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4. DISCUSSÃO 161 1 PERCEÇÃO GERAL SOBRE O PNCPI

1.3.1. Coordenação e articulação

Portugal está administrativamente dividida em cinco regiões (NUTs II) e em 308 municípios. O principal ministério responsável pelos controlos oficiais em Portugal é o Ministério da Agricultura e do Mar, referido como o MAM.

O principal ministério responsável pelos controlos em Portugal é o Ministério da Agricultura e do Mar (MAM). A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) do

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Ministério é em grande parte responsável pelos controlos nas áreas de saúde animal, alimentos de origem animal e as importações dos mesmos, nutrição animal, TSE / ABP, medicamentos veterinários e os resíduos, bem-estar animal, e faz a gestão da base de dados nacional de sementes. A publicação oficial do SAV/FVO da Comissão Europeia, de maio de 2015 “Country Profile. Organization of Official Controls” em Portugal refere ainda que desde 2012, a DGAV também é responsável por alimentos de origem não animal e pela maioria dos controlos fitossanitários, incluindo a coordenação da implementação dos controlos pelas Draps.

Desde então, a DGAV também é responsável pelo plano de controlo multianual ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 882/2004, partilhando essa responsabilidade, em alguns casos com outros organismos, como a Autoridade Tributária, relativamente às importações. O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia está encarregado da organização das medidas de inquérito e de controlo nacionais, bem como o controlo da circulação dos materiais florestais suscetíveis para processamento na indústria da madeira. A Guarda Nacional Republicana é responsável pelos controlos de estrada. A ASAE está a cargo dos processos administrativos em resposta a não-conformidades relatadas pelos outros organismos. A DGADR do Ministério é responsável por controlos sobre a produção biológica e rotulagem.

Órgãos ligados ao Ministério da Economia (ME) também realizam alguns controlos. Em particular, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (referida como a ASAE) realiza controlos como autoridade competente nas áreas de alimentação humana e animal, sobre pesticidas em géneros alimentícios de origem não animal e em alimentação para bebés. É também a autoridade nacional responsável pela luta contra a fraude em todas as políticas económicas e faz a gestão de todos os processos criminais quando a fraude é detetada. É igualmente responsável pela avaliação e comunicação de riscos em relação aos alimentos e segurança alimentar. As operações de controlo da Autoridade Alimentar são realizadas por meio das suas três regiões operacionais (FVO, 2015).

Os organismos oficiais intervenientes nos planos de controlo referidos estão integrados, a nível Nacional em três Ministérios, com delegações regionais e a nível local dispersos por 308 Municípios (Figura 4).

Figura 4. Enquadramento Institucional – Entidades envolvidas no Plano Nacional de

Controlo Plurianual Integrado. Adaptado de Pinto, 2010.

Com o objetivo de acompanhar a execução do Plano Nacional de Controlo Plurianual Integrado (PNCPI) e garantir a articulação entre os vários organismos envolvidos, foi criado o Comité de Acompanhamento do Controlo Oficial (CACO). Este Comité de Acompanhamento é atualmente presidido pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e inclui representantes da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB) e Inspeção Geral de Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento de Território (IGAMAOT).

É importante ainda rever com clareza os papéis de todos os intervenientes na cadeia alimentar que se encontram mencionados na figura 5. Referimo-nos a produtores de alimentos para animais, agricultores e produtores/operadores de alimentos para consumo humano,

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autoridades competentes dos Estados-Membros e países terceiros, Comissão Europeia, consumidores (Rodrigues, 2013).

Figura 5. Cadeia alimentar – Intervenientes e responsabilidades (Rodrigues, 2013)

Os produtores de alimentos para animais, os agricultores e os operadores do sector alimentar são os principais responsáveis em matéria de segurança dos alimentos; as autoridades competentes controlam e garantem a observância desta responsabilidade através dos sistemas nacionais de vigilância e controlo; a Comissão avalia, através de auditorias e inspeções a nível nacional, a capacidade das autoridades competentes de gerir estes sistemas; Os consumidores devem também reconhecer que lhes compete armazenar, manipular e preparar adequadamente os alimentos (Rodrigues, 2013).

Desta forma, a política “da exploração agrícola até à mesa” (Figura 6) que abrange todos os sectores da cadeia alimentar, incluindo a produção de alimentos para animais, a produção primária, o processamento dos alimentos, a armazenagem, o transporte e o comércio retalhista, será aplicada sistematicamente e de forma coerente, através de Planos e Procedimentos específicos, elaborados a nível central pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária e implementados a nível regional pelas Direções de Serviços de Veterinária Regionais (DSVR) e Médicos Veterinários Municipais (MVM).

Figura 6. Sistemas de Controlo Oficiais. Adaptado de Pinto, 2010.

Em relação à operação de sistemas de controlo de alimentos de origem animal, segurança alimentar, saúde animal e bem-estar animal, as atividades operacionais são realizadas através de cinco autoridades regionais, que reportam diretamente às direções centrais na DGAV. Para o alimento de não animal origem e fitossanidade sob a responsabilidade geral da DGAV, as Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAPs) são em grande parte responsáveis para a implementação de controlos, e não há nenhuma cadeia direto de comando entre DGAV e a DRAPs. Os Municípios - Médicos Veterinários Municipais – MVM, coordenados pela DGAV, também têm um papel no controlo oficial dos géneros alimentícios de origem animal (FAO), em estabelecimentos de retalho, como talhos e peixarias, pequenos comerciantes móveis, mercados locais e feiras de alimentos (FVO, 2015).

O Plano Nacional Plurianual Integrado (PNCPI) tem como intervenientes, todos os operadores da cadeia de produção - operadores (produtores de alimentos para animais, proprietários das explorações, transportadores, matadouros e empresas de transformação de carnes, distribuidores, comerciantes e retalhistas), os consumidores e as autoridades competentes que são as instituições nacionais que intervêm na elaboração, implementação e

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execução das ações previstas nos planos, bem como os responsáveis pela inspeção e auditorias nacionais e comunitárias (Figura 7).

Figura 7. O PNCPI – stakeholders (Rodrigues, 2013)

O quadro 1 apresenta uma panorâmica da distribuição de responsabilidades em relação aos sistemas de controlo e níveis operacionais (FVO, 2015).

Coordenação Política Coordenação Controlos Implementação Controlos Laboratório s Avaliação de risco, pareceres científicos

1 Saúde Animal DGAV DGAV DGAV INIAV DGAV

2 Origem da alimentação animal DGAV; DGRM DGAV; DGRM; ASAE DGAV; ASAE INIAV; IPMA; ASAE DGAV; ASAE 3 Importações de animais

e Produtos de origem DGAV DGAV; AT DGAV

INIAV;

IPMA DGAV

4 Alimentos para animais e

alimentação animal DGAV

DGAV, AT,

ASAE DGAV; ASAE

INIAV;

ASAE DGAV; ASAE

5 TSEs / ABP DGAV

DGAV

DGAV; ASAE;

IFAP INIAV DGAV; ASAE

Medicamentos

Veterinários -

Autorização, Marketing e distribuição

DGAV DGAV DGAV; ASAE DGAV

Medicamentos

Veterinários - Resíduos DGAV DGAV DGAV; ASAE

INIAV;

IPMA DGAV; ASAE

Géneros Alimentícios e Higiene alimentar DGAV; DGRM DGAV DGAV; DRAP; ASAE; DGRM INIAV; IPMA; ASAE DGAV; ASAE Materiais em contacto

com alimentos DGAV

DGAV; ASAE

DGAV; DRAP;

ASAE ESBP - UCP DGAV; ASAE

OMG DGAV DGAV DGAV; ASAE INIAV DGAV

8 Importações de produtos

de origem vegetal DGAV DGAV; AT DRAP; AT; ICNF

INIAV;

ASAE ASAE; DGAV

Proteção de plantas – produtos, autorização, comercialização e utilização

DGAV ASAE DRAP; ASAE;

DGAV; ICNF INIAV DGAV

Proteção de plantas -

Resíduos DGAV DGAV ASAE DGAV

10 Bem estar animal DGAV DGAV DGAV; GNR DGAV

11 Fitossanidade DGAV DGAV ICNF; DRAP;

ASAE; AT; GNR INIAV DGAV

12 Produção Protegida

(DOP/IGP/ETG) DGADR DGADR

9 OC; DRAP (IMPORTAÇÕES); DGADR; ASAE Setor 6 9 7

Quadro 1. Quadro Resumo das instituições oficiais intervenientes nos controlos oficiais

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