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4. Capítulo IV Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados

4.1. Análise dos Discursos

4.1.2. Discurso II – Docente Irlanda

1. Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem?

Sim, a prática de correspondência escolar permite que os grupos possam partilhar as suas vivências, perceberem que existem diferenças, especialmente culturais, mas também, em alguns casos, semelhanças, como, por exemplo, o ambiente educativo e o trabalho que é realizado com as crianças.

2. Que potencialidades identifica para o desenvolvimento de aprendizagens colaborativas com as crianças?

Na minha opinião a correspondência escolar permite: potenciar o contacto com diferentes culturas, permitindo às crianças desenvolverem a sua identidade social e cultural; partilhar aprendizagens entre os grupos, o que permite que as crianças desenvolvam interações sociais entre elas e que respeitem diferentes opiniões; promover o desenvolvimento da educação artística, tendo em conta todas as atividades partilhadas pelos dois grupos; o desenvolvimento da linguagem oral através da comunicação entre crianças-crianças, crianças-adulto; promover a importância e o valor da escrita, contribuindo para a perceção da funcionalidade da escrita, pois utiliza-se, de forma lúdica, diferentes

contextos e formas de representar o código escrito; permite ainda que a aprendizagem seja construída de forma colaborativa com a participação e contributo de todos os envolvidos.

No caso específico do nosso projeto, entre dois países, a correspondência escolar permitiu a sensibilização para outra língua.

3. Quais as maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de Correspondência Escolar?

Na minha opinião e experiência, a maior dificuldade para as crianças é a qualidade de respostas/ideias pertinentes a partilhar com os correspondentes, a estruturação do pensamento para colocar em forma de carta. As crianças sentem, por vezes, alguma dificuldade em lidar com o fator tempo, ou seja, apresentam dificuldade em gerir a espera pela resposta da carta, sendo a expetativa do que irão receber muito alta.

4. Quais as limitações que identifica na realização desta dinâmica?

Penso que a maior limitação se relaciona com o intervalo de tempo que decorre entre correspondências, que se for demasiado grande poderá conduzir à desmotivação e desinteresse dos grupos envolvidos.

Neste sentido, é essencial que exista uma grande comunicação entre as educadoras responsáveis, para que se estabeleçam prazos e limites de tempo. Outra limitação que decorre da prática de correspondência é, por exemplo, uma situação, como a nossa, em que não é possível concretizar um encontro entre os grupos. Contudo, no nosso caso, penso que se conseguiu contornar a situação enviando-se fotografias e um vídeo com as vozes do grupo, permitindo o reconhecimento pelo grupo irlandês.

5. Que importância assume a educadora ao longo de todo o processo de Correspondência Escolar?

Penso que o papel da educadora é de apoiar e estimular os interesses das crianças, criando oportunidades para que elas possam realizar as suas ideias de partilha.

A educadora deve apoiar o grupo na estruturação do pensamento, ampliar as suas ideias e ajudar a passar do oral para o escrito. Deve também apoiar, mediar e gerir o grupo em todas as atividades para posterior partilha com os correspondentes.

Quadro 2 Evidências - Discurso II (E2)

Questões Evidências

1. Considera que a prática de Correspondência Escolar é fator de desenvolvimento de aprendizagem?

“sim”; “permite que os grupos possam partilhar as suas vivências”; “perceberem que existem diferenças, especialmente culturais”; “em alguns casos, semelhanças, como, por exemplo, o ambiente educativo e o trabalho que é realizado com as crianças”.

2. Que potencialidades identifica para o desenvolvimento de aprendizagens significativas com as crianças?

“potenciar o contacto com diferentes culturas”; “desenvolverem a sua identidade social e cultural”; “partilhar aprendizagens entre os grupos”; “desenvolvam interações sociais”; “respeitem diferentes opiniões”; “promover o desenvolvimento da educação artística”; “o desenvolvimento da linguagem oral”; “promover a importância e o valor da escrita”; “perceção da funcionalidade da escrita”; “a aprendizagem seja construída de forma colaborativa”; “sensibilização para outra língua”.

3. Quais as maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de Correspondência Escolar?

“a qualidade de respostas/ideias pertinentes a partilhar com os correspondentes”; “a estruturação do pensamento para colocar em forma de carta”; “gerir a espera pela resposta da carta”.

4. Quais as limitações que identifica na realização desta dinâmica?

“o intervalo de tempo que decorre entre correspondências”; “situação (…) em que não é possível concretizar um encontro entre os grupos”. 5. Que importância assume a

educadora ao longo de todo o processo de Correspondência Escolar?

“apoiar e estimular os interesses das crianças, criando oportunidades para que elas possam realizar as suas ideias de partilha”; “apoiar o grupo na estruturação do pensamento”; “ampliar as suas ideias”; “ajudar a passar do oral para o escrito”; “apoiar, mediar e gerir o grupo em todas as atividades para posterior partilha com os correspondentes”.

Análise

A educadora titular da Irlanda considera que a prática de correspondência escolar constitui um importante fator de aprendizagem para as crianças em idade Pré-Escolar. A educadora entrevistada considera que a dinâmica de correspondência escolar apresenta inúmeras potencialidades para o desenvolvimento de aprendizagens significativas por parte das crianças.

Refere como exemplos de potencialidades desta dinâmica: o contacto com diferentes culturas e, consequentemente, permitir o desenvolvimento da identidade social e cultural das crianças; a partilha de aprendizagens entre os grupos e o desenvolvimento e estabelecimento de interações sociais. Acrescenta ainda como potencialidades decorrentes desta prática o respeito que as crianças desenvolvem por diferentes opiniões; a promoção e o desenvolvimento da educação artística; o desenvolvimento da linguagem oral; a promoção da importância e do

valor da escrita, contribuindo assim para a perceção da funcionalidade desta última e, por fim, no que se refere às potencialidades do estabelecimento de correspondência escolar entre grupos, a educadora refere, ainda, como vantagem, o facto de a aprendizagem poder ser construída de forma colaborativa, com o contributo e a participação de todos os envolvidos.

No caso específico do projeto realizado, a correspondência escolar entre dois países, esta prática potenciou ainda a sensibilização para outra língua.

No que concerne às maiores dificuldades sentidas pelas crianças no processo de correspondência escolar, estas, de acordo com a educadora, relacionam-se com a qualidade de respostas/ideias pertinentes a partilhar com os correspondentes, assim como com a estruturação do pensamento para as colocar em forma de carta. A educadora refere ainda que as crianças, por vezes, sentem alguma dificuldade em gerir a espera pela resposta da carta.

No que se refere às limitações da correspondência escolar, a entrevistada refere o intervalo de tempo que passa entre correspondências e casos específicos em que não é possível concretizar um encontro entre os grupos.

Por fim, relativamente à importância da educadora ao longo do processo de correspondência, a entrevistada considera que a educadora deve apoiar e estimular os interesses das crianças, criando oportunidades para que estas possam realizar as suas ideias de partilha. É importante ainda que a educadora apoie o grupo na estruturação do pensamento, ampliando as suas ideias e ajudando a passar do domínio oral para o escrito. Ao longo do processo a educadora deve apoiar, mediar e gerir o grupo em todas as atividades.

4.2. Convergências, Divergências e Idiossincrasias nos