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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 Dados Relacionados às Atividades na Farmácia

Os dados pertinentes às atividades desenvolvidas nas farmácias comunitárias estão explicitados na Tabela 3.

TABELA 3 – Dados relacionados às atividades desenvolvidas na farmácia, pelos farmacêuticos comunitários, em Natal/RN, 2010-2011, (n=175) DADOS RELACIONADOS À ATIVIDADE

NA FARMÁCIA N FREQUÊNCIA %

É proprietário da

farmácia? Não Sim 158 17 90 10

Carga horária (CH) exercida (horas/dia) 4 16 9 6 21 12 8 98 56 12 34 19 Maior que a CH permitida 5 3 Outra 1 1 A CH influencia seu

desempenho? Sim Não 111 64 64 36

Salário Piso Acima do piso 146 24 83 14

Abaixo do piso 5 3 Satisfação com o salário* Insatisfeito 76 44 Muito insatisfeito 53 30 Satisfeito 43 25 Muito satisfeito 3 1 O salário influencia no desempenho das atividades? Sim 91 52 Não 84 48 Recebe comissões na venda de medicamentos? Não 97 55 Sim 78 45 Procura do usuário

pelo farmacêutico Sempre Raramente 136 39 78 22 Satisfação do usuário* Boa 91 52 Muito boa 81 46 Ruim 3 2 Péssima - - Áreas da cidade em

é mais solicitado VI 25 19

V 23 17

IV 10 7

I 4 3

(*Escala de Satisfação Simples)

Dos farmacêuticos entrevistados, apenas 10% (n = 17) eram proprietários de farmácias. Não houve co-relação significativa entre sexo (p = 0,14), idade (p = 0,20), ter pós-graduação (p = 0,30) ou não e área (p = 0,32) em relação a ser proprietário de farmácia (qui-quadrado Mantel-Haenszel = 0,27, teste exato de Fisher = 0,17).

A Lei 5.991 (BRASIL, 1973) autorizou a propriedade de farmácias e drogarias por pessoas que não são farmacêuticos abrindo a oportunidade para o mercantilismo pura e simplesmente nestes estabelecimentos. Em muitos países da Europa (Portugal, Alemanha, Suécia, Bélgica, Suíça, Irlanda do Norte, Itália, Espanha e França) e em outros como Estados Unidos, Austrália e Argentina, a propriedade de farmácias e drogarias é exclusiva do farmacêutico, incluindo seus sócios. (ANTONINI, 2011).

Não foi analisado neste estudo o fato da farmácia com proprietário farmacêutico ser melhor ou mais responsável nos quesitos saúde, presença e valorização de seus farmacêuticos, estrutura e atenção farmacêutica.

Observou-se também que a maioria dos farmacêuticos (56%, n = 98) trabalha 8h/dia totalizando uma carga horária de 40h/semanais (IC95% 48,3 - 63,5) e 64% (n = 111) afirmaram que a carga horária influencia no desempenho do seu trabalho. Perguntados sobre o porquê desta influência, 69% (n = 76) afirmaram que a carga horária era “cansativa”. Em estudos semelhantes em Umuarama-PR (PADUAN; MELLO; DOBLISNSKI, 2005) e Santa Catarina (FRANÇA FILHO et al., 2008), 41,9% e 52,4%, respectivamente, exercem, em sua maioria, 8h/dia de trabalho. Não foi observado se a quantidade de farmacêuticos por farmácia em Nata/RN diminui ou não a carga horária de trabalho de cada um deles, mas sabe-se na prática que quanto mais profissionais farmacêuticos melhor a distribuição de tarefas e menor acúmulo de funções (PADUAN; MELLO; DOBLISNSKI, 2005).

A carga horária continua sendo motivo de muita insatisfação do farmacêutico, como analisado nesta pesquisa. Não é trabalhar “menos” e sim trabalhar com “mais” qualidade. Desde 2007, por solicitação do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e

outras entidades representativas da profissão farmacêutica, foi requerida junto à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado a discussão do Projeto de Lei da Câmara dos Deputados n°. 113/05, que assegura ao farmacêutico uma jornada de trabalho não superior a 30 horas semanais (BEATRIZ, 2011). O projeto em discussão faz parte de uma luta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pela redução da carga horária de todos os trabalhadores de Saúde e tem o respaldo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A jornada de 30 horas é recomendada porque ela beneficia pacientes, usuários e trabalhadores de saúde do mundo inteiro. Nas jornadas extenuantes a qualidade do atendimento da população é comprometida. Levando em conta o desgaste e os riscos de determinadas profissões, várias categorias da saúde já tiveram sua jornada de trabalho reduzida: médicos (20 horas), técnicos em radiologia (24 horas), fisioterapeutas e terapeutas educacionais (30 horas). Outras carreiras que trabalham sob estresse, pressão e fadiga, como metroviários, telefonistas e ascensoristas também já garantiram jornadas menores.

Atualmente, o Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Norte (SINFARN) tem feito uma série de acordos de trabalho com o empresariado do ramo de farmácias em Natal. Estes acordos visam assegurar e estabelecer o cumprimento dos direitos trabalhistas dos farmacêuticos e tratam, dentre diversos pontos, principalmente da carga horária de trabalho (diária, semanal e plantões), salário e contratação de pessoal. Os acordos tem sido individualizados visto que cada estabelecimento possui suas particularidades de porte, serviços e horários. Isto pode ser favorável, mas também pode contribuir para não-uniformização do profissional farmacêutico na cidade, enfatizando algumas importantes e preocupantes discrepâncias (principalmente em relação à carga horária e salário). Muito já se conquistou, mas ainda resta muita discussão.

Quanto ao salário recebido, na maioria (83%, n = 146), encontra-se em conformidade com o piso mínimo exigido pela categoria no Rio Grande do Norte. Já quanto ao nível de satisfação salarial, a maior parte está „muito insatisfeita‟ (30%, n = 53) com o salário. Perguntados se o salário influencia no seu desempenho, 52% (n = 91, IC95% 44,3 - 59,6), disseram que sim e destes, 68% (n = 62) afirmaram que o baixo salário desvaloriza o profissional e os desestimula para exercer melhor suas

atividades. Não houve co-relação significativa entre sexo (p = 0,30), idade (p = 0,28) e área (p = 0,30) com salário recebido (Qui-quadrado = 2,4310) e satisfação salarial (Qui-quadrado = 9,0290).

Uma pesquisa feita em Florianópolis, Santa Catarina, revelou que quanto maior é a jornada de trabalho maior é a renda mensal do farmacêutico e que um dos entrevistados recebia até R$ 450,00 por mês, trabalhando de 9 a 12 horas diárias, e que ele era o proprietário da farmácia (FRANCESCHET; FARIAS, 2005). Estudo feito em Jundiaí-SP mostrou que 67,1% dos farmacêuticos comunitários entrevistados recebiam entre 4,8 e 6,3 salários mínimos (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009).

O piso salarial mais baixo da categoria (na cidade de Natal e em várias do Brasil) é o de farmacêutico que atua em farmácias e drogarias. Atualmente em Natal/RN, segundo o SINFARN, encontra-se no valor de R$ 1.815,29 (para uma jornada de trabalho de 8h/dia de segunda a sexta-feira). Para os farmacêuticos que atuam na manipulação, R$ 1.996,82; para o hospitalar, R$ 2.000,00 e para o analista clínico, R$ 1.980,00 (todos para jornada de 08h/dia de segunda a sexta-feira). Não há dúvida, que este piso salarial foi uma conquista importante conseguida ao longo dos anos, mas o questionamento que se faz é por que esta diferença? Seria o farmacêutico comunitário menos valorizado ou importante que o hospitalar, industrial, analista clínico, pesquisador? Trabalharia este menos horas ou teria menos “trabalho” a fazer?

A fim de não persistirem tais diferenças, tramita na Câmara dos Deputados desde 2009, o Projeto de Lei 5.359/09, que regulamenta a profissão de farmacêutico. A proposta estabelece para a categoria piso único salarial de R$ 4.650,00 a ser reajustado na data da publicação da Lei, de acordo com a inflação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O piso salarial é um direito de todo profissional. Atualmente inúmeros profissionais da área de saúde acumulam mais de um emprego para obter uma remuneração digna. O desgaste por essa situação compromete a saúde do trabalhador e a qualidade de seu atendimento. Enquanto nada for decidido, as discrepâncias continuam a existir: há lugares, em que o piso é de R$ 1.200,00, em outros passa dos R$ 2.500,00. Há farmacêuticos, como os peritos criminais, que recebem salários acima de R$ 10.000,00 (BRANDÃO, 2009c).

Verificou-se que 55% (n = 97) dos farmacêuticos comunitários em Natal/RN (IC95% 47,7 - 62,9) não recebem comissões de vendas sobre medicamentos (TAB. 4). Mesmo que seja paga pela venda de um medicamento similar ou de referência, a comissão não é proibida e varia de acordo com os acertos entre as redes de farmácias e os laboratórios. O pagamento de comissões sobre a venda de medicamentos é alvo de críticas por estimular o consumo desmedido e a “empurroterapia”, mas será que o não-recebimento dessas comissões somente pelo profissional farmacêutico resolveria esta questão?

Perguntados de maneira informal, muitos se dizem “contra” esta proibição, pois complementam suas rendas com as comissões e que, de qualquer forma, os balconistas continuariam recebendo-as não abandonando algumas práticas abusivas. No site do CRF/RN encontra-se uma consulta pública para avaliar a opinião das pessoas e profissionais sobre ser de acordo ou não que o farmacêutico receba comissões sobre vendas nas farmácias.

Quanto à procura dos usuários pelos farmacêuticos nas farmácias comunitárias, 78% (n = 136, IC95% 70,8 - 83,6) dos farmacêuticos disseram serem sempre requisitados seja pessoalmente ou por telefone. A receptividade dos usuários quanto ao trabalho desenvolvido pelo farmacêutico (52%, n = 91, IC95% 38,7 - 54,0) foi caracterizada, em sua maioria, como “boa”. Para melhorar a relação farmacêutico/usuário, 17% sugeriram divulgar mais os serviços farmacêuticos nas farmácias comunitárias, 13% recomendaram que o farmacêutico se fizesse mais presente e 10% indicaram melhorar a estrutura das farmácias para a realização da atenção farmacêutica.

Verificou-se ainda que a área onde o farmacêutico é mais procurado é a Área III (30%, n = 41) e as menos procuradas, a I e IV.

A Área III compreende os bairros Igapó, Lagoa Azul, Pajuçara, Potengi e Redinha. Estes bairros pertencem à Região Administrativa Norte de Natal, maior zona da cidade tanto em extensão como em número de habitantes, além do que reúne uma população onde o nível sócio-econômico é considerado mais baixo. Essa área apresenta a segunda maior relação habitante/farmácia (TAB.4).

A Área IV compreende os bairros Cidade da Esperança, Dix-sept Rosado, Felipe Camarão, Bom Pastor, Cidade Nova e N. S. de Nazaré, todos da Região

Administrativa Oeste, com população de nível sócio-econômico também considerado baixo. Essa área apresenta a maior relação habitante/farmácia (TAB. 4).

Surge aí um paradoxo ao se comparar as Áreas III e IV, já que ambas tem praticamente as mesmas características. A primeira foi aquela onde os farmacêuticos foram mais procurados e a segunda foi uma daquelas onde o farmacêutico foi menos procurado. Provavelmente, a causa determinante que leva o usuário a procurar informações ou serviços prestados pelo farmacêutico está fora das características apontadas e poderá ser objeto para novas pesquisas a serem realizadas dentro dessa temática.

TABELA 4 – Demonstrativo da relação habitante/farmácia nas áreas de fiscalização do CRF/RN, Natal/RN, 2010

ÁREAS DE

FISCALIZAÇÃO HABITANTESa FARMÁCIASNº DE b RELAÇÃO

HAB/ FARMÁCIAS ÁREA I 23.439 14 1.674 ÁREA II 125.103 82 1.525 ÁREA III 284.668 84 3.388 ÁREA IV 137.712 30 4.590 ÁREA V 75.433 54 1.396 ÁREA VI 91.796 56 1.639 Fonte: a – Natal (2009a) b – CRF/RN (2010)

Com relação às atividades realizadas pelos farmacêuticos, a orientação ao usuário é a mais citada, seguida da intercambialidade entre genéricos, dispensação e gestão de controlados (TAB. 5).

TABELA 5 - Atividades realizadas pelos farmacêuticos nas farmácias comunitárias, Natal/RN, 2010-2011, (n = 175)

ATIVIDADES FREQUÊNCIA N %

Relacionadas à

atenção farmacêutica Orientação ao usuário

162 93

Dispensação 136 78 Verificação da pressão arterial 64 37

Aplicação injetáveis 52 30 Acompanhamento farmacoterapêutico 44 25 Palestras 37 21 Verificação da glicemia 16 9 Nebulização 2 1 Relacionadas à área administrativa Gestão de controlados 126 72 Gestão de estoque 98 56 Gestão de vendas 81 46 Treinamento de auxiliares 66 38 Gestão manutenção da farmácia 63 36

Gestão de pessoas 47 27

Atendimento ao cliente no caixa 43 25

O nível de satisfação quanto às atividades citadas foi alto apresentando, em sua maioria, o nível S (satisfatório) com média de 63% das respostas (TAB. 6).

TABELA 6 – Nível de satisfação nas atividades realizadas pelos farmacêuticos nas farmácias comunitárias, Natal/RN, 2010-2011

ATIVIDADES* NÍVEL DE SATISFAÇÃO MS S I MI N % N % N % N % Rel ac ion adas à a ten çã o farm ac êut ic a Orientação ao usuário 32 20 113 70 14 8 3 2 Intercambialidade genéricos 31 21 103 73 8 6 - - Dispensação 17 12 96 69 23 15 5 4 Verificação da pressão arterial 15 23 41 64 8 13 - - Aplicação injetáveis 11 22 37 72 4 6 - - Acompanhamento farmacoterapêutico 8 18 28 64 7 16 1 2 Palestras 5 11 31 86 1 3 - - Verificação da glicemia - - 14 88 2 12 - - Nebulização 2 100 - - - - Rel ac ion adas à á re a admini strati va Gestão de controlados 23 18 78 61 22 19 3 2 Gestão de estoque 3 3 71 73 24 24 - - Gestão de vendas 12 15 27 33 25 31 17 21 Treinamento de auxiliares 12 18 50 75 4 7 - - Gestão manutenção da farmácia 3 5 45 71 10 16 5 8 Gestão de pessoas 5 10 35 76 5 10 2 4 Atendimento ao cliente no caixa 7 16 16 37 8 19 12 28

(*Escala de Satisfação Simples. MS: muito satisfeito; S: satisfeito; I: insatisfeito; MI: muito insatisfeito)

As atividades com índices de satisfação mais altos foram aquelas ligadas à atenção farmacêutica como palestras na comunidade, verificação da pressão arterial, verificação de glicemia e orientação ao usuário. As atividades que apresentaram menores índices de satisfação são aquelas ligadas à área administrativa como gestão de vendas, atendimento de clientes no caixa, gestão de estoque e gestão de controlados. Não foram observados aspectos de sistematização e documentação dessas atividades.

Perguntados sobre em quais destas atividades os farmacêuticos dedicam mais tempo, a maioria disse ser na dispensação (GRÁF. 1).

GRÁFICO 1 - Atividades em que o farmacêutico dedica mais tempo

A RDC nº. 328, de 22 de julho de 1999 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA que dispõe sobre requisitos exigidos para a dispensação de produtos de interesse à saúde em farmácias e drogarias, estabelece que

6.2. São inerentes ao profissional farmacêutico as seguintes atribuições: (...)

b) estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição de medicamentos e demais produtos

d) assegurar condições adequadas de conservação e dispensação dos produtos;

e) manter arquivos, que podem ser informatizados, com a documentação correspondente aos produtos sujeitos a controle especial;

h) manter atualizada a escrituração;

i) manter a guarda dos produtos sujeitos a controle especial de acordo com a legislação específica (BRASIL, 1999).

Por sua vez, a Resolução nº. 357, de 20 de abril de 2001, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que aprova o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia, em seu artigo 19 fixa as atribuições do profissional farmacêutico, dentre as quais se destacam:

I) assumir a responsabilidade pela execução de todos os atos farmacêuticos praticados na farmácia, cumprindo-lhe respeitar e fazer respeitar as normas referentes ao exercício da profissão farmacêutica;

III) supervisionar os medicamentos e substâncias medicamentosas em bom estado de conservação, de modo a serem fornecidos nas devidas condições de pureza e eficiência;

VI) manter os livros de substâncias sujeitas a regime de controle especial em ordem e assinados, demais livros e documentos previstos na legislação vigente;

XIV) informar as autoridades sanitárias e o Conselho Regional de Farmácia sobre as irregularidades detectadas em medicamentos no estabelecimento sob sua direção técnica;

XV) manter medicamentos e demais produtos sob sua guarda com controle de estoque que garanta no mínimo o reconhecimento do lote e do distribuidor (BRASIL, 2001).

É importante salientar que foi observado nesta pesquisa vários desvios de função do farmacêutico, como por exemplo: farmacêuticos trabalhando como balconistas; atuando como caixa; em escalas de limpeza (até de banheiros); descarregando mercadorias; panfletando; participando de eventos externos fantasiados para marketing da empresa, dentre outras situações.

O exercício destes desvios de função ocorre por desconhecimento da legislação, por deficiência no quadro de funcionários ou por medo ou ameaça da perda do emprego. O Ministério Público do Trabalho tem fiscalizado e notificado estabelecimentos e profissionais farmacêuticos que permanecem descumprindo a legislação que rege a profissão farmacêutica, seus direitos e deveres.

Em relação às atitudes e percepções no desenvolvimento de atividades relacionadas à atenção farmacêutica o escore positivo foi encontrado na pergunta

„percebe quando o usuário não entende orientação dada‟, com resposta de 48% (n = 85 para „sempre‟. O escore mais negativo foi o da pergunta „se o farmacêutico se sente trabalhando em equipe com o médico‟, com 59% (n = 103) dizendo que „nunca‟ (TAB. 7).

A atenção farmacêutica é mais efetiva quando há colaboração de outros profissionais de saúde em especial dos médicos, uma vez que muitos problemas encontrados durante o seguimento devem ser solucionados pelos prescritores (HEPLER; STRAND, 1990).

TABELA 7 - Atitudes e percepções dos farmacêuticos com relação aos aspectos da atenção farmacêutica, Natal/RN, 2010-2011, (n=175)

ATITUDES E PERCEPÇÕES* NUNCA

QUASE

SEMPRE SEMPRE

N % N % N %

Sente-se responsável pelos bons ou maus resultados do uso de

medicamentos por seus usuários? 23 13 90 52 62 35

Julga-se capaz de intervir no uso de medicamentos de um usuário a partir da percepção de um problema?

7 4 96 55 72 41 Percebe quando o usuário não entende

orientação dada? 3 2 87 50 85 48

Percebe do usuário confiança com

relação ás orientações dadas por você? 6 3 94 54 75 43 Sente-se em trabalhando em equipe

com o usuário? 29 17 89 51 57 32

Toma atitudes para resolver problemas referentes a medicamentos em um usuário?

4 2 92 53 79 45

Procura saber resultado da ação? 38 22 80 46 57 32

Sente-se trabalhando em equipe com o

médico? 103 59 62 36 10 5

Sente-se seguro para discutir com o médico algo sobre uso de

medicamentos de um usuário?

41 24 75 43 59 33

Perguntados se os farmacêuticos recomendariam a atividade do farmacêutico em farmácia comunitária para alguém, 64% (n = 112) afirmaram que sim. Este dado é importante, mostrando que apesar de todas as dificuldades e “reclamações” dos farmacêuticos sobre sua profissão, mesmo assim eles ainda a recomendam e a incentivam para outras pessoas. Dos que disseram sim, 45% (n = 51) responderam que recomendariam porque o farmacêutico na farmácia comunitária tem a oportunidade de „ajudar as pessoas‟. Dos que disseram não, 57% (n = 36) não recomendaria esta profissão por ser „mal paga‟ e não ter „reconhecimento pela sociedade‟.

Sobre a maior dificuldade encontrada para o farmacêutico exercer suas atividades na farmácia, a resposta que apresentou maior escore (maior dificuldade) foi o baixo salário (média = 7,1), seguida da carga horária pesada (média = 6,9) e falta de local adequado para atender ao público (média = 6,8) (TAB. 8). Esta tabela foi feita com a escala de respostas tipo Likert de 1 a 9. As perguntas foram elaboradas de modo que quanto maior o escore da resposta, maior a dificuldade que este item causa para que o farmacêutico exerça suas atividades. Verificou-se em uma escala de 1 a 9 que a média das respostas foi de 6,4 (Desvio Padrão = 2,6).

TABELA 8 - Dificuldades encontradas para o farmacêutico exercer suas atividades em farmácias comunitárias, Natal/RN, 2010-2011, (n=175)

DIFICULDADE* MÉDIA PADRÃO DESVIO

Baixo salário 7,1 2,1

Carga horária pesada 6,9 2,4

Falta de local adequado para atender o público 6,8 2,2 A "empurroterapia" dos donos de

farmácia/balconistas/laboratórios 6,7 2,6

Falta de reconhecimento do público 6,5 2,4

Falta de fiscalização 6,0 2,9

Desvios de função e práticas abusivas 5,8 3,2

Falta de conhecimento técnico 5,5 3,0

(*Escala de Likert)

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