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2.2. REORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ESTADO DE GOIÁS

2.2.3. DCRC E A SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Cada região tem o seu próprio documento de caráter normativo escolar, e no estado cearense temos sob intitulação de o Documento Curricular Referencial do Ceará – DCRC, por disciplinas e também por habilidades específicas, podendo ser acessado por quem tiver interesse, basta procurar no site do governo. Ancorado na BNCC, a DCRC propõe diferentes modalidades organizativas de aulas, coexistindo e se articulando, tais como na forma de projetos pedagógicos, de sequências didáticas, de atividades permanentes, ocasionais e extraordinárias.

CAPÍTULO III

4 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DO ARTISTA PROFESSOR PESQUISADOR

3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Neste capítulo damos destaque para o relato de experiência do processo de desenvolvimento da sequência didática como orientação didático-pedagógica em um projeto de formação inicial de professor. Esta descrição permitirá entender e construir nossa análise crítica sobre a abordagem teórico-metodológica abordada neste estudo. Estabeleço relações com minha própria experiência enquanto sujeito propositor e construtor, numa abordagem auto formativa.

3.2. PIBID – SUBPROJETO EM ARTES VISUAIS

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, do qual a Universidade Regional do Cariri - URCA, desde 2012 participa com 11 licenciaturas, dentre elas com o Subprojeto Licenciatura em Artes Visuais. Onde 24 estudantes do curso, foram selecionados para atuar em três núcleos de atuação do município de Juazeiro do Norte, ministrando oficinas no componente curricular Arte.

No ano de 2014 o programa foi ampliado atendendo quatro escolas públicas do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, também pertencente ao município de Juazeiro do Norte, agora contando com 36 estudantes bolsistas.

E apresentando a seguinte tríade estruturante:

• Processos Poéticos de Criação Artística: Oficinas realizadas pelos estudantes, que terá como base a aprendizagem dos graduandos, adquirida durante o processo de formação no Curso de Artes Visuais, junto a suas habilidades;

• Grupo de Pesquisa como lugar da Reflexão: dentro do grupo de Pesquisa Ensino da Arte em Contextos Contemporâneos- GPEACC/CNPq, na linha de pesquisa Didática do Ensino das Artes Visuais, liderado pelo professor/

orientador- Dr. Fábio José Rodrigues da Costa, o bolsista terá um espaço para dialogar, pesquisar e experimentar processos poéticos de Criação artística.

• Laboratórios de Escrita em/sobre Arte: espaço em que o bolsista terá lugar para escrever suas experimentações nos processos criativos, e nas oficinas realizadas nas escolas.

Num primeiro momento as atividades no PIBID/Artes Visuais se propuseram a ouvir os estudantes/participantes do programa falando sobre suas práticas e suas identificações com as linguagens das Artes Visuais experimentadas durante sua formação no curso. Dando ênfase nas capacidades criativas de cada um no desenho, pintura, quadrinhos, escultura, animação, instalação entre outras. Após essa sondagem, foram definidas quais linguagens seriam abordadas nas oficinas nas escolas, onde cada um propôs uma oficina de acordo com suas habilidades.

A proposta apresentada pelo estudante/autor desse texto para a oficina foi de realizar experimentos com técnica do cinema de animação que existe antes do cinema de ação real e pode ser feito com diversos recursos: areia ou massinha, bonecos, desenhos etc. Partindo de suas experiências com as pesquisas e experimentações com a linguagem da animação em contextos educativos desde o seu ingresso no curso.

Os artistas-professores entendem que a proposta de ensino precisa ser sólida e fundamentada, para que as pessoas compreendam que o fazer arte não resulta da intuição e improvisação, e sim de conhecimento, experiência e muito trabalho. Entendem ser necessários mostrar que as artes plásticas têm um código específico que precisa ser dominado para ser usado, o que requer um ensino que contemple conteúdos teóricos e práticos (ALMEIDA, 2009, p.100).

Os coordenadores do programa sugeriram uma dinâmica de trabalho para a organização e sistematização das atividades, dividindo os estudantes/bolsistas para formar grupos de trabalhos (GTs) com o critério de interesse comum nas mais diferentes linguagens das Artes Visuais, dado os perfis que iriam pôr em prática as habilidades artísticas com características semelhantes, sendo que em cada grupo ficaria um integrante designado para orientar os demais, podendo também ter um rodízio entre eles. Exercício que permite a troca de saberes entre os componentes do grupo que são de semestres diferentes, com a aproximação e familiaridade com determinados recursos, técnicas, materiais, linguagens e abordagens. Como são executadas primeiramente entre os Pibidianos, para após ser aplicado nas oficinas,

partimos para o contexto escolar com mais propriedade e segurança para ver, produzir e falar sobre Arte com os estudantes (Figuras- 20, 21 e 22).

Figura 20, 21 e 22- Grupo de trabalho Do Desenho à Animação, Fonte:

www.gpeacc.com, 2014.

Então a preparação para a atuação dos Pibidianos ocorreu em três momentos:

durante o grupo de pesquisa, nas reuniões gerais com os coordenadores do programa e também nos grupos de experimentações entre bolsistas, que se tornaram subgrupos do PIBID/Artes Visuais.

Dentro do GT Do desenho à animação, onde estava alocado os bolsistas com propostas que se baseavam no desenho, tínhamos como principal prática da linguagem com foco para a animação, e claro tendo em mente o perfil do público onde iríamos atuar, como receberiam as propostas e quais dificuldades teriam, uma vez que eles não têm o mesmo entendimento e habilidade para o desenvolvimento de tais práticas. Em grupo desenvolvemos técnicas do Flipbook, Zootrópio7, pixilation, câmara escura entre outras possíveis a serem exploradas com a linguagem abordada em questão. A pesquisa faz parte das experiências educativas, o professor precisa conhecer para partilhar, para construir saberes, pois o ensino exige o ato de pesquisar, de acordo com Freire, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.” (FREIRE, 2011, p.30).

Uma experiência a destacar, desenvolvida pelo GT, e adotada nas oficinas de Arte nas escolas, é a “Animação em Kraft8” experimento coletivo, que tem como base

7 Exemplo de cinema de animação inventado em 1834 pelo matemático William George Horner (Inglaterra, 1786-1837).

8Animação em Kraft, Motion Painters, está disponível no site Youtube no seguinte link: https://youtu.be/XDG6P5IbXKo

a técnica Motion-Painters9 com referência no trabalho10 do artista/professor Diego Akel (CE) para técnicas da área de animação experimental.

O procedimento técnico artístico se dando do seguinte modo: Com o auxílio de um tripé, a câmara foi posicionada com o campo de visão no suporte do trabalho que é o Papel Kraft e ajustada no timer automático para fotografar a cada cinco segundos, os integrantes foram desenhando com pincel e tinta guache a superfície em uma composição livre. Como sabiam que a câmera dispararia, foram trabalhando de modo criativo, se alternando em intervalos regulares, modificando a imagem rapidamente e se ocultando para aguardar o disparo. Para alcançar o objetivo foram produzidas mais de 600 fotografias (cada uma delas chamada de frames), que gerou um total de 0:27 segundos de animação (Figuras- 23, 24 e 25).

Figura 23, 24 e 25- Frames de Animação em Kraft, Fonte: YOUTUBE, 2014.

Provocado pelo grupo Do desenho à animação, o experimento11 também foi realizado dentro da semana de acolhimento pedagógico do Centro de Artes- URCA, em 16 de junho de 2015, na recepção dos estudantes calouros de 2014.2 de artes visuais e de teatro no intuito de se fazer apresentar o que se produz no curso (Figura- 26).

Figura 26 -Semana de acolhimento, Fonte: Acervo pessoal do autor, 2015.

9 Modificação e registro quadro-a-quadro controlado de imagens.

10 [Workshop film] Motion-painters; curta realizado com os exercícios em animação na técnica pintura-no-tempo (2014) disponível no seguinte link: https://vimeo.com/diegoakel

11 Experimento com calouros- Disponível no site Youtube no seguinte link:

https://youtu.be/ZO-AklQppzM

3.3. PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO PIBID – SUBPROJETO EM

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