• Nenhum resultado encontrado

novas configurações produtivas (CI e CM) e o desempenho da indústria de caminhões.

4.1 OS MERCADOS EMERGENTES E A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA

O Brasil, fazendo parte do BRIC, que engloba os países emergentes, é considerado país atrativo para se instalarem novas plantas, não somente pelos líderes do mercado mundial como também os países asiáticos, sentem–se atraídos por esse mercado promissor. Algumas características desse mercado atrativo: crescimento acelerado do mercado de veículos, plantas com custos baixos em determinadas localidades e um enorme portfólio de motorização. (ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2008).

No Brasil, no período de 1994 a 2007, as montadoras mais as autopeças investiram US$ 38,5 Bilhões. O Brasil tem uma capacidade anual de 3,85 milhões de autoveículos. Para explorar esse mercado (emergente), os quais existem pontos vulneráveis, as montadoras instaladas ou as que pretendem instalar-se, tem que lançar mão de estratégias adaptativas ao mercado, pois esses mercados oferecem oportunidades de crescimento de lucros, que já não podem ser alcançados nos mercados domésticos. (ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2008).

Dessa forma, as montadoras simplificam produtos, investem em novas parcerias e alianças estratégicas com fornecedores, em termos de desenvolvimento de produtos em conjunto, novas configurações (CM e CI), que trazem os fornecedores para dentro ou ao redor do site da montadora, propiciando redução de custos logísticos, processos e produtos, redução de plataformas e o aumento de modelos por plataformas.

4.1.1 Histórico da Indústria Automotiva Brasileira

Geralmente, há pelo menos duas vertentes no discurso, quando se aborda o Brasil no contexto de sua indústria automotiva. O tom pessimista mostra que o automóvel ainda está distante de se tornar um bem de consumo pleno. Prova disso é a relação de 1 carro para 8 habitantes, longe dos EUA, em que a faixa é de 1 veículo para 1,3 americanos. O discurso otimista usa justamente essa diferença como oportunidade que torna o Brasil investimento atraente para as montadoras. (ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2007).

O Brasil não pode ser considerado um emergente em indústria automotiva. Afinal, no ranking da Oica, a organização internacional que reúne o setor, o país em 2004 e 2005, ganhou o título de nono maior produtor de veículos. Perdeu para Japão, China e Coréia (na Ásia), Estados Unidos e Canadá (América do Norte) e Alemanha, França e Espanha, na União Européia. Em 2006, segundo a Oica, o País é sexto em produção de caminhões e o segundo em ônibus, em 2007, é o sétimo país em produção de veículos, esse volume é sustentado por um mercado interno, cuja matriz de transporte é dominada pelo modal rodoviário, garante a indústria nacional escala e competitividade para exportar. (OICA, 2008).

Na busca crescente de redução de custos e aumento de lucros, as estratégias das montadoras evoluíram para uma redivisão da produção em bases mundiais com a incorporação das unidades dos mercados emergentes em sua rede de produção. De modo geral, foram integrados como lugares de manufatura de atividades menos avançadas e mais intensivas em trabalho. No entanto, os países com infra-estrutura e bases de fornecimento desenvolvidas permitiram operações mais avançadas e tornaram-se plataformas regionais. A difusão dessa organização das atividades da indústria trouxe profundas transformações na indústria dos países emergentes, com unidades integradas e não de atuação isolada e com reflexos sobre o padrão de comércio exterior, a engenharia local e o parque fornecedor. (OICA, 2007).

As montadoras estão vendendo um carro a cada dez segundos, o que fez de 2007 o melhor ano da história da indústria automotiva brasileira. Em 1997, quando as vendas de automóveis no país chegaram a 1,9 milhões de unidades, houve uma onda de otimismo com o Brasil rapidamente. (ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2008).

De acordo com o exposto acima, pode-se apontar as estratégias atuais da indústria automotiva brasileira: a atualização tecnológica, a modernização dos processos produtivos, adoção de modelos produtivos com a aproximação dos parceiros (CM e CI). A Figura 12, mostra indicadores de desempenho da indústria automotiva brasileira.

Indicadores de desempenho na

Indústria automobilística- 2008

0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 2005 2006 2007 Anos U n id ad es Produção (u) Vendas (u) Exportação (u)

Fonte: Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (2008).

Figura 12 – Indicadores de Desempenho na Indústria Automobilística – 2008

Atualmente, a indústria automotiva nacional enfrenta o choque de dois modelos: primeiro, o alto peso do Estado que onera a cadeia produtiva e retarda as ações, mais a interminável fila dos avanços sociais e seus custos, segundo o modelo chinês, de grandes escalas, baixos encargos com o Estado e mão de obra em abundância, baratos e dispostos a longas jornadas, ou seja, uma questão cultural. Mas, analisando sob a ótica da competitividade, o crescimento asiático vem como uma oportunidade de busca de novos patamares de custos e de produtividade que, aliados à qualidade superior das marcas européias instaladas no Brasil, sustentarão o nosso alto nível como competidor global.

4.1.2 Histórico Geral de Caminhões no Brasil

O Brasil é um país fortemente voltado para o uso do modal rodoviário, conseqüência das baixas restrições para operação e dos longos anos de priorização deste modal nos restritos investimentos do governo. O cenário de elevada oferta, faz com que a produção aumente e as vendas também aumentem acima do esperado.

O setor de cargas no Brasil é de suma importância para a economia, pois de 60% do transporte de cargas são efetuados por caminhões, desde os mais diversos tipos de cargas, 22% por ferrovia e 18% por hidrovia, o transporte rodoviário corresponde a 6% do PIB nacional. Os custos com transporte chegam a 60% dos custos logísticos e a redução de custos nessa área é muito importante, pois correspondem em média 20% do custo total das empresas. (TRANSPORTE..., 2007).

A Volkswagen começa a produzir caminhões em 1981, depois de assumir o controle da Chrysler. A história começa em 1966, quando a Chrysler International compra o controle da Simca do Brasil. Em 1996, investe US$ 250 milhões na fábrica de Resende, tida como das mais modernas do mundo, já abordado no tópico de CM. (VOLKSWAGEN DO BRASIL, 2007).

Em 2005, produzem caminhões no País Agrale, Daimler-Chrysler (Mercedes-Benz), Fiat, Ford, International, Iveco Peugeot Citroën, Scania, Volkswagen e Volvo. A Fiat e a Peugeot Citroën desativaram a produção de caminhões em 2005. O mercado brasileiro de caminhões conta, atualmente, com os seguintes participantes: Agrale, Fiat, Ford, GM, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen, Volvo, divididos em segmentos: semi-leves, leves, médios, semi-pesados e pesados. Nem todas as montadoras concorrem em todos os segmentos. Numa consolidação de todos os segmentos, o mercado é dominado por MB e VW respectivamente, depois a Ford; a Scania e Volvo com participações em pesados. (ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2008).

Nos segmentos de leves, há a presença da Ford, muito forte nesse segmento; VW e MB, alternando na liderança de mercado. O mercado interno é o principal responsável pelo forte crescimento do segmento.

4.2 A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA E SUAS NOVAS CONFIGURAÇÕES