigações são a parte negativa (passivo) do patrimônio.

2.1.2 Finalidades da contabilidade

A finalidade da contabilidade “pode ser estabelecida como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos a entidade objeto da Contabilidade”. (IUDÍCIBUS e MARION, 2006, p. 53)

“Gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento” é a finalidade da contabilidade. (BASSO, 2011, p. 28)

As diversas informações geradas pela contabilidade de uma entidade serão retiradas de suas demonstrações contábeis, tais como o Balancete, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, etc.. Sendo que estas informações deverão ser as mais precisas possíveis, observando sempre os Princípios de Contabilidade.

2.1.3 Usuários da contabilidade

Há diversos tipos de usuários das informações geradas pela contabilidade, cabendo a cada um selecionar as informações que lhe são relevantes. Tais usuários podem ser divididos nas seguintes categorias:

Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de maneira geral: “uso da informação contábil para se certificarem da real situação do patrimônio do empreendimento: segurança, lucratividade e rentabilidade do investimento realizado na entidade”. (BASSO, 2011, p.30)

(26)

Administradores, diretores e executivos dos mais variados escalões: “uso da informação contábil no processo decisório, contribuindo para que as decisões possam ser tomadas com o maior grau de acerto possível. Detalhes, precisão e agilidade da informação são requisitos básicos”. (BASSO, 2011, p.30)

Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro: “informações patrimoniais, econômicas e financeiras, visando a avaliar as reais garantias oferecidas quando da concessão de empréstimos e das aplicações de dinheiro na entidade”. (BASSO, 2011, p.30)

Governo e economistas governamentais: Utilizam as informações contábeis para fins de controles da arrecadação dos impostos.

“Efetuam estudos sobre os dados contábeis das empresas para planejamento e controle de suas receitas tributárias, bem como das políticas macroeconômicas”. (BASSO, 2011, p.31)

Fornecedores: “Semelhantes aos bancos e financiadores, os fornecedores realizam estudos sobre as demonstrações contábeis da entidade para aquilatar sua capacidade de liquidar obrigações e as suas possibilidades de sucesso econômico, como condicionantes do crédito”. (BASSO, 2011, p.31)

2.1.4 Áreas de Atuação do Contador

O curso de Ciências Contábeis proporciona ao profissional um campo muito amplo de trabalho, podendo este atuar em alguma empresa, ser um profissional autônomo, independente, atuar no ensino ou em órgãos públicos.

“Diante de um leque diversificado de atividades, podemos dizer que a tarefa básica do Contador é produzir e/ou gerenciar informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões”. (IUDÍCIBUS e MARION, 2006, p. 53)

Segundo Iudícibus e Marion (2006) o contador poderá ser: Contador Geral, Planejador Tributário, Auditor Interno, Analista Financeiro, Perito Contábil, Contador Atuarial (realizando a Contabilidade Atuarial), Contador de Custos, Consultor, Professor de Contabilidade, Pesquisador Contábil, Ocupar Cargos Públicos, Cargos Administrativos, Contador Gerencial, Auditor Independente, Investigador de Fraude, Escritor, Parecerista, Conferencista, Empresário Contábil, Avaliador de Empresas, Conselheiro Fiscal, Mediação e Arbitragem.

(27)

2.1.5 Princípios de Contabilidade

“Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância”. (BASSO, 2011, p. 349)

O Conselho Federal da Contabilidade (CFC) publicou em dezembro de 1993 a Resolução nº 750, que trata dos Princípios Fundamentais da Contabilidade. Nesta resolução estão concentrados os postulados, princípios e convenções que norteiam o exercício da profissão contábil. Essa resolução foi atualizada pela Resolução CFC nº 1.282, de 28 de maio de 2010.

Conforme o art. 2 da Resolução nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/2010:

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. (BASSO, 2011,p. 342)

De acordo com o art. 3 da Resolução nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/2010, são Princípios de Contabilidade:

I – o da ENTIDADE;

II – o da CONTINUIDADE; III – o da OPORTUNIDADE;

IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V – o da COMPETÊNCIA; e

VI – o da PRUDÊNCIA.

O Princípio de ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, que estava na redação original do art. 3 da Resolução nº 750/93, foi revogado pela Resolução CFC nº 1.282/2010

A Resolução do CFC nº 1.282 de 28 de maio de 2010, que atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC nº 750/93, a qual dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, relata em seu artigo:

Art. 1º. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC).

(28)

2.1.5.1 Princípio da Entidade

De acordo com a Resolução CFC Nº 750/93, em seu art. 4º:

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único: O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico contábil.

Ou seja, o patrimônio que for da empresa não é do sócio, e o patrimônio que é do sócio não deve se misturar com o da empresa.

2.1.5.2 Princípio da Continuidade

O art. 5º da Resolução CFC Nº 750/93, alterado pela Resolução CFC Nº 1.282/10 relata que:

“O Princípio da CONTINUIDADE pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância”. (BASSO, 2011, p.343)

A Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial e extrajudicial do empresário e da sociedade empresária, dispõe no art. 6º:

A decretação de falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. (PLANALTO, 2011)

Uma empresa não deve ser criada com o intuito de ser fechada logo em seguida, pois, para a abertura da sociedade os procedimentos serão bem simples, já para a sua baixa, os processos chegam a levar até anos para a sua conclusão.

(29)

2.1.5.3 Princípio da Oportunidade

O art. 6º da Resolução CFC Nº 750/93, com a redação dada pela Resolução CFC Nº 750/93 dispõe:

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único: a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (BASSO, 2011, p. 344)

2.1.5.4 Princípio do Registro Pelo Valor Original

O art. 7º da Resolução CFC nº 750/93, com a redação dada pela Resolução 1.282/10, dispõe:

“O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional”. (BASSO, 2011, p. 363)

O art. 7º em seus parágrafos 1º e 2º da Resolução CFC Nº 750/93, alterado pela Resolução CFC Nº 1.282/10 dispõe:

§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a

serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os

componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou

equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou

equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

(30)

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado

do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um

passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos;

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da

moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado periodo.

2.1.5.5 Princípio da Competência

O art. 9º, caput e parágrafo único, da Resolução CFC Nº 750/93, com redação dada pela Resolução CFC Nº 1.282/10 dispõe:

Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

2.1.5.6 Princípio da Prudência

Conforme a resolução CFC Nº 750/93, em seu art. 10º “o Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido”. (BASSO, 2011, p.346)

E o parágrafo único do art. 10º da Resolução nº 750/93, com redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/10, dispõe:

(31)

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (BASSO, 2011, p. 346)

“A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista” é o que dispõe o art. 11º da Resolução nº 750/93 com redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/10. (BASSO, 2011, p. 346)

2.2 SEGUROS

Seguro é o “acerto contratual com a seguradora, para que ressarça qualquer dano estipulado pela apólice”. (Dicionário da Língua Portuguesa, SCOTTINI, 2009, p.491)

O seguro também pode ser definido como “um plano ou dispositivo social que combina os riscos de indivíduos de um grupo, utilizando fundos contribuídos pelos membros desse grupo para pagar pelas perdas” (ALTHEARN Apud AZEVEDO, 2008, p. 95)

Baseando-se na definição da Fenaseg, Souza define:

“Seguros são uma operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado ou beneficiário), mediante o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro possível e incerto (risco), indicado no contrato” (2007, p. 23)

A importância da contratação de seguros está ligada à proteção, onde a maioria das pessoas faz a sua contratação para proteger o seu patrimônio ou a sua família de possíveis danos ou perdas que podem ocorrer de forma inesperada e inevitável.

2.2.1 O mercado atual de seguros

(32)

evoluiu consideravelmente, pois, com maior poder aquisitivo, as pessoas começaram a investir mais na contratação de seguros.

Segundo Souza o mercado atual de seguros “é constituído por cerca de 130 companhias de seguros, 35 empresas de previdência privada aberta, 10 empresas de capitalização, 32 mil corretores de seguros pessoas físicas e 12 mil pessoas jurídicas”. (2007, p. 15).

As seguradoras, no Brasil, caracterizam-se por atuarem em vários ramos ao mesmo tempo, ou seja, atuam na área de seguros de pessoas, bens, renda. (SOUZA 2007)

Outro fator que influencia o crescimento do mercado segurador é a facilidade com que o cliente consegue contratar um seguro através da internet.

Mais de 90 % das corretoras no Brasil, já possuem sites para divulgar seus produtos e alguns sites já permitem além de fazer a cotação emitir o boleto para pagamento, e depois é só aguardar algumas horas para a seguradora aprovar o seguro. (SOUZA, 2007)

E assim as companhias vão acompanhando o crescimento da economia e também o desenvolvimento de novas tecnologias para se adaptarem as exigências de seus segurados e diminuírem também o número de sinistros.

2.2.2 Estrutura do mercado segurador brasileiro

De acordo com o art. 8º do Decreto - Lei nº 73, de 1966, com redação dada pelo Decreto – Lei nº 296, de 1967, fica instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado por este Decreto - Lei e constituído:

a) do Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP; b) da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP; c) dos resseguradores;

d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e) dos corretores habilitados.

(33)

Figura 1: A estrutura do m Fonte: Elaborado pela autora a

O Conselho Nacio setor de seguros, regulan dos componentes do siste

Segundo o Art. 33 pelos seguintes membros representante do Ministér e Assistência Social; supe SUSEP; representante do Valores Mobiliários - CVM É o CNSP que esta resseguros, tendo como fi - defender a solvência e a - expandir o mercado de s - empregar a política de in A Superintendên governamental de atuaçã controle e fiscalização d capitalização e resseguros De acordo com o Resseguradores

do mercado segurador brasileiro. tora a partir de Souza (2007) p. 40.

Nacional de Seguros Privados (CNSP) “é o gulando e fiscalizando a orientação básica e sistema”. (SOUZA, 2007, p. 49)

33 do Decreto - lei nº 73, de 1966, o CNS mbros: Ministro de Estado da Fazenda, ou se inistério da Justiça; representante do Ministéri

uperintendente da Superintendência de Se te do Banco Central do Brasil e representant CVM.

estabelece as diretrizes e normas das polít mo finalidade:

ia e a liquidez das sociedades seguradoras; o de seguros, conforme o desenvolvimento do

de investimento do governo federal para a po ndência de Seguros Privados (Suse tuação colegiada e competência normativa ção dos mercados de seguro, previdência

guros”. (SOUZA, 2007, p. 49)

m o Decreto - lei nº 73, de 1966, a SUSEP

é o órgão máximo do sica e o funcionamento CNSP será integrado ou seu representante; nistério da Previdência de Seguros Privados - ntante da Comissão de s políticas de seguros e do país; a a política de seguros. (Susep) é o “órgão

ativa responsável pelo idência privada aberta,

(34)

autárquica, jurisdicionada ao Ministério da Indústria e do Comércio, dotada de personalidade jurídica de Direito Público, com autonomia administrativa e financeira. A administração da SUSEP será exercida por um Superintendente, nomeado pelo Presidente da República, mediante indicação do Ministro da Indústria e do Comércio.

É a SUSEP que permite a uma empresa operar no mercado segurador brasileiro, verificando o enquadramento as normas legais e também é responsável pelo zelo aos interesses dos consumidores esclarecendo suas principais dúvidas.

Resseguradores são “entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que têm por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) é empresa resseguradora vinculada ao Ministério da Fazenda”. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2011)

O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), atualmente é denominado IRB Brasil Resseguros S.A (IRB – Brasil Re). Esse instituto foi criado em 1939 no governo de Getúlio Vargas e tem como principais atribuições:

Fiscalizar o resseguro obrigatório e facultativo do país ou exterior; organizar e administrar consórcios; proceder à liquidação de sinistros e distribuir pelas seguradoras a parte do resseguro que não retiver e colocar no exterior as responsabilidades excedentes da capacidade do mercado segurador interno ou aquela cuja cobertura fora do país convenha aos interesses nacionais (retrocessão). As operações do IRB têm a garantia de seu capital e reservas e, subsidiariamente, a garantia da União. (SOUZA, 2007, p 42)

Segundo Azevedo (2008), o resseguro é o seguro do seguro, onde o segurador divide a responsabilidade de um determinado risco com outra seguradora, para diminuir o risco assumido.

Sociedades Seguradoras “são instituições que tem o objetivo de indenizar prejuízos involuntários verificados no patrimônio de outrem, ou eventos aleatórios que não trazem necessariamente prejuízos, mediante recebimento de prêmios”. (AZEVEDO, 2008, p.97)

Segundo o art. 88 do Decreto - lei nº 73, de 1966:

As sociedades seguradoras e os resseguradores obedecerão às normas e instruções dos órgãos regulador e fiscalizador de seguros sobre operações de seguro, co-seguro, resseguro e retrocessão, bem como lhes fornecerão dados e informações atinentes a quaisquer aspectos de suas atividades. (DATAPREV, 2011)

(35)

Conforme Souza (2007), para seu funcionamento, as sociedades seguradoras devem ter autorização pela Portaria do Ministério da Fazenda e seguir os limites técnicos impostos pela Susep, não podendo decretar falência e nem requerer concordata.

Corretores de Seguros são os responsáveis pelo intermédio entre o segurado e a seguradora, atuando como um verdadeiro consultor, esclarecendo as principais dúvidas e orientando o segurado no melhor seguro a contratar.

Corretagem de Seguros é “a intermediação feita por profissionais habilitados na colocação de seguros, mediante o recebimento de uma comissão percentual sobre o prêmio auferido pela seguradora”. (SOUZA, 2007, p. 46)

Segundo a Lei no 4.594, de 29 de dezembro de 1964, que regula a profissão de corretor de seguros em seu art. 20 traz que “o corretor responderá profissional e civilmente pelas declarações inexatas contidas em propostas por ele assinadas, independentemente das sanções que forem cabíveis a outros responsáveis pela infração”. (PLANALTO, 2011)

O corretor é um profissional liberal sem vínculos com a seguradora, mas, habilitado com registro na Susep, podendo ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite, para tomar as medidas necessárias em caso de sinistro.

Existem outras entidades que amparam o Sistema Nacional de Seguros Privados brasileiro como a Fenaseg, Fenacor e Funenseg

Fenaseg é a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. E uma entidade que congrega as empresas do setor de seguros brasileiro. A principal função dessa entidade é defender os interesses da categoria. (SOUZA, 2007)

Fenacor é a Federação Nacional dos Corretores de Seguros, de Capitalização e de Previdência Privada. “É uma entidade reconhecida como entidade coordenadora dos interesses da categoria econômica dos Corretores de Seguros e de Capitalização”. (SOUZA, 2007, p. 48)

Funenseg é uma entidade mantida pelo Sistema Nacional de Seguros Privados. É conhecida como a escola de seguros do Brasil, pois, é responsável pela profissionalização e qualificação de empresas e pessoas para trabalhem com seguros. Essas entidades contribuem qualificando profissionais, divulgando os benefícios e a importância da contratação de seguros, para aumentar a competitividade do mercado. (SOUZA, 2007)

(36)

2.2.3 Principais conceitos, elementos e definições de seguros

Apresentam-se a seguir algumas definições básicas do segmento de seguros: Segurador: é responsável por gerir os riscos especificados no contrato de seguros. No Brasil, tem seu funcionamento autorizado pela Susep.

É o segurador “quem emite a apólice e, no caso da ocorrência de sinistro e de posse do pagamento do prêmio, será o responsável por indenizar o segurado ou seus beneficiários de acordo com as coberturas contidas na apólice”. (SOUZA, 2007, p.23)

Segurado: é o nome da pessoa que efetivou o seguro, podendo ser pessoa física ou jurídica.

O segurado “transfere para a seguradora, mediante pagamento do prêmio, o risco de um evento aleatório atingir o bem de seu interesse. Caso o segurado não pague o prêmio previsto ele perde os direitos à indenização prevista no contrato”. (SOUZA, 2007, p.24)

Beneficiário: é a pessoa física ou jurídica, que, em caso de sinistro irá receber a indenização.

“Corresponde a quem se beneficia com o seguro, ou seja, a pessoa a quem o segurado reconhece o direito de receber a indenização, ou parte dela, prevista na apólice do seguro". (SOUZA, 2007, p.24)

Indenização: é o valor, que, em caso de sinistro, a seguradora paga ao segurado.

“É a contraprestação do segurador ao segurado que, com efetivação do risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a sofrer prejuízos de natureza econômica, fazendo jus à indenização pactuada”. (AZEVEDO, 2008, p.97)

Prêmio: é o valor que o segurado paga à seguradora.

“É o preço ou custo do seguro especificado no contrato, ou seja, a soma em dinheiro paga pelo segurado para que a seguradora assuma a responsabilidade por um determinado risco”. (SOUZA, 2007, p.25)

Franquia: “é o limite de participação do segurado nos prejuízos resultantes de cada sinistro. Quanto maior a franquia, menor o prêmio”. (SOUZA, 2007, p.25)

A franquia evita que o seguro seja acionado em casos simples, em que os prejuízos são de menor valor.

(37)

Sinistro: “é a realização do risco previsto no contrato de seguro resultando em perdas para o segurado ou seus beneficiários”. (SOUZA, 2007, p.25)

O sinistro pode ser parcial (quando atinge uma parte do objeto segurado) ou total (quando destrói por completo do objeto segurado).

Risco: é a expectativa de sinistro. Não pode haver contrato de seguro sem haver um risco a ser coberto.

Segundo Santos (2007, p. 25)

O Risco representa a possibilidade de um evento inesperado ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais e pessoais. Esse evento incerto, de data incerta, independe da vontade do segurado ou segurador. Assim, o risco deve ser: incerto, aleatório, possível, real, licito e fortuito.

Importância Segurada: é o valor monetário atribuído ao patrimônio para o qual o segurado deseja cobertura.

Portanto, a importância segurada “é o Limite Máximo de Responsabilidade (LMR) da seguradora, que nos seguros de coisas, não deverá ser superior ao valor do bem; é o Limite Máximo de Indenização (LMI) ou Limite Máximo de Garantia (LMG)”. (AZEVEDO 2008, p. 98)

Salvados: “São os objetos que se consegue resgatar de um sinistro e que ainda possuem valor econômico. Consideram-se os bens em perfeito estado ou parcialmente danificados”. (AZEVEDO 2008, p. 98)

No caso de seguro de automóveis, salvados refere-se a tudo que restou do veículo após o acidente.

Conforme Souza (2007), o seguro é fundamentado no conceito de compartilhamento de riscos. Três componentes são básicos no seguro:

Mutualismo: pessoas com interesses comuns constituindo uma reserva

econômica para dividir o risco de um acontecimento não previsto;

Previdência: proteção a pessoas, relativamente a si próprias ou a seus

bens;

Incerteza: envolve dois momentos: a possibilidade de ocorrência do evento

segurado e o momento. (SOUZA, 2007, p. 31 - 32)

2.2.4 Legislação de seguros

(38)

normas legais. Particularmente, a legislação vigente sobre Seguro de Veículos Automotores é a seguinte:

Quadro 1

Normas Legais e sua Descrição

Normas Legais Descrição LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 -

CÓDIGO CIVIL

Parte Especial – Livro I – Do Direito das Obrigações – Título VI – Das Várias Espécies de Contrato Capítulo XV – Do Seguro - Artigos 757 a 802.

DECRETO-LEI Nº 73 - DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966

Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as Operações de Seguros e Resseguros e dá outras Providências.

LEI Nº 6.194, DE DEZEMBRO DE 1974

Dispõe sobre Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não.

DECRETO Nº 60.459, DE 13 DE MARÇO DE 1967

Regulamenta o Decreto-Lei nº 73, de 21 de

novembro de 1966, com as modificações

introduzidas pelos Decretos-Lei nº 168, de 14 de fevereiro de 1967, e nº 296, de 28 de fevereiro de 1967.

DECRETO Nº 61.589, DE 23 DE OUTUBRO DE 1967

Retifica disposições do Decreto número 60.459, de 13 de março de 1967, no que tange a capitais, ao início da cobertura do risco e emissão da apólice, à obrigação do pagamento do prêmio e da indenização e à cobrança bancária.

DECRETO Nº 61.867, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1967

Regulamenta os seguros obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e dá outras providências.

DECRETO Nº 85.266, DE 20 DE OUTUBRO DE 1980

Dispõe sobre a atualização dos valores monetários dos seguros obrigatórios a que se refere o Decreto nº 61.867, de 7 de dezembro de 1967.

Fonte: Senado Federal. Legislação, 2011.

A legislação específica para o ramo de seguros de automóveis abrange, além das leis e decretos acima citados, as circulares emitidas pela SUSEP, que estabelecem e reformulam regras e critérios complementares de funcionamento e de operação dos controles de seguros de automóveis. Um exemplo é circular SUSEP Nº 269/2004, publicada em 04 de outubro de 2004 que:

Estabelece, altera e consolida as regras e critérios complementares de funcionamento e de operação dos contratos de seguros de automóveis, com inclusão ou não, de forma conjugada, da cobertura de responsabilidade civil

(39)

facultativa de veículos e/ou acidentes pessoais de passageiros. Esta Circular, além de definir regras específicas para o seguro de automóvel, estabelece que aplicam-se também a tais seguros todas as disposições da Circular SUSEP Nº 256, de 16 de junho de 2004, a qual dispõe sobre a estruturação mínima das Condições Contratuais e das Notas Técnicas Atuariais dos Contratos de Seguros de Danos em geral. (SUSEP, 2011)

Há também algumas Normas Técnicas que são expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) fixando regras para a contabilização de contratos de seguros de lançamentos contábeis típicos e específicos de Companhias seguradoras e de apresentação de seus demonstrativos contábeis. Um exemplo típico é a NBC TG 11:

Quadro 2

Norma Brasileira de Contabilidade

NBC TG – GERAL Sigla e numeração anterior Resolução CFC CPC

Disciplinas do curso que abordam conteúdos das

respectivas NBCs

NBC TG 11 – Contratos

de Seguros NBC T 19.016 1.150/09 CPC 11

Noções de Técnicas Atuariais Fonte: Conselho Federal de Contabilidade. Normas Brasileiras de Contabilidade, 2011.

Para terem vigência e plena aplicabilidade no âmbito das Companhias seguradoras, os pronunciamentos, as orientações e as interpretações Técnicas expedidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) precisam ter o aval da SUSEP e da CVM.

O Pronunciamento Técnico CPC 11, NBCTG 11, sobre Contratos de Seguros, aprovado pela Resolução CFC nº 1.150/09, com base na deliberação nº 563/08 da CVM e avalizado pela Circular SUSEP nº 424/11.

2.2.5 Principais Instrumentos do Contrato de Seguros

Contrato de seguro é o documento pelo qual uma das partes (seguradora) obriga-se com a outra (segurado ou estipulante), mediante o pagamento de um prêmio, à indenização do prejuízo resultante de riscos futuros previstos no contrato. (SOUZA, 2007, p. 28)

A apólice ou bilhete do seguro é a prova da existência de um contrato de seguro. O Código Civil, Lei 10.406, de 10/01/02, dispõe no Art. 760:

Referências

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