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Com o propósito de atingir os objetivos traçados na pesquisa, a coleta de dados sugeriu, primeiramente, um encadeamento de documentos relacionados ao fenômeno da pesquisa, conforme discutido anteriormente, além da coleta de dados por meio de questionário.

O questionário foi dividido em duas partes (vide Apêndice A). A primeira pretendeu obter o perfil dos sujeitos que integram o Ministério Público da Paraíba, dividindo-os por sexo, faixa etária, tipo de vínculo com a Instituição, cargo ocupado pelo entrevistado (se servidor) e o local de exercício de suas atribuições. A segunda parte do instrumento propôs-se a colher dos questionados suas impressões acerca da formação continuada na Organização, inclusive com a percepção do nível da qualificação proposta sob a ótica do entrevistado. Nesta segunda parte, também foi objetivo identificar quais sujeitos estão inseridos e como se dá a formação continuada do Ministério Público da Paraíba.

Para Rodrigues (2007, p. 138 e 139)

[...] Questionários podem ser abertos, fechados e mistos. [...] Questionário aberto é conveniente e oportuno quando: (i) os respondentes dominem com relativa desenvoltura a arte da escrita; [...] (ii) o número de respondentes ou de questões não for muito grande, ou a o organização dos dados poderá tornar-se muito trabalhosa; [...] (iii) o informante for mais um narrador do que um simples respondente. Aí as perguntas abertas têm o mérito de facultar ao respondente-narrador a oportunidade de apresentar informações não previstas pelo pesquisador, quer dizer, quando o pesquisador reconhecer que o informante pode ter informações que ele não prevê e por isso não formula indagações a respeito delas.

Segundo Richardson (1999), o questionário com perguntas fechadas pressupõe alternativas com indicações fixas, fazendo com que o respondente indique, dentre as opções já

formatadas, a que mais se aproxima de suas impressões. Já o questionário aberto, possibilita que o questionado se posicione de forma relativamente livre, sem que se antecipem respostas preconcebidas, mas, ao contrário, estimula a intervenção franca do participante.

Nesse sentir, além da pesquisa documental, também foi utilizado, para a coleta dos dados, o questionário misto. Para Richardson (2011, p. 193),

Frequentemente, os pesquisadores elaboraram questionários com ambos os tipos de perguntas. As perguntas fechadas, destinadas a obter informação sociodemográfica do entrevistado (sexo, escolaridade, idade etc.) e respostas de identificação de opiniões (sim – não, conheço – não conheço etc.), e as perguntas abertas destinadas a aprofundar as opiniões do entrevistador. Por exemplo: Por que não gosta? Por que gostaria de conhecer? Etc.

Para a compreensão e análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo, estabelecendo correlações entre a classificação categorial, estabelecida a partir da categoria principal, com as palavras-chave, os temas, a amostragem e os documentos coletados, levando-se em consideração critérios de objetividade, sistematização e inferência.

A partir das subcategorias propostas, a análise de dados utilizou a técnica de análise categorial, buscando estabelecer interconexões entre os conceitos e os resultados obtidos. Pinçados os conceitos e elementos, com a definição das subcategorias, a pertinência entre os fundamentos teóricos, os temas e as impressões obtidas a partir da análise documental e do questionário, permitindo um “diálogo” entre as informações, com o objetivo de compreender como se dá formação continuada no Ministério Público da Paraíba.

Dito isso, a análise de conteúdo seguiu as seguintes fases:

a) Pré-análise: definição de questões analíticas; articulação de conceitos com os temas principais, impressões e resumos das opiniões acerca do fenômeno em estudo;

b) Exploração do material coletado (construído em coautoria pelo pesquisador e pelos participantes da pesquisa): exploração e análise da documentação escolhida, extração de explicações, questões emergentes, ações específicas a realizar; agrupamento de informações que parecem semelhantes, segundo dado critério (categorização); separação de variáveis; identificação de relações entre variáveis; construção de cadeias lógicas de evidência; e

c) Tratamento dos resultados: inferência e interpretação dos dados

Tais fases coadunam-se com a visão de Bardin (2011), afirmando-se que a primeira fase teve como norte inicial a definição do fenômeno investigado, seus sentidos e a correlação com categorias que mantivessem estreita ligação com o objeto, com definição dos objetivos a serem seguidos, bem como a questão de pesquisa, lançada/respondida pelo estudo. Ainda nessa fase, a documentação mencionada foi selecionada criteriosamente, levando-se em consideração a pertinência temática.

Já a segunda etapa, contempla a exploração daquilo que foi coletado, tanto na esfera de documentos quanto nas impressões obtidas a partir do questionário formulado, decompondo os dados e correlacionando-os com as categorias que foram predefinidas.

Por último, os dados foram analisados de forma que os documentos e os questionários tivessem “fala” e “vida” para apresentar o fenômeno em estudo com os conceitos, as impressões e as interpretações acerca da formação continuada proposta pelo Ministério Público da Paraíba, no intuito de atingir os fins a que a pesquisa se propôs.

Ainda seguindo a trilha metodológica, foi preciso constituir critérios de busca e recuperação de fontes e/ou referências, notadamente por existir um universo imensurável de vocábulos, temas, expressões e conceitos que se relacionam com o objeto em análise.

Em outros termos, para a seleção das fontes da pesquisa, foram levados em admissão aquelas cujas informações respondessem às inquietações decorrentes da pesquisa. Para Rodrigues (2007, p. 64), ainda em relação às fontes, “o bom número é o necessário e suficiente para cobrir as ideias e informações indispensáveis aos objetivos da pesquisa e à complexidade do objeto pesquisado.”

Portanto, a princípio, foram utilizados os seguintes descritores para seleção de fontes na base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES):

QUADRO 2: Seleção de fontes

Descritor Quantidade de periódicos Fontes selecionadas Fontes descartadas Formação continuada 893 8 2 Ministério Público e aprendizagem 0 0 0 Aprendizagem e setor público 0 0 0 Educação formal 2.027 5 3

Educação informal 729 6 3 Redes digitais 314 3 1 Tecnologias digitais 632 8 4 Espaços virtuais de aprendizagem 0 0 0 Cibercultura 438 10 6 Ciberespaço 442 5 3 Rede de conhecimento 2.632 6 3 Aprendizagem 9.602 8 4

FONTE: Dados da Pesquisa (2014)

Ademais, tanto os procedimentos da pesquisa de campo quanto os critérios de seleção de fontes coadunaram-se para a fase seguinte do trabalho, cujo intuito foi colaborar com as mudanças possíveis e necessárias no MPPB sobre o processo de formação continuada da instituição. Portanto, o desenvolvimento do estudo, subsidiado pela análise dos dados coletados, foi o ponto-chave a partir do qual a ideia do trabalho foi gerada, cuja discussão desencadeia-se a seguir.

3 O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO ORGANIZAÇÃO APRENDENTE: A