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Dados abertos aplicados no processo de geoprocessamento envolve etapas como aqui- sição, análise, armazenamento, exibição e distribuição de informações geográficas. A aquisição engloba a busca de fontes de informações proprietárias ou abertas com o intuito de gerar uma base que contenha dados georreferenciados.

Uma importante fonte de informação disponível refere-se aos dados abertos4 carac- terizados como disponíveis para utilização e redistribuição pública, sem restrições de licenças, patentes ou mecanismos de controle. Restrições tecnológicas como a estruturação e leitura dos dados por qualquer tipo de mecanismo computacional (PMC, 2015)estão associadas a dados abertos.

A Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Civil, 2015), regula o acesso a infor- mações conforme previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal. Um caso em particular aplica-se a Legislação municipal vigente em Curitiba, capital do Estado do Paraná, em relação ao Decreto no 1135/2012 que regulamenta a Lei Federal no 12.527 e trata do acesso às informações públicas.

A Prefeitura Municipal de Curitiba - PMC (PMC, 2015) disponibiliza uma série de bases de dados em formatos de leitura específicos, o que possibilita georreferenciar seus da- dos. Os dados da PMC estão aderentes as normas e padrões especificados pelo órgão Federal denominado, Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE (INDE, 2015) em específico a Caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro e ao perfil de metadados geoespaciais do Brasil.

Outro órgão aderente a política de dados abertos é o Instituto de Pesquisa e Plane- jamento Urbano de Curitiba - IPPUC (IPPUC, 2015), o qual disponibiliza diferentes arquivos georreferenciados em formato DATUM SAD69.

Ambos PMC e IPPUC seguem orientações e padronizações descritas na arquitetura referente a padrões de interoperabilidade do governo eletrônico - ePING (ePING, 2015) que define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas para regulamentar a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação na interoperabilidade de serviços do governo eletrônico, estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral.

A arquitetura ePING especifica alguns componentes principais como interconexão, segurança, meios de acesso, organização e intercâmbio de informações. Para cada um são especificados conjuntos de padrões.

Na sequência são apresentadas algumas aplicações como o visualizador do Departa- mento de Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE baseado em dados abertos e outras baseadas em fontes de dados mistas.

INDE

O Departamento de Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais possui um visualiza- dor de mapas (INDE, 2015) que permite a observação e manipulação de dados espaciais e a utilização de funções para operacionalizar alguns cálculos

A Figura 2.11-a apresenta a tela inicial de visualização do INDE. Do lado esquerdo estão disponíveis diversas camadas georreferenciadas para que o usuário possa inseri-las ao mapa, neste caso uma porção da cidade de Curitiba no Estado do Paraná. Do lado direito da mesma imagem está a visualização do mapa.

A Figura 2.11-b apresenta uma visualização georreferenciada do território Brasileiro observando as seguintes escolhas: em (1) escolhida a camada PAC / Transportes / Transportes / Rodovias obtendo-se a visualização sobre o território Brasileiro de todas as obras do PAC que envolvem transportes. Na sequência, sobre o mapa foi escolhido um ponto em (2) referente a uma das obras na cidade de Curitiba e por fim em (3) apresentadas algumas informações referentes a esta obra.

A visualização disponível no INDE agrega diferentes tipos de dados, inclusive os georreferenciados, permitindo uma visualização espacializada de equipamentos e a aplicação de cálculos como distâncias entre eles.

Figura 2.11: INDE: a - aplicação INDE, b - INDE PAC (INDE, 2015).

A Figura 2.12-a apresenta a utilização de uma função espacial para cálculo de dis- tância entre dois pontos. Neste exemplo é apresentado o comprimento da Rua Sete de Setem- bro, localizada em Curitiba. Na Figura 2.12-a-(1) é escolhida a função de distância, na Figura 2.12-a-(2) é demarcada a área de início e fim para cálculo por uma linha em azul e na Figura 2.12-a-(3) é apresentada a distância. Já na Figura 2.12-b utilizando a aplicação GoogleMaps, é demonstrada a utilização da funcionalidade de distância, onde na Figura 2.12-b-(1) é demarcada a área de início e fim para cálculo por uma linha em azul e na Figura 2.12-b-(2) é apresentada a distância. Os resultados entre as duas figuras apresentaram uma pequena diferença em relação a distância.

Figura 2.12: Mapa de funções espaciais: a - função espacial INDE (INDE, 2015), b - função espacial GoogleMaps (GoogleMaps, 2015).

Sistema de Informação para Cidades

A cidade de Chicago - Estados Unidos dispõe de um conjunto de diferentes mapas georreferenciados acessíveis aos cidadãos e com informações de módulos policiais, unidades do corpo de bombeiros, escolas, hospitais, rotas de trânsito. O aumento na qualidade da tomada de decisão e a melhora na prestação de serviços à cidade de Chicago em relação as diferentes opções de navegação e escolha dos serviços disponíveis (Chicago, 2015) são algumas das van- tagens obtidas. A Figura 2.13 apresenta parcialmente o mapa de Chicago e algumas camadas georreferenciadas: escolas, bibliotecas e pontos de acesso à internet.

Figura 2.13: Mapa da cidade de Chicago (Chicago, 2015).

Outros portais contendo informações georreferenciadas podem ser visualizados em Nova York5.

Geoprocessamento aplicado a saúde

A análise dos casos de tuberculose na cidade de Barcelona - Espanha permitiu o de- senvolvimento de uma aplicação utilizando informações georreferenciadas e serviços disponibi-

lizados na web para atender a necessidade de produção de mapas com informações especializa- das. O intuito foi a identificação das áreas mais afetadas, monitoramento espacial dos casos ao longo do tempo e rastreamento da expansão da doença. Para extração dos dados georreferenci- ados do banco de dados foi utilizado um conjunto de funções espaciais, conforme demonstrado na (Figura 2.14-a), área demarcada com um retângulo vermelho. Para cada caso de tuberculose foi agregada a informação da latitude e longitude obtida na geometria do tipo point, conforme demonstrado na (Figura 2.14-b) através da classe Point. Para os casos de áreas foi utilizada a geometria do tipo polygon conforme demonstrado na (Figura 2.14-b).

Figura 2.14: Modelo de análise voltado a tuberculose: a - arquitetura, b - diagrama de classes (Dominkovics et al., 2011), (Adaptada pelo autor).

2.2.1

Desafios

Muitos são os desafios encontrados ao se trabalhar com dados abertos, como os des- critos abaixo:

• Aquisição de dados íntegros e com qualidade; • Georreferenciamento dos dados;

• Melhoria na integração de informações provenientes de diferentes fontes de dados (Cha- gas et al., 2004), (Shao et al., 2012);

• Inserção e gestão do metadados de uma base de dados abertos (Jokar Arsanjani et al., 2013);