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Anexo VII – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

1- A RELAÇÃO DO HUMANO COM O ÁLCOOL: DA RELIGIÃO À MORAL, DA

3.2 Contexto da pesquisa

A pesquisa em tela ocorreu em um Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). Este serviço funciona em concordância ao prescrito pela Portaria GM nº. 336, de 19 de fevereiro de 2002, ou seja, das às 8:00 às 18:00, das segundas às sextas-feiras, excetuando-se nas quintas-feiras, no turno vespertino (14:00 – 18:00), período no qual se realizavam as reuniões de equipe onde ocorriam informes administrativos e estudos de casos.

Na ocasião em que o trabalho de apreensão das informações da pesquisa aconteceu, entre o início do mês de dezembro de 2008 e o final de janeiro de 2009, a equipe tinha a seguinte estrutura, tendo ocorrido algumas modificações em sua composição:

Quadro 1 - Estrutura da equipe do CAPS ad de dezembro de 2008 a julho de 200930

Categoria Funcional Número de Profissionais Carga horária

Psicologia - 1 psicólogo (concursado)

- 1 psicólogo (contrato temporário)31

30 h/semana 40 h/semana .

Serviço Social - uma assistente social (concursada)32 24 h/semana

40h/semana - uma assistente social (concursada e Gerente do

CAPS ad)

Terapia Ocupacional - uma Terapeuta Ocupacional (concursada)

- uma Terapeuta Ocupacional (contrato temporário)

24 h/semana 40 h/semana

Enfermagem33 - duas enfermeiras (concursadas)

- uma enfermeira (contrato temporário)34

40 h/semana 40 h/semana

Psiquiatria - um psiquiatra (concursado) 20 h/semana

Farmácia - uma farmacêutica (concursada) 24 h/semanais

Medicina Clínica - uma médica (concursada) 20 h/semana

Técnico de Enfermagem

- um técnico de enfermagem (concursado)

- 4 técnicas de enfermagem (contratos temporários)35

30 h/semanais 40 h/semanais

Técnico

administrativo36

- um técnico administrativo (concursado e Chefe do Núcleo de Regulação Controle e Avaliação)37

40 h/semanais 40 h/semanais - uma técnica administrativa (concursada e Chefe

do Núcleo Apoio Operacional)

30 Embora não faça parte da equipe mínima do CAPS ad em questão, existe um grupo de tratamento do tabagismo, às quartas-feiras no turno vespertino, facilitado por um psiquiatra vinculado ao Hospital São Vicente e Paula, que costuma frequentar as reuniões de quinta-feira à tarde, período no qual disponibilizou um horário para atendimento psiquiátrico de beneficiários recém ingressos no serviço, com número de até três pacientes a cada quinta-feira.

31 Não está mais no serviço atualmente, em virtude de nomeação para cargo público com restrições de acumulação de cargos. 32 Não está mais no serviço, pedindo exoneração após ter sido nomeada para outro órgão no governo federal.

33

Nenhuma das enfermeiras possuía formação em saúde mental como exigido pela legislação. Uma das enfermeiras possui um cargo de chefia de enfermagem.

34

Foi nomeada para concurso de Enfermagem da Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF), mas não quis ser lotado no CAPS ad. 35 Uma das técnicas de enfermagem foi nomeada para a SES/DF, mas não conseguiu ser lotado no CAPS ad. Outra técnica de enfermagem foi nomeada para órgão do governo federal e não trabalha mais no CAPS ad.

36 Cabe salientar que este setor encontra-se carente de profissionais para os serviços administrativos. 37

Este servidor colocou o cargo de chefia à disposição da Diretoria Regional do local onde se encontra este CAPS ad e retornou para o setor onde trabalhava em um Centro de Saúde nas proximidades.

Neste mesmo período, os profissionais contratados temporariamente estavam engajados em torno da continuidade dos contratos, uma vez que a vigência do mesmo havia se expirado em outubro de 2008. Foi conseguida politicamente uma extensão desta vigência até dezembro do mesmo ano, mas sob pressão de concursados de diversas categorias que esperavam suas nomeações.

Em virtude da não sapiência em torno do desfecho da situação e continuidade de alguns profissionais, uma profissional que estava substituindo a Gerente oficial, em decorrência de férias da titular, resolveu suspender a marcação de consultas nas agendas dos profissionais em contrato temporário. Na mesma ocasião, os acolhimentos passaram a ser agendados e com fixação de um número máximo de acolhimentos por dia.

Esta condição durou o período no qual a Gerente titular estava de férias. No retorno desta, os acolhimentos retomaram a ocorrência diária, respeitando-se o fechamento do serviço às quintas-feiras, em virtude de motivos já expostos. Esses acolhimentos eram feitos por todos os profissionais de curso superior, exceto os médicos (médica clínica e psiquiatra) e a farmacêutica. Esta disposição foi justificada pela Gerência em decorrência do elevado número de consultas marcadas nas agendas desses servidores e a pequena carga horária laboral de cada servidor.

Os acolhimentos obedeciam a uma escala de profissionais que ficavam divididos em turno ao longo da semana, sendo feito individualmente. Cada profissional executava o acolhimento à sua maneira, sendo comum apenas o término do preenchimento da ficha de acolhimento (anexo 2).

Após o acolhimento, os servidores recebiam um cartão no qual eram marcadas avaliações individuais com cada um dos profissionais da equipe, além de receber uma ficha (anexo 3) na qual, às vezes, era feito um Plano Terapêutico (PTe), nem sempre construído

juntamente com o beneficiário do serviço. A feitura do PTe tinha como base um quadro de atividades preestabelecido e coordenados por profissionais da instituição (anexo 4). Quando os beneficiários apresentavam alguma intercorrência, este PTe era aumentado ou diminuído, ações estas nem sempre discutidas e decididas em equipe, embora a regra fosse trazer o assunto para deliberação em reunião.

Outro fator importante é que nem todos os profissionais sabiam o que, de fato, eram trabalhados nas oficinas ou grupos terapêuticos, muitos desses grupos não possuindo um projeto de intervenção e de verificação dos objetivos alcançados.

Em relação à citada situação de parte dos servidores, no dia 26 de novembro de 2008, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou a emenda nº 53 que garantia o direito dos contratados se tornarem vinculados ao Governo do Distrito Federal, sem a necessidade de novo concurso público (anexo 5). Esta emenda foi considerada inconstitucional pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 2008.00.2.018840-1) com pedido de liminar, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Esta ação ainda não foi julgada pelo órgão, pelo menos até a feitura deste relatório de pesquisa. A citada situação ainda evidencia uma situação de insegurança quanto ao futuro dos profissionais deste serviço.

Em 03 de dezembro de 2009 o pesquisador recebeu a autorização do

Conselho de Ética em Pesquisas com Seres Humanos, vinculado à Fundação de Ensino e

Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) da SES/DF, de acordo com o exposto no processo

nº 337/08. A partir desta data, a apreensão das informações para esta pesquisa foram