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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.7 Cultura da Inovação

Para Ingrid, fundadora e diretora executiva do Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação (Inei) há muito discurso sobre a importância da inovação, mas poucas ações concretas são realizadas para promovê-las. “Isso se deve, principalmente, à falta de conhecimento sobre como identificar, captar e desenvolver os recursos humanos, financeiros e tecnológicos necessários para a inovação” observa.

Com isso, Dobni (2008) desenvolveu e validou um instrumento destinado a avaliar a cultura para inovação, motivado pela constatação da carência de medidas com tal finalidade. Ele mostrou a importância de se construírem medidas que contribuam para a realização de diagnósticos organizacionais, como também a parte teórica. .

Alguns autores, tais como Brettel e Cleven (2011), também construíram outros instrumentos. Çakar e Ertürk (2010), construíram e empregaram medidas desenvolvidas por outros autores para medir cultura organizacional e verificar a relação com inovação. Outros ainda analisaram aspectos semelhantes, tais como prontidão para inovação e capacidade de inovação (DAS, 2003).

Entre os estudos sobre inovação, há aqueles que se destinam a avaliar o ambiente propício à inovação e, mais especificamente, os que, segundo Dobni (2008), buscam identificar aspectos culturais engendrados nesse processo. Esse interesse se dá pelas vantagens competitivas estratégicas que as questões referentes à cultura organizacional assumem, como salientam E. Martins e Martins (2002, p.58). Algumas empresas necessitam de uma "análise em profundidade dos valores, crenças e padrões de comportamentos que guiam o dia a dia do desempenho organizacional”.

Dobni (2008), destaca que, recentemente, o interesse em analisar a cultura de inovação associa-se aos impactos no desempenho organizacional, sendo considerada como elemento vital para que ela ocorra, especialmente por prover vantagem competitiva. A associação com desempenho também é feita por Das (2003) ao salientar que "cultura afeta o desempenho de um negócio" e que "modos antigos são raramente os melhores modos" (p. 28).

Por isso analisaremos quais os impactos no desenvolvimento organizacional a inovação afete. Os métodos aplicados na busca de conhecimento poderiam ser chamados de paradigmas, suposições filosóficas ou de metodologia de pesquisa (CRESWELL, 2003).

CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

De acordo com Andrade (2006, p. 117), “metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”, ou seja, o modo pelo qual se chegará às informações necessárias a respeito de um determinado assunto.

Na busca do conhecimento, o pesquisador deve assumir e desenvolver hábitos que direcionem para o aprendizado por meio de pesquisa. Por tanto, é necessário o desenvolvimento da capacidade de observar, selecionar, desenvolver, organizar e usar o senso crítico sobre a realidade.

Metodologia científica refere-se a método e ciência. A atividade da metodologia é a pesquisa. A metodologia é um conjunto de procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, por meio de processos técnicos que mostram a legitimidade do conhecimento obtido.

3.1 Delineamento da Pesquisa

Esta pesquisa será feita por métodos qualitativos, pois, segundo Roesch (2009), se reconhecem métodos qualitativos de pesquisa como algo independente do paradigma positivista, mas como uma fase que precede o teste de hipóteses. Neste sentido, argumenta-se que pesquisa qualitativa e seus métodos de coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória de pesquisa.

O método foi descritivo porque se descreveu a organização, seus métodos de trabalho, como se caracteriza a gestão da empresa e como a cultura da organização interfere na adoção de estratégias, a fim de entender como se forma essa relação, seus pontos críticos e sua contribuição com o desenvolvimento organizacional. Ao mesmo tempo, a pesquisa bibliográfica foi utilizada para o devido embasamento teórico do trabalho, com investigação em livros e artigos que abordaram assuntos relacionados ao tema.

Nesta fase exploratória, utilizamos o método de procedimento através do estudo de caso, que, conforme Yin (apud ROESCH, 1999, p. 155), “é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto”. O estudo de caso se deu no Colégio Diocesano de Caruaru e lá analisamos sua cultura e como se deu a inclusão da inovação.

Esse estudo iniciou-se com a introdução nas origens do estudo sobre Cultura. Na sequência, mostramos os elementos dessa cultura e o conceito de inovação, até chegar ao estudo de caso sobre a cultura e como se deu o processo de inovação adotados pelo Colégio.

3.2 Coleta de Dados

Pretende-se explorar pontos importantes e com maior profundidade, a fim de obter um maior volume de informações por meio de materiais disponibilizados pela diretora pedagógica do colégio, como os folders e os informativos. Após análise, selecionamos as imagens mais pertinentes e que seriam objeto de estudo e pesquisa mais aprofundada. Utilizamos também as agendas dos alunos de diferentes anos, e nela obtivemos informações sobre missão, visão e valores do colégio.

Montamos um quadro com os materiais utilizados, o ano de publicação deles e em que esse material nos ajudou.

Quadro 1(3) – Constituição do corpus de pesquisa

Quantidade Material / Ano Observação

06 Informativo (2007 – 2015) Neste material, foram retiradas informações com

relação aos tipos de atividades desenvolvidas pelo Colégio.

08 Folders (2002 – 2015) Nesses folders, verificamos como se deu a evolução da estrutura, segurança e o material utilizado pelo Colégio.

04 Agendas dos alunos Ajudou-nos com informações das missões, valores e metas da instituição.

06 Fotos São fotos do material utilizado na pesquisa.

3.3 Análise de Dados

A exploração do material faz parte da segunda fase, que consiste na exploração do material com a definição de categorias (sistemas de codificação) e a identificação das unidades de registro (unidade de significação a codificar corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à categorização e à contagem frequencial) e das unidades de contexto nos documentos (unidade de compreensão para codificar a unidade de registro que corresponde ao segmento da mensagem, a fim de compreender a significação exata da unidade de registro).

A exploração do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase (BARDIN, 2006).

A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Esta etapa é destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela a condensação e o destaque das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise reflexiva e crítica (BARDIN, 2006).

Após essa coleta de dados, faremos uma análise de cada material recolhido e obteremos informações a respeito da cultura e da história com o passar dos anos do Colégio. Veremos isso na próxima seção.

4. ANÁLISES E DISCUSSÕES

Nesse capítulo, serão apresentadas as análises obtidas no estudo, nas quais se faz necessário tratar os dados e analisá-los.

4.1 O Colégio Diocesano

É impossível compreender a cultura de uma organização sem conhecer o contexto em que ela se insere, e a empresa estudada está envolvida no meio religioso. Ela foi criada pela Diocese e sempre está cercada por padres e religiosos. É gerida por um Monsenhor, e eventos religiosos fazem parte da sua história. A cultura original deriva da filosofia do fundador da empresa, a qual, por sua vez, influencia fortemente os critérios para a força do trabalho. Valores organizacionais são crenças e atitudes que dão uma personalidade à empresa, definindo uma ética para a atuação das pessoas e da organização como um todo. E os seus valores são fundamentados de acordo com o âmbito religioso, mas não deixando de lado a inovação e aparatos para se adequar ao meio.

E sua história começa no fim da década de vinte, quando o acesso à educação na cidade de Caruaru ainda era privilégio de poucos. Esse cenário ganhou outra perspectiva a partir da iniciativa do Pe. Júlio Cabral de Medeiros e dos professores José Florêncio Leão e Luiz Pessoa da Silva, os quais se articularam em torno da ideia de criar na cidade uma escola que viesse a oferecer o ensino em seus vários níveis e, ao mesmo tempo, estender a formação cristã aos caruaruenses.

Desde 1982, o Colégio Diocesano de Caruaru encontra-se sob a responsabilidade do Mons. Olivaldo Pereira Silva. Os anos 80 e 90 marcam o período em que a escola se

consolidou como um centro educacional arrojado e moderno. Nessa direção, combinando a formação cristã voltada para o exercício da cidadania e o acesso à universidade, a instituição pôde entrar no século XXI como a maior escola do interior do Estado, confirmando seu lugar privilegiado na educação e formando as gerações que fizeram de Caruaru a maior cidade do interior de Pernambuco.

Para além de Caruaru, o Colégio Diocesano ampliou bastante seu raio de atuação, acolhendo alunos de cidades vizinhas para as quais a cidade de Caruaru se tornou um polo de comércio e serviços. Desta forma, a escola se tornou também uma referência na educação da região Agreste do Estado e provavelmente a maior do interior do Nordeste.

Imagem 01: Antes e depois da fachada da organização

Fonte: Dados da pesquisa

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