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TÓRIAS 2190 146 2. DISCIPLINAS OPTATI- VAS 120 8 3. PRÁTICA PEDAGÓGI- CA 405 09 4. ESTÁGIO SUPERVI- SIONADO 450 10 5. ATIVIDADES COMPLE- MENTARES 120 04 Total 3285 177 Fonte: CESC/UEMA. PPP, 2008.

A carga horária proposta para o estágio neste PPP atende às orientações das DCNs, de 300 horas, no entanto, ainda consideramos insuficiente para que o futuro profes- sor inicie a produção e mobilização dos saberes necessários para ser professor. É necessário que permaneça mais tempo na instituição do estágio e tenha oportunidade de observar, pesquisar e assumir a regência de uma turma, de forma su- pervisionada, para que obtenha certa segurança no processo de aprender a ensinar, bem como a certeza de querer investir e desenvolver-se profissionalmente na profissão de professor. Sobre o estágio como eixo articulador da formação ini- cial de professores no curso Pedagogia, Lazzarin (2011, p. 127) enfoca em sua tese de doutorado que durante todo o percur- so de formação, os alunos passem por estágios curriculares nas escolas como bolsistas, para reforçarem a aprendizagem da docência, para além do que está proposto no PPP, por acreditar que “participando do estágio em instituições es- colares, local em que exercerá a profissão docente, o futuro

professor poderá mobilizar seus saberes colocando-os em ação nas diversas situações que norteiam a prática docente.”

Sabemos, porém, que não é por meio do estágio que o aluno em formação torna-se professor, mas acreditamos que as atividades que promovem a intervenção pedagógica no de- correr do curso devem ser o ponto de partida para a construção de uma identidade afirmadora do ‘ser professor’ e, principal- mente que forneçam subsídios a que o professor tenha aten- didas suas expectativas e necessidades no início da carreira.

Sendo assim, o estágio “[...] é a hora de começar a pensar na condição de professor na perspectiva de eterno aprendiz. É a hora de começar a vislumbrar a formação contínua como elemento de realimentação dessa reflexão.” (LIMA, 2004, p. 16). No entanto, ao considerar a organização curricular pro- posta no PPP para o curso de Pedagogia, detectamos que, his- toricamente, este apresenta-se em desarticulação comas es- truturas institucionais, quando referentes aos seus currículos e conteúdos formativos.

Tal proposta curricular torna-se pertinente no que concerne à oportunidade de vivências das práticas pedagó- gicas no decorrer do curso, o que prepara, de certa forma, para o estágio supervisionado e para o contato inicial com a realidade na qual o professor atuará profissionalmente.

No entanto, ainda considerando tal proposta de forma- ção voltada à docência e, ao mesmo tempo, às atividades ‘não- docentes’, tanto em ambiente escolar quanto não-escolar, pa- rece-nos incoerente, pois o curso coma duração de 4 anos e o conjunto de disciplinas com suas respectivas cargas horárias não possibilitam, na prática, a formação concebida para este profissional tendo em vista a complexidade formativa exigida. Neste contexto de formação do pedagogo, histori- camente, continuam os dilemas sobre qual ‘perfil’ profis- sional o curso de Pedagogia deve enfatizar: se especialista técnico ou professor. A vertente mais preconizada é a que concebe a atividade docente como base da identidade pro- fissional de todo educador. Esta é a que determina e dire- ciona, na atualidade, a formação nos cursos de Pedagogia.

jeto Político Pedagógico deste curso na IES, situando o tra- balho pedagógico como o principal articulador da for- mação do Pedagogo, sobretudo o voltado à docência na educação infantil, nas séries iniciais do ensino fundamental e ao desenvolvimento das matérias pedagógicas do ensino médio, base da organização curricular e da identidade pro- fissional. (UEMA/CESC. PPP Curso de Pedagogia, 2008, p. 16).

Ao situar os desempenhos dos alunos do curso de Pe- dagogia desta IES, tendo como base os indicadores da ava- liação externa, o Enade, consideramos neste relatório ava- liativo os resultados referentes aos anos 2004, 2008 e 2011. Para efeito de esclarecimento, o período no qual foi aplica- do este exame já vigorava o então, atual Projeto Político Pe- dagógico do curso de Pedagogia. Os dados especificados, a seguir, são oriundos da pesquisa realizada por uma pro- fessora da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. PERFORMANCE DO CURSO DE PEDAGOGIA DO CESC/UEMA DIANTE DA AVALIAÇÃO DO ENADE

A pesquisa de doutorado pela Universidade Nacional de Brasília desenvolvida por Duarte (2013) trata da avaliação da educação superior, com foco no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e recorte no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), no curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

O Enade constitui-se em um componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) cujo ob- jetivo é aferir o desempenho dos estudantes em relação aos componentes curriculares previstos nas Diretrizes Nacionais de cada curso de graduação.

Na pesquisa de Duarte (2013) é apresentado o desempenho dos estudantes dos Cursos de Pedagogia nos anos de 2004 e 2008 de duas instituições de ensino superior (IES) públicas do estado do Maranhão, entre elas o CESC/ UEMA, lócus também desta pesquisa.

Neste cenário investigativo, de acordo com o estudo de Duarte, os resultados obtidos ressaltam a performance satis-

fatória do curso de Pedagogia desta IES diante dos dados do Enade, o que é relevante para uma IES localizada em uma cida- de do interior do estado do Maranhão, sublinhando-se o fato de ter apresentado melhor resultado do que a IES com sede em São Luis (MA), capital do estado.

Para entender os dados apresentados por este exame de avaliação, faz-se necessário contextualizar brevemente o panorama social e econômico em que esta IES está inserida. Assim, afirma-se que [...] o quadro educacional maranhense reflete as contradições geradas pela situação de desenvolvi- mento vivida pelo Estado [...]. Os elevados índices de analfa- betismo e evasão escolar somam-se, por exemplo, aos dos professores sem formação adequada para o exercício da do- cência nas escolas de educação básica. (DUARTE, 2013. P.43), Diante dessa realidade, evidencia-se no estudo em ques- tão, que os dados do Enade são considerados importantes pelos gestores da IES pesquisada, mas não são apreciados e valorizados como deveriam ser, ou seja, não são considera- dos como norteadores para repensar as fraquezas e êxitos do curso, nem para a proposição de ações intervencionistas. Segue-se com a apresentação dos dados do Ena- de 2004, 2008 e 2011, do curso de Pedagogia desta IES.

Quadro 2. Nota do curso de Pedagogia na avaliação do Enade

Ano Conceito Observação

2004 3, 0 Alunos ingressantes e concluintes

2008 4, 0 Alunos ingressantes e concluintes

2011 3, 0 Alunos ingressantes e concluintes

Fonte: INEP, 2005, 2008, 2013.

De acordo com os dados do Enade (2004 e 2008), foco da pesquisa de Duarte concluída em 2011, o cur-

so de Pedagogia do CESC/UEMA obteve em 2004, a nota 3, 00 (três) e depois a nota 4, 0 (quatro), em 2008, o que de- monstra um crescimento a considerar e, que a autora apon- ta como um bom desempenho dos alunos do curso de Pe- dagogia nesta avaliação, apesar da nota máxima 5, 0 (cinco).

Diante deste resultado torna-se evidente que houve avanço significativo no desempenho dos alunos egressos des- te curso, em 2008. Os indicadores de êxito para este avanço podem ser atribuídos, entre outros aspectos, a uma maior qualificação na formação de professores, haja vista que os professores passaram a investir em sua formação continuada buscando cursos de mestrado ou doutorado; também a re- definição do currículo do curso e a reformulação do Projeto Político Pedagógico, de acordo com as Diretrizes Curriculares. Acreditamos também que, além de outros fatores estruturais internos e externos ao curso, houve interes- se por parte dos alunos para com a formação de professo- res; busca de investimentos na formação inicial, nos estu- dos, pesquisa e vivências de situações de ensino escolar com as quais possam articular teoria e prática, ou seja, mo- bilização e produção de saberes profissionais da docência. A professora e pesquisadora da Uema, Duarte (2013, p.114), afirma que referente ao resultado do desempenho dos alunos de Pedagogia da IES em Caxias-Ma, no Enade 2008, “[...] dentro do quadro nacional o resultado do Enade 2008 do curso de Pedagogia de Caxias é considerado bom. Entretanto, esse não deve ser visto como o único indicador de qualidade; pode ser percebido como um dos indicado- res dentro do processo de melhoria de qualidade do curso”.

Para a consideração acerca de qualidade do curso de formação de professores entende-se a necessidade de oti- mização do processo formativo. Assim, “a qualidade da ins- tituição educacional depende da qualidade dos alunos, através de suas contribuições à sociedade do que se apren- deu e da forma de aprendê-lo.” (IMBERNÓN, 2011, p. 99), Então, considerando a importância dos indicadores para melhorar a qualidade do curso de Pedagogia “é preciso de- senvolver novas formas de linguagem e, sobretudo, práticas

críticas alternativas que permitam desvelar o currículo oculto da organização e descobrir outras maneiras de ver o mundo, a escola e sua organização.” (IMBERNÓN, 2001, p. 102).

No entanto, mesmo diante do bom desempenho dos alunos, em 2008, já no ano de 2011, o curso apresentou menor desempenho dos alunos na pontuação do Enade obtendo a nota 3, 0 (três), ou seja, obteve queda significativa.

Este desempenho em 2011demonstra a coerente afirma- tiva de Duarte (2011) em sua tese de que deve ser considerado e valorizado o resultado do Enade para repensar ações con- cretas de êxito na formação dos pedagogos no âmbito desta IES, no entanto, para a pesquisadora, este não deve ser o único parâmetro para avaliar a formação deste curso. Tais indicado- res precisam ser valorizados e analisados como critérios para proposição de ações gestoras e pedagógicas que atendam às reais necessidades do curso e da realidade escolar com vistas a garantir eficiente trabalho docente e oferta de melhor quali- dade de ensino escolar.

A meta é que a IES cumpra as exigências da avaliação dos cursos de ensino superior do Ministério da Educação (MEC), como: estimular e possibilitar a formação constante de profes- sores, propor inovação curricular para atender às reais necessi- dades teóricas e práticas formativas dos profissionais em forma- ção, acompanhar, na medida do possível, os egressos iniciantes na docência para conhecer as expectativas, desafios e necessi- dades destes no início da carreira, no sentido de oferecer um ensino de qualidade na formação de professores em formação. O intento é procurar atingir os critérios máximos exigidos na avaliação do Enade e, principalmente oferecer uma forma- ção de professores eficiente na cidade na qual a IES está inseri- da, de modo a atender expectativas e necessidades dos profis- sionais formados no curso, bem como de toda a comunidade.

Isto posto, torna-se pertinente considerar os indicadores de qualidade propostos pelas avaliações do MEC e os construí- dos coletivamente pela comunidade acadêmica como referen- ciais que, juntamente com outros indicadores, possam garantir melhoria na qualidade do curso de Pedagogia e na educação do Maranhão.

Sob esta perspectiva requer-se, “[...] muito investimento na área de formação do pedagogo, no sentido de impulsionar melhorias na qualidade do trabalho desenvolvido nas diferen- tes IES que oferecem esse tipo de cursos no estado.” (DUARTE, 2011, p. 10).Tais considerações serão incluídas nos resultados da presente pesquisa.

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