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3. Enquadramento da Prática

3.1. Contexto Legal

Formalizando o contexto legal, este é administrado pelo Regulamento da Unidade Curricular do Estágio Profissional2, incorporando os princípios que emergem do Decreto-lei/ nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro, que apresenta como principais premissas a obtenção de habilitação profissional para a docência e para o grau de mestre (Batista & Queirós, 2013). Face ao exposto no presente decreto e com o intuito de combater o insucesso e abandono escolar é imposto um corpo docente de

2 MATOS, Z. (2014-2015) REGULAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR DO ESTÁGIO PROFISSIONAL DO 2º CICLO

qualidade e para tal, efetuada uma revisão das condições de atribuição de habilitação para a docência e exercício dessa atividade. Neste sentido, são definidas e reforçadas uma série de condições necessárias para a sua habilitação, passando a ser exclusivamente habilitação profissional. No que concerne à profissão, passou a privilegiar-se uma maior abrangência de níveis de ciclo de ensino, isto é, um acréscimo da mobilidade dos docentes e consequente acompanhamento dos mesmos alunos por um período de tempo mais alargado. Com o intuito de responder a esta nova imposição, que prolonga a atividade do docente por mais ciclos de ensino, em termos de habilitação passa-se a incluir a habilitação conjunta para a educação pré-escolar e para o 1.º ciclo do ensino básico ou a habilitação conjunta para os 1.º e 2.º ciclos de ensino básico3. Analogamente e já no contexto de Bolonha, para o ciclo de estudos do ensino superior, a habilitação para a docência passa a ser meramente de mestrado, conferindo assim uma elevação do nível de qualificação do corpo docente. Como parte integrante deste segundo ciclo de estudos é ainda vinculada a área de iniciação à prática profissional, uma prática supervisionada que permite uma mobilização de conhecimentos, capacidades e competências através de uma aprendizagem concreta e real que se desenvolve na escola. Alineado a este ponto, nomeadamente ao estágio profissional (EP), é determinada uma estrutura que define o conjunto de práticas, nomeadamente possibilitar aos formandos experiências ao nível do planeamento, ensino e avaliação e realização de um relatório final de estágio (RE). Por fim, enfatiza-se a necessidade de desenvolvimento de uma postura crítica e reflexiva em relação aos desafios e desempenhos do quotidiano profissional, traduzindo deste modo todo o processo no qual se desenrolou o meu EP.

Pontos convergentes surgem quando analisados e comparados estes documentos que regulamentam o EP. A nível estrutural, ambos determinam a existência de uma prática de ensino supervisionada (PES) e ainda da realização de um projeto de investigação e desenvolvimento no domínio da educação (ao abrigo do artigo 18.º do decreto-lei e do artigo 3.º do regulamento do EP elaborado pela FADEUP). Para a disciplina de EP e de acordo com as normas

apresentadas pelo decreto-lei supracitado, as PES decorrem em mais que um estabelecimento de ensino, abrangendo diferentes ciclos de ensino, sendo que cada EE e dada a natureza deste segundo ciclo, possui duas turmas (residente e partilhada) pertencentes a ciclos de ensino distintos. Acresce ainda de um número máximo de 3 a 4 estudantes-estagiários por instituição, representando o núcleo de estágio. Para esta disciplina e com vista a responder à investigação e desenvolvimento na área da educação notificada pelo decreto-lei, é requerido a todos os estudantes-estagiários a realização de um RE. Face às exigências do meio todo este processo ocorre sobre orientação superior de um professor orientador (PO) docente da FADEUP, responsável por orientar a PES e a elaboração do RE; e de um professor cooperante (PC) docente da instituição cooperante, também responsável por orientação da PES. Neste caso em particular e o abrigo do artigo 19.º do decreto-lei em vigor, o PC é selecionado pela comissão científica da instituição de ensino superior devendo para tal preencher uma série de requisitos e competências assim como prática docente na área curricular em questão.

Por último e legalmente implícito pelas normas orientadoras de estágio4, são definidas três áreas de desempenho que vinculam o desenvolvimento das competências profissionais a dominar pelo EE no exercício da profissão de docente de EF, estando organizadas por: área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; área 2 – Participação na Escola e Relações com a Comunidade e área 3 – Desenvolvimento Profissional.

A Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem, como o próprio nome indica, engloba todo o processo e atividade do professor ao longo do período letivo, envolvendo a conceção, o planeamento, a realização e avaliação do ensino. Todo o processo de ensino-aprendizagem passa por esta área, tornando-a umas das mais importantes para o professor e para os alunos. A criação de estratégias eficazes para os diferentes objetivos pedagógicos traçados para as diferentes turmas é um processo crucial desenvolvido na área em questão. A Área 2 – Participação na Escola e Relações com a Comunidade,

4MATOS, Z. (2014-2015). NORMAS ORIENTADORAS DO ESTÁGIO PROFISSIONAL DO CICLO DE ESTUDOS

contemplam todas as atividades não letivas inseridas no plano educativo do departamento curricular e do núcleo de estágio, com o objetivo de promover a minha integração na comunidade escolar e que, simultaneamente, contribuam para um conhecimento do meio regional e o local, tendo em vista um melhor conhecimento das condições locais da relação educativa e a exploração da ligação entre a escola e o meio. Por último, a Área 3 – Desenvolvimento Profissional, engloba todas as atividades necessárias à construção da competência profissional, promovendo o sentido de pertença, identidade e enriquecimento profissional, a colaboração e abertura à inovação. Pretende-se ainda que o EE desenvolva capacidades e competências para refletir acerca da atividade, passando por uma investigação, reflexão e ação e não tornar este processo e intervenção estanque.

Posto isto, e como foi referido anteriormente, o segundo ciclo de estudos aqui retratado engloba duas componentes essenciais à formação e finalização do mesmo, sendo elas o EP e o RE. Como supervisão de todo o processo, o EE tem ainda o auxílio de dois orientadores em toda a sua atuação, o PC e o PO. Tal facto permite uma maior e completa supervisão e acompanhamento de toda a sua ação pedagógica, elucidando o EE em diferentes intervenções e contribuindo para uma melhor atuação e formação de uma IP forte e coesa.