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– DA AÇÃO RESCISÓRIA

No documento PROJETO DE NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (páginas 192-195)

Art. 978. A decisão de mérito, tran-sitada em julgado, pode ser rescindida quando:

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I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II – proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da par-te vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de frau-dar a lei;

IV – ofender a coisa julgada;

V – violar manifestamente norma jurídica;

VI – se fundar em prova cuja falsi-dade tenha sido apurada em processo criminal, ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII – o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, obtiver prova nova, cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;

VIII – fundada em erro de fato veri-ficável do exame dos autos.

§ 1º Há erro de fato quando a deci-são rescindenda admitir um fato inexis-tente ou quando considerar inexisinexis-tente um fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, num como noutro caso, que o fato não represente ponto contro-vertido sobre o qual o órgão jurisdicio-nal deveria ter se pronunciado.

§ 2º Nas hipóteses previstas no ca-put, será rescindível a decisão transi-tada em julgado que, embora não seja de mérito, não permita a repropositura da demanda ou impeça o reexame do mérito.

§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.

§ 4º É rescindível a decisão pro-ferida em procedimento de jurisdição voluntária.

Art. 979. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

II – o terceiro juridicamente interes-sado;

III – o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a interven-ção;

b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se im-ponha sua atuação;

IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 179, o Ministério Público será inti-mado para intervir como fiscal da or-dem jurídica quando não for parte.

Art. 980. A petição inicial será ela-borada com observância dos requisi-tos essenciais do art. 320, devendo o autor:

I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa;

II – depositar a importância de cin-co por cento sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inad-missível ou improcedente.

§ 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, ao Estado, ao Distrito Federal, ao Município, suas respectivas autarquias e fundações de direito públi-co, ao Ministério Públipúbli-co, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o be-nefício da gratuidade de justiça.

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§ 2º O depósito previsto no inciso II não será superior a mil salários mí-nimos.

§ 3º Além dos casos previstos no art. 331, a petição inicial será indefe-rida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II.

§ 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 333.

§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisó-ria, o autor será intimado para emen-dar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:

I – não tenha apreciado o mérito e não se enquadre na situação prevista no § 2º do art. 978;

II – tenha sido substituída por deci-são posterior.

§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial será permi-tido ao réu complementar os funda-mentos de defesa. Em seguida, serão os autos remetidos ao tribunal compe-tente.

Art. 981. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela antecipada.

Art. 982. O relator ordenará a cita-ção do réu, designando-lhe prazo nun-ca inferior a quinze dias nem superior a trinta dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á no que couber o procedimento comum.

Art. 983. Na ação rescisória, devol-vidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relató-rio e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.

Parágrafo único. A escolha de re-lator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julga-mento rescindendo.

Art. 984. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão res-cindenda, fixando prazo de um a três meses para a devolução dos autos.

Art. 985. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de dez dias. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, pro-cedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.

Art. 986. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamen-to e determinará a restituição do depó-sito a que se refere o inciso II do art.

980; considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedi-do, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do de-pósito, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 82.

Art. 987. O direito de propor ação rescisória se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o pra-zo a que se refere o caput, quando ex-pirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 978, o termo inicial do pra-zo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de cinco anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

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§ 3º Nas hipóteses de simulação ou colusão das partes, o prazo come-ça a contar para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do mo-mento em que têm ciência da simula-ção ou da colusão.

CAPÍTULO VII – DO INCIDENTE

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