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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2 Contexto da Pesquisa

Segundo as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica (CNE/CEB, 2001), a Classe Especial é uma sala de aula em instituição educacional de ensino regular em espaço físico e modulação adequada. A quantidade de estudantes na Classe Especial deve atender à modulação específica definida no documento Estratégia

de Matrícula9da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, deve ser regida por um professor especializado na educação de estudantes com deficiência intelectual/mental ou transtorno global do desenvolvimento em consonância com as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica que recomendam evitar o agrupamento de estudantes com necessidades especiais relacionadas a diferentes deficiências (BRASIL, 2001).

Na Secretaria de Educação do Distrito Federal o encaminhamento de estudantes para Classe Especial decorrerá de indicação da equipe pedagógica da instituição educacional, bem como dos profissionais de apoio existentes na instituição. O quantitativo de estudantes por Classe Especial deve atender à modulação específica definida no documento Estratégia de Matrícula da Rede Pública de ensino do Distrito

Federal (Quadro 3).

9 Documento que regulamenta as normas para o atendimento dos alunos nas escolas públicas do Distrito

A Orientação Pedagógica (SEDF, 2010) refere-se à matrícula de estudantes em Classe Especial:

Para a matrícula de estudantes em Classe Especial devem ser avaliadas suas habilidades e competências, conforme previstas na matriz curricular da Educação Especial, observando suas possibilidades de escolarização, dentre outras. O desenvolvimento desse processo avaliativo e a indicação do estudante para atendimento em Classe Especial devem contar com o apoio e a avaliação da Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem do Centro de Ensino Especial. Essa avaliação deverá ser documentada por um registro circunstanciado em relatório individual que apresente as condições contextuais familiares e escolares, composta por indicadores precisos que possibilitem justificar o encaminhamento do estudante para uma Classe Especial. Esses indicadores devem especificar procedimentos pedagógicos adotados para atender às dificuldades e às necessidades do estudante, inclusive as adaptações curriculares a serem desenvolvidas (SEDF, 2010, p. 67- 68).

A estratégia de matrícula da SEE DF orienta que os estudantes para serem encaminhados para a Classe Especial devem também ter laudo médico com o tipo de deficiência ou transtorno especificado por CID. Segundo esse documento, a Classe Especial é destinada a estudantes com deficiência intelectual, sendo definida como “estudantes com limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, sendo expressa nas habilidades sociais, conceituais e práticas, originadas antes dos dezoito anos de idade” (SEDF, 2013b, p. 63).

As Classes Especiais destinam-se a atender, extraordinária e temporariamente, às necessidades dos estudantes com deficiências e com TGD (Transtorno Geral do Desenvolvimento ou Transtorno Invasivos do Desenvolvimento)10, quando a necessidade

de apoios não puder ser atendida adequadamente no ensino regular (SEDF, 2010).Trata- se de espaços inclusivos da Rede Pública de ensino, onde os estudantes são avaliados anualmente por um estudo de caso realizado pela Equipe de Apoio Pedagógico, pela Sala de Recursos, pela Direção da escola, pelo orientador e pela professora da classe. Neste estudo serão levantados indicadores que apontem para o melhor espaço e

10Segundo o DSM-IV-R, que adota o termo “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, apresenta como

característica do quadro o prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento, tais como: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação, ou presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados. Os prejuízos qualitativos que definem essas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo. (D´ANTINO, 2008)

estratégia para o estudante: a permanência na classe ou a inclusão em uma classe regular,

Quando solicitado pelo professor ou pela direção da escola, o estudante passa por uma avaliação na Equipe de Apoio à Aprendizagem, formada por um pedagogo e um psicólogo, que avaliam os aspectos cognitivos por meio de testes (psicométricos, projetivos, entre outros), observações no contexto escolar, informações obtidas com o professor e a família, através de entrevistas. Essa avaliação é utilizada no estudo de caso que decidirá o melhor encaminhamento do estudante com deficiência intelectual, assim, sua permanência ou não na Classe Especial, ou sua matrícula em uma classe comum ou turma de integração inversa do ensino regular.

A Orientação Pedagógica (SEDF, 2010), documento que sistematiza os atendimentos oferecidos pela Educação Especial em escolas públicas da Secretaria de Educação do Distrito Federal, enfatiza que as Classes Especiais para o atendimento aos estudantes com deficiência intelectual destinam-se, extraordinária e transitoriamente, aos que estiverem na faixa etária dos 8 (oito) aos 14 (quatorze) anos e para os estudantes acima de 14 anos, com a orientação curricular de Educação de Jovens e Adultos e adequações necessárias.

Ainda segundo o documento, recomenda-se observar os seguintes critérios para o encaminhamento do estudante para a Classe Especial:

• esgotar possibilidades e oportunidades de inclusão escolar;

• apresentar limitações nas habilidades adaptativas em comprometimento tal que não seja beneficiado pela inclusão escolar imediata; e

• encontrar-se na faixa etária compreendida entre 8 e 14 anos(SEDF, 2010, p. 68).

Após a pesquisa junto à Secretaria de Educação do Distrito Federal para identificar o quantitativo de estudantes com deficiência intelectual e o local estavam matriculados, optou-se por uma escola da Coordenadoria Regional do Núcleo Bandeirante. Essa Coordenadoria abrange as seguintes Regiões Administrativas (Zonas Urbana e Rural): Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I (Região Administrativa da escola pesquisada) e Riacho Fundo II. A escola foi escolhida pelo fato de a Classe Especial atender a todos os requisitos necessários para o estudo, ou seja, uma classe de estudantes com deficiência intelectual no início de escolarização, a professora da classe,

especialista em Educação Inclusiva e o aceite da família e da professora para a realização da pesquisa.

O Quadro 7, a seguir, demonstra o número de estudantes efetivamente frequentes em Classes Especiais na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, especificamente na Região Administrativa contexto da pesquisa, detalhado por Ano de Nascimento e Etapa/ Modalidade em 26/03/2014. Encontra-se identificada a Região Administrativa pesquisada. Os quadros demonstrativos das demais Regiões Administrativas encontram- se em anexo (Anexo A):

Quadro 7 - Número de estudantes matriculados em Classe especial na Região Administrativa do Riacho Fundo

Quadro 7 - Número de estudantes matriculados em Classe especial na Região Administrativa do Riacho Fundo. Fonte: Censo Escolar 2014..