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DA NULIDADE DA CITAÇÃO

No documento Ação Trabalhista - Rito Ordinário (páginas 75-81)

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE PETIÇÃO

DA NULIDADE DA CITAÇÃO

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CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE PETIÇÃO

Agravante: PAULO RODRIGUES ÁVILA;

Agravado: MARIA DE FÁTIMA PEREIRA DA SILVA; Processo nº: 0048700-71.501.0521;

Egrégio Tribunal, Doutos Julgadores.

DA NULIDADE DA CITAÇÃO

Suscitou o Embargante a citação irregular haja vista que foi procedida a citação por edital sem que fossem utilizados outros meios para sua localização.

Nesse sentido, as diligências processuais levadas a efeito pelo Juízo da instrução com a finalidade de promover a citação da empresa reclamada, visando responder aos termos da ação trabalhista, revelaram-se infrutíferas culminando na citação

por edital, o que demonstra a observância aos postulados do devido processo legal e do direito de defesa, como também o princípio da legalidade, na medida em que a CITAÇÃO EDITALÍCIA DO RÉU ATENDE À EXIGÊNCIA CONTIDA NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL, QUANDO ESTE ENCONTRAR-SE EM LOCAL IGNORADO OU INCERTO (art. 841, § 1º, da CLT).

Em face da regra insculpida no art. 852, "in fine", da CLT, pela qual o revel será intimado da sentença, a arguição de nulidade por falta de citação no

processo de conhecimento deve ser efetuada por intermédio do recurso ordinário,

restando PRECLUSA QUANDO FEITA EM SEDE DE EMBARGOS À EXECUÇÃO. No caso, operou-se a PRECLUSÃO TEMPORAL, ou seja, a perda da faculdade de praticar o ato processual (arguição de nulidade) por não ter sido praticado no prazo para tanto designado (recurso ordinário), máxime na hipótese em que a citação foi feita por edital, pois no processo do trabalho não há necessidade que esse ato de comunicação da parte seja feito na pessoa do réu (Súmula nº 16 do TST).

Número do processo: 0048700-71.2005.5.01.0521

https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19020514355712500000087827066 Assinado eletronicamente por: VALDO DUARTE GOMES - 05/02/2019 14:36:29 - 45f6e2a

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A possibilidade da articulação da nulidade de citação no processo de conhecimento contemplada nos arts. 475-L e 741, inc. I, do CPC, restringe-se ao processo comum, no qual o revel não é intimado da sentença defundo, intervindo no processo no estado em que se encontra (CPC, art. 322). A remota hipótese de suscitação

da nulidade do processo de conhecimento na fase de execução na Justiça Especializada, decorreria da inexistência da citação e da falta de intimação da sentença, o que não é o caso dos autos.

Nesse sentido, a Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. NULIDADE DE CITAÇÃO ARGÜIDA NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. INADMISSIBILIDADE. No processo do trabalho, por força do disposto no art. 852 da CLT, o revel deve ser intimado da sentença que compôs a lide. Assim sendo, se o revel pretender elidir esse seu estado processual, deverá fazê-lo em sede de recurso ordinário (CLT, 895, a), sendo inadmissível que se reserve para tentar anular o processo de conhecimento por ocasião dos embargos que oferecer à execução. Processo n. 04841-2000-028-12-4. Acórdão 4056/2005. Juíza Ligia Maria Teixeira Gouvêa. Publicado no DJSC em 20-04-2005, pág. 307.

Não obstante o fato de esta está sendo a primeira vez que a

executada se manifesta nos autos É IMPOSSÍVEL, neste momento processual, analisar e reconhecer a nulidade apontada.

Ante o supra narrado, restou indiscutível que os embargos à

execução não consubstanciam meio hábil para nulificar os atos processuais praticados até então, uma vez que o art. 884, § 1º, da CLT, restringe seu objeto às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida.

Nessa baila, confiram-se os seguintes julgados:

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que, no processo do trabalho, não se admite, em sede de embargos à execução, suscitar a nulidade de citação no processo de conhecimento, sendo tal matéria pertinente à via rescisória (Art. 485, V, do CPC). (TRT – 1 - AP 0083900-59.1997.5.01.0024, relator: Jose Nascimento Araujo Netto, data de julgamento: 11/09/2012)

AGRAVO DE PETIÇAO. NULIDADE DA CITAÇAO INICIAL. Embargos à Execução que não se consubstanciam em meio hábil para nulificar os atos processuais praticados até então. Aplicação do art. 884, 1º, da CLT. AVALIAÇAO. PREÇO VIL. Inexistindo prova cabal de que maior seja o valor do bem penhorado, presume-se correta a avaliação realizada pelo oficial de justiça avaliador. (...) (TRT-4 - AP:256000619975040741 RS 0025600-06.1997.5.04.0741, Relator: JOAO GHISLENI FILHO, Data de Julgamento: 04/05/2000, Vara do Trabalho de Santo Ângelo)

Neste diapasão, conclui-se que não houve nulidade da citação assim como a matéria ventilada é incompatível com o Recurso ora interposto.

DA RESPONSABILIDADE DO EXECUTADO

O Embargante sustenta que, em razão de seu pequeno percentual (1%) no acervo societário da executada, não pode arcar integralmente com o débito oriundo da presente execução.

Entende, por tais razões, que deve ser provido o apelo para limitar a sua responsabilidade ao percentual de cotas do qual o mesmo era detentor na reclamada, ou seja, o equivalente a 1%.

A despeito de o agravante ter sido possuidor da minoria das cotas da empresa executada, apenas 1% (um por cento), a quantidade de cotas subscritas não altera sua condição de sócio, passando a integrar a lide, após a desconsideração da personalidade

Número do processo: 0048700-71.2005.5.01.0521

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jurídica da sociedade que integrava, na condição de litisconsorte passivo da execução de forma solidária, como responsável pelo total da dívida.

Inaplicável o princípio da limitação da responsabilidade do sócio no processo trabalhista, conforme lições de ARION SAYÃO ROMITA:

“É tempo de se afirmar, sem rebuços, que nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada, todos os sócios devem responder com seus bens particulares, embora subsidiariamente, pelas dívidas trabalhistas da sociedade; a solidariedade deles deve ser solidária, isto é, caberá o empregado exequente o direito de exigir de cada um dos sócios o pagamento integral da dívida societária” (Temas de Direito Social. Freitas Bastos, p. 230).

Mister ressaltar que compreendem fraude à ordem jurídica os atos pelos quais a empresa viola as normas de proteção ao trabalho, que são de ordem pública e objetivam a proteção do hipossuficiente.

Nessa quadra, os credores trabalhistas recebem tutela especial, e são considerados credores privilegiados, em razão do caráter alimentar do salário, protegido pelo princípio da forfetariedade ou intangibilidade salarial, cujo conteúdo veda seja atingido pelos riscos da atividade econômica.

A disposição contratual que estabelece a responsabilidade de cada integrante da sociedade de acordo com suas quotas tem efeito entre os contratantes, não atingindo os créditos trabalhistas do exequente.

Com efeito, tal responsabilidade não se confunde com a integralização do capital social ou à responsabilidade do administrador pelos atos praticados. Preconizo, pois, a possibilidade de redirecionamento da execução contra sócio de empresa limitada, qualquer que seja a sua cota de participação, sem a necessidade de se perquirir acerca da prática de atos de gestão.

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DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. LIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO MINORITÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. A condição de sócio minoritário da executada não o exime da responsabilidade do pagamento integral da dívida, mormente se não foram encontrados bens livres e desembaraçados da sócia majoritária, para a consecução do objetivo maior que é a satisfação do credor. Agravo improvido. (TRT-20 00053004320055200920, Relator: CARLOS DE MENEZES FARO FILHO, Data de Publicação: 18/05/2005)

Cumpre ressaltar que o direito de regresso perante os demais sócios fica garantido, levando-se em conta, por óbvio, a limitação do percentual societário de cada integrante.

Tal limitação é ofensa ao princípio da livre incitava não há. Impõe-se conferir, isso sim, especial proteção aos valores constitucionais do trabalho e da dignidade da pessoa humana, alçados, tanto quanto a livre iniciativa, à condição de fundamentos da República e da ordem econômica (art. 1º, III e IV e 170, caput, da CR).

Oportuno mencionar que o próprio art. 170 da Constituição da República menciona, como fundamento da ordem econômica, a valorização do traba lho humano, apontando, ainda, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho como fundamentos do Estado Democrático de Direito.

O arcabouço constitucional induz à inexorável conclusão de que as tendências capitalistas não podem comprometer o recebimento pelo trabalhador do crédito devido pela prestação de serviços.

Ante o exposto, requer a improcedência dos embargos à execução, bem como a subsistência da penhora para satisfação dos creditos do reclamante.

DA CONCLUSÃO

Número do processo: 0048700-71.2005.5.01.0521

https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19020514355712500000087827066 Assinado eletronicamente por: VALDO DUARTE GOMES - 05/02/2019 14:36:29 - 45f6e2a

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Neste diapasão, requer à Vossa Excelência a IMPROCEDÊNCIA

DO AGRAVO DE PETIÇÃO e, por consequência, o prosseguimento da execução para a

satisfação dos créditos do Exequente. Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Resende, 05 de fevereiro de 2019.

VALDO DUARTE GOMES CAROLINA DO PRADO DINIZ OAB/RJ 69.399 OAB/RJ 187.454

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Processo: 0048700-71.2005.5.01.0521 - AGRAVO DE PETIÇÃO (1004) AGRAVANTE: PAULO RODRIGUES AVILA

AGRAVADO: MARIA DE FATIMA PEREIRA DA SILVA, JOALHERIA E RELOJOARIA OURO FINO RESENDENSE LTDA, GILEIDES OLIVEIRA BARBOSA

Certidão de Decurso do Prazo

No documento Ação Trabalhista - Rito Ordinário (páginas 75-81)