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7. APLICAÇÃO E TESTE

7.4. FASE 03: APLICAÇÃO PRÁTICA DO CUSTEIO-META NO NÍVEL DE COMPONENTE

7.4.3.1. Fase Preparatória Workshop

“Determinação dos fornecedores participantes, adoção de open book e formação de equipes multidisciplinares - Aplicação da Metodologia de Valor”

Dentre as diversas técnicas existentes para a abordagem da MV, foram selecionadas apenas algumas para esta aplicação, sendo: Workshop, Análise de Valor e Método Compare (Técnica de Mudge). A escolha por tais ferramentas foi determinada pela constatação de simulações e aplicações anteriores no contexto da construção de edificações.

7.4.3.1. Fase Preparatória - Workshop

A fase de Workshop foi utilizada como forma de treinamento para a utilização das ferramentas da MV.

A simulação de aplicação prática da Análise de Função foi realizada com todos os pesquisadores e colaboradores da pesquisa ZEMCH Brasil. Inicialmente, os conceitos da Análise de Função (Diagrama FAST) e Técnica de Mudge foram apresentados (Figura 7-12).

Posteriormente, os participantes simularam o desenvolvimento do diagrama FAST, onde compartilharam experiências e expuseram diferentes pontos de vista, gerando brainstormings de projeto (Figura 7-13). A fase de elaboração do diagrama FAST permitiu uma analise do produto em termos de função, identificando a importância de cada uma das funções, e permitindo um olhar diferenciado ao produto por parte dos pesquisadores.

Figura 7-13: Desenvolvimento e apresentação do Diagrama FAST - Workshop

Fonte: Autor

Após a discussão sobre os resultados obtidos da aplicação do diagrama FAST, as principais funções foram utilizadas como dados de entrada para simulação da aplicação da Técnica de Mudge, seguido do desenvolveram um estudo inicial de uma UH (Figura 7-14).

Figura 7-14: Desenvolvimento e apresentação do projeto - Workshop

7.4.3.2. Técnica de Mudge

Após a definição das Funções da UH e do CP do projeto preliminar, a Técnica de Mudge foi aplicada no nível do componente da UH. Na análise de Função do nível de componente, o método FAST não foi aplicado previamente visto que o objetivo deste método é identificar as funções. Neste caso, as funções foram definidas de acordo com os componentes preestabelecidos pelo CP, conforme o Projeto Preliminar do ZEMCH Brasil.

1. Obtenção das variáveis de “Consumo de Recursos na Função”; 2. Obtenção das variáveis de “Necessidades relativas das Funções”;

3. Cruzamento do “Consumo de Recurso” X “Necessidade Relativas” das funções - Gráfico COMPARE.

Sequencialmente, para a obtenção das variáveis de “Consumo de recurso na função”, o recurso de custo relativo a cada componente foi dividido de acordo com a relação entre os Componentes e as Funções predefinidas. Na distribuição (Tabela 7-8) o custo do componente foi dividido igualmente dentre as funções relacionadas ao componente.

Tabela 7-8: Consumo de Recursos na Função – Funções “A” até “I” Fonte: Autor % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ 1 100% R$ 97.21 2 100% R$ 1,803.62 3 100% R$ 2,705.75 4 20% R$ 541.15 20% R$ 541.15 20% R$ 541.15 5 17% R$ 335.44 17% R$ 335.44 17% R$ 335.44 17% R$ 335.44 6 33% R$ 294.32 33% R$ 294.32 7 33% R$ 634.68 33% R$ 634.68 8 50% R$ 278.70 9 100% R$ 831.62 10 50% R$ 180.86 50% R$ 180.86 11 25% R$ 94.50 25% R$ 94.50 25% R$ 94.50 25% R$ 94.50 12 25% R$ 78.97 25% R$ 78.97 25% R$ 78.97 25% R$ 78.97 13 50% R$ 398.25 50% R$ 398.25 14 33% R$ 25.50 33% R$ 25.50 33% R$ 25.50 15 33% R$ 36.00 33% R$ 36.00 33% R$ 36.00 16 33% R$ 201.30 33% R$ 201.30 33% R$ 201.30 17 33% R$ 77.40 33% R$ 77.40 33% R$ 77.40 18 100% R$ 1,056.64 19 100% R$ 320.44 20 50% R$ 192.29 50% R$ 192.29 21 50% R$ 116.85 50% R$ 116.85 22 100% R$ 1,539.90 23 25% R$ 207.46 25% R$ 207.46 24 100% R$ 537.52 25 26 33% R$ 301.90 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

*Data Base: JULHO/2014

G H I A B C D E F Proteger de intempéries (cobertura) Transmitir Esforços para a base Transmitir Esforços

Verticais Limitar área

Proteger de intempéries

(paredes) Vedar água

Permitir Acesso interno Permitir Ventilação Revestir superfícies horizontais inferior (pisos) R$ 1,900.83 6% R$ 3,041.19 3% R$ 1,511.27 2% R$ 3,331.74 12% R$ 2,382.05 12% R$ 571.72 3% R$ 911.92 6% R$ 1,686.21 8% R$ 2,865.48 9%

Tabela 7-9: Consumo de Recursos na Função – Funções “J” até “Q”

Fonte: Autor

Sequencialmente, a Técnica de Mudge foi utilizada na identificação da “Necessidade relativa das Funções”. Como critério para garantia de que as respostas correspondessem ao objetivo proposto, foram selecionados para participar desta etapa apenas os colaboradores que participaram das Charrettes e que realizaram o Workshop ZEMCH Brasil, citado anteriormente.

% R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ 1 2 3 4 20% R$ 541.15 20% R$ 541.15 5 20% R$ 402.53 17% R$ 335.44 6 33% R$ 294.32 7 33% R$ 634.68 8 50% R$ 278.70 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 25% R$ 207.46 25% R$ 207.46 24 25 50% R$ 339.65 50% R$ 339.65 26 33% R$ 301.90 33% R$ 301.90 27 100% R$ 591.61 28 100% R$ 755.31 29 #### R$ 140.40 30 50% R$ 81.32 50% R$ 81.32 31 100% R$ 135.45 32 100% R$ 45.00 33 100% R$ 57.60 34 100% R$ 711.00 35 100% R$ 2,250.00 36 #### R$ 429.33 37 100% R$ 92.70

*Data Base: JULHO/2014

O 5% M N P J K L Revestir superfície horizontal superior Isolar / Proteger Contra Calor Prover uso de hidrossanitários Q Prover Limpeza Proporcionar melhor desempenho

Reservar água Prover fornecimento de energia Prover acesso externo

3% R$ 1,666.28 15% R$ 92.70 3% R$ 2,250.00 R$ 788.06 3% R$ 2,721.69 6%

DISTRIBUIÇÃO DE CUSTO DO COMPONENTE NA FUNÇÃO (SOMA DOS COMPONENTES*) FUNÇÃO "J" ATÉ "Q"

R$ 221.72

4%

R$ 711.00

3%

ciente das necessidades do usuário-final para HIS, além de ter conhecimento prévio sobre a aplicação da Técnica de Análise de Função.

Inicialmente, o IGI foi utilizado como parâmetro uma vez que representa o valor desejado no ponto de vista do usuário-final. As funções predefinidas foram cruzadas contra os itens do IGI (função x IGI).

Estipulou-se um valor de referência para a atribuição dos pesos de cada função, baseado na porcentagem relativa de cada item do IGI e, para cada função que apresentava similaridade com o IGI, este peso atribuído foi somado à função.

Por fim, a soma dos valores de referência com base no IGI gerou uma porcentagem relativa para cada função possibilitando, assim, uma hierarquização das funções.Três funções obtiveram PESO 3, seis foram classificadas com PESO 2 e as demais nove funções com PESO equivalente a 1.

A Tabela 7-10 detalha a ponderação dos IGIs nas funções, mostrando quais IGIs se correlacionam com as 17 funções definidas para o produto.

Tabela 7-10: Atribuição de pesos para as funções com base no IGI

Fonte: Autor

A B C D E F G H I J K L M N O P Q

Segurança 12.67%

Natureza 8.67% 8.67 8.67

Gastar menos com contas 8.45% 8.45 8.45

Acústica dentro da casa 8.15% 8.15 8.15 8.15

Mais cômodos na casa 7.49% 7.49

Gastar menos com prestações, financiamento e aluguel 5.56%

Qualidade 5.48% 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48 5.48

Privacidade 4.96% 4.96

Tamanho dos cômodos 4.30% 4.3

Gastar menos com consertos, reparos e reformas 3.92% 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92 3.92

Casa com área maior 3.56% 3.56

Casas com aparência variada 2.81%

Ter oportunidade de negócios 2.59% 2.59

Conjuntos menores com menos casas 2.59%

Temperatura dentro da casa 2.37% 2.37 2.37 2.37 2.37 2.37

Novos espaços 2.15% 2.15

Áreas públicas 2.00%

A Localização 2.00%

Iluminação dentro da casa 1.70% 1.7 1.7

Cômodos com formato mais adequado ao mobiliário 1.70%

Tamanho e localização das portas e janelas 1.63% 1.63 1.63 Gastar menos com transportes 1.56%

Aparência das casas 1.56% 1.7 1.7 1.7

Aparência do bairro 0.74% 0.74 0.74 0.74 0.74

Local para guardar o carro 0.59%

Elementos decorativos 0.52%

Disposição dos cômodos dentro da casa 0.30% 0.3

4% 4% 18% 16% 9% 11% 32% 9% 22% 12% 17% 9% 9% 11% 27% 7% 6%

PESO 1 1 2 2 1 2 3 1 3 2 1 1 1 2 3 1 2

IGI / FUNÇÃO

A comparação par-a-par das funções gerou um resultado inicial (rodada 01). Na sequência, o resultado foi novamente apresentado para consenso final entre as funções que sofreram empate, ou seja, na decisão entre o grupo, não houve consenso de qual função seria mais importnte. Estas funções foram “desempatadas” em conjunto, garantindo comprometimento com o resultado.

A Figura 7-15 detalha o resultado da comparação par-a-par obtido pela soma do número de vezes que cada função foi escolhida como principal multiplicado pelo seu respectivo peso. O resultado gerou a “Necessidade Relativa” da função, em porcentagem.

Figura 7-15: Aplicação da Técnica de Mudge - Matriz de Resultado

Fonte: Autor A B C D E F G H I J K L M N O P Q Ʃ Pontos / Função Necessidade Relativa (%) A A1 C2 D2 E1 F2 G3 H1 I3 A1 K1 L1 M1 N2 O3 P1 Q2 2 0.84% B C2 D2 E1 F2 G3 H1 I3 J2 K1 L1 M1 N2 O3 P1 Q2 0 0.00% C D2 E1 F2 G3 C2 C2 C2 K1 L1 M1 N2 O3 P1 Q2 10 4.18% D D2 D2 D2 D2 D2 D2 D2 L1 D2 D2 D2 D2 D2 30 12.55% E F2 E1 E1 I3 E1 E1 L1 E1 N2 E1 E1 E1 11 4.60% F F2 F2 I3 F2 F2 L1 F2 N2 F2 F2 F2 24 10.04% G G3 G3 G3 K1 L1 M1 N2 G3 G3 G3 27 11.30% H I3 H1 K1 L1 M1 N2 H1 H1 H1 6 2.51% I I3 K1 I3 I3 I3 I3 I3 I3 36 15.06% J K1 L1 M1 N2 O3 P1 J2 4 1.67% K L1 M1 N2 K1 K1 K1 10 4.18% L L1 L1 L1 L1 L1 15 6.28% M N2 M1 M1 M1 10 4.18% N N2 N2 N2 26 10.88% O O3 P1 15 6.28% P Q2 5 2.09% Q 8 3.35% 100% A B C D E F G H I J K L M N O P Q 1 1 2 2 1 2 3 1 3 2 1 1 1 2 3 1 2 Legenda:

A Transmitir Esforços para a base G Permitir Ventilação M Reservar água

B Transmitir Esforços Verticais H Revestir superfícies horizontais inf. N Prover fornecimento de energia C Limitar área interna I Proteger de intempéries/Cobertura

D Proteger de intempéries/Paredes J Revestir superfície horizontal sup.

E Vedar água K Isolar/Proteger Contra Calor P Prover Acesso externo F Permitir Acesso interno L Prover uso de hidrossanitários Q Prover Limpeza

Proporcionar melhor desempenho energético

Aplicação MUDGE (FUNÇÃO/PONTOS)

O Função

A Tabela 7-11 resume os resultados obtidos para cada função, apresentando os macrossistemas definidos, classificação das funções, o valor monetário correspondente à função (em reais), o Consumo de Recurso e a Necessidade Relativa:

Tabela 7-11: Resumo dos Macrossistemas, Funções, Consumo de Recursos e Necessidade Relativa

Fonte: Autor

ESTRUTURA A Transmitir esforços para a base FSN U R$ 1,900.83 7.02% 0.84% ESTRUTURA E VEDAÇÕES

VERTICAIS B Transmitir esforços verticais FSN U R$ 3,041.19 11.23% 0.00% VEDAÇÕES VERTICAIS E

ESTRUTURA C Limitar área interna FB U R$ 1,511.27 5.58% 4.18% VEDAÇÕES VERTICAIS D Proteger de intempéries - Paredes FB U/E R$ 3,331.74 12.30% 12.55% VEDAÇÕES VERTICAIS

E PISOS INTERNOS E Vedar água FSN U R$ 2,382.05 8.80% 4.60% VEDAÇÕES VERTICAIS F Permitir Acesso Interno FB U R$ 571.72 2.11% 10.04% VEDAÇÕES VERTICAIS G Permitir Ventilação FB U/E R$ 911.92 3.37% 11.30%

PISOS INTERNOS H Revestir superfícies horizontais

inferiores FS E R$ 1,686.21 6.23% 2.51%

COBERTURA I Proteger de intempéries -

Cobertura FB U R$ 2,865.48 10.58% 15.06%

COBERTURA J Revestir superfícies horizontais

superiores FSN U/E R$ 788.06 2.91% 1.67%

VEDAÇÕES VERTICAIS E

COBERTURA K Isolar Calor FS E R$ 2,721.69 10.05% 4.18%

INSTALAÇÕES

HIDROSSANITÁRIAS L Prover uso de hidrossanitários FB U/E R$ 1,666.28 6.15% 6.28% INSTALAÇÕES

HIDROSSANITÁRIAS M Reservar água FSN U R$ 221.72 0.82% 4.18% SISTEMAS ELÉTRICOS (**) N Prover iluminação e fornecimento

de energia FB U/E R$ 711.00 2.63% 10.88%

SISTEMAS ELÉTRICOS (**) VEDAÇÕES VERTICAIS E

COBERTURA

O Proporcionar melhor desempenho

energético FS E R$ 2,250.00 5.19% 6.28%

APOIO (**) P Prover acesso externo FS U/E R$ 429.33 1.59% 2.09%

APOIO (**) Q Prover limpeza FS E R$ 92.70 0.34% 3.35%

R$ 27,083.21 100% 100.00%

Legenda - Classificação das Funções:

FB = FUNÇÃO BÁSICA U = FUNÇÃO DE USO (mensurável) FSN = FUNÇÃO SECUNDÁRIA NECESSÁRIA E = FUNÇÃO DE ESTIMA imensurável) FS = FUNÇÃO SECUNDÁRIA

(**) Macrossistemas adicionais aos estabelecidos pela norma NBR 15575 *Data Base: JULHO/2014

ANÁLISE FUNÇÃO - CONSUMO DE RECURSO E NECESSIDADE RELATIVA DA FUNÇÃO*

Funções (Verbo+Substantivo) Macro-Sistemas Soma dos Componentes (R$) Necessidade Relativa Consumo de Recurso

(Soma total da função / total do produto) Classificação

7.4.3.2.1. Gráfico COMPARE.

O gráfico compare corresponde ao resultado final da aplicação do CM no nível do componente. Os resultados de “Necessidade Relativa” e “Consumo de Recursos” fornecem dados sobre a representatividade do Custo da função e de sua respectiva importância em termos de valor. Através da analise do gráfico COMPARE (Gráfico 7-2), é possível ter um parâmetro real entre custo dispendido e o valor de importância baseado na necessidade relativa de cada uma das funções.

Gráfico 7-2: Gráfico COMPARE

Fonte: Autora 7% 11% 6% 12% 9% 2% 3% 6% 11% 3% 10% 6% 1% 3% 5% 2% 0% 1% 0% 4% 13% 5% 10% 11% 3% 15% 2% 4% 6% 4% 11% 6% 2% 3% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% A B C D E F G H I J K L M N O P Q

CONSUMO DE RECURSO NECESSIDADE RELATIVA

A B C D E F G H I J K L M N O P Q Ʃ Pontos / Função Necessidade Relativa (%) A A1 C2 D2 E1 F2 G3 H1 I3 A1 K1 L1 M1 N2 O1 P1 Q2 2 0.87% B C2 D2 E1 F2 G3 H1 I3 J2 K1 L1 M1 N2 O1 P1 Q2 0 0.00% C D2 E1 F2 G3 C2 C2 C2 K1 L1 M1 N2 O1 P1 Q2 10 4.37% D D2 D2 D2 D2 D2 D2 D2 L1 D2 D2 D2 D2 D2 30 13.10% E F2 E1 E1 I3 E1 E1 L1 E1 N2 E1 E1 E1 11 4.80% F F2 F2 I3 F2 F2 L1 F2 N2 F2 F2 F2 24 10.48% G G3 G3 G3 K1 L1 M1 N2 G3 G3 G3 27 11.79% H I3 H1 K1 L1 M1 N2 H1 H1 H1 6 2.62% I I3 K1 I3 I3 I3 I3 I3 I3 36 15.72% J K1 L1 M1 N2 O1 P1 J2 4 1.75% K L1 M1 N2 K1 K1 K1 10 4.37% L L1 L1 L1 L1 L1 15 6.55% M N2 M1 M1 M1 10 4.37% N N2 N2 N2 26 11.35% O O1 P1 5 2.18% P Q2 5 2.18% Q 8 3.49% 100% A B C D E F G H I J K L M N O P Q 1 1 2 2 1 2 3 1 3 2 1 1 1 2 1 1 2 Legenda:

A Transmitir Esforços para a base G Permitir Ventilação M Reservar água

B Transmitir Esforços Verticais H Revestir superfícies horizontais inf. N Prover fornecimento de energia C Limitar área interna I Proteger de intempéries/Cobertura

D Proteger de intempéries/Paredes J Revestir superfície horizontal sup.

E Vedar água K Isolar/Proteger Contra Calor P Prover Acesso externo F Permitir Acesso interno L Prover uso de hidrossanitários Q Prover Limpeza

Aplicação MUDGE (FUNÇÃO/PONTOS)

O Função

Peso

Proporcionar melhor desempenho energético

As interpretações dos dados de valor foram importantes para futuras possibilidades de redesign do projeto, desde a efetiva utilização das oportunidades de intervenção como melhorias do produto, até melhorias obtidas no nível dos componentes do produto. As funções são discutidas uma a uma, desde a função “A” até “Q”, somando um total de 17 funções:

Observa-se que as funções A e B (Transmitir esforços para a base e Transmitir esforços verticais) atribuídas para componentes de estrutura apresentaram um consumo de recurso alto e necessidade relativa baixa, pouco significativa. Sugere-se uma reavaliação em termos de custos dos componentes referentes à estrutura (locação, radier de concreto armado e estrutura Wood Frame), pois caso sejam possíveis de redução, não influenciarão no ponto de vista do usuário-final devido à sua baixa necessidade relativa.

A função C (Limitar área interna) apresentou consumo de recurso pouco acima da necessidade relativa. Esta foi a função que apresentou maior oportunidades de intervenção no projeto, podendo contribuir para aumento da privacidade visual da habitação com relação aos vizinhos, melhorar a circulação e utilização de áreas internas como a área de circulação dentro da UH, área de cozinha, área da sala, sendo questões reconhecidas como importantes, no ponto de vista do usuário-final.

Função D (Proteger de Intempéries - Paredes) apresentou consumo de recurso e

necessidade relativa próximos. As oportunidades de intervenção relacionadas a esta função são: privacidade visual da habitação com relação aos vizinhos e pintura interna e pintura externa. A privacidade visual da habitação pode ser melhorada através da realocação das aberturas, como janelas e portas da fachada frontal da UH. Além disso, podem ser inseridas vegetações para criar um maior conforto por parte dos habitantes, que podem se sentir mais

grandes impactos em termos de custo. No caso de pintura, seria possível trabalhar com negociações entre fornecedores, avaliando quais alternativas impactariam no valor sem grande aumento de custo da função.

A função E (Vedar água) apresentou alto consumo de recurso e necessidade relativa baixa. A função F (Permitir Acesso Interno) obteve grande representatividade em termos de necessidade relativa e baixo consumo de recursos. Este resultado reforça os resultados obtidos na “Oportunidade de Intervenção no projeto”, que classificou a intervenção "Prever Área de Circulação dentro da UH" na nona posição dentre os 23 itens de oportunidade de intervenção.

A função G (Permitir Ventilação) apresentou alta necessidade relativa e consumo de recurso baixo, ou seja, a representatividade dos componentes de custos desta função foi baixa, porém é um item importante no ponto de vista do usuário final. Observou-se a oportunidade de intervenção em melhorias projetuais durante a fase de desenvolvimento de projeto para aumento do valor agregado, sem grande necessidade de alteração nos custos dos componentes, por meio de estratégias passivas. Por exemplo, a ventilação cruzadaser seria uma opção para a melhoria da ventilação interna e poderia ser realizada apenas por meio da boa disposição das aberturas, não incorrendo diretamente no custo, pois a especificação dos componentes não sofreria alteração.

A função H (Revestir superfícies horizontais inferiores) apresentou um consumo de

recurso e necessidade relativa baixos, quando comparado às demais funções, porém consumo de recurso ainda ficou acima da necessidade relativa. Entretanto, o item “Prever piso interno na casa toda” obteve a oitava posição dentre os 23 itens de Oportunidades de Intervenção no Projeto, sendo de grande importância no ponto de vista do usuário-final.

de negociações entre fornecedores, avaliando quais alternativas impactariam no valor sem grande aumento de custo da função.

A função I (Proteger de Intempéries – Cobertura) obteve necessidade relativa e consumo de recurso altos, porém a necessidade relativa apresentou-se muito acima do consumo de recursos na função. A função J (Revestir superfícies horizontais superiores) obteve consumo de recurso e necessidade relativa baixos, porém custo foi superior à necessidade relativa. Uma vez que a função I (Proteger de Intempéries – Cobertura) obteve um valor de necessidade relativa muito alta e pouco consumo de recurso utilizado para esta função, verifica-se a possibilidade de introduzir local para a construção de uma garagem- acesso até a habitação, área para as atividades de lazer, área de serviço, cobertura nos fundos, ou local para a construção de uma varanda, conforme as oportunidades de intervenções O18, O20 e O21.

A função K (Isolar e Proteger Contra Calor) apresentou um alto consumo de recurso e baixa necessidade relativa. Uma maneira de reduzir o consumo de recurso desta função seria, por exemplo, a troca do tipo de cobertura, considerando a estrutura e telhas. No projeto, foi utilizado o tipo de cobertura convencional. É possível buscar novas tecnologias e sistemas de cobertura, com custo reduzido e desempenho equivalente (ou melhor). Assim, o consumo de recursos na função reduziria.

A função L (Prover uso de Hidrossanitários) obteve valores próximos de consumo de recursos e necessidade relativa.

A função M (Reservar água) alcançou baixo consumo de recursos e alta necessidade relativa. Uma sugestão para agregar valor dentro desta função seria a utilização de sistemas de captação de água e reaproveitamento, que consequentemente auxiliariam nos

importante, pois classificou o item “Gastar Menos com Contas de Água e Luz” do IGI, na terceira posição.

A função N (Prover Iluminação e Fornecimento de Energia) apresentou um consumo de recurso muito baixo e necessidade relativa muito alta, assim como a função I. Também seria possível propor melhorias em termos de eficiência, assim como estratégias de reaproveitamento e captação de água. Tais melhorias podem comprometer o custo inicial do produto, porém estes custos iniciais seriam pagos ao longo do tempo, em longo prazo, durante o ciclo-de-vida do produto.

A função O (Proporcionar melhor desempenho Energético) obteve necessidade relativa superior ao consumo de recurso. Esta função atenderia à necessidade relativa identificada na função anterior (Prover iluminação e fornecimento de energia) e desta maneira atendendo ao IGI “Gastar menos com contas de água, luz, outros”, classificado como o terceiro maior IGI da aplicação do baralho de cartas, ou seja, muito importante para o usuário-final apesar de não reconhecido como importante dentre as funções. Portanto, o valor agregado a esta função colaboraria com possíveis reduções dos custos de manutenção ao longo do ciclo de vida.

Apesar da função P (Prover acesso) apresentar um consumo de recursos e necessidade com valores próximos, verificou-se que existem oportunidades de intervenções que se correlacionam com esta função. Neste quesito, se poderia aumentar o valor agregado da UH através da adição de fechamento do lote e portão para acesso ao lote/casa, além da adição de contrapiso externo (calçamento, rampa e escada caso necessário no lote) e projeto de calçada (exterior ao lote).

Algumas oportunidades de intervenção não se enquadraram em uma determinada função, demandando mais de uma função para serem adicionadas ao projeto. São elas:

OI3: Prever área para jardim

OI4: Prever área para horta

OI6: Prever 2 banheiros na UH

OI7: Prever 3 quartos

OI16: Para lazer: fazer churrasco, para brincar

Estas funções seriam funções adicionais ou espaços novos adicionais ao produto. Para que sejam inseridas, se faz necessária uma análise detalhada no âmbito de funções e consumo de recursos do produto. A partir de possíveis reduções dos consumos de recursos das funções já existentes, estas Oportunidades de Intervenção podem ser discutidas junto aos fornecedores, avaliando o custo, para assim viabilizar a sua entrega.

Etapas 17 e 18

7.4.4.

“Elaboração das plantas de cada especialidade e elaboração das demais estimativas do CP e do orçamento (com base no projeto)”

Depois de identificada as metas de redução nos custos dos três subfornecedores- chave do produto (etapa 14), o subfornecedor de painel Wood Frame foi selecionado para avaliação de possíveis melhorias no projeto, com o objetivo de aperfeiçoar a modulação das placas de vedação. Neste caso, as alterações feitas não impactaram em termos de função do produto uma vez que apenas a modulação foi alterada. O projeto permaneceu sem alterações nas demais disciplinas.

Esta redução de custos foi gerada a partir de uma reconfiguração das placas de vedação, que serviu como um exemplo simples de redesign para redução de custos, sem comprometer a qualidade e funcionalidade do produto, simulando os reais impactos que a aplicação do CM pode causar no produto final.

Verificou-se que uma nova modulação da placa apresentou uma redução de 20% sobre o custo do produto, inicialmente estimado em R$ 5.411,50. Desta maneira, a redução foi de R$ 1.082,30, totalizando R$ 4.329,20. A meta de redução para o subfornecedor- chave vedações verticais, estimada em R$ 2.549,71, foi atingida em 42%. Porém, para que o subfornecedor de vedações atingisse sua meta, ainda seria necessária uma redução de R$ 1.467,41. A Figura 7-16 ilustra a relação entre o CP inicial, o novo Custo de Produção 01 (CP1) e CPer.

Figura 7-16: Comparação entre CP, CP1 e CPer para custos de Vedações Verticais

Fonte: Autor

Com relação ao custo do produto, verificou-se que a fase de reelaboração do projeto em parceria com o fornecedor foi eficiente para a redução de custo do macrossistema de

Vedações Verticais. Após a reelaboração do projeto de placas de vedações da UH Wood

Frame, o CP1 mostrou-se 1% inferior ao CP do macrossistema de Vedações Verticais.

Cabe salientar que o processo de projeto não contemplou uma revisão de projetos completa, considerando todas as disciplinas envolvidas, uma vez que o presente estudo não objetivou apenas atingir o CPer e desdobramentos relacionados à cadeia de suprimentos como, por exemplo, negociações com os subfornecedores, o redesenho dos componentes em nível avançado ou até mesmo modificações de especificações. Este resultado de redução de custo foi realizado apenas para ilustrar a possibilidade projetar sobre um custo preestabelecido sem comprometer o produto, seja em termos de qualidade e funcionalidade como também em termos de requisito do cliente, a partir de pequenas intervenções durante a fase de desenvolvimento de projeto.

Apesar da redução não atingir o CPer estabelecido para o Macrossistema de Vedações, a aplicação da etapa 17 do modelo de Jacomit e Granja (2011) resultou em uma redução de 1% do custo do produto para o Construtor, 1,22% para a Empresa 01 e 1,22% de redução do custo no nível dos subfornecedores.

A Figura 7-17 ilustra os impactos em termos de custo no produto, conforme a redução obtida do redesign das placas de vedação da UH.

Figura 7-17: Parâmetros de custo finais gerados a partir da aplicação do CM

Fonte: Autor

A redução obtida, aparentemente com pouca representatividade se avaliada no contexto de uma UH, passa a ter grande significância no âmbito da entrega de um Conjunto Habitacional. Geralmente, os conjuntos habitacionais são entregues com centenas de unidades. Assim, a redução apresentada se multiplicaria pelo número de unidades entregues. Como um exemplo, se a UH desenvolvida neste estudo fosse reproduzida em um conjunto habitacional de 500 unidades, o custo total da obra proporcionaria uma redução de R$ 559.150,00.

8. DISCUSSÕES

Após a aplicação e teste do CM, as discussões são apresentadas, divididas conforme as fases de aplicação do CM: i) fase preliminar; ii) CM dirigido ao mercado; ii) CM no nível de produto e; iv) CM no nível de componente.

8.1. FASE PRELIMINAR

As reuniões prévias garantiram o compartilhamento de informações sobre o produto e foram de extrema importância para o sucesso da aplicação. Desta maneira, classifica-se de maior importância, na fase preliminar, antecessora à aplicação e teste, o pleno entendimento dos seguintes assuntos:

 Conceitos do CM e Engenharia de Valor

 Questões legais e técnicas de projeto estabelecidas pelo PMCMV-E

 Percepção de valor e perfil dos usuários-finais em HIS

 Parâmetros de Preço e Custo estabelecidos pelo PMCMV.

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