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CONTEXTO DO ESTUDO

No documento ALEXANDRE.13.07 (páginas 64-66)

CAPITULO III- DESENHO METODOLÓGICO

1. A PROBLEMÁTICA DO ESTUDO

1.5 CONTEXTO DO ESTUDO

Cabo Verde é uma República soberana, unitária e democrática, regendo-se por leis internas que salvaguardam o respeito pelos direitos humanos, a paz e a justiça. Para além do seu ordenamento jurídico, o Estado de Cabo Verde vincula-se ainda às convenções e tratados internacionais sobre os direitos humanos e soberania dos povos.

As características específicas do arquipélago de Cabo Verde no contexto social, económico e educativo em desenvolvimento exigem por parte do docente formação que lhe permite competir e a dar respostas aos desafios da Educação.

As oportunidades de formação desenvolvidas pelo Estado de Cabo Verde e as novas exigências Mundo Globalizado e do mercado de trabalho colocam o docente perante desafios em que ele tem de adquirir uma diversidade de aprendizagens científico académicas necessária ao Desempenho Profissional, nas práticas diárias na sala e na comunidade escola.

A pobreza em Cabo Verde é de natureza fundamentalmente estrutural sendo agravada por fenómenos conjunturais como as secas, a estagnação e/ou a recessão económica, entre outros aspetos. A condição perante o trabalho constitui igualmente um dos fatores importantes na configuração da pobreza. O nível de desemprego, histórica e estruturalmente elevado, aliado às dificuldades intrínsecas à produção do sector primário definem e conformam a situação da pobreza.

A economia de Cabo Verde é predominantemente de serviços e o sector terciário gera o essencial da riqueza nacional. Com efeito, o sector dos serviços representa cerca de 72% do PIB, apesar de um aumento significativo do nível médio de vida das populações. Um desafio importante na economia cabo-verdiana é a sua fraca capacidade de gerar emprego.

A dinâmica de desenvolvimento de Cabo Verde vem sendo uma constante, com ganhos significativos para o país, com a recente adesão à Organização Mundial do Comércio, a graduação a País de Rendimento Médio e a Parceria Especial com a União Europeia, no sentido de estabelecer e promover uma Economia estável, uma Sociedade justa e igualitária e uma Educação de melhoria.

A Educação foi e contínua sendo, cada vez mais, um fator de progresso para Cabo Verde, tendo sido reafirmado sempre pelos diferentes Governos, em que o principal recurso

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estratégico de Cabo Verde são os seus recursos humanos, daí a atenção que, ao longo dos tempos, os poderes públicos têm dispensado ao sector da Educação.

A aposta na Educação e na formação e valorização de todos os docentes apresentam como sendo a melhor solução para o país.

A Orgânica do Sistema Educativo consagrada na Lei de Bases do Sistema Educativo de 1999 – Lei nº 113/V/99, de 18 de Outubro tendo sido revista na I Serie - nº 17 Sup. B.O da Republica de Cabo Verde - 7 de maio de 2010, estabelece as linhas organizacionais da Educação em Cabo Verde, estruturando-a em três subsistemas: a educação pré-escolar, a educação escolar e a educação e formação de adultos.

A reduzida dimensão do arquipélago, com escassos recursos e ausência de uma economia de escala, a rápida expansão da Educação associada a um emergente sistema de estrutura de políticas e sociais conferem à Educação um importante papel de igualdade de oportunidades a todos os docentes, de forma a acompanhar a modernidade. A escola contribui para se manter com a vertente socializadora, transmitindo a cultura e valores, conduzindo os alunos para os diversos papéis sociais, provando que a Educação em massa tem vindo a promover a estrutura social e económica, de geração para geração, conhecimentos que permitam ao aluno desenvolver aptidões e adquirir instruções e qualificação que beneficiam melhor colocação no mercado do trabalho. (Afonso, 2002)

Perante todos estes desafios, pretendemos com este estudo feito com os docentes avaliados e os docentes avaliadores do ensino não superior das escolas de São Vicente, analisar a Avaliação de Desempenho de professores do ensino não superior, relacionando as normas instituídas pelo Ministério da Educação e Desporto com as práticas nas escolas, numa perspetiva de Desenvolvimento Profissional Docente nos últimos anos.

O Docente em Cabo Verde tem vindo a assumir uma postura de professor pesquisador, sempre a procura do saber de forma contínua, investindo na autoformação de forma continuada, de modo a questionar e a dar respostas aos desafios da Educação nos últimos tempos.

Para isto, esses atores esperam que o Ministério em tutela crie estabilidade que corresponda ao Desenvolvimento Profissional, que crie políticas de Avaliação de Desempenho Docente mais justas, que recompensem os investimentos feitos na autoformação, que cumpra, assim, com o estipulado na Lei, o Desenvolvimento Profissional.

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A crise financeira e económica internacional a partir de 2007 impôs ao Governo a executar medidas para garantir a estabilidade macroeconómica do país. Tais medidas têm tido um papel importante no amortecimento do seu impacto, com destaque para o nível de cobertura e o valor das pensões sociais, para a redução da carga fiscal, para os investimentos no setor da Educação, exigindo do corpo docente um ensino de qualidade que compromete com os desafios da Humanidade.

Apesar dos progressos e performances ao nível da Economia, da Educação e dos índices de desenvolvimento alcançados, Cabo Verde continua a apresentar vulnerabilidades estruturais determinada essencialmente pela reduzida dimensão territorial, insularidade, fragilidade dos ecossistemas e escassez de recursos naturais, forte pressão demográfica sobre os recursos, secas prolongadas, localização geográfica à margem das correntes principais do comércio internacional, pequenez do mercado de trabalho e pobreza.

Para acompanhar o ritmo de desenvolvimento económico e social do mundo de hoje, consequência da crise mundial, é necessário que haja políticas de Avaliação de Desempenho Docente reais e transparentes que compensem e recompensem monetariamente, visto que essas políticas legisladas têm vindo a gerar aumentos do custo de vida do funcionário, degradando o poder de compra.

No documento ALEXANDRE.13.07 (páginas 64-66)