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5. ESTUDO DE CASO – SETOR HABITACIONAL SOL NASCENTE TRECHO

5.2. Dados do Projeto Urbanístico

O Projeto Urbanístico do Trecho 3, obtido na CODHAB em meio digital, faz parte do Projeto Integrado de Regularização do Setor Habitacional Sol Nascente e é composto basicamente pela Planta Urbanística URB-RP 092/10 e pelo Memorial Des- critivo MDE-RP 092/10. A área total da poligonal é de 380,4802 hectares, com a popu- lação total estimada em 23.085 habitantes e densidade é de 60,67 habitantes por hectare, dentro do limite estabelecido para média densidade no PDOT/2009. Segundo o memori- al do projeto urbanístico (Saint Germain, 2009), considerando as ações de regularização, os lotes do Trecho 3 ficam definidos como:

Tabela 5.1: Quadro de lotes do Trecho 3 do Setor Habitacional Sol Nascente

Quantitativo de Lotes

Uso do Solo Lotes a serem regularizados Residencial (Habitação Unifamiliar) - R 5601 5601

Misto (Habitação Unifamiliar, Comercial e Prestação de

bens e serviços) - M 411

Comercial - C 14

Coletivo ou Institucional - I 3 Equipamento Público Comunitário - EPC 25

Equipamento Público Urbano - EPU 3

Equipamento Privado - EPR 1

Espaço Livre de Uso Público - ELUP 4

Chácaras Produtivas 27

Comercial, Industrial e Institucional - CII 1 Templo Religioso e Assistência Social – T/AS 3

Total 6093

Fonte: MDE/RP 092/10 - CODHAB (Germain, 2009)

A distribuição de Equipamentos Públicos Comunitários/EPC, devido à falta de espaços disponíveis para melhor alocação, tem distâncias que dificultam seu usufruto por parte considerável da população. As áreas dos 2 parques urbanos e dos 3 lineares são propostas para desenvolvimento futuro, conforme ilustra a figura 5.9. Segundo o EIA/RIMA, os parques “foram propostos para colaborar no suprimento de espaços vol- tados para prática de esporte e lazer, contribuindo para elevação da qualidade de vida da população local”. Na Tabela 5.2, as áreas para parques são descritas em função de suas características.

Tabela 5.2: Áreas para Parques no Trecho 3 do Setor Habitacional Sol Nascente PARQUES ÁREA NON AEDIFICANDI (M²) ÁREA ÚTIL (M²) ÁREA TOTAL (M²) SITUAÇÃO FÁTICA PEDOLOGIA/ FITOFISIONOMIAS 1. Parque da Lagoinha - 58.510,04 58.510,04 Ocupação total - 2. Parque Urbano 1 4.256,99 290.630,03 294.887,02 Ocupação parcial Gleissolo APP Vereda 3. Parque Linear Pequizeiro 245.520,10 186.801,96 432.322,06 Ocupação parcial Gleissolo/Latossolo APP Mata Ciliar

4. Parque Urbano 2 - 300.510,41 300.510,41 Ocupação parcial Cambissolo/Gleissolo/Latossolo Campos/APP Vereda 5. Parque Linear Embira Branco 7.189,77 144,283,67 151.473,44 Ocupação parcial Cambissolo/Latossolo Diversas Fitofisionomias Fonte: MDE/RP 092/10 - CODHAB (Germain, 2009). Adaptado.

Contexto da impermeabilização no uso do solo

Em Ceilândia Tradicional, como na figura 5.10, as calçadas são reduzidas para dar espaço à circulação de veículos, ainda pequeno se considerado o provável estacio- namento paralelo aos lotes. A maior parte das garagens estão localizadas nos afastamen- tos frontais e suas coberturas têm os beirais extrapolando os limites dos lotes, com cai- mento de águas pluviais direto para a rua. Observando as vias locais do Trecho 3 do SHSN, como mostra a figura 5.11, percebe-se que a largura dos logradouros públicos ainda menor, o que levou à adoção de caixa de via compartilhada entre pedestres e veí- culos, isto é, sem calçadas, no projeto de pavimentação e drenagem.

Figura 5.10: Rua na QNP 15 de Ceilândia Tradicional, Região do Barril, contida em área de contribuição envolvida nos lançamentos da ARIS Sol Nascente. Fonte: Imagem do Google Earth, Street View, editada (2019).

Figura 5.11: Rua do Trecho 3 com dimensões de logradouro público inferiores às normas viárias do DF e, em muitos casos, não haverá separação entre calçada e faixa de rolamento por falta de espaço. Fonte: Acervo do autor (2019).

O grau de impermeabilização predominante no interior dos lotes na Ceilândia Tradicional (figura 5.12) chega aos 100%. Se compararmos com a situação da ARIS, na figura 5.13, percebe-se que a tendência à impermeabilização completa do lote é se- melhante, com alguns indivíduos arbóreos envolvidos por piso impermeável. Em ambas

as fotos, os lotes têm área aproximada de 200,00 m2, com tipologias de ocupação seme-

lhantes. Infere-se que as duas situações tem relação com o tempo de ocupação, durante o qual, os moradores ampliam suas áreas impermeáveis, substituindo praticamente toda a vegetação por edificações e áreas cobertas ou calçadas, impermeáveis, no interior dos lotes, em função da pouca área disponível para construção.

Figura 5.12: Rua na QNP 15 de Ceilândia Tradicional com dimensões de logradouro inferiores às normas do DF, com características de ocupação dos lotes consolidada em 100% de impermeabilização. Fonte: Imagem do Google Earth.

Figura 5.13: Rua do Trecho 3 da ARIS Sol Nascente com dimensões de logradouro inferiores às normas do DF, com características de ocupação dos lotes que tendem a 100% de impermeabilização. Fonte: Imagem do Google Earth.

A infraestrutura básica e os equipamentos públicos estão sendo implantados aos poucos pelas ações de governo que, ainda que sejam lentas e fragmentadas, trazem be- nefícios socioambientais cumulativos. No entanto, percebe-se a ausência de áreas para lazer onde possam ser alocados Ponto de Encontro Comunitário/PEC, quadras esporti- vas e ciclovias, sobretudo em áreas de parques ou jardins, conforme indica a figura 5.14, que mostra a percepção dos moradores da ARIS contida na pesquisa realizada pela Co- deplan no PDAD 2018, na qual a população demonstra não haver áreas de lazer e espor- te, apesar de tantas áreas destinadas a parques. Na figura também é possível verificar a diferença do SHSN para a área de Ceilândia Tradicional, onde de 52,1 a 73,7% dos mo- radores declararam-se atendidos por parques, jardins, ciclovias, PECs e quadras de es- porte.

Figura 5.14: Percepção da população sobre o atendimento de infraestrutura relacionada a lazer, esporte e meio ambi- ente em Ceilândia Tradicional e nas ARIS Sol Nascente e Pôr do Sol. Fonte: CODEPLAN/PDAD (2018).