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Capítulo 3 – Unidade de Ensino

3.1. Contexto Escolar

A intervenção letiva que suporta este estudo foi realizada na Escola Secundária da Ramada, no concelho de Odivelas. Esta escola entrou em funcionamento em 1980, tendo completado os seus 34 anos em novembro de 2014.

A escola contém nas suas infraestruturas um moinho, recuperado e reabilitado em 1996, designado Moinho das Covas, que é uma referência no concelho; oito pavilhões e uma área exterior considerável. Está também equipada de um pavilhão gimnodesportivo, zonas de jardim e a maioria das salas de aula têm um computador e projetor. A escola já viveu momentos significativos, nomeadamente:

 Participação no Projecto Nónio, o qual permitiu um investimento considerável em Tecnologias da Informação e a respectiva formação de um elevado número de docentes;

 Ser uma das 30 escolas portuguesas englobadas na Rede Europeia de Escolas Inovadoras – European Schoolnet;

 Ser a escola que representou Portugal nos três Conselhos de Ministros da Juventude para o Ambiente, organizados pela Direcção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia em Bruxelas.

 Participação no Projeto do Ministério da Educação “Mais Sucesso Escolar” (2009), com uma equipe coordenada pela professora cooperante Inês Campos. Os efeitos dos dois projetos acima referidos ainda se fazem sentir na escola. O primeiro permitiu que todas as salas de aula estejam equipadas com um computador e um projetor, bem como as salas de informática, a biblioteca e as salas de estudo que contam, ainda com quadros interativos. O segundo contribuiu para criar um ambiente de cooperação entre professores, mesmo entre disciplinas diferentes, que se mantém em parte fruto do trabalho realizado em conjunto no projeto “Mais Sucesso Escolar”.

A turma do 11º ano de escolaridade, onde realizei a intervenção, concluiu o corrente ano letivo 2014/2015 com 24 alunos, sendo 7 do sexo feminino e 17 do sexo masculino. As idades estão compreendidas entre os 15 e os 17 anos, distribuídas da seguinte forma:

Figura 3.1.1: Distribuição da idade dos alunos da turma

Como já referido, a professora cooperante e titular da turma é a professora Inês Campos. A turma iniciou o ano com os vinte e dois alunos que transitaram da turma do 10.º ano e dois alunos repetentes, um dos quais, no início do 3.º período, anulou a disciplina, não chegando a participar neste estudo. Uma outra aluna é assistente (não está inscrita na disciplina), pelo que a sua participação não consta nas estatísticas nesta secção apresentadas. Contudo, esta participa no estudo realizado na turma. No 2.º período do corrente ano letivo, entrou para a turma uma aluna, vinda do Brasil, numa situação especial: a sua formação em Matemática está muito desfasada da formação necessária à frequência nesta disciplina no 11º ano de escolaridade.

No 1.º Período do corrente ano letivo (2014/2015), a classificação média da turma no 1.º período foi de 15 valores, sendo a classificação mais baixa 8 valores e a mais alta 18 valores. Como se pode observar na figura 3.2, a percentagem de classificações positivas foi muito elevada, apenas um aluno da turma (4%) obteve classificação negativa. É de realçar, ainda, que a percentagem de alunos com classificação igual ou superior a 14 valores é elevada, 80%.

0 2 4 6 8 10 12 14 15 16 17 N ú m e ro d e al u n o s Idades

Figura 3.1.2: Distribuição das classificações da turma no final do 1.º período

No 2.º período, a classificação média baixou ligeiramente para 14,3, sendo a classificação mais baixa de 5 valores e a mais elevada de 19 valores. Esta ligeira alteração nas percentagens deve-se à chegada da nova aluna na turma.

Figura 3.1.3: Distribuição das classificações da turma no final do 2.º período

Nesse período, as classificações inferiores ou iguais a 10 valores rondam os 12%, correspondendo a 2 alunos com negativa, um dos quais o que anulou a disciplina, e a um terceiro com classificação 10. As restantes percentagens correspondem a 22 alunos da turma. Apesar das mudanças que tem sofrido na sua constituição, esta pequena análise mostra que a turma mantém o nível de desempenho geral e consistência nos resultados.

Pela observação, ao longo dos três períodos, da dinâmica da turma em sala de aula e em concordância com a opinião da professora cooperante, ela apresenta um bom

12% 20% 40% 28%

Classificações no 2º Período

≤ 10 11 − 13 14 − 16 17 − 19 4% 17% 46% 33%

Classificações no 1º Período

8-10 11-13 14-16 17-19

nível de participação, participam ativamente nas discussões coletivas para questionar afirmações de colegas, pedir esclarecimento de afirmações ou contribuir para a discussão.

A maioria dos alunos desta turma, nomeadamente rapazes, não aceitam uma resposta (ou um argumento ou uma justificação) sem a compreender. Interrogam as vezes que entenderem necessárias, e conforme a disponibilidade da professora na gestão da aula, até compreenderem os novos conceitos ou os raciocínios envolvidos em determinadas situações. Igualmente, não recebem definições e procedimentos de cálculo sem, pelo menos, perceberem o que motiva a que determinada definição ou procedimento seja como tal.

A predominância de rapazes faz-se sentir no comportamento da turma. As raparigas da turma são menos questionadoras, são mais práticas, mas também mais reservadas na participação. Contudo, é uma turma que aceita bem as diferenças de personalidade dos seus elementos, respeitam a expressão individual de cada um.

Há cerca de três alunos que são mais participativos e que, quando não participam, sabem respeitar a intervenção dos colegas. Os casos de desempenho mais baixo nesta turma, à exceção da menina transferida, são de alunos com um ritmo de trabalho mais lento em relação à maioria, são também reservados e evitam expressar as suas dúvidas publicamente e, poucas vezes chamam o professor para esclarecer dúvidas particularmente.

No cômputo geral, os alunos demonstram bom comportamento, valores e atitudes. Trabalham regularmente a pares, e estão bem habituados ao trabalho autónomo.