• Nenhum resultado encontrado

As contribuições teóricas são apresentadas a partir de um fluxograma correlacionando os três níveis do CM de Cooper Slagmulder (1997) i) Fase 01: O CM dirigido ao Mercado; ii) Fase 02: O CM nível de produto e; iii) Fase 03: O CM no nível de função e componente.

A aplicação e teste dos três níveis do CM ocorreram paralelamente. Ao mesmo tempo em que os dados de valor para o processo de projeto foram identificados, no princípio da aplicação do CM, as comparações do produto a ser gerado com outros desenvolvidos anteriormente foram iniciadas, bem como a seleção das técnicas construtivas e definição dos fornecedores. Desta maneira, a aplicação do CM se iniciou pelas etapas 01, 09 e 14.

Sequencialmente, a aplicação do CM prosseguiu com as definições de especificações por meio do projeto preliminar onde, paralelamente, os atributos de projeto foram reconhecidos a partir da captação das percepções de valor e a primeira estimativa de CP foi elaborada com base no estudo preliminar (etapas 02, 03, 10). A partir da estimativa do CP, iniciaram-se as definições do produto no nível de função e componente (etapa 15).

As definições dePreço de Mercado (PMerc) foram desenvolvidas durante as etapas 04 a 07, estas que correspondem à etapas de análise de mercado. Baseadas em referências mercadológicas, as análises de mercado podem ocorrer paralelamente à fase de captação de valor e estudo preliminar do produto, resultando na obtenção do Custo Permissível (CPer), conforme a etapa 08.

A decomposição do PMerc até o nível do CPer e a comparação do Custo de Produção (CP) com as metas estabelecidas são importantes para o processo de projeto, pois

são recursos que podem ser utilizados como identificação das reais necessidades de reduções de custo.

Para produtos que buscam uma redução inferior ao CPer, as reais capacidades de redução de CP (etapa 12) devem ser reconhecidas, estabelecendo o Custo-Meta do produto (etapa 13). Nestes casos, as etapas 12 e 13 deveriam ser desenvolvidas após a etapa 11, de identificação do CPer. Porém, no presente estudo, o CPer foi definido como o Custo-Meta do produto, não demandando maiores reduções de custo, o que descartou a necessidade de aplicação das etapas 12 e 13.

Assim, existem dois momentos durante a aplicação do CM que permitem o início da abordagem da MV, sendo a primeira para produtos que definem a meta sobre o CPer, onde a MV se inicia logo após a etapa 11 e, a segunda, para produtos que estabelecem a meta a partir do Custo-Meta, onde a MV deve se iniciar após a etapa 13.

No presente estudo, a aplicação da MV (etapa 16), se iniciou logo após a identificação do Cper (etapa 08) e análise das reais capacidades de redução do Cper e do CP (etapa 11). A aplicação da MV contou com a utilização de técnicas e ferramentas no sentido de atingir o CPer (ou Custo-Meta, em outros casos). Para isto, foi necessário avaliar os resultados obtidos das análises nos níveis de função e componente, levando em consideração a percepção de valor do cliente e o custo do produto.

Na aplicação da MV, foram utilizadas técnicas e ferramentas distintas das sugeridas por Jacomit e Granja (2011), que recomendam a utilização do QFD. No presente estudo, utilizou-se inicialmente o Workshop na fase de brainstormings, seguido da utilização de Análise de valor, Método COMPARE com auxílio da Técnica de Mudge.

elaboração das demais estimativas do CP1 a partir das novas plantas, conforme as etapas 17 e 18.

Em muitos casos, como ocorreu na presente aplicação, o CPer ou Custo-Meta pode não ser atingido em apenas uma revisão de projetos inicial e redesign, demandando mais rodadas de revisão de projetos. Nesta fase, as rodadas de revisão de projetos com o auxílio da MV são denominadas ciclos de valor pela literatura. Diferente de uma revisão de projetos convencional, o ciclo de valor leva em consideração os resultados da aplicação da MV (análise de função), em busca do aumento do valor agregado do produto. Ruiz, Granja e Kowaltowski (2014) enfatizam a importância dos ciclos de valor nesta fase, aplicáveis até que o CPer ou Custo-Meta seja atingido.

Quando a meta é atingida (CPer ou o Custo-Meta), as fases de produção, entrega do produto se iniciam, conforme as etapas 19 e 20 do modelo original de Jacomit e Granja (2011).

O presente estudo abordou as etapas 01 a 18 do Modelo de abordagem do CM para o processo de desenvolvimento de edificações” (JACOMIT; GRANJA, 2011) adaptado para o processo de projeto de uma UH para HIS.

Por se tratarem de fases que extrapolam o processo de projeto, estas duas etapas não foram abordadas durante o trabalho, porém, estas não devem ser excluídas ou não consideradas no processo, pois os resultados efetivos do produto se correlacionam intensamente nas fases de produção e entrega.

No futuro, após a utilização do produto, é realizado o feedback do usuário para retroalimentação de informações sobre a satisfação do produto e possíveis melhorias (kaizen) a serem implementadas nos futuros ou novos produtos.

A Figura 9-1 apresenta o modelo de aplicação do CM, de Jacomit e Granja (2011), redesenhado conforme a experiência obtida por meio do presente estudo.

FASE 01 CM dirigido ao Mercado

Etapa 01: Identificação da demanda, captação das percepções de valor dos usuários finais Etapa 02: Estudos preliminares (Estudo de Massa, quadro de áreas etc).

Etapa 03: Transformação das percepções de valor do cliente em atributos de projeto - diferenciais e identificação de tendências. Etapa 04: Determinação do Preço de Mercado de

um produto similar com tais características

Etapa 05: Determinação do preço associado ao diferencial do Produto. Etapa 06: PMerc, Etapa 07: Definição do BDI e Etapa 08: Cálculo do CPer

FASE 02 CM no nível

de Produto

Etapa 09: Comparação das características do produto com outros desenvolvidos anteriormente e

Etapa 10: Primeira estimativa de CP.

Etapa 11: Análise das reais capacidades de redução de custos da empresa, do CPer e do CP.Etapa 12: Identificação do Custo-Meta. E Etapa 13: CPer ≤Custo-Meta?

FASE 03 CM no nível

do Componente

Etapa 14: Seleção de técnicas construtivas e desdobramento do CM em itens de Custo. Etapa 15: Definição das especificações e desdobramentos do CM em nível de Função e Componente e Etapa 16: Determinação dos fornecedores participantes, adoção de open book

e formação de equipes multidisciplinares - Aplicação da MV

Etapa 17: Elaboração das plantas de cada especialidade, por etapa, e Etapa 18: Elaboração das demais estimativas do CP1

Etapa 19:Projeto finalizado (produção) e Etapa 20: produto pronto e entregue ao cliente Figura 9-1: Fluxograma de aplicação do CM no processo de projeto no contexto de HIS

Documentos relacionados