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2.8 O CONTEXTO DO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DE INOVAÇÃO

2.8.2 Contexto brasileiro

O Brasil vem apresentando ganhos crescentes com as TICs desde a década de 90, com mudanças nos métodos e operações de negócios, tanto privados quanto públicos, redução de custos, melhoria na produtividade e competitividade do setor produtivo. Verifica-se a ampliação da comunicação em alta velocidade, através de fibras óticas, apesar da necessidade de melhoria, principalmente no Norte e Nordeste.

O desenvolvimento do setor de software conta com o apoio da Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), que possui subprogramas estaduais, tendo crescido substancialmente. Segundo dados da Softex, em 2001, o Brasil importou um valor total de US$ 1 bilhão e exportou U$ 100 milhões.

Segundo o Sinfor (2003), em fevereiro de 2002, a Agência de Promoção de Exportações (APEX), com apoio do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), aprovou o lançamento do Projeto Brains (Brazilian

Intelligence in Software), coordenado pelo Centro de Tecnologia de Software (Tecsoft), agente da Softex em Brasília, “para o novo esforço de exportação do

software brasileiro, visando primordialmente os mercados dos Estados Unidos,

Argentina, Alemanha e países árabes”.

O projeto prevê a participação de empresas em diversos segmentos, especialmente, na gestão eletrônica de documentos, segurança de informações, ferramentas de Internet, automação bancária e industrial, gestão pública, transportes e telecomunicações. Além da participação no processo de qualificação voltada à capacitação para a competitividade global, o projeto prevê outras atividades, como participação e exposição em feiras internacionais de TI, identificação de canais de comercialização e potencial de mercados, capacitação em comércio exterior, capacitação para a qualidade de acordo com as normas ISO 9000/2000 e CMM. A formação e capacitação tecnológica para o mercado de trabalho têm despertado interesses de outros países ao ser considerado como fator de vantagem comparativa. O comércio eletrônico tem trazido diversas iniciativas, inclusive do governo na constituição do Comitê Executivo do Comércio Eletrônico, com a participação do MCT, MDIC e do MPOG.

Como um dos indicadores da expansão dessa cadeia produtiva tem-se a porcentagem da receita líquida das empresas, aplicada nas TI, verificando-se um crescimento a uma taxa de 10% ao ano, desde 1988 (SINFOR, 2003), sendo que as maiores taxas de crescimento, segundo a Fundação Getúlio Vargas, vêm das empresas menos informatizadas e do setor de serviços, que são as que mais necessitam para acompanhar o mercado e as que mais se apoiam nas TI, concluindo que quanto mais informatizada a empresa, maior o valor do seu investimento, conforme Tabela 5.

Tabela 5: Gastos e investimentos de capital das empresas, em TI

Notas: (1) significa Investimentos em TI/Investimentos de capital da empresa (2) traz os dados das médias e grandes empresas.

A Internet teve início em 1989 como uma rede acadêmica, implantada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em 21 estados brasileiros, operando a baixas velocidades. Em 1995 e 1996, esses serviços foram atualizados, ampliados e tiveram velocidades mais altas, contando nos dias de hoje com serviço rápido de transmissão de dados como o ADSL, Virtua, Speedy. Atualmente, as Regiões Sul e Sudeste concentram mais de 70% dos provedores de acesso. O mercado relacionado à Internet emprega mais de 2,5 milhões de pessoas, conforme estimativa do MCT, e possibilita a realização de vários serviços tanto governamentais como da iniciativa privada, como pagamento de impostos, votação eleitoral, serviços bancários, e vários outros. Com relação aos bancos, quatro dos dez bancos mais acessados no mundo são brasileiros: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco.

O mercado do comércio eletrônico no Brasil, até final da década de 90, foi muito utilizado por empresas tradicionais, como bancos, corretoras de valores. Apesar de apresentarem vantagens tanto para os consumidores como para as empresas fornecedoras, calcula-se que somente 1% dos usuários da Internet no Brasil adquirem seus produtos através dela. Os principais tipos de relações existentes no momento são B2G, G2B, G2C e C2G.

A falta de uma legislação, que regulamente as transações é considerada um dos fatores responsáveis pela sua baixa utilização, ao lado da questão da tributação delas, reforçando a atividade de call center, do segmento de telecomunicações, que é considerada uma das maiores geradoras de emprego na área de serviços no país.

A microeletrônica abrange e influencia o setor de informação pois é utilizada na informática e automação, telecomunicações, eletrônica de consumo e componentes como microcomputadores, monitores, memórias e chip-sets, enfim todos os circuitos integrados e semicondutores são importados. É estratégico dominar a tecnologia de fabricação de chips. O Brasil está começando a retomar as atividades de P&D nessa área. Uma pesquisa da Escola Politécnica da USP, em parceria com a Itautec e a Intel produziu os primeiros supercomputadores totalmente brasileiros, sendo que somente a USP e a Universidade de Illinois haviam conseguido tal feito, baseados em clusters de chips, na área de processamento gráfico.

As pequenas e médias empresas têm oportunidades de negócios com tecnologia da informação, porém, enfrentam dificuldades na percepção de oportunidades do comércio eletrônico, bem como de clareza dos benefícios para si, na definição de produtos adequados, ao lado de um ritmo mais lento de utilização da Internet, entre outros. O incremento de suas atividades nesse setor traria seguramente ganhos para elas, bem como para os usuários e o governo.

Com uma baixa competitividade nos mercados internacionais, o Brasil está classificado em 65º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelo Fórum Econômico Mundial, em 2003, (dados de 2001), e em 43º lugar, entre 72 países, no Índice de Desenvolvimento Tecnológico das Nações Unidas (2001), com duas patentes por milhão de habitantes, enquanto na Argentina são 8 e na Coréia do Sul são 779 patentes/milhão habitantes.

Ao mesmo tempo, o Brasil tem demonstrado uma liderança em Tecnologia na América Latina. Segundo estudo do Fórum Econômico Mundial, ele ocupa a 29ª posição no ranking dos países mais desenvolvidos na área de Tecnologia da Informação. Esse estudo analisou 82 países, comparando o desempenho dos usuários finais, empresas e governo. Analisou também as condições do mercado, o cenário político e regulatório, e a infra-estrutura de cada nação, sendo que a boa infra-estrutura de redes e as iniciativas na área do e-government permitiram que o País assumisse a liderança latino-americana nessa área, conforme nota “Brasil lidera TI na América Latina” na Pesquisa FAPESP (n. 86, abril 2003, p. 15).

O desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica necessita de uma ação abrangente e integrada das diversas instituições que compõe o sistema de P&D, sejam elas públicas ou privadas. O MCT quer mapear as pesquisas mais relevantes desenvolvidas nas universidades e institutos públicos de pesquisa, identificar protótipos e produtos com potencial de mercado, avaliar a sua viabilidade econômica e formar um banco de dados a ser operado pelo BNDES, buscando entre seus clientes eventuais parceiros. A prospecção das pesquisas com potencial de mercado levará a transformar projetos científicos em aplicações econômicas. Além do BNDES, pretende atuar com outras agências de financiamentos como o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, investidores de risco, como a Votorantim Ventures, apoiando efetivamente o crescimento econômico do país, agregando valor aos itens da pauta de exportações brasileira, tendo como base uma experiência da Universidade Federal de Santa Maria e da PUC do Rio Grande do Sul com a empresa Forjas Taurus para a fabricação de uma peça utilizada para produção de petróleo pela Petrobrás.

O esforço do MCT no sentido de aumentar

a capacidade de indução das políticas públicas do setor, motivando as parcerias estratégicas entre governos, empresas e universidades, multiplicando sua capacidade de investimento através da criação dos fundos setoriais, buscando modernizar a gestão do sistema, quer pela agilização das instituições de fomento, quer pela criação da Agência de Gestão Estratégica, em 2001, quer ainda pela tentativa de abrir cada vez mais os procedimentos à participação efetiva da ponta do sistema, isto é, de seus usuários, na gestão eficiente e crítica de seu funcionamento (VOGT; KNOBEL, 2004, p. 6).

Com relação aos recursos financeiros, o desafio é buscar novos meios de financiamento para a inovação tecnológica empresarial, bem como ampliar os recursos para investimentos em pesquisa científica e tecnológica nas universidades e institutos de pesquisa, promover uma avaliação do desempenho dos fundos, rever o processo de análise dos projetos, discutir os métodos de gestão dos recursos dos fundos, reforçar a participação dos fundos setoriais nos investimentos em pesquisa acadêmica, visando uma melhor articulação dos fundos setoriais com a política nacional de C&T, reforçar a política de ação do CNPq e da Finep, pois precisa pensar em política de C&T, partindo das universidades, com os fundos setoriais

colaborando com a reconstrução da universidade, e contando com investimentos tanto do Governo Federal como dos estados e da iniciativa privada.

A universidade, por sua vez, tem que ser entendida no seu papel de formação de recursos humanos, voltada não somente para a competitividade, mas para uma educação que revele talentos e desenvolva as potencialidades do educando, dentro de uma abordagem integrada da educação, da ciência e da tecnologia, e no desenvolvimento da pesquisa pura e aplicada, buscando soluções para os seus problemas estruturais e conjunturais, como o esvaziamento da universidade.

O CNPq, dentro de um esforço de crescimento e desenvolvimento da área de pesquisa, tem investido na ampliação do número de instituições, grupos de pesquisa, pesquisadores e doutores, verificando-se uma tendência significativa de crescimento decorrente, inclusive, do aumento de instituições, conforme demonstra a Tabela 6.

Tabela 6: Número de instituições, grupos, pesquisadores e doutores, 1993-2004

1993 1995 1997 2000 2002 2004 Instituições 99 158 181 224 268 335 Grupos 4.402 7.271 8.632 11.760 15.158 19.470 Pesquisadores (P) 21.541 26.799 34.040 48.781 56.891 77.649 Doutores (D) 10.994 14.308 18.724 27.662 34.349 47.973 D/P 51 53 55 57 60 62

Fonte: CNPq. Disponível em: <http://ftp.cnpq.br/pub/doc/aei/indicadores_segundo_grandes_areas.zip>.

Mas problemas estruturais e conjunturais persistem causando o esvaziamento das universidades: baixos salários, aposentadorias aceleradas pela nova legislação da previdência, falta de política de reposição dos aposentados, falta de infra-estrutura de ensino e pesquisa, falta de autonomia de gestão administrativa e financeira, diminuição e centralização de bolsas de estudo e de pesquisa, falta de uma política de recursos humanos adequada aos objetivos e à sua missão, falta de uma política salarial motivadora, com incentivos à dedicação exclusiva, falta de revisão dos orçamentos e investimentos na educação superior. Por outro lado, é preciso criar condições para que a universidade possa estar de mãos dadas com a sociedade, apoiá-la em seus desafios e oportunidades, como prestadora de serviços e consultora de empresas e demais segmentos, pois “em todos os países, dar

consultoria é parte do trabalho do professor. A consultoria é a maneira de a universidade entender a sociedade para a qual ela forma gente”, como afirma José Ellis Ripper (2004, p. 17).

Tal cenário é também encontrado nos Estados, com capacidades diferenciadas de ação, com problemas semelhantes na maioria deles. Inicialmente, é importante estabelecer suas políticas estaduais, reforçar as FAPs e outros mecanismos regionais e locais que possam dar um novo dinamismo e um desenvolvimento equilibrado às pesquisas científicas e tecnológicas, ao lado de uma ação integrada dos diversos segmentos que devem participar desse processo, a exemplo da Fapesp, pois a atual estrutura de investimentos em C&T traz uma participação grande do governo federal, um pouco menor dos Estados, e quase nenhuma da iniciativa privada.

A inovação tem sido incluída nos estudos sobre competitividade das empresas e formulação de políticas de desenvolvimento, pois

em estudos realizados nos países mais desenvolvidos, estima-se que a inovação é responsável por 80% a 90% do crescimento da produtividade. Sabendo-se também que o aumento da produtividade responde por mais de 80% do crescimento econômico, a inovação é essencial para ampliar as oportunidades de ganhos econômicos e sociais das cidades, regiões e países (QUANDT, 2004, p. 1).

Os empresários, também, têm suas limitações, como afirma José Ellis Ripper (2004, p. 13, 15), há

falta de motivação das empresas em investir em qualidade e recursos humanos; preferem fazer um novo produto, uma tecnologia nova de produção no lugar de desenvolvimento; as mudanças constantes na legislação brasileira, as taxas de juros que obrigam o empresário a ter uma visão de curto prazo, só fazendo desenvolvimento de produtos, não precisando necessariamente de um profissional Ph.D. [...] A maior parte das empresas do Brasil, mesmo as que fazem P&D, nem sabem que fazem isso.

Por um lado, investem pouco em pesquisa e desenvolvimento, e, por outro, possuem uma capacidade limitada de converter o conhecimento e o investimento que fazem em inovação.

Torna-se urgente a criação, no país, de uma cultura empresarial em que “o risco faça parte dos investimentos e em que os investimentos de risco constituam, como nos países ricos, fontes efetivas de financiamento da pesquisa tecnológica nas empresas” (VOGT; KNOBEL, 2004, p. 6).

Setores bem diferenciados de TI, como o cultural, demonstram a necessidade de novos estudos e de novas metodologias para que diferentes setores possam participar fortemente do processo de desenvolvimento econômico do País. Uma pesquisa realizada sobre áreas produtivas da cultura-audiovisual, editorial e musical – no Rio de Janeiro, em 1999, constatou que essa área estava em sexto lugar no

ranking das atividades econômicas, empatada com a indústria de bebidas. Essa

pesquisa usou uma nova metodologia, chamada de Valor Econômico do Tributo, que identifica a arrecadação tributária das atividades culturais formais. A publicação desse estudo deu “acesso aos resultados de uma nova metodologia, a primeira a criar uma base de análise de como a cultura se inclui entre as grandes atividades econômicas” (SARAIVA, 2003, p. 81).

Ao lado desses resultados, a partir de 2000, ações em outros setores estão sendo realizadas no Brasil, com algumas evidências que devem ser anotadas, na área de C&T,I:

a) Verifica-se a expansão da Fiocruz, que permitirá um aumento de cinco vezes na sua capacidade, voltada principalmente para a produção de antibióticos, a fabricação da vacina tríplice viral, inauguração do Centro de Produção de Antígenos Bacterianos, pedra fundamental do prédio de Protótipos, Reativos e Biofármacos.

b) Outra iniciativa governamental é a criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal voltada para a reunião das pesquisas no setor de energia, responsável pelo estudos de licenciamento ambiental para a construção de usinas, expansão de geração e transmissão de energia elétrica e utilização de carvão mineral, com receita prevista em duas fontes: royalties do petróleo e percentual das contas de luz, atualmente destinados à Agência Nacional de Energia Elétrica.

c) A Fapesp, exemplo de fundação estadual de apoio à pesquisa, passou a “desempenhar um papel ativo na identificação de oportunidades e desafios para o desenvolvimento do sistema de pesquisa do Estado, em estreita colaboração com a comunidade científica. Conseguindo superar a antiquada visão dicotômica que opõe pesquisa espontânea e pesquisa induzida”, como afirma o então diretor científico da Fundação, José Fernando Perez (Pesquisa

Fapesp, n. 103, set. 2004, p. 24).

d) A relativa fragilidade na competição internacional, como afirma Àvila (2004) “na virada do século esse quadro começaria a ser revertido. Políticas foram esboçadas no âmbito do MCT e do MDIC, com vistas a propiciar o maior direcionamento de recursos para o estímulo à inovação empresarial. Criaram- se novos mecanismos de financiamento e apoiou-se a maior interação universidade-empresa, dinamizando-se o movimento de parques tecnológicos e a montagem de fundos de capital de risco, ao tempo em que surgia o Novo Mercado da Bovespa e se propunham mecanismos de estímulo à capitalização de novas companhias e ao aquecimento do mercado de capitais. [...] vislumbra- se, hoje, a superação das fragilidades externas e iniciativas como as da nova política industrial e tecnológica representam passos na direção de conferir maior centralidade às políticas voltadas para os níveis meso e micro- econômicos. Há crescente consenso quanto à necessidade de coordenar tais iniciativas de modo a torná-las sinérgicas com as políticas de estabilização e com os esforços para a recuperação e o desenvolvimento da infra-estrutura física do país, formando uma espécie de tripé para o crescimento sustentável”. e) As empresas parecem apresentar grande potencial na conquista de espaços

em mercados competitivos, ao lado de um sistema de fomento com capilaridade e recursos razoáveis, um mercado de capitais superando as crises e passando a ser um mecanismo de desenvolvimento, ao lado de um sistema de Ciência e Tecnologia com competência, com algumas áreas em condições de igualdade com centros internacionais.

f) Por outro lado, segundo Queiroz (2004), segmentos empresariais apresentam baixa atividade de P&D, cujas causas vão desde o peso de setores de baixa intensidade tecnológica na economia, condições de competição pouco isonômicas, forte internacionalização da economia brasileira com multinacionais

essencialmente importadoras de tecnologias desenvolvidas em suas matrizes, sem uma política de P&D voltada ao desenvolvimento local, apesar da tendência atual de internacionalização de atividades de alto valor agregado, como a tecnologia. Verifica-se, em alguns setores, um esforço mais significativo das multinacionais do que das empresas locais nas atividades de P&D, como o setor automobilístico. A partir de experiências como as deste setor, pode-se inferir que essas empresas poderão vir a desempenhar um papel significativo no nosso sistema de inovação e na melhoria da baixa produtividade tecnológica do Brasil, tendo como suporte uma agenda política do governo, voltada a articular o desenvolvimento tecnológico do País, com as medidas de atração de investimentos estrangeiros, de modo a incorporar a empresa multinacional no papel de agente do sistema nacional de inovação.

Indústria como a de software, de acordo com Jaguaribe (2005, p.93-94),

se compõe atualmente de mais de 5 mil empresas, movimenta mais de 8 bilhões de dólares, emprega perto de 200 mil profissionais, distribui-se por grande parte do país, e cresce a mais de 11% ao ano, apresenta no entanto, várias limitações entre as mais importantes: sua não internacionalização; a insipiente certificação em qualidade; e a insuficiente formação de recursos humanos qualificados.

A análise do Brasil na economia global do conhecimento foi realizada por Dahlman e Frischtak (2005, p. 32), a partir de quatro áreas funcionais, utilizando a metodologia KAM (www.worldbank.org/kam):

- ambiente econômico: regime econômico e institucional capaz de criar pressões e recompensas ao uso eficiente do conhecimento existente e novo, e para o surgimento do empreendedorismo;

- educação: pessoas educadas, criativas e capacitadas; - inovação: sistema nacional de inovação efetivo;

- infra-estrutura de informação: infra-estrutura dinâmica de informação.

O índice da economia do conhecimento do país é a média da posição do país na escala de indicadores mais relevantes nessas quatro áreas funcionais. As três piores posições foram: Nigéria (1ª posição), Paquistão e Gana, e as melhores: Canadá,

Austrália, EUA e Finlândia (33ª posição), estando o Brasil na 15ª posição, entre a Turquia (14ª) e o México (16ª), conforme demonstra a Figura 9.

Figura 9: O Brasil na economia global do conhecimento

Fonte: Dahlman e Fischtak, 2005.