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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.2 Densidade do Povoamento

Em um povoamento, o espaço de cada árvore pode ser limitado pelas vizinhas, levando a competição em nível das copas e das raízes. Para um desenvolvimento mais homogêneo é desejado que as árvores estejam distribuídas uniformemente no povoamento, facilitando, desta forma, a busca por espaço (HILEY, 1959).

A densidade do povoamento é muito importante pelo fato de ser um dos fatores responsáveis por conduzir o crescimento diamétrico. A regulação da densidade pode ocorrer de maneira natural (autodesbaste) ou por intervenções humanas (desbastes) (ASSMANN, 1970; SPIECKER, 1983).

O autodesbaste ocorre quando há um aumento na densidade da população podendo provocar a mortalidade de alguns indivíduos, e é o resultado da competição por água, luz e nutrientes entre os indivíduos da população.

Devido a isto a mortalidade deve ser evitada com a antecipação de intervenções de desbaste, aplicados com intensidade adequada, dependendo da capacidade produtiva do sítio e da espécie que se está a manejar (SCHNEIDER, 2008).

37 Segundo Spurr (1962), o número de árvores por unidade de área pode ser usado para expressar a densidade dos povoamentos quando combinado com uma variável que indica a idade do povoamento como, por exemplo, o diâmetro médio ou a altura dominante.

No método de densidade pontual proposto por Spurr (1962), indicado para a medição de densidades em pontos individuais, todos os indivíduos próximos da árvore escolhida, como central, são avaliados para verificar a sua inclusão, ou não, na unidade amostral. Essa avaliação é baseada no Fator de Área Basal (FAB) de 2,3 proposto por Daniels, Burkhart e Clason (1986) para identificar árvores competidoras.

Segundo Thomas (2009), a escolha do método de Spurr para a obtenção da densidade é justificada pelo fato de que é muito difícil encontrar uma floresta que esteja em alta densidade de maneira homogênea e em toda a sua extensão. Por este método é possível identificar no interior da floresta os locais que apresentam mortalidade induzida pela competição, e estimar a densidade a partir de uma situação localizada.

Existem muitos estudos relacionando o tamanho e o número de árvores de um povoamento, sendo o principal deles, o índice de densidade de Reineke (1933). De acordo com o autor, em povoamentos com densidade completa a relação entre o diâmetro médio quadrático das árvores, e o seu número de árvores por hectare é linear quando em escala logarítmica. Considerando que esses parâmetros são independentes da idade e qualidade do sítio, Reineke utilizou sua equação para estimar densidade populacional como uma função do diâmetro médio com um valor de constante do coeficiente angular de – 1,605.

Porém, estudos realizados por Del Rio, Monteiro e Bravo (2001) sobre o coeficiente angular, constataram uma variação por espécie e, muitas vezes com a idade, para valores entre -2,33 e -1,54.

Além do método de Reineke (1933), sobre a relação do tamanho e o número de árvores na população, existem outros estudos como: o método de percentagem da altura de Wilson (1946); a regra do D- máximo de Mitchell (1943); e a lei do -3/2 de autodesbaste de Yoda et al. (1963).

Uma vez conhecido o coeficiente angular da equação de Reineke é possível determinar o Índice de Densidade do Povoamento (IDP) de Reineke que possui características, como: simplicidade, ser livre de correlação com a idade e índice de

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sítio e possuir aplicabilidade geral (REINEKE, 1933). Sobre isto Téo et al. (2008) relatam que o índice de densidade do povoamento usa variáveis de fácil obtenção, pode ser comparado entre povoamentos de diferentes idades e classes de sítios, pode ser utilizado para toda uma região ou somente para as florestas de uma empresa, para uma determinada espécie ou povoamentos mistos.

Segundo Gezan, Ortega e Andenmatten (2007) o índice de densidade do povoamento permite construir uma curva de densidade máxima, pois a partir da área basal máxima que o povoamento pode atingir, pode-se obter o número de árvores por hectare e o diâmetro da árvore de área basal média, ou seja, este é o nível máximo de concorrência, sendo utilizado como indicador do limite superior de estoque do povoamento.

3.2.1 Densidade Relativa

A Densidade Relativa foi desenvolvida por Curtis (1982) e basicamente combina a área basal com o diâmetro médio quadrático. Esta densidade tem sido usada como guia para o manejo da espécie Pseudotsuga menziesii (Mirb.) Franco na região nordeste dos EUA. De maneira geral, valores de densidade entre 22 e 25 indicam povoamentos abertos. Densidade em torno de 50 indica que talvez seja desejável efetuar desbaste comercial e valores entre 60 e 65 expressam que a possibilidade das árvores em responder a desbastes diminui significativamente

O número de árvores por hectare associado com a variável adicional ou índice de densidade do povoamento é chamado de índice de Reineke, foi desenvolvido por Reineke (1933) e consiste em associar o número de árvores ao diâmetro médio quadrático (dg), ou seja, é calculado pelo número de árvores em função do diâmetro da árvore de área seccional media da população A grande vantagem deste procedimento é descrever a densidade independente da idade e do sitio, já que o diâmetro médio quadrático reflete o efeito destas variáveis.

De acordo com autores como Chapmann e Meyer (1949), o melhor método para determinar a densidade de um povoamento equiâneo consiste na determinação

39 do índice de densidade de Reineke por ser independente da idade e qualidade do sítio.

Inicialmente, Reineke mostrou que levando a um papel logaritmo, o número de árvores na ordenada e o diâmetro médio na abscissa, obtém-se uma relação linear entre as variáveis. Essa reta ajustada, representativa de uma série de observações, mostra o número de árvores por hectares para um povoamento equiâneo em densidade completa. Spurr (1962) relata que mesmo que a área demonstre uma ideia sobre toda a densidade do povoamento, não indica se o total é o resultado de um grande número de pequenas árvores ou de grandes árvores. Tal informação pode ser obtida pelo desmembramento da área basal em dois componentes:

a) Número de árvores por unidade de área; b) Diâmetro da árvore de área basal média.

A medida baseada nesses dois componentes é chamada de Índice de Densidade Relativa do Povoamento (IDR).

A relação de máxima densidade para uma espécie num habitat é possível ser definida com base na relação do número real de árvores por hectare pelo número máximo de árvores por hectare, o que resulta no Índice de Densidade Relativa (IDR), que é obtido através da expressão:

DR= r

m .100 ( 1 )

Sendo que, Nr é o número real de árvores por hectare, e Nm o número máximo de árvores por

hectare.

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