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PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E CRIAÇÃO EM ARTES VISUAIS COM BASE

3.4. PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO PROCESSO DE

Em seguida, o autor analisa os conteúdos trabalhados a partir dos objetivos a serem alcançados, classificando-os como “...fundamentalmente procedimentais no que se refere ao uso do algoritmo e conceituais quanto á compreensão dos conceitos associados...” (ZABALA, 1998) (Quadro 1).

Quadro 1: ANÁLISE DA UNIDADE 2 QUANTO AOS CONTEÚDOS

1. Apresentação da situação_ _ _ _

2. Busca de soluções_ _ _ _ _ _ _

3. Aplicação do conteúdo_ _ _

4. Desenvolvimento das atividades_ _

5. Avaliação dos resultados_ _ _ _ _ _

6. Desempenho dos alunos/ Reflexão sobre a prática do professor

C_ _ _ C_ _ _ C_ _ _ C_ _ _ C_ _ _ P_ _ _

_ _ _ P_ _ P_ _ P_ _ P_ _ C_ _

_ _ _ A_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Obs. C- Conceituais; P- Procedimentais; A- Atitudinais; Fonte: ZABALA (1998, p.60).

Para a criação e execução da proposta pedagógica é importante adequar às orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quais habilidades da BNCC que estão relacionadas ao conteúdo curricular ou conhecimento das ações pedagógicas? pense também no tempo estimado, quantas aulas vai levar para a execução dessa sequência na sua sala de aula? Você vai anotar tudo que diz respeito ao processo ensino e aprendizagem deste conteúdo.

É importante mencionar todas as informações, os conceitos que estão por trás do objeto de estudo, e que aparecerão durante a sequência didática, baseados na sua pesquisa, as etapas precisam estar bem descritas, de tal forma que qualquer pessoa que pegue a sequência ou que for aplicar o trabalho, o mediador tenha a noção do que precisa ser abordado, essa série de conceitos essenciais pode nortear a criação dos módulos, dando conta de revelar o passeio que fará com o conteúdo principal e os conteúdos volteados e ele, o que será priorizado etc.

Lembramos que cada momento da sequência didática é apenas uma etapa, então nelas é possível trabalhar o que Ana Mae propõe em sua Abordagem Triangular, a leitura, também a contextualização, caminhando em seguida para a experimentação artística (fazer).

É fundamental para a educação artística e estética dos estudantes a execução das três ações da Abordagem Triangular, então divido aqui cada momento da

sequência didática em quatro etapas como mostra os mapas (Figuras- 50, 51, 52, 53 e 54).

Figura 50- Divisão da etapa Apresentação da situação

Como foi mostrado anteriormente, a apresentação da situação é o primeiro momento de contato do estudante com o objeto do conhecimento.

01- Contexto: De que forma o objeto será apresentado? O tema escolhido é discutido e articulado à experiência de vida dos estudantes. Experimento, leitura, visitação etc.

02- Desafio 1: há desafios? Que desafio será proposto para a exploração do primeiro contato? Perguntas, comparações, interferências etc.

03- Exposição/sistematização: Sistematizar informações iniciais sobre o objeto de estudo apresentado (como o professor fará a exposição?) 04- Desafio 2- Vídeo, leitura, desafio ou qualquer outra ação que remeta ao

objeto de estudo.

Figura 51- Divisão da etapa produção inicial

Na apresentação inicial é possível mapear aquilo que o estudante já sabe acerca do objeto de estudo, nesta etapa o professor verifica aquilo que precisará aprofundar nos módulos.

01-Motivação e discussão: Aprofundar uma característica específica do objeto de estudo (selecione a mais importante).

02-Modelo- Exposição de um modelo, referência ou dos critérios de produção (Criar itens para os estudantes acompanharem na criação de um novo trabalho usando a linguagem proposta, um template)

03-Produção- Atividade de produção da etapa anterior (Desafie o estudante a produzir algo, em fase experimental, em relação ao que está sendo trabalhado).

04-Socialização- Socialização das produções e comparações (Aqui o professor analisa o que precisa aprofundar melhor em outra SD ou nos módulos desta mesma).

Figura 52-Divisão da etapa modulo 1

Descreva cada um dos momentos desta etapa (como será feito o que está em tópicos?)

01- Exposição detalhada- Começar por aquilo que os estudantes mais sentiram dificuldade na produção inicial.

02- Analise das características- Abordar características (do objeto de estudo).

Pode ser uma atividade prática.

03- Atividade- Propor uma atividade (pode ser o aprimoramento da produção inicial, atividade do livro ou outra).

04- Análise (correção) da atividade- O último momento é sempre a socialização das produções e comparações (Aqui o professor analisa o que precisa aprofundar melhor em outra sequência didática ou nos módulos desta mesma)

Figura 53- Divisão da etapa módulos

Continuar o desenvolvimento nos demais módulos.

01- Desafio- Continuar aprofundando o objeto de estudo.

02- Aprofundamento- Investir em atividades que deem conta de aprofundar e avaliar o estudante, onde cada trabalho traz questões para os próximos módulos.

03- Atividade em equipe- Fazer observações constantes acerca do desenvolvimento da turma para planejar os próximos módulos, tendo em vista que já se aproxima o momento da produção final.

04- Análise (correção) da atividade- Ter sempre em mente o que você vai propor como produção final e verificar se o estudante já é capaz de realizar isso.

Figura 54- Divisão da etapa da produção final

Como planejar a produção final, último momento da sequência didática, aqui o estudante coloca em prática tudo que aprendeu na sequência, sendo capaz de produzir ou manifestar o que aprendeu acerca do objeto de estudo.

01- Retomada às características do objeto- Revisão.

02- Orientação para a produção- Orientar como será a produção (mostrar critérios e/ou template).

03- Produção individual- Auto avaliação a partir de uma grade de avaliação, construída, reestruturação daquilo que foi observado para melhorar.

04- Divulgação- Divulgação das produções realizada pela turma (Exposição, vídeo, blog etc.).

As abordagens acima referidas são apenas algumas das muitas que foram desenvolvidas com o propósito de apoiar o/a professor/a de Artes Visuais durante suas ações educativas no âmbito das aulas. Fica a critério de cada professor/a buscar a abordagem que julgue mais eficaz na aprendizagem dos seus discentes, como sugerem os próprios autores, “as sequências não devem ser consideradas como um manual a ser seguido passa a passo. Para o professor, a responsabilidade é efetuar escolhas, segundo os diferentes níveis de seus alunos.” (DOLZ, NOVERRAZ, SCHNUWLY, 2004, p. 127).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse processo de dirigir o olhar para dentro do curso me ajudou a encontrar aquilo que foi tema explorado durante a minha formação, que pude experienciar, mas que precisava ser melhor conhecido no meu campo de atuação.

O trabalho é resultado de uma pesquisa que foi ao longo do curso sendo tecida, e experienciadas no aprendizado na graduação em artes visuais, nas experiências vividas com o ensino de arte, em programas de iniciação à docência e da participação no GPEACC.

A partir da provocação do grupo de pesquisa adotando a sequência didática como orientação didático pedagógica nos encontros semanais e como procedimento a ser utilizado no PIBID – Subprojeto em Artes Visuais, tive as primeiras aproximações e a possibilidade de organizar práticas educativas no meu campo de formação superando lacunas e que me ajudaram nesse sentido.

O exercício de trabalhar a sequência didática na iniciação à docência, pude escrever, refletir, realizar estudos, buscar referenciais teóricos para entender esse objeto de investigação. Essa experiência se repetiu em outras situações como na residência pedagógica, me levando a amadurecer, escrever e dentro desse contexto é onde surge a oportunidade de apresentar meu trabalho de conclusão de curso nessa temática.

Com a identificação do tema, iniciei uma investigação criteriosa, o levantamento bibliográfico para entender esse trabalho na literatura científica. A dinâmica da pesquisa on line facilita o processo. A existência das redes, os links e a infinidade de textos – como referência e dúvidas – contribuiu para entender o que os autores já apresentavam como possíveis respostas para a pergunta, “O que é Sequência didática?” Encontramos principalmente em Délia Lerner (2002) o Grupo de Genebra (2004) e Zabala (1998) o estudo teórico necessário para tal compreensão.

Durante a adoção da Sequência Didática no PIBID, exposto no último capítulo como análise as dificuldades, desafios e potencialidades, centrei-me na análise da apresentação com o diagnóstico das lacunas de aprendizagem dos estudantes, verificação de seus conhecimentos prévios, adequação do trabalho ao perfil da turma levando em conta a realidade dos educandos e a contextualização do conteúdo, bem como a procura por alternativas que pudessem contribuir para a facilitação do

processo de ensino e aprendizagem. Considerando necessário motivar os estudantes e buscar formas para despertar seu interesse. O conjunto final servindo de base à criação artística.

Analisar a Sequência Didática me permitiu conhecer sua abrangência e limitações, suas estratégias para direcionar conteúdos aos estudantes, e principalmente apreensões, reflexões e experimentações como professor/artista/pesquisador. Todas estas questões que não se esgotam aqui, mas que me fazem querer estudar e entender mais sobre.

Esperamos que outros docentes de Arte e também de outros componentes curriculares possam dar continuidade ao trabalho, procurando aplicar a estratégia da sequência didática em diferentes conteúdos e qualquer nível, facilitando a prática pedagógica e a aprendizagem dos estudantes.

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