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10.1 – Estuário

Aula 11 Ecossistemas de praia e costão rochoso

11.2 Costão Rochoso

Figura 11.3 – Costão Rochoso

Fonte: http://www.skyscrapercity.com

Costão rochoso é o nome dado ao ambiente costeiro formado por rochas situado na transição entre os meios terrestres e aquáticos, podendo ser en- contrados na costa ou em ilhas. É considerado muito mais uma extensão do ambiente marinho que do terrestre, uma vez que a maioria dos organismos que o habitam, estão relacionados ao mar. Os costões rochosos são aflo- ramentos de rochas cristalinas na linha do mar, sujeitos à ação das ondas,

correntes e ventos, podendo apresentar diferentes configurações como falé- sias, matacões e costões verdadeiros (páginas criadas por: Fabiana Carvalhal & Flávio A. S. Berchez).

Os costões são substratos estáveis oferecem uma superfície segura sobre a qual podem crescer uma rica comunidade biológica, como esponjas, anêmo- nas, mexilhões, crustáceos e macroalgas. O substrato duro favorece a fixação de larvas de diversas espécies de invertebrados, sendo comum a ocupação do espaço por faixas densas de espécies fixas (sésseis). Além disso, a grande diversidade de microhábitats certamente contribui para a determinação da diversidade biológica. Diferentes grupos apresentam adaptações e formas de vida relacionadas ao local que habitam (páginas criadas por: Fabiana Car- valhal & Flávio A. S. Berchez).

As rochas fornecem uma grande variedade de microambientes, com partes expostas e protegidas, em uma arquitetura complexa formada por poças, fendas, saliências, pequenas cavidades e grandes grutas. Cada um destes microambientes oferece uma possibilidade de ocupação com diferentes re- querimentos ambientais. As comunidades dos costões favorecem também, a proliferação de uma diversificada fauna de peixes, que encontram alimenta- ção e refúgio entre as rochas. Uma das principais características de qualquer costão no mundo, quando observados na maré baixa, é a predominância horizontal de bandas ou zonas de organismos. Esta distribuição, chamada de zonação, pode ser explicada através de interações conjuntas e separadas, de fatores físicos (exposição, declividade, dissecação, temperatura ou lumi- nosidade) atuando principalmente na porção superior do costão, e biológi- cos (competição, predação, fixação larval ou herbivoria), atuando na porção submersa. Na região do supra litoral até onde os borrifos das ondas alcan- çam, encontra-se o predomínio do gastrópoda Litorinna. A região do médio litoral é caracterizada principalmente pela presença de cracas e mexilhões. A região do infralitoral pode ser caracterizada pela presença de ouriços e estrelas.

Onde as rochas ou outras superfícies duras encontram-se entre a alta e baixa maré (zona de entre- maré), desenvolve-se um ecossistema especial com organismos fixos e que podem viver por algumas horas tanto dentro como fora da água.

As plantas são de igual maneira resistentes ao ressecamento, são algas fi- xas de cor vermelha e marrom. A maioria dos animais possuem esqueletos protetores, tais como crustáceos, ostras e mexilhões. A comunidade de or-

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ganismos se adapta para utilizar os nutrientes e partículas de alimentos que são arrastados pela maré e rompimento de ondas. Também fazem parte do sistema os peixes predadores, que ingressam a comunidade quando a maré está alta.

No Brasil, suas rochas possuem origem vulcânica e são estruturadas de di- versas maneiras. É um ambiente extremamente heterogêneo: pode ser for- mado por paredões verticais bastante uniformes, que estendem-se muitos metros acima e abaixo da superfície da água (ex. a Ilha de Trindade/RJ) ou por matacões de rocha fragmentada de pequena inclinação (ex. a costa de Ubatuba/SP). No Brasil, pode-se encontrar costões rochosos por quase toda a costa. Seu limite de ocorrência ao Sul se dá em Torres (RS) e ao Norte, na Baía de São Marcos (MA) sendo que a maior concentração deste ambiente está na região Sudeste, onde a costa é bastante recortada (páginas criadas por: Fabiana Carvalhal & Flávio A. S. Berchez).

O costão rochoso pode ser modelado por aspectos físicos, químicos e bio- lógicos. Em relação aos aspectos físicos, a erosão por batimento de ondas, ventos e chuvas é o principal deles, mas a temperatura também possui papel importante na de composição das rochas, a longo prazo, através da expan- são e contração dos minerais. O fatores químicos envolvidos dependem do tipo de rocha que forma o costão, uma vez que minerais reagem quimica- mente com a água do mar (ex. ferro), sendo que estas relações são reguladas principalmente pelos fatores climáticos. Além destes, temos o desgaste das rochas que pode ser causado por organismos habitantes ou visitantes do costão, como ouriços, esponjas e moluscos (páginas criadas por: Fabiana Carvalhal & Flávio A. S. Berchez).

Da mesma forma que nos sistemas terrestres, os costões de regiões tropicais são mais biodiversos. A seguir vamos conhecer alguns dos organismos que habitam costões rochosos:

Aula 11 - Ecossistemas de praia e costão rochoso Figura 11.4 - Ulva fasciata

Fotos: Suzana S. Rodrigues (Biota/FAPESP)

Figura 11.5 - Alga calcária crostosa

Figura 11.6 - Anêmona

Fotos: Marly C. Simões

Figura 11.9 - Chthamalus sp. (cracas)

Fotos: Suzana S. Rodrigues (Biota/ FAPESP)

Figura 11.12 – O Mero

Fonte: http://www.horta.uac.pt

Figura 11.10 - Oreaster sp. (estrela-do-mar)

Fotos: Marly C. Simões

Figura 11.11 - Pomacan- thus paru (Frade - no centro)

e Abudefduf saxatilis (Sargento) Fotos: Marly C. Simões

Figura 11.7 - Nudibrânqio

Fotos: Marly C. Simões

Figura 11.8 - Gastrópode

Fotos: Marly C. Simões

Curiosidade

O Mero (Epinephelus itajara) é um peixe marinho que habita águas tropicais e subtropicais do oceano Atlântico. É uma espécie de peixe que habita zonas estuarinas (manguezais) e áreas costeiras, por isso, costumam ser encon- trados em manguezais e costões rochosos, próximos de naufrágios, pilares de pontes e parcéis. A espécie é muito vulnerável à pesca, pois possui taxas de crescimento lento, atingem grandes tamanhos, agregam-se para a re- produção, maturam sexualmente tardiamente e são territorialistas. O Mero também conhecido como Senhor das Pedras chega a ultrapassar dois metros de comprimento, vive até 40 anos e pode ser encontrado em profunidades até 100 metros.

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Ameaças

A maior ameaça ao Mero é provavelmente o homem, é um peixe excelente como alimento, sua carne é deliciosa e branca. São também peixes fáceis de pescar, utilizando-se de uma variedade de artefatos (armadilhas, linhas de mão, redes de emalhe e arbalete de pressão).

Proteção

Esta espécie vem recebendo atenção de pesquisadores em todo o oceano Atlântico em função de seu status de conservação, classificado como criti- camente ameaçado (IUCN, 2006). Há mais de dez anos protegida da pesca em todo o Golfo do México, somente em 2002 é que esta espécie, recebeu a proteção de uma moratória específica no Brasil (IBAMA, portaria nº 121 de 20 de setembro de 2002). Com isso, se tornou a primeira espécie de peixe marinho a receber uma portaria específica que estabelece a moratória da pesca pelo período de cinco anos, nos quais existe a prioridade da realização de estudos mais aprofundados. A portaria 42/2007 do IBAMA prorrogou por mais cinco anos a proibição da captura do Mero.

As informações sobre este importante peixe constam inseridas na cultura de algumas comunidades de pescadores, que ao utilizarem os recursos naturais do ambiente onde vivem, acumulam o conhecimento sobre a espécie e seu ambiente (www.merosdobrasil.org).

Atividade de aprendizagem

1) Defina o que é um ecossistema de praia arenosa e um ecossistema de costão rochoso.

2) Além dos organismos citados na aula de hoje quais outros organismos habitam as praias arenosas e os costões rochosos? Faça uma breve pesquisa.

Resumo

As praias arenosas são ecossistemas muito bem representados em todo o planeta.

Apesar de parecerem desertos do ponto de vista biológico, sustentam uma importante fauna.

Costões rochosos é o nome dado ao ambiente costeiro formado por ro- chas situado na transição entre os meios terrestre e aquático.

É considerado muito mais uma extensão do ambiente marinho que do terrestre, uma vez que a maioria dos organismos que o habitam, estão relacionados ao mar.

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No documento Biologia e Ecologia dos Organismos Aquáticos (páginas 102-108)