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Parte III – Resultados

7.2. Discussão de Resultados

7.2.4. Coping diádico e qualidade de vida

Relativamente à relação da qualidade de vida, durante a gravidez vericámos assim que: não existiram correlações significativas entre as diferentes dimensões do coping diádico e a dimensão geral, o domínio físico e o domínio ambiente da qualidade de vida; mais positiva foi perceção da mãe acerca do seu apoio para com parceiro em situações de stresse durante a mais elevados foram os domínios psicológico e das relações sociais da qualidade de vida da mãe; quanto mais negativa foi perceção da mãe acerca do apoio do parceiro em situações de stresse mais baixo foi o componente psicológico da qualidade de vida da mãe.

Recordando a H7: “Antes do parto, o coping diádico tem influência sobre a qualidade de vida materna: Formas positivas de coping diádico estão associadas alta qualidade de vida, enquanto formas negativas estão associadas a baixa qualidade de vida materna.”

Os resultados parecem assim apoiar esta hipótese, sendo especialmente evidentes para os domínios psicológico e das relações sociais da qualidade de vida da mãe.

Já para a qualidade de vida, durante o período pós-parto: quanto mais negativa foi a perceção da mãe acerca do apoio do parceiro em situações de stresse menor foi a qualidade de vida geral e os domínios físico, psicológico, das relações sociais e ambiente durante o período pós-parto; quanto mais negativa foi perceção da mãe acerca do seu apoio para com parceiro em situações de stresse a gravidez mais baixos foram os domínios físico, psicológico, relações sociais e ambiente da qualidade de vida da mãe; quanto mais positiva foi perceção da mãe acerca de como o parceiro comunica o seu stresse, do seu apoio para com parceiro, do apoio prestado pelo parceiro, da forma como o casal lida com o stresse e da sua satisfação para com o mesmo mais elevado foi o domínio das relações sociais da sua qualidade de vida e que quanto mais elevada foi a satisfação da mãe para com a forma como o casal lida com situações de stresse, maior foi o domínio das relações sociais da qualidade de vida.

Relembremos a H8: “Depois do parto, o coping diádico tem influência sobre qualidade de vida materna: Formas positivas de coping diádico estão associadas alta qualidade de vida, enquanto formas negativas estão associadas a baixa qualidade de vida materna.”

Assim, os resultados parecem confirmar a hipótese, sendo especialmente evidentes na no apoio prestado de e para com o parceiro e nos domínios psicológico e das relações sociais da qualidade de vida.

Relativamente à da qualidade de vida durante a transição para a parentalidade verificámos assim que: quanto mais negativa foi a perceção da mãe acerca do apoio do

parceiro em situações de stresse durante a gravidez menor foi a qualidade de vida geral e o domínio ambiente da qualidade de vida durante o período pós-parto; quanto mais positiva foi perceção da mãe acerca do seu apoio para com parceiro em situações de stresse durante a gravidez mais elevados foram os domínios físico, psicológico, das relações sociais e do ambiente da qualidade de vida da mãe no período pós-parto; quanto mais positiva foi perceção da mãe acerca de como o parceiro comunica o seu stresse, mais elevado foi o domínio psicológico da sua qualidade de vida; quanto mais positiva foi perceção da mãe acerca do apoio do parceiro em situações de stresse durante a gravidez mais elevados foram os domínios psicológico e das relações sociais da qualidade de vida durante o período pós- parto; quanto maior foi a satisfação da mãe acerca da forma como o casal lida com o stresse durante a gravidez mais elevados foram os domínios ambiente e das relações sociais da qualidade de vida no período pós-parto.

Desta forma e relembrando a H9: “O coping diádico tem influência sobre qualidade de vida materna na transição para a parentalidade: Formas positivas de coping diádico estão associadas alta qualidade de vida, enquanto formas negativas estão associadas a baixa qualidade de vida materna.”

Os resultados parecem confirmar a hipótese, sendo também particularmente evidentes no apoio prestado de e para com o parceiro e nos domínios psicológico e das relações sociais da qualidade de vida.

Apesar de, que seja do nosso conhecimento, não existir qualquer estudo que relacione coping diádico e qualidade de vida existem alguns estudos que parecem ir de encontro aos resultados obtidos. Ngai e Ngu (2013), citando Gao, Chan, e Mao (2009) sugerem que a componente mental do casal está positivamente associada à qualidade de vida do casal durante a transição para a parentalidade. Já Webster et al., (2011) encontraram evidências de que mulheres com baixo suporte social (especialmente do parceiro e da família) têm mais propensão a ter baixa qualidade de vida comparativamente a mulheres com um alto suporte social, sendo que de forma global a insatisfação conjugal tem sido associada a baixa qualidade de vida (Ng, Loy, Gudmunson, & Cheong, 2009; Rohany & Sakdiah, 2010).

Relativamente aos dados qualitativos obtidos não foi falado pelas mães acerca da associação entre a relação do casal e a sua qualidade de vida. No entanto, 80% (n=8) das mães falaram acerca da importância do apoio do companheiro, incluindo o apoio durante a gravidez durante o parto e no período pós-parto, com 60% das mães a destacar a importância do apoio do companheiro na prestação de tarefas, o que teve para elas um impacto positivo. Por outro lado, por outro lado, 70 % destas mulheres falaram acerca do impacto da relação na

experiência de maternidade, seja de forma positiva como de forma negativa, contribuindo inclusivamente para o desenvolvimento de emoções negativas. Assim faz-nos sentido que estas questões possam ter tido impacto na qualidade de vida, uma vez que esta incluí domínios físicos, psicológicos, sociais e ambientais.