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3 METODOLOGIA

3.6. Custeio por absorção com departamentalização

3.6.1. Passos para aplicação do método 3.6.1.1. Classificação de custos e despesas

Os custos e despesas foram classificados de acordo com a finalidade dos recursos, conforme descrito nos Quadro 7 - Custos de captação e repasse e Quadro 8 - Custos e despesas de pessoal e administrativos das despesas.

Quadro 7 - Custos de captação e repasse

Produto Custos Descrição

PR Custos de repasse Principal e encargos cobrados pelas agências oficiais de fomento

PRP Custos de captação Trata-se dos custos de captação dos recursos próprios repassados aos clientes. Inclui principal e encargos cobrados pelas diversas fontes de captação, além das

despesas com emissão dos instrumentos de captação e de hedge

TVM Custos de captação

Trata-se dos custos de captação dos recursos próprios disponíveis em caixa, ou seja, ainda não repassados ao cliente.

Inclui principal e encargos cobrados pelas diversas fontes de captação, além das despesas com emissão dos instrumentos de captação e de hedge

Fonte - Elaborado pela autora da dissertação.

Quadro 8 - Custos e despesas de pessoal e administrativos das despesas

Descrição Classificação Descrição

Pessoal e Encargos Próprias Custo Custos de pessoal e encargos sociais ligados

diretamente à Unidade de Negócios Pessoal Alocadas por Critérios

Específicos Custo Custos de pessoal das Unidades Meio

Administrativas Próprias Custo Demais custos ligados diretamente à Unidade de

Negócios Administrativas Alocadas por

Critérios Específicos Custo Demais custos das Unidades Meio

Despesas Corporativas Despesa Despesas incorridas pelas Unidades Corporativas que

não serão objeto de rateio Fonte - Elaborado pela autora da dissertação.

3.6.1.2. Descrição dos critérios de alocação específicos das Unidades Meio

Por meio de entrevistas com os gestores, foram definidos critérios de alocação específicos, a fim de se determinar a forma de atribuição dos custos a serem atribuídos às Unidades de Negócios.

Tais critérios foram definidos pelos próprios gestores de cada Unidades Meio, com base na sua percepção do esforço que as Unidades de Negócios demandavam de suas atividades. Esse procedimento se justifica porque, conforme Lessa (2012) descreve, uma das formas de definir os critérios de alocação usados é o apontamento de funcionário/hora. Como no caso das IF o custo mais relevante é a folha de pagamento aos funcionários, entende-se que o número de horas de funcionário dedicadas a determinada atividade/produto pode ser considerado um parâmetro de alocação adequado.

Na pesquisa realizada, a definição do percentual de alocação foi feita pelos próprios gestores das unidades, de acordo com sua percepção do esforço despendido, e tal procedimento pode ser considerado razoável, já que a medição de horas teria um custo elevado e não se justificaria na realidade da empresa, de acordo com a análise da pessoa responsável pela gestão de custos da IF objeto de estudo.

Os critérios de alocação podem ser vistos na Tabela 3 - Critérios de alocação específicos das Unidades Meio.

Tabela 3 - Critérios de alocação específicos das Unidades Meio Unidades

geradoras

Unidades consumidoras

NEG 5 NEG 1 NEG 2 NEG 3 NEG 4 TVM não alocadas Despesas Total

TI 3% 8% 22% 7% 4% 2% 55% 100% AC 52% 24% 24% 0% 100% GR 8% 13% 26% 13% 4% 36% 100% SC 1% 31% 37% 26% 5% 100% JUR 6% 3% 5% 2% 1% 0% 84% 100% FIN 6% 6% 21% 6% 17% 9% 35% 100% SN 1% 41% 13% 25% 11% 0% 10% 100% CN 100% 0% 100% GC 3% 8% 22% 7% 4% 2% 55% 100%

Fonte - Elaborada pela autora da dissertação, a partir de dados extraídos da empresa.

Os critérios descritos na tabela 03 serão utilizados para alocação, tanto das Despesas com Pessoal e Encargos, quanto para Despesas Administrativas.

De acordo com os gestores das Unidades Meio, nem todos os custos por eles geridos podem ser alocados às Unidades de Negócios em função das características de suas atividades. Assim, o percentual de custos, que não pôde ser alocado a tais unidades, foi lançado diretamente contra resultado na linha de Despesas Corporativas.

3.6.1.3. Definição dos critérios de alocação dos custos aos produtos

Da mesma forma que foi feito para as Unidades Meio, os critérios foram definidos pelos próprios gestores de cada Unidade Negócios bem como das Unidades Meio responsáveis pelo processamento das operações, com base na sua percepção do esforço de venda que cada produto demandava de suas atividades e pelo número de operações realizadas. A maior parte dos custos da IF objeto de estudo são fixos e relativamente inertes. Isto quer dizer que, independentemente do número de operações realizadas ou do volume de receitas obtidas, elas terão que ser pagas. Por consequência, as projeções de resultados devem prever que os preços deverão ser suficientes para cobertura de tais custos.

Desse modo, a atribuição dos custos aos produtos foi feita distribuindo-se o custo total de cada unidade de forma inversamente proporcional ao número de operações realizadas em cada uma delas e diretamente proporcional ao esforço operacional que esse produto consome da unidade em relação aos demais produtos.

Como exemplo, em uma matriz de três produtos comercializados em uma determinada unidades, ter-se-ia:

Tabela 4 - Exemplo de cálculo de ponderação para atribuição de custos

Produto Nº de operações (N) ↓ Esforço operacional (E) ↑ Matriz de ponderação

Produto 1 N1 E1 N1 x E1

Produto 2 N2 E2 N2 x E2

Produto 3 N3 E3 N3 x E3

Total N E N x E

Fonte - Elaborada pela autora da dissertação.

Dado o Custo Total de unidade (CT), o custo a ser atribuído a cada produto (CPn) seria dado, portanto, pela Equação 26:

𝑪𝑷𝒏 = 𝑪𝑻 𝒙 𝑵𝒏 𝒙 𝑬𝒏𝑵 𝒙 𝑬

Nesta pesquisa, conforme descrito anteriormente, os produtos foram classificados em Produtos de Repasse (PR), Produtos de Recursos Próprios (PRP) e Títulos e Valores Mobiliários (TVM).

Dentro de cada um desses três tipos de produtos, existem linhas destinadas a investimento fixo, capital de giro e máquinas e equipamentos. Foi feita, então, uma ponderação do esforço com base nessas características, como pode ser visto na tabela 05.

Tabela 5 - Esforço operacional

NEG 1 NEG 2 NEG 3 NEG 4

Repasse 6 6 7 5 Investimento 3 3 4 4 Capital de giro 1 1 1 0 Máquina e equipamento 2 2 2 1 Recursos Próprios 6 6 7 5 Investimento 3 3 4 4 Capital de giro 1 1 1 0 Máquina e equipamento 2 2 2 1 Total 12 12 14 10

Fonte - Elaborada pela autora da dissertação.

Os pesos constantes da Tabela 5 - Esforço operacional foram utilizados para atribuição dos custos aos produtos em função do esforço operacional da cada um dos tipos de linhas em cada produto. Nas projeções, contudo, eles foram utilizados de forma consolidada.

No Apêndice A – Custeio por absorção com departamentalização – Atribuição de custos a produtos no Ano 1 – é possível visualizar todo o procedimento de atribuição de custo a produto para o ano corrente, conforme descrito nesta seção. O mesmo procedimento foi adotado nos anos subsequentes em cada uma das projeções de acordo com a carteira de produtos escolhida.

3.6.2. Procedimento para projeção de resultados

A partir da alocação dos custos aos produtos descritas no item 3.6.1.3 - Passos para aplicação do método - Definição dos critérios de alocação dos custos aos produtos – foi possível verificar quais produtos oferecem a melhor MC.

A metodologia para a escolha da melhor carteira de produtos foi a seguinte: I) eliminação dos produtos com MC negativa;

II) eliminação dos custos alocados por critérios específicos a eles atribuídos;

III) aqueles custos que não puderem ser eliminados seriam realocados aos demais produtos;

IV) verificou-se nova MC de cada produto;

V) quando um produto apresentou MC negativa, foi feita nova eliminação de produtos, bem como eliminação/realocação dos custos alocados por critérios específicos; VI) repetição do procedimento até que se tivessem apenas produtos com MC positiva

para se fazer a projeção/projeção de resultados.

VII) caso nenhum produto apresentasse MC negativa, deveriam ser eliminados os produtos com menor MC em cada unidade de negócios, com a devida eliminação/realocação de custos.