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Convergências, Divergências e Idiossincrasias nos Discursos

4. Capítulo IV Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados

4.2. Convergências, Divergências e Idiossincrasias nos Discursos

Nesta fase da investigação surgem as primeiras generalidades, evidenciando os aspetos mais comuns nos discursos das entrevistadas. Para que fosse possível obter as generalidades, presentes em cada discurso, foi necessário realizar a articulação das estruturas entre si.

Importa referir que a mudança do domínio individual para o domínio geral deu-se em direção à estrutura do fenómeno.

A estrutura final decorre das convergências, divergências e das idiossincrasias (individualidade) de cada discurso por parte das educadoras entrevistadas.

De forma a sintetizar e facilitar a observação dos dados obtidos e para uma melhor compreensão destes últimos, foram construídos quadros de análise nos quais surgem as temáticas e as categorias abertas.

Neste sentido, foram elaborados quadros de análise que a seguir se apresentam:

1. Quadro de Convergências: a sua estrutura organizacional integra, em linhas horizontais, as evidências presentes nos discursos dos sujeitos, constituindo-se dez evidências numeradas. Nas colunas verticais é possível observar, de forma numerada, as temáticas

resultantes da confluência das evidências, constituindo cinco temáticas. Sendo estas especificamente:

• Questão 1 - Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem;

• Questão 2 - Que potencialidades identifica para o desenvolvimento de aprendizagens significativas com as crianças;

• Questão 3 - Quais as maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de Correspondência Escolar;

• Questão 4 - Quais as limitações que identifica na realização desta dinâmica; • Questão 5 - Que importância assume a educadora ao longo de todo o processo

de Correspondência Escolar;

Importa referir que a interceção das informações integradas nas linhas horizontais com as colunas verticais possibilita observar e compreender a asserção nas temáticas.

2. Quadro de Confluências Temáticas e Categorias Abertas. Este integra o movimento em dois níveis de convergências, partindo dos discursos para as temáticas e, consequentemente, das temáticas para as categorias abertas.

Confluências Temáticas:

1- Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem;

2- Que potencialidades identifica para o desenvolvimento de aprendizagens significativas com as crianças;

3- Quais as maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de Correspondência Escolar;

4- Quais as limitações que identifica na realização desta dinâmica;

5- Que importância assume a educadora ao longo de todo o processo de Correspondência Escolar.

Quadro 3 Convergências

Evidências dos Sujeitos Confluências Temáticas

1 2 3 4 5

1. Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem, pois promove a partilha de aprendizagens e saberes, assim como permite a possibilidade de contactar com todo o processo que se encontra subjacente à escrita e envio de uma carta. (I – 1)

x x

2. Assume como potencialidades o contacto com outras culturas e realidades, a interação e colaboração entre os correspondentes e as situações de cooperação entre as crianças de cada grupo. (I-2)

X

3. Refere como maior dificuldade o início do estabelecimento da dinâmica, especificamente o facto de as crianças, numa fase inicial, apresentarem alguma dificuldade em pensar o que devem escrever numa carta. (I-3)

X

4. Não considera existirem limitações. Refere que o tempo de resposta entre cartas deve ser estruturado e pensado, estabelecendo-se, para isso, entre os adultos, um compromisso de escrita e envio. (I-4)

X X

5. Considera que inicialmente deve adotar uma postura mais interveniente, apoiando as crianças na concretização das cartas. Deve trabalhar com o seu grupo as principais características de uma carta. Ao longo do processo deve optar por uma postura menos interveniente e mais mediadora, garantido o apoio às crianças sempre que necessário. (I-5)

X

6. Afirma que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem, pois permite que os grupos partilhem as suas vivências e percebam que existem diferenças, especialmente culturais, e em alguns casos, semelhanças. (II-1)

X X

7. Refere como potencialidades o contacto com diferentes culturas, o desenvolvimento da identidade social e cultural das crianças, a partilha de aprendizagens entre os grupos, assim como o desenvolvimento e estabelecimento de interações sociais. Acrescenta ainda o respeito que as crianças desenvolvem por diferentes opiniões; a promoção e desenvolvimento da educação artística; o desenvolvimento da linguagem oral; a promoção da importância e do valor da escrita, contribuindo para a perceção da funcionalidade da escrita; o facto de a aprendizagem poder ser construída de forma colaborativa, com o contributo e participação de todos os envolvidos e ainda a sensibilização para outra língua. (II-2)

X

8. Considera a qualidade de respostas/ideias pertinentes a partilhar com os correspondentes e a estruturação do pensamento para as colocar em forma de carta. Por vezes, sentem alguma dificuldade em gerir a espera pela resposta da carta. (II-3)

X

9. Refere o intervalo de tempo que decorre entre a correspondência e casos específicos em que não é possível concretizar um encontro entre os grupos. (II-4)

X

10. Considera que deve apoiar e estimular os interesses das crianças, criando oportunidades para que estas possam realizar as suas ideias de partilha, e apoiar o grupo na estruturação do pensamento, ampliando as suas ideias e ajudando a passar do domínio oral para o escrito. Ao longo do processo a apoiar, mediar e gerir o grupo em todas as atividades. (II-5)

Quadro 4 Confluências Temáticas e Categorias Abertas

Evidências Confluências Temáticas Categoria Aberta

I – 1 I – 2 I – 3 I – 4 I – 5 II – 1 II – 2 II – 3 II – 4 II – 5

1 - Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem 2- Que potencialidades identifica para o desenvolvimento de aprendizagens significativas com as crianças 3- Quais as maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de Correspondência Escolar

4 - Quais as limitações que identifica na realização desta dinâmica

5- Que importância assume a educadora ao longo de todo o

processo de

Correspondência Escolar.

A Correspondência Escolar como fator de desenvolvimento de aprendizagens significativas A importância do educador no processo de Correspondência Escolar