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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Crescimento e produção

O Eucalyptus grandis W. Hill ocorre naturalmente na Austrália, ao norte do estado de New South Wales, ao sul e norte de Queensland, em áreas de altitude (300 a 900 m), onde a precipitação pluviométrica varia de 1.000 a 1.700 mm, predominantemente no verão. A estação seca não ultrapassa 3 meses. A temperatura média das máximas do mês mais quente está compreendida entre 29 a 32ºC, e a média das mínimas do mês mais frio entre 5 a 6ºC. Árvore muito alta (45 a 55 m) e grossa (1,2 a 2 m DAP), excepcionalmente pode atingir 75 m de altura e 3 m de dap, com madeira leve e fácil de ser trabalhada. Utilizada intensivamente na Austrália e na república Sul Africana, como madeira de construção, quando oriunda de plantações de ciclo longo. A madeira produzida em ciclos curtos é utilizada para caixotaria. Plantações, convenientemente manejadas, podem produzir madeira excelente para serraria e laminação (FERREIRA, 1979).

A madeira de Eucalipto oriunda dos ciclos reduzidos é atualmente utilizada em sua maioria, para a produção de celulose, deixando o Brasil entre os maiores produtores mundiais, além de ser destaque no cenário econômico e na balança comercial, com geração de empregos, atuação em 17 estados e apresentando grandes investimentos nos últimos 10 anos.

Em 2011, a área ocupada por plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no Brasil totalizou 6.515.844 ha, sendo 74,8% correspondente à área de plantios de

Eucalyptus e 25,2% aos plantios de Pinus. Os estados com maiores áreas de Eucalyptus plantados em hectares são: Minas Gerais (1.401.787), São Paulo

(1.031.677), Bahia (607.440), Mato Grosso do Sul (475.528), Rio Grande do Sul (280.198), sendo Minas, São Paulo e Bahia responsáveis por 62% do total. Neste mesmo ano, não houve crescimento da área de plantios florestais de Eucalyptus e

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As florestas nativas obtém seu crescimento anual, por meio da extensão de seus brotos e pelo espessamento dos troncos e raízes (crescimento cambial). Caracterizando tal processo, tornou-se prática normal a utilização dos parâmetros parciais: altura e diâmetro no tempo para determinação da produção (ASSMANN, 1970).

O crescimento é o aumento de tamanho ou do peso de um organismo ou comunidade viva, sendo a produção considerada por meio do fuste, parte utilizável da árvore, expresso em volume. O crescimento das folhas, galhos, fuste e raízes, resultam no crescimento da árvore em tamanho, volume e peso, determinando assim a produção líquida e, consequente, produção de madeira (SCHNEIDER, 2008).

A produção biologicamente, expressa o tamanho de um organismo em função do tempo, onde os principais componentes do crescimento em povoamentos florestais são a mortalidade, o ingresso, o corte e as produções corrente e futura. O crescimento ou incremento pode ser expresso pelo incremento corrente anual (ICA), que significa o valor do aumento da produção em um ano, incremento médio anual (IMA), corresponde à taxa média do aumento da produção desde a implantação do povoamento até uma idade particular, incremento periódico (IP), que é a diferença de produção entre duas idades quaisquer, e incremento periódico anual (IPA), que é a diferença de produção entre duas idades, mas dividida pelo período em anos (CAMPOS; LEITE, 2009).

Torna-se importante entender por meio dos conhecimentos silviculturais, econômicos, ambiental e social, o comportamento das variáveis dendrométricas, para somente assim se definir as estratégias de manejo. Sendo assim, se sabe que os crescimentos em diâmetro e altura dependem do genótipo, sítio e espaçamento, que logicamente atuam de formas distintas sob tais variáveis. O crescimento em área basal e volume, além de serem influenciados pelos fatores mencionados acima, também são afetados pela densidade (SCOLFORO, 1998).

Para determinado crescimento em reduzido número de árvores almejadas para o futuro, procura-se uma aceleração do crescimento em diâmetro das árvores remanescentes. Esta aceleração do crescimento é consequência do aumento do crescimento em volume, que no caso dos povoamentos mais jovens, ocorre com melhores respostas, quando causada pela diminuição da competição entre árvores.

35 Entretanto, este efeito é temporário, porque, após a aceleração inicial, acontece o declínio da curva de crescimento (ASSMANN, 1970).

De acordo com Assmann (1970) um bom indicador dos limites de intensidade de desbaste e espaço vital é a área basal crítica, ou seja, a área basal que mantém a produção volumétrica em nível de 95% do incremento volumétrico ou a área basal que define um limite de redução de 5% no incremento volumétrico máximo para o povoamento.

Com o objetivo de produção, na natureza ocorre uma busca de árvores resistentes, aptas a competir com as demais, sendo esta uma seleção, por meio da eliminação por competição denominada desbaste, onde o povoamento em seu processo natural reduz o número de indivíduos por unidade de superfície, ocorrido em decorrência da competição por luz, umidade e elementos nutritivos do solo (SCHNEIDER; SCHNEIDER, 2008).

Quando ocorre a superestocagem nos povoamentos, frequentemente acontece a mortalidade, pois é durante este prolongado período que as árvores permanecem estagnadas em seu crescimento. Esta mortalidade advém de supressão, pragas e doenças, ou por quebras, quando as árvores são muito altas e finas (TONINI, 2003).

A classificação de mortalidade dos povoamentos florestais denomina-se regular, irregular e catastrófica. A regular compreende todas as formas normais, causadas por fatores como a idade, competição e a mortalidade causada por efeitos climáticos. A irregular inclui a morte de grupos de árvores, criando pequenas clareiras ou aberturas no povoamento. A catastrófica faz referência à morte de elevado número de árvores ou até de todo o povoamento, sendo causada por tempestades, vendavais, incêndios ou ataques de pragas e doenças (SMITH, 1980).

Com a execução do desbaste, proporciona-se um desenvolvimento equilibrado da copa e do sistema radicular, de acordo com a dimensão da árvore, pois o espaço vital de cada árvore é aumentado. Desbastes de intensidade adequada, aplicados no momento certo, permitem melhorar a qualidade da madeira, homogeneizar os sortimentos e aumentar a dimensão das árvores, sem ocorrência de perdas significativas de produção. Contudo, desbastes muito pesados podem levar ao aumento desproporcional do tamanho da copa e dos galhos, reduzindo a qualidade da madeira, bem como a produção volumétrica da floresta (SCHEEREN; SCHNEIDER; FINGER, 2004).

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Para realização de desbaste, se torna necessária à definição da idade do primeiro desbaste, o ciclo de desbastes subsequentes e sua intensidade, levando-se em consideração o objetivo do proprietário, o mercado e os custos de execução. O desbaste se torna imprescindível na questão redução de tempo em função da produção de árvores com grande diâmetro e tronco uniforme, não obstante o maior rendimento volumétrico no processamento de madeira, com troncos de forma, sanidade e aspectos da madeira ideais. Entretanto, uma apropriada aproximação de definição para regimes ótimos de desbastes seria a partir de observações feitas em parcelas permanentes, onde as decisões sobre as práticas de manejo devem levar em consideração a produção de árvores de maior valor individual (CAMPOS; LEITE, 2009).

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