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CAPÍTULO V – Prática Pedagógica em Contexto de Educação Pré-Escolar

5.1. Contextualização da Prática Pedagógica

Seguidamente, começo por contextualizar a sala da Pré II, com base na observação feita nos primeiros dias de prática e na análise da planta arquitetónica da mesma. Posto isto, enumero as áreas da sala e respetivas atividades/brincadeiras que lá são desenvolvidas e apresento, também, a minha opinião acerca da forma como a mesma está estruturada, salientando os aspetos positivos e os aspetos a melhorar na sua organização. Além disso, apresento o grupo, destacando as suas principais características, o número de crianças com NEE, as preferências no que se refere às brincadeiras livres e a sua rotina diária. Note-se que não me foram facultados quaisquer documentos oficiais em que me pudesse basear, pelo que todas as informações que serão apresentadas, resultam da minha observação e das conversas informais com a educadora cooperante.

5.1.1. A sala da Pré-Escolar II.

A sala da Pré-Escolar II dispunha de diversos espaços bem iluminados, permitindo a fácil circulação das crianças. Tal como é visível na Figura 5, a sala encontrava-se

subdividida em diversas áreas, nomeadamente, a Área da Casinha, destinada ao jogo simbólico; a Área dos Trabalhos, onde as crianças podiam concretizar algumas atividades, de forma autónoma ou orientada; a Área da Leitura, na qual as crianças podiam usufruir do conto e/ou da exploração de histórias; a Área dos Jogos, onde o grupo concretizava jogos diversos (tais como, montagens com legos, puzzles, entre outras brincadeiras) e onde se encontrava o tapete destinado à reunião em grande grupo e, por fim, e a Área da Garagem, onde se encontrava um tapete ilustrado com caminhos e passeios, que serviam de base a jogos com carros.

Além disso, podíamos observar nesta sala a existência de três mesas redondas, onde as crianças realizavam atividades diversas, de natureza livre ou orientada e uma zona de higiene e limpeza, com um lavatório e uma mesa de preparação de materiais. Relativamente à arrumação dos materiais, evidenciava-se a presença de algumas caixas de arrumação, de um armário e de um móvel com gavetas.

Importa salientar que esta sala dispunha de uma televisão e de um DVD, para a visualização de filmes e vídeos educativos e de um computador, que era utilizado pela educadora, com o intuito de se efetuar pesquisas, visualizar vídeos e reproduzir músicas. Acrescenta-se, ainda, que junto à porta estavam afixadas algumas informações destinadas aos encarregados de educação, um calendário, o quadro das presenças, os cabides de parede, onde as crianças colocavam os seus pertences e, finalmente, o placard dos trabalhos, onde eram afixados os resultados das atividades concretizadas pelas crianças.

No Quadro 1 apresento alguns aspetos positivos e menos positivos, relativamente à organização desta sala. Na minha opinião, esta não era uma sala suficientemente grande para corresponder às necessidades de 26 crianças, sendo ideal para um grupo com, no máximo, 15 crianças. Posto isto, considero que se o grupo fosse mais pequeno, as crianças sentir-se-iam mais confortáveis e teriam mais espaço para brincarem e desenvolverem as suas atividades. Não obstante, é de evidenciar alguns aspetos positivos na organização da sala, dos quais destaco a existência da Área da Leitura, estimulando o gosto pelos livros e pelas histórias; a existência de um computador e a presença de ecopontos, sensibilizando as crianças para a importância de se fazer a separação dos resíduos.

Quadro 1 – Aspetos positivos e aspetos a melhorar na organização da sala da Pré II.

5.1.2. O grupo de crianças da Pré-Escolar II.11

O grupo da sala II da Pré-Escolar, da EB1/PE da Ladeira era constituído por 26 crianças, mais precisamente, 17 do género masculino e nove do género feminino, com idades compreendidas entre os três e os cinco anos. Importa salientar que neste grupo existiam duas crianças com NEE, que estavam incluídas no programa de ensino estruturado da sala TEACCH. Como tal, durante o turno da manhã, estas duas crianças

11 Caracterização baseada na observação e nos registos em diário de bordo, visto que não me foi facultado

qualquer documento para o efeito.

participavam nas atividades desenvolvidas na sala II, juntamente com o restante grupo, sendo acompanhadas por uma auxiliar do ensino especial. No turno da tarde, estas crianças frequentavam a sala TEACCH. É de realçar, ainda, que neste grupo existia uma criança diagnosticada com hiperatividade que tomava, diariamente, medicação e outra criança que não estava diagnosticada com NEE, mas que se suspeitava que tivesse hiperatividade.

De um modo geral, foi possível evidenciar que o grupo possuía gostos e interesses muito variados, principalmente no momento de brincadeira, visto que as crianças optavam por realizar jogos diversos, tais como, puzzles, legos e divertimentos com peças de encaixe; por folhear livros e contar histórias, baseadas nas suas ilustrações; pelo jogo simbólico na Área da Casinha e na Área da Garagem ou, então, preferindo concretizar desenhos e pinturas.

Figura 6 – O grupo da sala da Pré-Escolar II.

Pude, ainda, observar que este grupo se caracterizava pela sua grande heterogeneidade, havendo crianças que se apresentavam mais extrovertidas e muito comunicativas e crianças que, pelo contrário, eram mais introvertidas e tímidas. Além disso, verifiquei que este grupo, no geral, era muito participativo, tendo em conta que durante a concretização das atividades, as crianças demonstravam grande entusiasmo e procuravam sempre descobrir ou prever o que se iria passar ou o que poderia acontecer no seu decorrer. Este facto permitiu que houvesse um incentivo mútuo entre as crianças, sendo que aquelas que se sentiam mais inibidas a participar fossem encorajadas pelas que

se mostravam mais à vontade. Desta forma, o grupo acabava por desenvolver com interesse e empenho as atividades que lhes eram propostas.

No que diz respeito à rotina diária12, no decorrer do dia as crianças concretizavam atividades livres, nas diferentes áreas da sala, e atividades orientadas pela educadora. Além disso, no turno da manhã encontravam-se organizadas atividades alusivas ao Inglês, à Expressão Musical, Dramática e Físico-Motora. Posto isto, é de realçar a importância de se estabelecer uma rotina diária consistente, que possibilite que a criança assuma um sentimento de pertença num ambiente seguro, no qual pode prever os acontecimentos e construir as suas próprias ações (Hohmann & Weikart, 2007).