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3.6 ÁREAS DE DECISÕES

3.6.1 Decisões Estruturais

3.6.1.6 Decisões Infra-Estruturais

Assim como as questões estruturais, as questões tratadas a seguir estão baseadas no trabalho de Wheelwright (1984), Hayes (2008) e outros, adicionando-se a essas, a questão referente ao relacionamento com os fornecedores, incluída por Fine e Hax (1985).

3.6.1.6.1 Alocação de Recursos e Sistemas de Orçamento

A maior parte do capital de uma empresa está investida na organização da produção. É uma questão de sobrevivência, pois se a empresa não for capaz de cobrir todas as despesas, repor os recursos e pagar os que nela investiram, ela não consegue manter a competitividade e estará diminuindo o tempo de sobrevivência. Utilização das ferramentas de payback, valor presente líquido e o retorno sobre o investimento, são ferramentas úteis para uma alocação destes recursos corretamente na área de operações. (HAYES, 2008).

3.6.1.6.2 Recursos Humanos

As principais questões referentes ao gerenciamento de recursos humanos são: seleção, contratação, treinamento, avaliação do desempenho, promoção, transferência, dispensa, remuneração, suporte motivacional e relação com os funcionários. (FINE; HAX, 1985; PIRES, 1995).

Segundo Fine e Hax (1985), a gerência de recursos humanos deve desenvolver políticas para motivar os funcionários a trabalharem como uma equipe, com o objetivo de alcançar as metas da empresa. Pires (1995) argumenta que, nos últimos anos, existe dentro do ambiente industrial uma opinião generalizada de que os recursos humanos são os mais importantes e os mais difíceis bens de serem administrados na empresa. Daí estabelecer procedimentos de sucesso para as questões relacionadas acima, pode se constituir em uma tarefa complexa. Contudo, o gerenciamento efetivo dos recursos humanos pode ocasionar impactos positivos sobre a produtividade e a qualidade dos produtos da empresa.

3.6.1.6.3 Planejamento e Sistemas de Controle

Segundo Pires (1995), as decisões referentes ao planejamento e controle dizem respeito a um conjunto de questões dentro das atividades do gerenciamento produtivo. Fine e Hax (1985) consideram o Planejamento e controle da produção (PCP) mais como decisões

táticas do que estratégicas, contudo, o planejamento agregado de produção e sistemas de entrega (liberação de ordens) incluem considerações estratégicas. Através do planejamento agregado à empresa deve decidir como balancear a capacidade produtiva à demanda variável, considerando-se um horizonte de médio/longo prazo.

3.6.1.6.4 Sistemas de Produção

A empresa mediante o mercado a qual compete e seus recursos produtivos, opta por um sistema de produção que melhor traduza o valor para o cliente. Na definição do sistema de entrega, a principal questão é se o sistema deve produzir para estoque (MTS – Make-To-Stock) ou sob pedidos (MTO – Make-To-Order). Em um sistema MTO, flexibilidade é crucial e a atividade de PCP é mais difícil, mas o sistema responde rapidamente às variações das necessidades dos clientes. Enquanto em um sistema MTS mantém-se estoque de produtos acabados a custos significantes. Segundo Fine e Hax (1985), em muitas áreas produtivas onde o número de produtos é elevado, o sistema MTS não é viável. (HAYES, 2008).

3.6.1.6.5 Fornecedores

Questões sobre o tipo de relacionamento entre os fornecedores e a empresa, bem como o nível de comprometimento entre ambos. O tipo de relacionamento influencia o fluxo regular entre as operações e processos. Os relacionamentos estão baseados em parcerias de longo prazo entre os participantes, visando compartilhar o sucesso dessa parceria e o aprendizado em conjunto, beneficiando ambos. A relação de parceria pressupõe relações baseadas em transparência, confiança, relação mais exclusiva (menos fornecedores). (SLACK, 2008).

3.6.1.6.6 Critérios de Seleção

Existem estratégias possíveis de serem adotadas na relação com os fornecedores: Abordagem competitiva (PORTER, 1980) e Abordagem cooperativa (SCHONBERGER, 1982). A abordagem cooperativa recomenda desenvolver relacionamento de longo prazo, baseado em dependência e confiança mútuo. Os fornecedores recebem treinamento caso seu desempenho seja insatisfatório. Os contratos tendem a serem informais e as contingências são abordadas somente quando elas ocorrem.

3.6.1.6.7 Gestão de Estoques

É função dessa área de decisão, planejar e controlar os acúmulos de recursos transformados, conforme eles se movem pelas cadeias de suprimentos, operações e processos, esses acúmulos provém do descompasso local entre fornecedor e demanda. Também é função, gerenciar o capital empatado em componentes, seja nacional ou importado, de acordo com a política de estoques estabelecida pela empresa. Tendo, como estratégia a não interrupção do fluxo de materiais na linha de produção e, gerenciando o custo desse inventário, para que a empresa não seja prejudicada financeiramente e não deixe de atender os pedidos firmes dos clientes. (SLACK, 2008).

3.6.1.6.8 Gestão da Qualidade

Questões sobre decisões do gerenciamento da qualidade referem-se à infra-estrutura da qualidade, devendo especificar a alocação de responsabilidades, definirem padrões de controle para os produtos e processos, quais meios e sistemas de medição serão utilizados, bem como os programas de treinamento a serem adotados. (PIRES, 1995).

Segundo Fine e Hax (1985), a qualidade pode ser categorizada em qualidade de projeto e qualidade de conformação (manufatura de produtos conforme especificação). Embora a manufatura deva ser envolvida na qualidade do projeto, especialmente em relação à

capacidade de produção de um determinado produto, a qualidade de conformação é o item mais crítico. A responsabilidade pela qualidade dos produtos, atualmente, é atribuída ao fornecedor de primeira camada da cadeia de suprimentos, pois é este quem controla e gerencia os de camadas inferiores, sendo responsável pela gestão da qualidade do sistema ou módulo a ser entregue ao cliente (montadora). (PIRES, 1995).

3.6.1.6.9 Desenvolvimento de Produto e Processos

O desenvolvimento de novos produtos numa organização envolve o gerenciamento de operações a partir da amplitude do mix de produtos e processos utilizados. Considera a rapidez de lançamento de novos produtos no mercado e é a atividade inicial para criação de valor do produto, sendo diferencial competitivo no mercado (HAYES, 2008).

3.6.1.6.10 Organização

As questões referentes à organização estão relacionados, principalmente, à estrutura organizacional, aos níveis hierárquicos e à organização do trabalho das empresas. (PIRES, 1995). Para Fine e Hax (1985), uma sólida infra-estrutura organizacional é essencial para suportar decisões, implantação de sistemas e políticas operacionais necessárias para o sucesso de uma estratégia.