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CAPÍTULO 5 COMPARAÇÕES DAS ESTRUTURAS CONCEITUAIS

5.3 QUANTO AO RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO NAS

5.3.2 CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS

5.3.2.1 Posição do FASB

Reconhecimento é um processo, formal, de registrar ou incorporar um item nas demonstrações financeiras de uma entidade, como um ativo, passivo, receita e despesa, incluindo representação de um item em ‘termos’ e ‘números’, na qual o montante é incluído nos totais das demonstrações financeiras. O SFAC n.° 5 tem identificado 04 (quatro) critérios de reconhecimento de elementos das demonstrações financeiras:

a. definição - para ser reconhecido, o item deve satisfazer a uma das definições de um elemento das demonstrações financeiras, ou seja, um recurso deve satisfazer à definição de um ativo, uma obrigação tem que satisfazer à definição de um passivo e uma mudança no patrimônio líquido tem que satisfazer à definição de uma receita, despesa, ganho, perda, distribuição de acionistas ou investimentos de acionistas;

b. mensurabilidade - o item deve possuir um atributo de relevância, que pode ser quantificado em unidades monetárias com confiabilidade suficiente, devendo ser considerado as duas características qualitativas primárias da informação contábil, a Relevância e a Confiabilidade;

c. relevância - um item deve ser relevante, se a informação sobre o mesmo tem capacidade de fazer uma diferença numa decisão, para que seja reconhecido;

d. confiabilidade - um item é confiável, se a informação sobre o mesmo é

representativamente, fiel, verificável e neutra.

Todos os 04 (quatro) critérios estão sujeitos à restrição da relação custo- benefício e pela materialidade do reconhecimento do evento ou transações nas demonstrações financeiras.

5.3.2.2 Posição do IASB

Segundo IASB (1997, p.63), reconhecimento é o processo de incorporação de um item no Balanço Patrimonial ou Demonstração de Resultados, que satisfaça a definição de um dos elementos e aos critérios de reconhecimento; envolvendo a representação do item em aspectos qualitativos e quantitativos. Todos os ítens que satisfaçam aos critérios de reconhecimento devem ser reconhecidos nas demonstrações financeiras.

O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para se determinar o grau de incerteza que os benefícios econômicos associados ao item venham a ser recebidos (prestados) ou pagos à empresa. Em muitos casos, o custo ou valor de um item pode ser estimado, sendo que a estimativa razoável é parte essencial na elaboração das

demonstrações financeiras, o que não diminui a sua confiabilidade. Um item que possua as características essenciais de um elemento, mas falha no critérios de reconhecimento, deve garantir a sua devida evidenciação através de notas explicativas ou em informações complementares.

5.3.2.3 Posição do CVM

A Deliberação CVM n.° 29/86 não trata sobre o reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis.

5.3.3 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

5.3.3.1 Posição do FASB

Os elementos das demonstrações financeiras são definidos através da SFAC n.° 6 intitulado Elements o f Financial Statements, porém o SFAC n.° 5, sob o título “Recognition

and Measurement in Financial Statements o f Business Enterprises”, é que define 05 (cinco)

critérios diferentes de mensuração dos elementos das demonstrações financeiras (FASB, 1998, p.151):

a. Custo Histórico - é o montante de caixa ou seus equivalentes, pago para aquisição de um ativo, comumente ajustado após a aquisição, pelas amortizações e outras alocações; enquanto os passivos não reconhecidos pelo montante de caixa ou equivalentes, quando da ocorrência da obrigação e deve ser ajustado, depois da aquisição, pela amortização e outras alocações;

b. Custo Corrente - é o montante de caixa ou equivalente, que deverá ser pago se o mesmo ou equivalente ativo for adquirido atualmente;

c. Valor de Mercado Corrente - é o montante de caixa ou seus equivalentes, que deverá ser obtido com a venda de um ativo em liquidação ordenada;

d. Valor Realizável Liquido (Liquidação) - é o montante não-descontado de caixa ou seus equivalentes, no qual é esperado que um recurso seja convertido no devido curso dos negócios, menos custos diretos, sem que sejam necessários para se fazer qualquer conversão; e

e. Valor Presente (ou Descontado) de Fluxo de Caixa Futuro - é o valor presente ou descontado das entradas futuras líquidas de caixa, na qual se espera que um ativo seja convertido no curso normal das atividades; menos as saídas líquidas futuras de caixa necessárias para obtenção das entradas líquidas.

O custo histórico é o mais utilizado nos diversos elementos das demonstrações financeiras, porém na prática, os diferentes critérios são utilizados no processo de mensuração dos elementos das demonstrações financeiras; com isto o FASB (1998, p. 152-153) sugere

que, o uso de critérios diferentes continue, e que a Comissão deverá discutir como pode

selecionar o atributo apropriado em casos particulares.

No SFAC n.° 7 intitulado “Using Cash Flow Information and Present Value in

Accounting Measurements”, aprovado em fevereiro de 2001, trata-se dos princípios gerais

para o uso do valor presente, especialmente em relação ao montantes do fluxo de caixa futuros ou período de realização, ou ambos, considerando o seu grau de incerteza (Luecke & Meeting, 2001, p.56). Este SFAC fornece a base para mensuração contábil, no reconhecimento inicial dos ativos ou passivos, ou quando os ativos são reavaliados pelo método “fa ir value ”, tratando inclusive sobre os princípios para mensuração de valor presente; entretanto, não trata de questões de reconhecimento, como quais as transações ou eventos devem ser mensurados a valor presente ou pelo “fa ir value”. Além disto, o SFAC n.° 7 trata sobre o método de amortização do prêmio ou desconto dos títulos pagáveis.

Mensuração no “reconhecimento inicial” refere-se a mensurações efetuadas no início do ciclo do ativo ou passivo, sendo avaliado o valor presente dos pagamentos descontados por uma taxa de desconto (juros) apropriada. Mensuração “fresh-start” são mensurações nos períodos seguintes ao reconhecimento inicial, que estabelece montantes correntes para os ativos e passivos não relacionados aos montantes anteriores.

Segundo Luecke & Meeting (2001, p.57), o termo “fa ir value” geralmente se refere ao montante no qual um ativo (ou pasivo) pode ser adquirido (ou incorrido) ou vendido

(liquidado) em uma transação corrente entre as partes acordadas; enquanto que, valor presente

de fluxos de caixa futuros está implícito o preço de mercado, incluindo o custo histórico

registrado quando uma entidade compra um ativo. Um mensuração do valor presente deve observar os seguintes elementos:

a. uma estimativa de fluxo de caixa futuro, ou em casos mais complexos, séries de fluxos de caixa futuros em diferentes períodos;

b. expectativas sobre possíveis variações no montante ou no período de realização desses fluxos de caixa;

c. o valor do dinheiro no tempo, representado pela taxa de juros livre de risco; d. o prêmio de risco, o preço para aceitar a incerteza inerente nos ativos e passivos; e. outros fatores, incluindo a falta de liquidez e imperfeições do mercado.

5.3.3.2 Posição do IASB

“Mensuração é um processo de determinação do montante monetário, na qual os elementos das demonstrações financeiras estão sendo reconhecidos e apresentados no Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados” (IASC, 1997, p.67). A mensuração é

baseada em diferentes formas de mensuração e suas combinações nas Demonstrações Contábeis, onde estão incluídas as seguintes:

a. Custo Histórico - ativos são registrados pelo montante de caixa ou equivalentes de caixa pagos ou, pelo valor acordado do que é entregue para adquiri-los no momento de sua aquisição; enquanto os passivos são registrados pelo montante do que foi recebido no processo em troca de uma obrigação, ou em algumas circunstâncias, pelo montante de caixa ou equivalente de caixa necessário a ser pago para liquidar a obrigação nas atividades da empresa;

b. Custo Corrente - ativos são apresentados pelo montante de caixa ou equivalentes de caixa que deveriam ser pago, se o mesmo ou um recurso equivalente fosse atualmente adquirido; enquanto os passivos são apresentados pelo montante não descontado de caixa ou equivalentes de caixa que deveriam ser necessários para liquidar uma obrigação corrente;

c. Valor Realizável (Liquidação) - ativos são apresentados pelo montante de caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos com a venda dos ativos; enquanto os

passivos são apresentados pelos seus valores de liquidação, que é, o montante não descontado de caixa ou equivalentes de caixa que devam ser necessários para liquidar uma obrigação no curso normal das operações; e

d. Valor Presente - ativos são apresentados pelo valor presente descontado do futuro fluxo de entrada líquida de caixa, na qual se espera que seja gerado por ativo no curso normal das atividades da empresa; enquanto os passivos são apresentados pelos seus valores presentes, descontados das saídas líquidas de caixa e que se espera sejam necessários para liquidar uma obrigação no curso normal das atividades.

A base de avaliação mais comumente adotada pelas empresas, segundo o IASB (1997, p.68), também é o custo histórico, porém, em alguns itens, seja combinada com outras bases de avaliação; sendo que algumas empresas utilizam o custo corrente devido à incapacidade de avaliação contábil através do custo histórico, principalmente quando na evidenciação dos efeitos das mudanças de preços dos ativos não-monetários.

5.3.3.3 Posição do CVM

Assim como no reconhecimento dos elementos, a Deliberação CVM n.° 29/86 não trata sobre a mensuração dos elementos das Demonstrações Contábeis, nem tão pouco dos critérios de avaliação, apesar de elencar os princípios do “Custo como Base de Valor” e do “Denominador Comum Monetário”. O Custo com Base de Valor é conceituado pela referida Deliberação da seguinte forma:

”...O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a Entidade representa a base de valor para a Contabilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante...” (CVM, 1986)

Enquanto que o Denominador Comum Monetário é tratado como:

”As Demonstrações Contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados de natureza qualitativa e física, serão expressas em termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimonial..." (CVM, 1986).

A interpretação desse princípio coloca que deve haver a homogenização do poder aquisitivo da moeda nas Demonstrações Contábeis, apesar do fato de algumas transações serem realizadas com base em valores prefixados com a liquidação da operação, tendo feito crescer a tendência de se trabalhar contabilmente com o conceito de valor presente.

5.3.4 SÍNTESE SOBRE RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO NAS