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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.1 CRISE MUNDIAL

Crise é crise, e há muito o que se falar sobre este tema, até porque tem reestruturado o cenário mundial. E como diz Waack (2012), professor da FAAP e jornalista, a crise de 2008, assim como foi a crise de 1929, foi um “ponto de inflexão” que foi “consagrada como uma data que prenunciava importantes mudanças.”

Assim, Cassidy (2011) faz comparações de que a crise consistiu em "consequências das interpretações e visões erradas ou distorcidas que acarretaram em falhas". Ele explica o fato de que acontecimentos extremos são de impossível previsão, e os compara com marcas do tempo como o ataque aéreo do Japão a Pearl Harbor, os ataques terroristas de 11 de setembro de 2011, e mesmo a passagem arrasadora do furacão Katrina em New Orleans. "Em outras palavras, não se previa – pelo menos do ponto de vista da teoria – o que viria a acontecer. A

principal delas: a falta de experiência em como estabilizar mercados financeiros". (WAACK, 2012)

A crise mundial de 2008, entretanto, teve início, segundo estudo de Seabra (2008), com a inadimplência dos financiamentos em bancos americanos e no mercado de crédito imobiliário, no fim das hipotecas que tinham perfil de crédito subprime8. E como foco emissor da crise, os Estados Unidos, emitiu uma onda deletéria lá, as quais se puseram em movimento pelas praias de todo o mundo.

Quer dizer, como o próprio Marcon (2009) comenta, a economia estadunidense, não é uma economia qualquer, mas "a maior economia mundial da era globalizada". E como previsto no texto do Professor William Waack, a “atual crise ia provocar uma onda infreável de protecionismo” que conseqüentemente refletiu-se sobre os empregos e instituições nacionais.

E, assim, não foi diferente. Marinheiro (2012), confirma o fato no seu texto, que hoje as “empresas só pensam em cortar custos.” Esse procedimento gera demissões, congelamento de salários, menores atividades industriais e setores de serviços, caem.

Teixeira (2011) delata que "a política americana se tornou um impeditivo da melhora do país, porque a divisão política em que as disputas ideológicas entre democratas e republicanos tem resultado de tal forma visando às eleições para presidente este ano" que tem amarrado as mãos do presidente Barack Obama e declinando a oferta de empregos. Como comentado a seguir:

Dos 8,7 milhões de empregos que desapareceram nos últimos três anos e meio, apenas 1,8 milhão foram recuperados. Em junho, os consumidores americanos reduziram seus gastos pela primeira vez em dois anos. (SIMON, 2012).

Em uma reportagem da mesma revista Exame, Edição Especial 1000, comenta-se o fato da inédita condição que causa “espanto geral” sobre os Estados Unidos entrar “na segunda década do século 21 abatido por movimentos imprevisíveis da história e pelos próprios erros”.

De parâmetros para análise, Marcon (2009) coloca o “processo de empobrecimento” da população estadunidense de janeiro de 2008 a março de 2009 foi corroída em torno de US$ 16,5 trilhões da riqueza disponível entre as famílias. Isso aconteceu por meio de impostos e taxas, e Presse (2012) acrescenta a alta do

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custo de vida norte-americano com o encarecimento de produtos alimentícios, energia e do segmento de serviços. A pesquisa completa retratando que “os preços ao consumidor nos EUA tiveram seu aumento mais forte em quatro meses”, atribui os dados ao Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, a taxa de 2,9% é mais fraca desde março de 2011.

Os Estados Unidos, contudo, não foram os únicos abatidos pela crise. A crise, em um “mundo globalizado ligado pela rede mundial” alastra-se; refletindo “cada vez com mais rapidez”, atingindo principalmente a Europa. No velho continente, as fragilidades de alguns países, como a Grécia, causaram os atuais endividamentos por gastarem mais do que podem.

Analisado por Krugman (2011), a situação atual tem de ser já denominada por depressão. O desemprego continua “desastrosamente alto na América e na Europa” e os “líderes e instituições estão cada vez mais desacreditados.”:

O euro desvalorizou-se quase 10% em maio, ante o dólar, e perde quase 15% do seu valor em 2010. [...] – um efeito negativo pequeno, dado que o mercado interno (consumo ou investimento) é o principal motor da economia destes países (SEABRA, 2008).

O dado citado acima é de 2008, mas já naquela época gerou impactos negativos sobre os preços das commodities, que eram cotadas em dólar, e reduziu a demanda européia dos produtos básicos, os quais se tornaram, então, mais caros.

Sendo assim, a recessão torna-se um fantasma constante nas grandes economias e segundo o braço executivo da União Européia, a Comissão Européia que divulgou dados no dia 23 de fev. de 2012, nove países da zona do euro devem afundar neste quesito. Prevê-se uma queda de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) dos 17 países do bloco, principalmente nos seguintes países: Bélgica, Grécia, Espanha, Itália, Chipre, Holanda, Portugal, Eslovênia e Hungria. O PIB é o que mantém a economia aquecida, e com a baixa, tem-se “menos dinheiro, gasta-se, menos, produz-se menos e o crescimento é menor” (GUIA DO DINHEIRO).

Como reflexos a esses acontecimentos, a economia global tem recuado, e de acordo com a Reuters (2012), ainda há luz, pois “sinal de estabilização estão surgindo na zona do euro e nos Estados Unidos”, mas cuidados ainda são exigidos porque, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), “não há muita margem de manobra e nem espaço para erros políticos”.

Estes erros têm que ser necessariamente evitados, porque a crise ainda dá poucos sinais de abatimento segundo vários economistas na reportagem de Teixeira Jr. (2012). A confiança nesses mercados tende a cair face aos danos que podem ser causados interferindo nas relações internacionais, como já alertava Carneiro (2008). Exportações deverão cair, como já foi marcado em 2008 pelo GuiaDoDinheiro, porque os compradores se desaquecem devido a possessão de menos dinheiro, a capacidade de consumir diminui. Veja-se o comentário a seguir:

Nos Estados Unidos e em vários países da zona do euro, porém, a crise financeira se converteu em crise fiscal e, nessa qualidade, vem consumindo empregos, escolas, clínicas, proteção social, além de aumentar a pobreza e desigualdades e gerar insegurança. (KERSTENETZSKY, 2012)

A revista Forbes, para acrescentar, conta que o custo de viver bem, com produtos e serviços normais, nos EUA, em 2006 teve um aumento de 4% frente à produtos de luxo. Quer dizer, a inflação que despertou a crise teve reflexos no custo de vida dos estadunidenses.

No documento Mercado de luxo da moda internacional (páginas 37-40)

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