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1. O NOVO JÁ NASCE VE LHO: uma in trodu ção

1.2. Da organi zação e est rutu ração do e studo

Dest art e, o est udo é est rut urado a part ir da seg u int e e xpo s ição : [2] no segu ndo cap ít u lo , d is cut ire mo s o pro cesso de ree st rut uração cap it a list a, in ic ia do no limia r do sécu lo XX, co mo fo r ma s fe no mê nic a s de a cu mu la ção ca p it a list a s, co m o recrude sc ime nt o do s mo de lo s produtivos, a part ir do binô mio taylorismo/fordismo “para” o toyotismo. Enfat iz a mo s que não há rupt uras su bst anc ia is e nt re o s mo de lo s pro dut ivo s, ma s co nt inu id ade s hist ó r ic as . Des sa fo r ma, apre se nt are mo s as no vas e x igê nc ia s de qu a lifica çõ es e co m pet ê nc ia s pro fis s io na is requer ida s pe lo no vo padrão de acu mu laç ão , co nce b ida s co mo fo r ma s d e o cap it a l a mp liar o pro cesso de va lo r iz açã o e acu mu la ção .

Nes se s t er mo s, a reest rut uração capit a lis t a se co nst it u i co mo a gê ne se d a inst it uc io na lid ade da no va po l ít ica pú blic a d e fo r ma ção /qua lifica ção do s t raba lhado res, na co nt e mpo rane id ade , dese nca dead a a part ir do c ic lo v irt uo so de ac u mu la ção cap it a list a qu e t em na acu mu la ç ão fle x íve l a le g it ima çã o para t a l inst it uc io na lidad e. A part ir d e la, er ig ira m-se no va s e xig ê nc ia s para a fo rça de t raba lho , co m no vo s co nhec ime nt o s e co mp et ênc ia s pro fis sio na is.

No t erce iro [3], discut ire mo s a ped ago g ia das co mp et ênc ia s e a e mprega bilid ad e co mo fo r ma s esp ec ífic a s da ideo lo g ia da po lít ica d e qua lifica ção pro fis s io na l, o u se ja, c o mo me d iaç ão ent re a ba se pro dut iva e a fo r ma liz aç ão do s pro cesso s de qua lific ação da fo rça de t raba lho . Pro ble mat iz are mo s co mo as at ua is fo r mas de id eo lo g ia são pró prias e nece ss ár ia s ao no vo c ic lo de ac u mu la ção cap it a list a.

No quarto cap ít u lo [4], a na lis are mo s a es pec ific id ade e nat urez a da no va inst it u c io na lidad e d a po lít ica, co nsu bst anc iad a no s P la no s. Bus care mo s, a ss im, id e nt ificar as rupt ura s e co nt inu id ade s e nt re e le s, o u seja, suas similitudes e diferenças, assim co mo demo nstrar que o “novo” P la no ( PNQ), co mo po lít ic a go ver na me nt a l, guarda co erê nc ia co m a s base s e pr es supo st o s do ve lho P LAN FOR, so br et udo a part ir do d is curso int egrado r de que s e to rna ndo qua lifica do e co mpet e nt e o s t raba lha do res serão inc lu ído s so c ia lme nt e. De ss e mo do , est e P la no co n so lido u-se co mo int egra nt e de u m pro jet o neo liber a l he ge mô nico de fo r ma ção para a c las se qu e vive do t raba lho , no co nt ext o da so c iedad e br as ile ira.

E, no qu int o cap ít u lo [5], d iscut ire mo s a no va po lít ic a d e qua lifica ção co mo po lít ic a pú blic a, de respo nsa bi lid ade do Est ado . Dest art e, ana lis a mo s e m u m mo v ime nt o s imu lt â neo e int egra do co mo a po lít ica d e qu a lific a ção t e m na es fer a do Est ado sua co nfigura ção co mo a e xpres são da hege mo n ia do cap it a l. Ta is po lít ica s, co ns u bst a nc ia da s co m o Pla nfo r e o PNQ, re fo rç a m a no ssa t ese de qu e a inst it u c io na lidad e d a “no va” po lít ica de qualificação pro fissio nal imp lementada tem se co nst it u ído co mo po lít ic a s d e Est a do , nec es sár ia s ao s ist e ma hist o r ic a me nt e det er mina do . Est a t em t ransc e nd ido a t e mpo ra lid ad e hist ó r ic a do s go ve r no s, ao t empo e m qu e expre s sa o pensar est at a l, po r do is mo t ivo s p arado xa is : 1) qua lific a a fo rça de t raba lho para a de nt rar no merc ado de t raba lho inc ert o , para rea liz aç ão de at ivid ade s su ba lt er na s, co m mín ima s co mpet ê nc ia s e ha bilida de s ; 2) ma nt é m o cupada u ma parce la s ig nific at iva d a c la sse t raba lha do ra e m sit u ação d e po breza e e xc lu são so c ia l, so b a ló g ic a do ve lho d isc urso int egrado r.

Na s egu nd a seç ão , ana lisare mo s a po lít ica de qua lific aç ão co mo po lít ica d e Est ado , o u se ja, buscare mo s a na lis ar co mo a qua lific ação do s

t raba lhado res se co nst it u i co mo u ma e st rat ég ia d e heg e mo nia do cap it a l, se ndo est a fo r jad a e m t o rno de u m pro je to de bu sc a do co ns e nso at ivo do s go ver nado s, cu ja e xpre ssão é a part ic ipaç ão at iva da s o rga niz açõ e s de vid a so c ia l na pro mo ção da re fer id a po lít ic a.

Tendo e m vist a a pro ble mat iz ação rea liza da no s cap ít u lo s preced e nt es, fina lme nt e, nas co nsid eraçõ es fina is , d is cut ire mo s s int et ica me nt e o s desdo bra me nt o s da no va inst it u c io na lid ade da s po lít ica s pú blic as d e qua lific ação .

No ssa co nt r ibu ição na área de po lít ic a s públic a s de t raba lho e educa ção res id e na fo r ma pe la qu a l bus ca mo s o s d es ve nda me nt o s do s pro ble ma s e a bu sc a do s ne xo s que e nge ndra m e e sco nd e m a t ra ma d a po lít ica nac io na l de qua lific aç ão pro fis s io na l. E nt e nde mo s e st e est udo ma is co mo a a fir ma ção da co erênc ia met o do ló g ic a que a na lis a a qua lifica ção da fo r ça d e t raba lho co m u m po nt o de part ida, u m ho r izo nt e rep let o de po ss ibilid ade s, u ma a ná lis e c ircunst a nc ia da hist o r ic a me nt e, e é po r est e pr is ma que a lme ja mo s qu e se ja aprec ia do . É um t raba lho qu e, para nó s, t ransce nde o mét ie r ac adê mico para se ins er ir e d es ve ndar a s fo rça s so c ia is que e ng e ndra m e d is simu la m a rea lid ade co mo meca n is mo de po der, o que permit irá a mp liar o cic lo virt uo so de no va s a ná lis e s, re fle xõ e s e int er ve nçõ es no rea l. Da í o se nt ido heur íst ico do est udo, a bert o às po ss ibilid ade s de no va s cr ít ic as e int erpret açõ es.

Não o bst ant e, espera mo s qu e co m a le it u ra des se t raba lho po ss a m ser la nça da s luz es ao limit e do t e mpo e das c ircu nst â nc ia s hist ó r ica s d e sua pro dução , de ma ne ira q ue no e nco nt ro de o lhare s po ssa e merg ir no vas po s s ib ilida de s de apro pr iaç ão e produção de co nhec ime nt o s, as s i m co mo no s pro põ e V iníc iu s de Mo raes (200 9):

“Que a luz dos olhos meus Na luz do s olho s teus resolvem se encontrar!”.

2. REES TRU TURA ÇÃO PROD UT IVA DO CA PI TAL26: GÊN ESE D A