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Da cultura libertária à polícia

No documento SHERLOCK HOLMES NO BRASIL: : Elysio (páginas 63-71)

“O Dr Antônio das Letras”

1.4. Da cultura libertária à polícia

Naturista, decadentista e anarquista, o ingresso de Elysio de Carvalho como funcionário da Polícia do Rio de Janeiro causou estranhamento entre seus contemporâneos e, mais tarde, foi abordado pelos estudiosos de sua figura como uma etapa que destoava em sua trajetória biográfica. A transição do “anarquista militante” para o funcionário de polícia foi considerada por Sant’Anna como fruto de um “espírito irrequieto” e que por “uma ironia do destino” teria se tornado um dos principais propagandistas do campo da polícia científica no Brasil171. Inserido em uma historiografia da década de 1980 que, nos últimos anos da ditadura militar brasileira, procurava resgatar a história do movimento operário, a atuação como anarquista e os anos que dedicara ao Gabinete de Identificação foram abordados como fases antagônicas que não apresentariam nexo entre si na trajetória de Elysio de Carvalho.

De forma distinta, o estudo de Salgado atribuiu a entrada do escritor alagoano no Gabinete de Identificação e Estatística como uma extensão de seus gostos como artista decadentista, marcada por um profundo interesse pela “bizarria”172. Para o autor, a excentricidade do literato e a atração pela decadência moral presente nas metrópoles cosmopolitas seriam uma chave explicativa para compreender tais interfaces do escritor que, até então, eram consideradas deslocadas. O estudo de Salgado nos aponta as ressonâncias de processos textuais utilizados pela literatura finissecular nos artigos criminalísticos de Elysio de Carvalho, porém, sua análise restrita a tais narrativas desconsidera o espaço social em que se inseria o escritor, elemento central para compreensão de sua trajetória.

Neste sentido, as crônicas do escritor Luiz Edmundo nos oferecem um fio explicativo capaz de elucidar tal questão. Em passagem do seu livro, O Rio de

Janeiro do meu tempo, o cronista contemporâneo a Elysio de Carvalho explora uma

face do escritor alagoano que ainda não fora analisada no presente texto: a bibliomania. Após casar-se com Elvira Marinho da Silva e comprar uma residência na rua Riachuelo, Elysio de Carvalho investiu na organização de “uma notável biblioteca, mandando buscar diretamente da Europa: livros franceses, ingleses,

171 SANT’ANA, Moacir Medeiros. Elysio de Carvalho um militante do anarquismo, p. 62-63. 172 SALGADO, Marcus Rogério Tavares Sampaio. A vida vertiginosa dos signos: recepção do idioleto decadista na belle époque tropical, p. 142.

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espanhóis e italianos, quase sempre edições de grande luxo, volumes impressos em papéis de Holanda, China e Japão, coleções raras e caríssimas”. A criação de uma biblioteca particular junto à aquisição de edições de luxo, caras e raras, constituía- se em um esforço de transformação do capital econômico do escritor em um capital simbólico, com o fim de obter uma posição de destaque no campo literário brasileiro. Não por acaso, Luiz Edmundo comenta como Elysio de Carvalho assumia a postura de um “nababo” que emprestava livros a “todos os seus amigos e mesmo aos que não são”.173 Tais brochuras literárias que eram “exemplares únicos” e recém-chegados da Europa tornavam-se bens simbólicos, através dos quais o escritor alagoano procurava constituir-se como uma figura central nas dinâmicas de circulação de livros oriundos do continente europeu. Através de reuniões com outros escritores em sua biblioteca, ou mesmo por meio de empréstimos, o literato brasileiro procurava galgar um lugar de prestígio frente aqueles que com aspirações intelectuais desejavam ter acesso às obras recém editadas no cenário literário europeu.

A biblioteca de Elysio de Carvalho foi vendida para a Livraria Castilho, que expôs mais de 12 mil volumes para serem comercializados no ano 1925, quando o escritor alagoano ficou gravemente doente e mudou-se para Suíça. Atualmente, há um catálogo de sua biblioteca que consta com apenas parte dos títulos deste acervo – estima-se um vigésimo – e que não foram vendidos para a Livraria Castilho. Tal catálogo, organizado pelo bibliógrafo, Tancredo Barros de Paiva, encontra-se no acervo do Instituto Ibero-Americano de Berlim174.

No entanto, segundo Luís Edmundo, o considerado “delírio bibliomaníaco” não lhe rendera apenas prestígio entre os intelectuais. As edições caríssimas que este adquiria – provavelmente, junto ao estilo de vida boêmio e sofisticado– levaram ao fim do dote que recebera ao casar-se com Elvira Marinho e ao esgotamento das finanças do casal. De acordo com o cronista, em reunião em sua biblioteca, Elysio teria declarado: “O pior é que o dinheiro acabou. Felizmente prometeram-me um emprego, aí numa repartição qualquer...”175. Tal repartição a que Elysio se referia era o Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Rio

173 EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro de seu tempo, p.292.

174 PAIVA, Tancredo Barros (org.). Catálogo da notabilíssima, escolhida e variada biblioteca que pertenceu ao erudito homem das letras, Dr. Elysio de Carvalho.

175 EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro de seu tempo, p.292.

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de Janeiro: esta escolha pelo ingresso na carreira policial, mais do que o resultado que uma personalidade irreverente, revelava os percalços de um escritor no incipiente mercado editorial brasileiro. Em 1890, a taxa de analfabetismo dentre os habitantes do Brasil constava como 82,6% da população176, o que explicava a dificuldade de formar um mercado consumidor de leitores consistente para os escritores, e consequentemente, as adversidades econômicas vividas por aqueles que desejavam subsistir através da escrita. A dificuldade de viver de literatura impulsionava muitos artistas a buscarem outras formas de sustento ocupando postos como funcionários públicos, jornalistas, professores e advogados.177 Era o caso até de literatos consagrados como Machado de Assis, que além de atuar como escritor e jornalista possuía um cargo em uma seção pública como forma de subsistência. Não seria muito diferente o que ocorreria com Elysio de Carvalho. Ao esgotar seus recursos financeiros, o escritor alagoano ingressou como responsável pela seção de Informação do Gabinete de Identificação e Estatística. A entrada na polícia mostrava-se uma alternativa – muitas vezes indesejada – de subsistência para diferentes grupos sociais que viviam nas metrópoles brasileiras. Dos trabalhadores rurais que migravam para os centros urbanos e eram engajados como praças nas forças policiais, até os operários de fábrica que trabalhavam nas guardas noturnas, o emprego como agentes de segurança constituía-se como uma alternativa econômica muitas vezes indispensável para tais grupos178. De forma diferente, porém ainda vista de forma depreciativa, os postos policiais serviam como ponte para aqueles que eram bacharéis em Direito e desejavam ingressar na vida política pública179.

Neste sentido, a obra de Arnoni Prado nos provê uma chave de leitura interessante para a compreensão da trajetória intelectual deste autor. Em sua obra,

O itinerário de uma falsa vanguarda, Prado procura analisar o percurso intelectual

de “algumas minorias ilustradas” que estariam em confronto com os grupos de

176 FERRARO, Alceu Ravanello; KREIDLOW, Daniel. Analfabetismo no Brasil: configuração e gênese das desigualdades regionais, p. 182.

177 COSTA, Cristiane. Pena de Aluguel: escritores jornalistas no Brasil 1904-2004.

178 MAUCH, Cláudia. Dizendo-se autoridade : polícia e policiais em Porto Alegre, 1896-1929,

p.115. Também ver : MARQUES, Pedro Guimarães. Os Olhos de Morfeu: Guarda noturna e

vigilância urbana no Rio de Janeiro (1885-1912).

179 BRETAS, Marcos Luiz. A ordem na cidade: o exercício cotidiano da autoridade policial no Rio de Janeiro, 1907-1930, p.50. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1512190/CA

vanguarda que protagonizariam a Semana de 1922180. Para o autor, apesar de lançarem mão de novas propostas, publicando manifestos e revistas, este grupo aglutinava aspirações conservadoras e elitistas que posteriormente encabeçariam um arcabouço intelectual integralista, quando em 1930 irromperia a crise oligárquica no Brasil. Seria justamente neste grupo de literatos que o escritor Elysio de Carvalho estaria inserido, possuindo “um papel fundamental de divulgador e ideólogo”, como “porta-voz intelectual da cultura dependente”181. Desta forma, ao localizar sua trajetória em um campo literário conservador, tal estudo nos indica como a suposta “transição” de uma postura anarco-decadentista para o ingresso no corpo de policiais do Gabinete de Identificação não deve ser percebida como uma ruptura radical.

De acordo com o texto de Luiz Edmundo, o ingresso na polícia partiu de uma indicação pessoal, fruto provavelmente das conexões feitas pelo escritor durante os anos na capital federal. Mesmo sem conseguir encontrar uma referência explícita de quem poderia ter facilitado o seu ingresso na polícia, é possível indicar algumas hipóteses, analisando, primeiramente, aqueles que já transitavam entre os circuitos literário e policial. Era o caso de Felix Pacheco, escritor e jornalista que ocupou o cargo de diretor do Gabinete de Identificação e Estatística até o ano de 1907, quando Elysio de Carvalho ingressou na polícia. Ambos circulavam nas mesmas redes de sociabilidade literária, chegando este a colaborar em 1899 com texto “O Sr. Nestor Victor e a sua Obra”, na revista Meridional, dirigida por Elysio de Carvalho182. Em, 1906, pela ocasião da vinda de Ruben Darío ao congresso Pan- Americano, Felix Pacheco juntou-se a Fabio Luz, Luiz Edmundo, Figueredo Pimentel, Curvello de Mendonça e ao próprio Elysio com fim de organizar uma homenagem ao poeta nicaraguense183. No entanto, como nos anos que separaram estes dois episódios, Felix Pacheco foi o responsável pela denúncia de plágio contra o escritor alagoano, a hipótese deste ter sido o responsável pelo ingresso do jovem literato no órgão de polícia da capital federal parece pouco consistente.

180 PRADO, Antônio Arnoni. Itinerário de uma falsa vanguarda: os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo, p.22.

181 PRADO, Antônio Arnoni. Itinerário de uma falsa vanguarda: os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo, p.38.

182 PACHECO, Felix. O Sr. Nestor Victor e sua obra. In: A Meridional, ano I, nº1, 28 de fevereiro

de 1899, p. 13-15.

183CONFERÊNCIA INTERNACIONAL Americana. Gazeta de Notícias, 20 de julho de 1906, p. 3.

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Outra personalidade com uma possível influência para inserir Elysio de Carvalho no universo policial seria Hermeto Lima. Poeta, escritor e bacharel em Direito, o livro Íris de sua autoria foi objeto de crítica literária elogiosa na revista

Brazil Moderno, também dirigida por Elysio de Carvalho184. Em 1907, no mesmo ano em que o literato alagoano ingressou nesta repartição, Hermeto Lima era auxiliar da seção de Estatística e ambos participavam das mesmas rodas de sociabilidade que envolviam as autoridades policiais. Como exemplo, temos o aniversário do chefe de polícia do Rio de Janeiro, Alfredo Pinto, no qual foi realizado uma pequena comemoração em sua homenagem, com a presença tanto do marechal Hermes da Fonseca, como Hermeto Lima e o próprio Elysio de Carvalho185. Além disso, o auxiliar da seção de Estatística contribuiu anos depois para a coleção da Biblioteca de Boletim Policial – dirigida também pelo literato alagoano – com a obra O suicídio no Rio de Janeiro (1913).

Como última hipótese, assinalamos a ligação que o escritor buscava construir com José Maria da Silva Paranhos Junior. Mais conhecido como o Barão do Rio Branco, este político e diplomata foi ministro das relações exteriores do Brasil entre os anos de 1902 e 1912. Formado em Bacharel em Direito e filho do diplomata José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco destacou-se durante a Primeira República por sua atuação no processo de arbitragem de fronteiras entre o Brasil, Argentina, Bolívia, Guiana Francesa e Peru186. Em 1906, um ano antes do seu ingresso na polícia, Elysio de Carvalho dirigiu-lhe uma carta pedindo auxílio para a publicação do seu livro, Ruben Darío (1906).

Exmoº Sr Barão do Rio Branco

Conforme já tive a ocasião de dizer a V. Exª tenho pronto para ser impresso o meu estudo sobre Rubén Darío, e desejava que V. Exª desse ordem para que, desde que se trata de uma homenagem ao notável poeta da América Espanhola, nosso hóspede há pouco, fosse o dito trabalho impresso na oficina da Imprensa Nacional, entrando na conta de publicações do Congresso Pan-Americano. O custo total da impressão da obra não excederá de cerca de 500$000. Se V. Exª precisar de saber alguma coisa quanto às proporções e ao valor do meu trabalho, poderá se informado por qualquer pessoa que me conheça, como por exemplo, pelo [ilegível] Domício da Gama, José Verissimo, João Ribeiro ou

184 H. F., REGISTO. Brazil Moderno, ano I, número V, outubro de 1906, p. 46-47. 185 ALFREDO PINTO. O Século. 21 de junho de 1907, p.1.

186 MOURA, Cristina Patriota de. Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos. In: ABREU, Alzira

Alves de et al (coords.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro – Pós-1930.

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Graça Aranha, a quem aliás vou dedicar. Espero que V. Exmª dê atenção a este meu pedido e resolva a respeito o mais breve possível.

Compatriota e admirador Elysio de Carvalho187

O livro em homenagem ao poeta nicaraguense foi realmente editado e impresso pela Imprensa Nacional, como pedido por Elysio de Carvalho. No entanto, as referências que o escritor fazia ao fim de sua carta a literatos renomados (José Veríssimo e Graça Aranha), como forma de fornecer credibilidade ao seu trabalho, demonstravam a falta de proximidade com o Barão. Contudo, é possível perceber a ocorrência de uma gradual aproximação eles através dos registros da imprensa carioca. Em 1908, a revista Fon-Fon publicou uma pequena nota, afirmando de forma irônica que o escritor alagoano teria sido “encarregado pelo Barão do Rio Branco de estudar as novas correntes marinhas nos limites com o Peru”188. Além disso, a própria revista registrou como em uma suposta conversa no Jardim Botânico, Elysio de Carvalho teria explicitado sua profunda admiração pelo diplomata, afirmando que este seria “o verdadeiro demarcador das fronteiras do Brasil. Vale por si, o Exército alemão acompanhado da Marinha inglesa”189. No entanto, por mais que o Barão do Rio Branco possuísse uma forte influência política capaz de indicar o literato para o cargo de responsável da Seção de Informação do Gabinete de Identificação de Polícia, não há uma referência explícita deste tipo articulação entre estas personalidades que possa sustentar tal hipótese.

Contudo, o esforço de aproximação feito pelo já então funcionário de polícia do Gabinete de Identificação com o ministro de Relações Exteriores, Barão do Rio Branco, demostrava um último espectro da trajetória de Elysio de Carvalho: o interesse pelo desenvolvimento de uma carreira diplomática. No ano de 1909, dois anos após seu ingresso na polícia, o literato publicou uma série de três matérias na revista Kosmos sobre a delegação de diplomatas estrangeiros que foi acompanhada

187 Carta de Elysio de Carvalho ao Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro, 06 de setembro de 1906.

Cópia pertencente à pasta PN/CARVALHO, Elysio de. 700/EC P.29 (B) – Fundação Casa do Penedo apud LEMOS, Clarice Caldine. Os bastiões da nacionalidade: nação e nacionalismo nas

obras de Elysio de Carvalho, p. 47.

188 ESTAFETA. Caixa de Gasolina. Fon-fon, ano II, nº43, 01 de fevereiro de 1908, p.16. 189FLAVIO. Dias passados. Fon-fon, 11 de setembro de 1909, p.3.

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por Elysio de Carvalho à cidade de Petrópolis190. As matérias que contavam com reflexões sobre a importância das atividades consulares e os perfis dos embaixadores foram também objetos de atenção da revista Fon-fon. Sob o pseudônimo de Estafeta, o colunista comentou que “naturalmente, depois do seu esforçado trabalho sobre os diplomatas estrangeiros, é impossível que o Barão não o nomeei”191. O esforço de projeção da imagem de Elysio de Carvalho no campo internacional agora ganhava um novo escopo: político. Os jovens que ingressavam na carreira diplomática eram membros da aristocracia brasileira e precisavam muitas vezes de um “apadrinhamento” para que fossem indicados para tais cargos192. Integrar o corpo diplomático significava garantir um espaço entre a elite intelectual brasileira com uma atividade profissional que não apenas lhe geraria estabilidade financeira, mas promoveria um estilo de vida cosmopolita, presente entre aqueles envolvidos nas práticas políticas internacionais.

A publicação de artigos sobre a delegação de embaixadores estrangeiros na revista Kosmos inseria-se dentro de um conjunto de esforços anteriores que já mostravam um interesse de Elysio de Carvalho em construir uma carreira voltada para política internacional. No ano de 1906, o escritor participara do Congresso Pan-Americano, realizado no Rio de Janeiro, além de compor o grupo responsável por receber o general, Uribe y Uribes, ministro da Colômbia, na 3ª Conferência Latino-Americana. Desta forma, o funcionário de polícia e escritor forjava estratégias para integrar os espaços e as redes de sociabilidade necessárias para construção de uma carreira voltada para a política externa do país. Não por acaso, a revista Fon-Fon provocava afirmando que Elysio de Carvalho finalmente veria realizado “o seu maior sonho”, “o ilustre homem das letras” faria “parte da embaixada do Barão do Rio Branco”193, organizada em retribuição a uma visita feita pela Embaixada chinesa.

No entanto, a indicação para tal cargo nunca ocorreu. O que não impediu que o escritor procurasse construir uma prática policial para além das fronteiras nacionais, através da construção de vínculos e intercâmbios com órgãos e figuras

190 CARVALHO, Elysio de. Diplomatas estrangeiros – I. Kosmos, ano VI, nº2, fevereiro de 1909,

p. 7-12. Id. Diplomatas estrangeiros – II. Kosmos, ano VI, nº3, março de 1909, p. 43-47. Id. Diplomatas estrangeiros – III. Kosmos, ano VI, nº4, abril de 1909, p. 25-33.

191ESTAFETA. Caixa de Gasolina. Fon-fon, ano III, nº37, 11 de setembro de 1909, p.19.

192 SILVA, Luiz Eduardo Garcia. Política externa da Primeira Repúbllica através dos seus

chanceleres. In: III Seminário de Graduação e Pós-Graduação em Relações Internacionais.

193 TREPADOR. Trepações. Fon-fon, ano III, nº 46, 13 de novembro de 1909, p. 8.

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policiais estrangeiras, como veremos ao longo desta tese. Por meio de traduções de textos, trocas epistolares, envio e recepção de livros, Elysio de Carvalho procurava inserir a si mesmo e o Gabinete de Identificação e Estatística no campo internacional de polícia científica. Tais práticas policiais transnacionais se aprofundaram quando este tornou-se diretor do Gabinete de Identificação e Estatística. Ao ocupar este cargo, Elysio de Carvalho criou a Biblioteca do Boletim

Policial, a Escola de Polícia, tornou-se editor do Boletim Policial, além de

representar o Gabinete de Identificação nas Exposições Internacionais voltadas para difusão dos saberes de polícia científica.

A entrada como diretor desta seção policial permitiu que Elysio de Carvalho criasse esforços para transformar o Gabinete de Identificação e Estatística em um espaço de produção de saberes criminalísticos, capaz de mediar diálogos entre criminalistas brasileiros e internacionais. Desta forma, o ingresso e a construção de uma carreira na polícia constitui-se tanto como uma forma de sustento econômico, no qual escritor poderia escrever e publicar seus textos - voltados neste momento, para as temáticas de criminalística - como também um meio de se inserir em redes intelectuais que lhe permitiriam desenvolver uma carreira de projeção internacional. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1512190/CA

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