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– DA TUTELA DA EVIDÊNCIA

No documento PROJETO DE NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (páginas 69-0)

Art. 306. A tutela da evidência será concedida, independentemente da de-monstração de perigo da demora da prestação da tutela jurisdicional, quan-do:

I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propó-sito protelatório da parte;

II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen-talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III – se tratar de pedido reiperse-cutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.

Parágrafo único. A decisão basea-da nos incisos II e III deste artigo pode ser proferida liminarmente.

69PROJETO DE LEI Nº 6.025, DE 2005 TÍTULO II – DO PROCEDIMENTO DA

TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE Art. 307. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide, seu fundamento e a exposição sumária do direito que se visa assegurar e o pe-rigo na demora da prestação da tutela jurisdicional.

Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza satisfativa, o órgão jurisdicio-nal observará o disposto no art. 304.

Art. 308. O réu será citado para, no prazo de cinco dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende pro-duzir.

Art. 309. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de cinco dias.

Parágrafo único. Contestado o pe-dido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

Art. 310. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de trinta dias. Neste caso, será apresentado nos mesmos autos em que veiculado o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas proces-suais.

§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedi-do de tutela cautelar.

§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento da formulação do pedido principal.

§ 3º Apresentado o pedido princi-pal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de me-diação na forma do art. 335, por seus

advogados ou pessoalmente, sem ne-cessidade de nova citação do réu.

§ 4º Não havendo autocomposi-ção, o prazo para contestação será contado na forma do art. 336.

Art. 311. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:

I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

II – não for efetivada dentro de trinta dias;

III – o juiz julgar improcedente o pe-dido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cau-telar, é vedado à parte renovar o pedi-do, salvo sob novo fundamento.

Art. 312. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte for-mule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

LIVRO VI – FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO

PROCESSO

TÍTULO I – DA FORMAÇÃO DO PROCESSO

Art. 313. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for pro-tocolada. A propositura da ação, toda-via, só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

TÍTULO II – DA SUSPENSÃO DO PROCESSO

Art. 314. Suspende-se o processo:

I – pela morte ou pela perda da ca-pacidade processual de qualquer das

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partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

II – pela convenção das partes;

III – pela arguição de impedimento ou suspeição;

IV– pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

V – quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração da existência ou da inexistência da relação jurídica que constitua o objeto principal de ou-tro processo pendente;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisi-tada a outro juízo;

VI – por motivo de força maior;

VII – quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fa-tos da navegação da competência do tribunal marítimo;

VIII – nos demais casos que este Código regula.

§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 704.

§ 2º Não ajuizada ação de habi-litação, ao tomar conhecimento da morte ou da perda da capacidade de qualquer das partes o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte:

I – falecido o réu, ordenará a inti-mação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo dois e no máximo seis meses;

II – falecido o autor e sendo trans-missível o direito em litígio, determina-rá a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos

herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem re-solução do mérito.

§ 3º No caso de morte do procura-dor de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e jul-gamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de quinze dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatá-rio, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.

§ 4º O prazo de suspensão do pro-cesso nunca poderá exceder um ano nas hipóteses dos incisos V e VII, e seis meses naquela prevista no inciso II.

§ 5º O juiz determinará o prosse-guimento do processo assim que es-gotados os prazos previstos no § 4º.

Art. 315. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato proces-sual; todavia, poderá o juiz determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e suspei-ção.

Art. 316. Se o conhecimento do mérito depender da verificação da exis-tência de fato delituoso, o juiz pode de-terminar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal.

§ 1º Se a ação penal não for pro-posta no prazo de três meses, conta-do da intimação conta-do ato de suspensão, cessará o efeito deste, incumbindo ao juiz cível examinar incidentalmente a questão prévia.

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§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de um ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º.

TÍTULO III – DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 317. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

Art. 318. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o órgão ju-risdicional deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

PARTE ESPECIAL LIVRO I – DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA TÍTULO I – DO PROCEDIMENTO

COMUM

CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 319. Aplica-se a todas as cau-sas o procedimento comum, salvo dis-posição em contrário deste Código ou de lei.

Parágrafo único. O procedimento comum se aplica subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.

CAPÍTULO II – DA PETIÇÃO INICIAL SEÇÃO I – DOS REQUISITOS DA

PETIÇÃO INICIAL

Art. 320. A petição inicial indicará:

I – o juízo a que é dirigida;

II – os nomes, os prenomes, o es-tado civil, a existência de união estável, a profissão, o número no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro nacio-nal de pessoas jurídicas, o endereço

eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III – o fato e os fundamentos jurídi-cos do pedido;

IV – o pedido com as suas espe-cificações;

V – o valor da causa;

VI – as provas com que o autor pre-tende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII – a opção do autor pela realiza-ção ou não de audiência de conciliarealiza-ção ou de mediação.

§ 1º Caso não disponha das infor-mações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao órgão jurisdicional diligências necessá-rias a sua obtenção.

§ 2º A petição inicial não será inde-ferida se, a despeito da falta de infor-mações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3º A petição inicial não será in-deferida, pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo, se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Art. 321. A petição inicial será ins-truída com os documentos indispensá-veis à propositura da ação.

Art. 322. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requi-sitos dos arts. 320 e 321 ou que apre-senta defeitos e irregularidades capa-zes de dificultar o julgamento de méri-to, determinará que o autor, no prazo de quinze dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

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SEÇÃO II – DO PEDIDO Art. 323. O pedido deve ser cer-to; compreendem-se, entretanto, no principal, os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbên-cia, inclusive os respectivos honorários advocatícios.

Parágrafo único. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.

Art. 324. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, estas serão consideradas incluídas no pedido, in-dependentemente de declaração ex-pressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, serão incluídas na con-denação, enquanto durar a obrigação.

Art. 325. O pedido deve ser deter-minado, sendo lícito, porém, formular pedido genérico:

I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens deman-dados;

II – quando não for possível deter-minar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação de-pender de ato que deva ser praticado pelo réu.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.

Art. 326. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.

Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de

outro modo, ainda que o autor não te-nha formulado pedido alternativo.

Art. 327. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior.

Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.

Art. 328. É lícita a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1º São requisitos de admissibili-dade da cumulação que:

I – os pedidos sejam compatíveis entre si;

II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedi-mento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento co-mum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatí-veis com as disposições sobre o pro-cedimento comum.

§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 327.

Art. 329. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo rece-berá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.

Art. 330. O autor poderá:

I – até a citação, aditar ou al-terar o pedido ou a causa de pedir,

73PROJETO DE LEI Nº 6.025, DE 2005 independentemente do consentimento

do réu;

II – até o saneamento do proces-so, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com o consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de quinze dias, facultado o requerimento de prova suplementar.

Parágrafo único. Aplica-se o dis-posto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.

SEÇÃO III – DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Art. 331. A petição inicial será inde-ferida quando:

I – for inepta;

II – a parte for manifestamente ile-gítima;

III – o autor carecer de interesse processual;

IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 322.

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II – o pedido ou a causa de pedir for obscuro;

III – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;

IV – da narração dos fatos não de-correr logicamente a conclusão;

V – contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decor-rente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações

contratuais, aquelas que pretende con-troverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Art. 332. Indeferida a petição ini-cial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se.

§ 1º Se houver retratação, o juiz determinará a citação do réu para apre-sentar resposta.

§ 2º Se não houver retratação, o juiz determinará a remessa da apelação ao tribunal, hipótese em que o réu não será citado para apresentar contrarra-zões. Provida a apelação, o réu será citado para apresentar sua resposta.

§ 3º Não interposta ou não provida a apelação, o réu será intimado do trân-sito em julgado da sentença.

CAPÍTULO III – DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Art. 333. Nas causas que dispen-sem a fase instrutória, o juiz, indepen-dentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I – súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Jus-tiça;

II – acórdão proferido pelo Supre-mo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

III – entendimento firmado em inci-dente de resolução de demandas repe-titivas ou de assunção de competência;

IV – frontalmente norma jurídica extraída de dispositivo expresso de ato normativo;

V – enunciado de súmula de tribu-nal de justiça sobre direito local.

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§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em jul-gado da sentença, nos termos do art.

241.

§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em cinco dias.

§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do pro-cesso, com a citação do réu para apre-sentar resposta; se não houver retrata-ção, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de quinze dias.

§ 5º Na aplicação deste artigo, o juiz observará o disposto no art. 521.

CAPÍTULO IV – DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM AÇÃO

COLETIVA

Art. 334. Atendidos os pressupos-tos da relevância social e da dificuldade de formação do litisconsórcio, o juiz, a requerimento do Ministério Público ou da Defensoria Pública, ouvido o autor, poderá converter em coletiva a ação individual que veicule pedido que:

I – tenha alcance coletivo, em ra-zão da tutela de bem jurídico difuso ou coletivo, assim entendidos aqueles definidos pelo art. 81, parágrafo único, incisos I e II, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, e cuja ofensa afete, a um só tempo, as esferas jurídicas do indivíduo e da coletividade;

II – tenha por objetivo a solução de conflito de interesse relativo a uma mesma relação jurídica plurilateral, cuja solução, pela sua natureza ou por disposição de lei, deva ser necessa-riamente uniforme, assegurando-se tratamento isonômico para todos os membros do grupo.

§ 1º O requerimento de conversão poderá ser formulado por outro legiti-mado a que se referem os arts. 5º da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, e 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

§ 2º A conversão não pode implicar a formação de processo coletivo para a tutela de direitos individuais homogê-neos.

§ 3º Não se admite a conversão, ainda, se:

I – já iniciada, no processo indivi-dual, a audiência de instrução e julga-mento; ou

II – houver processo coletivo pen-dente com o mesmo objeto; ou

III – o juízo não tiver competência para o processo coletivo que seria for-mado.

§ 4º Determinada a conversão, o juiz intimará o autor do requerimen-to para que, no prazo fixado, adite ou emende a petição inicial, para adaptá-la à tutela coletiva.

§ 5º Havendo aditamento ou emen-da emen-da petição inicial, o juiz determina-rá a intimação do réu para, querendo, manifestar-se no prazo de quinze dias.

§ 6º O autor originário da ação individual atuará na condição de litis-consorte unitário do legitimado para condução do processo coletivo.

§ 7º O autor originário não é res-ponsável por qualquer despesa pro-cessual decorrente da conversão do processo individual em coletivo.

§ 8º Após a conversão, observar--se-ão as regras do processo coletivo.

§ 9º A conversão poderá ocorrer mesmo que o autor tenha cumulado pedido de natureza estritamente indivi-dual, hipótese em que o processamento

75PROJETO DE LEI Nº 6.025, DE 2005 desse pedido dar-se-á em autos

apar-tados.

§ 10. O Ministério Público deverá ser ouvido sobre o requerimento pre-visto no caput, salvo quando ele pró-prio o houver formulado.

CAPÍTULO V – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO

Art. 335. Se a petição inicial pre-encher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de trinta dias, de-vendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência.

§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de me-diação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.

§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à me-diação, não excedentes a dois meses da primeira, desde que necessárias à composição das partes.

§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.

§ 4º A audiência não será realizada:

I – se ambas as partes manifesta-rem, expressamente, desinteresse na composição consensual;

II – no processo em que não se ad-mita a autocomposição.

§ 5º O autor deverá indicar, na pe-tição inicial, seu desinteresse na auto-composição, e o réu, por petição, apre-sentada com dez dias de antecedência, contados da data da audiência.

§ 6º Havendo litisconsórcio, o de-sinteresse na realização da audiência

deve ser manifestado por todos os li-tisconsortes.

§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meios eletrônicos, nos termos da lei.

§ 8º O não comparecimento injus-tificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato aten-tatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica preten-dida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.

§ 9º As partes devem estar acom-panhadas por seus advogados ou de-fensores públicos.

§ 10. A parte poderá constituir re-presentante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.

§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.

§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será orga-nizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de vinte minutos entre o início de uma e o início da seguinte.

CAPÍTULO VI – DA CONTESTAÇÃO Art. 336. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de quinze dias, cujo termo inicial será a data:

I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;

II – do protocolo do pedido de can-celamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 335,

§ 4º, inciso I;

76PROJETO DE LEI Nº 6.025, DE 2005

III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.

§ 1º No caso de litisconsórcio pas-sivo, ocorrendo a hipótese do art. 335,

§ 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do

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