• Nenhum resultado encontrado

CURSO PRÁTICO DE PEDAGOGIA: A TRADUÇÃO PUBLICADA EM SANTA

O exemplar utilizado como fonte para a presente pesquisa foi impresso em Santa Catarina pela Typographia de Ribeiro & Caminha em 1870, e contempla a segunda edição do Manual de Jean Baptiste Daligault traduzida por Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho, que possui 287 páginas.

Por se tratar de um documento do século XIX, a ortografia do manual apresenta as características da época e, embora não atenda às normas ortográficas hoje estabelecidas, optamos em manter, nas citações diretas, a ortografia original do manual.

Durante a execução da presente pesquisa não tivemos acesso às publicações originais do manual em francês, e acreditamos que a obra de Daligault traduzida por Carvalho e publicada em Santa Catarina em 1870 possui diferenças, se comparada a outras traduções de outros tradutores, e até mesmo da versão original publicada na França em língua vernácula, pois Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho apresenta, ao longo da tradução do manual, notas de rodapé que fazem desde indicações sobre o Regimento Interno das escolas da Província de Santa Catarina até indicações de leitura, como é o caso dos muitos catecismos indicados por ele.

No entanto, como o objeto da presente pesquisa é compreender o papel do professor de primeiras letras no manual de Daligault e nossa opção foi o traduzido em 1870 em Santa Catarina, é sobre este que vamos nos ater.

Sobre o tradutor, Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho, na folha de rosto do manual, podem ser visualizadas algumas informações que denotam sua importância enquanto figura política na Província de Santa Catarina:

[...] Approvado pela imperial escola militar em mathematicas elementares, geografia, &, membro honorário e correspondente de algemas25 sociedades scientificas e literarias, major ajudante de ordens do commando superior da guarda nacional, deputado á assemblèa legislativa da província de Santa Catharina, chefe da 1ª secção da directoria geral da fazenda provincial. 1º substituto do director geral, inspector da instrucção do conselho director da instrucção da mesma província, substituto ordinário do inspector geral (DALIGAULT, 1870, p. 3, nota do tradutor).

Constando que Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho estava entre as pessoas relacionadas à organização da instrução pública em Santa Catarina, seja como inspetor de instrução do Conselho ou como 1º Substituto do Diretor Geral da Província, percebemos que, além de ser o tradutor do primeiro manual regulamentado nos registros oficiais de Santa Catarina para formação de professores, Carvalho pode ter participado na aquisição do referido manual para a província catarinense.

Outro aspecto que nos auxiliou a conhecer a identidade de Carvalho na Província de Santa Catarina durante o século XIX é o currículo informado em folha de rosto da versão do Manual publicada em 1870, que o indica como um homem com formação acadêmica e cargos políticos importantes para a sociedade do período. No caso do seu nível de escolaridade, percebemos que, conforme Xavier (1992), esta era uma condição conseguida somente por poucas pessoas naquele período, sendo, na sua quase totalidade, filhos daqueles que faziam parte da classe privilegiada economicamente (elite brasileira).

Na tradução realizada em Santa Catarina do manual de Jean Baptiste Daligault, que utilizamos como objeto para a presente pesquisa, são feitas citações de autores através de citações diretas e, em notas de rodapé, e algumas referências são indicadas para leitura ao longo do texto. As indicações são feitas pelo autor, Jean Baptiste Daligault, e pelo tradutor, Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho. As notas feitas pelo tradutor são indicadas pelos termos “(Nota do T.)” “(o Trad.)” “(Do Trad.)” “(Do T.)”, variam entre uma e 30 linhas no formato de notas de rodapé, e são editadas ao fim da página em fonte menor que a do corpo do texto.

Daligault (1870) cita, na página 205, que as reflexões sobre as virtudes a serem transmitidas para os alunos são retiradas, em grande parte, do Curso Normal de Professores do Barão Gerando26. Além disso, faz referência ao longo do Manual sobre o Curso Normal de

25 Entendemos que, neste caso, algemas quer dizer algumas.

26 Em busca de informações sobre esta referência, encontramos em Kulesza (2011) que o manual escrito pelo

Professores Primários escrito por Barrau27. Ainda utiliza, na página 20, Rollin para reforçar o ideal de religiosidade previsto para o professor; na página 47 fala sobre os textos de Locke; na página 191, de Horner; na 210, de Pillaos; e na página 247 cita Voltaire28 para indicar formas de conduzir os alunos para a formação religiosa. Na página 242, faz indicações para leitura do texto de Lhomond29, revisado e completado por Guérard, e na 278 indica Aumonier, pois este aborda as formas de desenvolver a moral e religião dos alunos.

Em leitura as referências que são indicadas pelo Tradutor e autor ao longo do texto, na versão do Curso Prático de Pedagogia traduzida e publicada em Santa Catarina em 1870, evidenciamos que o tradutor faz mais indicações de leitura do que de o autor.

Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho faz citações e indicações ao longo do texto sobre Regimento Interno das escolas da Província de Santa Catarina, e também faz indicações e citações de outras referências, como é o caso do Manual Princípios de Educação de Niemeyer, do Curso de Pedagogia de Mr. Rendu e pelo Guia Russo para ensino da Ginástica traduzido pelo Ministério do Império, ambos indicados na página 67 para melhor aproveitamento das aulas destinadas à Educação Física. Além disso, o tradutor indica o catecismo escrito pelo Padre Girard30 na página 265; o texto de Francisco Muller e Chardon na página 233 e, para maior entendimento do professor quanto ao sistema numérico, indica as obras de Scigey, Sonnet e Dumouchel na página 235.

Sobre civilidade, o Tradutor, na página 273, aponta a versão traduzida para o português do catecismo feito por Montpellier31, e indica que os elementos deste catecismo

physique, morale er intellectuelle dans les écoles primaires, publicado na França em 1832, foi o primeiro manual

reconhecido no Brasil para formação de professores, no Rio de Janeiro, em 1839, determinado pelas autoridades provinciais.

27 Encontramos em Bastos (2011) que a obra utilizada nas citações de Daligault sobre Barrau é o livro Direction Morale pour les instituteurs, publicado na França em 10 edições, sendo a última em 1879. Encontramos também,

na plataforma do google acadêmico, a versão digitalizada da décima edição, disponível em: <http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k54735617/f180.tableDesMatieres>. Acesso em: 01 set. 2015.

28De acordo com Braga, Guerra e Reis (2008), Voltaire foi um filósofo francês que auxiliou a difundir o

pensamento de Newton durante o século XIX. Disponível em

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/2175-7941.2008v25n3p507/8453>. Acesso em: 01 set. 2015.

29 No localizador Google acadêmico encontramos, disponível para venda, a 20º edição do manual escrito por

Charles François Lhomond, editada em 1844 na França, intitulada Grammaire latine de Lhomond: disposée dans

um ordre plus conforme aux príncipes: de la langue française. Disponível em: <http://www.amazon.fr/Grammaire-latine-Lhomond-principes-fran%C3%A7aise/dp/2013361769>. Acesso em: 01 set. 2015.

30 Em Bastos (2005) encontramos Girard como uma das referências indicadas para entendimento das diretrizes

educacionais do século XIX no Programa do Curso de Pedagogia, publicado em 1942 pelo governo brasileiro.

31 Este catecismo foi, em 1849, definido pelo Presidente da Província de Santa Catarina como o Manual que

podem ser encontrados no Manual enciclopédico de Monte Verde, no texto Tesouros de meninos e de meninas, e em a Arte de agradar na conversão, todos escritos pelo Frei S. Luiz.

Outros catecismos também são indicações de leitura do tradutor, como é o caso dos produzidos nas dioceses do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, e do catecismo traduzido do alemão pelo reverendo José Manoel da Conceição, indicados na página 277.

Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho também afirma que algumas histórias que servem para fortalecer e estabelecer a moral e a religião dos alunos podem ser encontradas nos escritos de Padre Roquete e José Manoel da Conceição, e os cantos que regem os alunos pela moralidade podem ser encontrados em Kotzebue, Cônego Schmid, F. Hoffmann e Dr. Ph. Anstett.

Neste momento entendemos que, para aprofundar sobre a relação destes autores citados pelo tradutor e pelo autor do Manual, seria necessário maior tempo do que o disponibilizado para a realização da presente pesquisa; assim, talvez esteja uma indicação para estudos posteriores.

Percebemos que, na tradução utilizada para análise na presente pesquisa, Daligault parte da premissa na crença por Deus, e o tradutor, com as notas ao longo do manual, reforça a necessidade de manter os costumes religiosos, dentre eles: acreditar que Deus é a figura que está acima de todos os seres, ter o hábito de rezar diariamente e considerar o padre uma figura importante que deve ser respeitada.

Ao analisar a estrutura de manuais de ensino do século XIX, Vivian Batista da Silva (2011) comenta sobre a forma de os autores dos manuais fazerem citações, dando ênfase para alguns aspectos e até omitindo determinadas questões.

Nesses textos, as idéias [sic] originais foram selecionadas, retomadas com outras palavras, seguiram uma lógica de explicação diferente. Alguns trechos da obra de um autor foram mais enfatizados, outros nem sequer foram mencionados. Outros trechos articularam-se com citações de outros autores, escolhidos para criar um sentido próprio do manual de ensino. Ao serem mencionados, as vozes dos autores originais perderam-se de uma origem, adquiriram outros significados (SILVA, 2011, p. 310).

Com isso, percebemos que, talvez, esse tenha sido o caso da tradução do Manual publicado em Santa Catarina, no que se refere, de modo específico, à questão religiosa.

Ao observar a questão de gênero, percebemos que, ao longo do Manual, Jean Baptiste Daligault e o tradutor utilizam o termo aluno, menino ou discípulo e Professor, Preceptor ou Mestre para se referirem aos alunos e professores. Quando apresentado o

método misto, encontramos o termo meninas para se referir às alunas às quais é direcionada uma atividade específica, de prenda doméstica.

Sobre as escolas mistas, o autor comenta que,

Nas escolas de aldeia, onde pequeno numero da população não permitir entreter duas escolas separadas para os meninos dos dous sexos, os meninos e meninas reunidos na mesma salla serão rigorosamente separados por um labique, ou repartimento de um metro ao menos de altura. As secretas para uns e para outros ficarão em distancia conveniente. Um intervalo de 15 minutos ao menos separará a sahida das meninas e dos meninos, afim de que fóra da aula não haja contacto algum entre os duos sexos (DALIGAULT, 1870, p. 262).

Em busca de um panorama sobre como foi tratada a questão dos gêneros nas escolas brasileiras no período em que o Manual foi impresso e circulou em Santa Catarina, encontramos em Castanha (2015) que, no Brasil em 1870, aconteceram conferências pedagógicas em que participaram autoridades32 das Províncias e Professores de escolas públicas e particulares para discutir a questão das escolas mistas33, sendo o debate em questão avaliar a possibilidade e as vantagens das escolas brasileiras adotarem o regime misto. Castanha (2015, p. 200) afirma que “o principal defensor da matéria foi o professor interino Antônio Estevam da Costa Cunha, que apresentou a conferência Coeducação dos sexos, no dia 18 de janeiro de 1873. Baseando-se na experiência norte-americana enfatizou as vantagens advindas da implantação das escolas mistas”.

A partir dessas observações entendemos que, em Daligault (1870), professor e aluno referidos são homens e meninos, e que a separação das escolas por sexo é indispensável. Porém, ao tratar sobre o método misto considerando a necessidade de algumas escolas possuírem alunos de ambos os sexos, entendemos que o Manual estava fazendo parte do contexto brasileiro de discussão sobre a implantação do método misto.

Quanto ao catolicismo, a partir das considerações apresentadas pelo tradutor, Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho ao longo do manual, percebe-se que era fundamental que as famílias e a sociedade, em um todo, fossem seguidores desta religião, e a educação religiosa considerada uma dimensão educativa no processo de formação das escolas de primeiras letras, que deveria receber prioridade em relação às demais dimensões.

32 Presidentes e Dirigentes dos governos provinciais e Inspetores de escolas. 33 Que fossem para ambos os sexos.

Ao citar sobre quais métodos de ensino as aulas deveriam ser ministradas, quais conteúdos o professor deveria transmitir aos alunos, exemplificar como deveria acontecer a organização do tempo e do espaço de ensino, explicar como deveria ser a postura do professor no ambiente escolar e fora dele, como deveria ser a postura dos alunos, etc., Daligault define o Curso Prático de Pedagogia como um manual de ensino, e entendemos que este termo é utilizado graças à intencionalidade do autor em orientar como deve acontecer o trabalho dos professores das escolas de primeiras letras e dos futuros professores.

A formação religiosa atrelada à educação é designada por Daligault a partir do entendimento de que existe um Deus que rege todos os seres humanos.

Analisando as característica do Manual pelos dirigentes da província de Santa Catarina, percebemos que a educação sob este molde supre a necessidade para contribuir no processo de civilizar o povo. Tem, nele, as bases para organizar o país enquanto nação.

A edição do manual francês que foi traduzida para o português e publicada em Santa Catarina em 1870 possui um prefácio dividido em duas partes, intituladas como Prefácio da segunda edição e Prólogo. Na primeira parte é descrito, como motivo da criação da segunda edição, a popularidade34 que alcançou a primeira edição entre os inspetores da educação primária que, ao aprovarem o Curso Prático de Pedagogia, acabaram sugerindo-o para os professores que inspecionavam (DALIGAULT, 1870).

A outra parte da introdução é utilizada para dar ênfase em como o professor pode realizar o seu trabalho considerando-o uma missão. O texto introdutório é dividido em duas partes: a primeira trata sobre a dignidade das funções do professor de primeiras letras, e a segunda expõe as qualidades necessárias para aqueles que seguem ou pretendem seguir a carreira docente; algumas são qualidades diretas e outras são indiretas ao trabalho do professor. Após a introdução, o autor divide o manual em três partes: Educação Física, Educação Intelectual e, por último, a Educação Moral e Religiosa (DALIGAULT, 1870).

A primeira parte aborda a Educação Física como a forma de preparar o corpo para atribuições que receberá na vida. Daligault faz uma divisão entre os aspectos diretos e indiretos à Educação Física: os indiretos são cuidados com o corpo, como higiene das crianças e do espaço escolar e vacinação, que devem ser cobrados com frequência dos alunos pelo professor; e os diretos são os exercícios e brincadeiras que estimulem a movimentação dos alunos e podem ser feitos nos períodos de intervalo no pátio da escola.

34 Sobre a popularidade mencionada, Daligault e Carvalho não trazem indicativos para reconhecermos se, de

fato, ela aconteceu. Na presente pesquisa apresentamos (nos primeiros parágrafos deste item) informações sobre a circulação do Manual e, então, a popularidade do mesmo no território brasileiro.

A segunda parte do Manual é destinada à formação intelectual e apresenta, em seus capítulos, como deve ser organizado o espaço físico da escola, os meios disciplinares necessários para o bom desempenho das aulas, a classificação dos alunos e os métodos de ensino possíveis de serem aplicados pelos professores. Para isso, o autor coloca, entre as páginas dessa parte, quadros com modelos de como as aulas podem ser organizadas (conteúdos e comandos que devem ser transmitidos pelo professor em cada horário previsto).

Este trecho do manual deixa claro que, além de o professor transmitir conhecimento aos alunos, ele deve realizar outras tarefas, sendo estas: a organização do tempo (horários de saída e de entrada dos alunos), organização do espaço interno e externo da escola (escolher o local e mobiliário apropriado para uma escola de acordo com as prescrições indicadas no Manual), e resolver questões burocráticas (matrículas, pagamentos, expulsões, entrar em contato com os pais, realizar relatórios aos Presidentes das Províncias). De forma geral, o bem estar (organização do tempo, organização do espaço, disciplina dos alunos, etc.) de toda a escola é responsabilidade do professor.

Na terceira parte, que é destinada à Educação moral e religiosa, Daligault apresenta quais características dos alunos devem ser vistas como defeitos e como combatê- las; as virtudes morais e as virtudes religiosas que devem ser transmitidas e as formas através das quais os professores podem assegurar que a instrução moral e religiosa aconteça na escola.

A seguir, apresentamos a folha de rosto da tradução catarinense de 1870, antes da apresentação desta vale a pena salientar o descompasse que há nas formas de citar o sobrenome do autor (Daligault ou Daligualt) ao longo do manual que pode ser percebida nas imagens anexas ao longo da presente dissertação.

Figura 1 – Folha de rosto da Segunda Edição do Manual publicado em Santa Catarina em 1870

Daligault também justifica no prefácio que, por ter sido bem aceita pelos leitores, a segunda edição do manual recebe poucas modificações em relação à primeira. Outra informação importante é sobre a crítica de um jornal de educação35, que discute a relevância de alguns aspectos do manual, sendo estas: que o manual não pode ser percebido como um exame psicológico das diversas faculdades intelectuais; que o método de soletração utilizado para ensino da língua portuguesa é antiquado; e que algumas questões do manual não possuem caráter educativo, pois se afirmam através do luxo de recompensas, como é o caso da boa distribuição do tempo e do trabalho, a adoção de alunos vigilantes, alunos inspetores, o emprego de castigos e recompensas (DALIGAULT, 1870).

Após mencionar fragmentos do posicionamento do jornal, Daligault afirma que, por estar amparado por lei no Regulamento das escolas primárias do período, posiciona-se em relação à crítica afirmando que, “[...] além de não tocar em ponto algum, que julguemos dever modificar apresenta observações, que precisão ainda ser descutidas, quando não sejão evidentemente erroneas” [sic] (DALIGAULT, 1970, p. 10).

Em nota de rodapé, Franc de Pauliscéa Marques de Carvalho informa que, da mesma forma que na França, o conteúdo do manual estava amparado por lei também na publicação realizada em Santa Catarina, pois os referidos conteúdos estão assegurados pelo “final dos artigos 40, 41, 42, 43, 44, 57, 58, 59,60 e 62 do Regimento interno das escolas de Santa Catharina” (DALIGAULT, 1870, p. 10, nota do tradutor).

Daligault termina o primeiro prefácio afirmando:

Taes são os diversos motivos, que nos determinarão a não fazer em nosso livro senão mui ligeiras modificações. Esperamos que os Srs. Professores as apreciaráõ devidamente e acolheráõ esta nova edicção, como a precedente (DALIGAULT, 1870, p. 11).

Na página treze inicia a segunda parte do prefácio (intitulada como Prólogo), que discute o objeto da missão36 do professor e explica a razão de os conteúdos abordados no manual serem dividido em três partes: Educação física, com o total de 10 páginas; Educação intelectual, que soma 177 páginas; e, por último, com 32 páginas, Educação moral e religiosa. O sumário, que é denominado pelo autor como o Índice das matérias contidas, compõe as seis últimas páginas do Manual (DALIGAULT, 1870).

35 O autor não cita o nome do jornal e nem a data de publicação das informações.

36 Neste caso, entendemos que o termo missão a ser considerado por Daligault é o resultado do trabalho do

A introdução apresenta discussões sobre a importância do trabalho do professor de primeiras letras e a organização do Manual que, após a introdução, é dividido em dois capítulos: o primeiro intitulado Dignidade das funcções do professor primario [sic], e o segundo Qualidades necessarias ao professor primario. Destes capítulos, o primeiro foi publicado no Jornal de Santa Catarina, O Mensageiro37, em 03 de maio de 1856, conforme informa o tradutor em nota. Esta informação colabora para o entendimento que o curso prático oferecido por Daligault em seu Manual era conhecido no Estado de Santa Catarina, como referência, em período anterior ao que foi reconhecido nos outros Estados brasileiros (DALIGAULT, 1870, sumário da edição).

A formatação do Manual de Daligault contempla, nas últimas páginas, o sumário que apresentaremos em imagens nas páginas a seguir.

37 Como dito anteriormente (em nota na página 24), este jornal é um dos que circulavam em Santa Catarina

durante a década de 1850 dirigido por Manoel da Silva Mafra. (SCHMIDT, SCHAFASCHEK e SCHARDONG, 2012, p. 15).

Fonte: Daligault (1870, p. 280). Catarina em 1870

Figura 3- Segunda e terceira páginas do sumário da tradução da Segunda Edição do Manual publicada em Santa Catarina em 1870

Figura 4 - Quarta e quinta páginas do sumário da tradução da Segunda Edição do Manual

Documentos relacionados