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4. RESULTADOS

4.1. União Europeia

4.1.4. Decomposição da Variância

Nas tabelas de 3 a 8, estão às decomposições sumarizadas em 20 trimestres (60 meses) de cada país analisado neste bloco econômico, mostrando o efeito do choque nas variáveis e que tal efeito, nos períodos seguintes, causa mudanças significativas em cada variável.

4.1.4.1. Espanha

A decomposição histórica da variância do erro de previsão para o PIB da Espanha apresenta que, no primeiro trimestre, o PIB espanhol tem cerca de 65,8% de sua variância explicada por ele mesmo e aproximadamente 34,2% se devem à choques no PIB alemão. Tal resultado indica, de início, um impacto relevante da economia alemã na economia espanhola.

No entanto, após os primeiros quatro trimestres (um ano), a influência da Alemanha e da própria Espanha na variância do erro de previsão para o PIB espanhol

passam a diminuir gradativamente até o último período analisado, no 20º trimestre, ou seja, após 60 meses. Curiosamente, observa-se um aumento significativo da influência do PIB da Holanda na situação, que toma o posto da influência alemã no início, e apresenta o valor de 49,3% no 20º trimestre, o que indica que neste momento, a variância do erro de previsão do PIB espanhol é explicado, majoritariamente por choques no PIB holandês, e não mais por choque no próprio PIB espanhol ou pelo PIB alemão, como visto no início do período analisado.

Tabela 3: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB da Espanha

4.1.4.2. França

Analisando a decomposição histórica da variância do erro de previsão para o PIB da França na tabela 4, percebe-se que, no primeiro trimestre, o PIB francês tem cerca de 39,5% de sua variância explicada por ele mesmo e aproximadamente 56,3% se devem à choques no PIB alemão. Tal resultado aponta uma enorme influência da economia alemã na economia francesa, sendo maior do que a influência da própria França no seu PIB, em um primeiro momento.

Após um ano (4 trimestres), percebe-se uma queda leve na influência alemã e na própria influência francesa na variância do erro de previsão para o PIB francês, enquanto pode-se observar uma leve elevação nos resultados holandeses quanto à essa questão. Após os 20 trimestres analisados, verifica-se ainda o domínio do

impacto alemão em relação aos outros países, mas agora a influência holandesa basicamente se iguala à influência francesa, chegando a valores de aproximadamente 26%.

Tabela 4: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB da França

4.1.4.3. Holanda

A decomposição da variância do erro de previsão para o PIB da Holanda apresenta, no primeiro trimestre analisado, resultados semelhantes aos dos outros dois países citados acima, isto é, indica valores relevantes sobre a influência do próprio PIB e do PIB alemão. Portanto, no primeiro trimestre o PIB holandês tem cerca de 66,7% de sua variância explicada por ele mesmo e aproximadamente 32,1% se devem à choques no PIB alemão.

No quinto trimestre em questão, a situação observada é um certo aumento da influência alemã na variância do erro de previsão do PIB holandês, apresentando 40,8%, e uma queda profunda da influência holandesa, agora apenas com 10,6%. Percebe-se também uma sutil elevação da influência portuguesa, que sai de 0% no primeiro trimestre para 17,2% no quinto.

Ao final do período em questão, 60 meses, a situação final da explicação da variância do erro de previsão apresenta ainda a dominância alemã, com o maior valor

(21,4%), mas agora seguida de perto por Portugal, com 20,5% e ainda a presença da própria variável holandesa, com 19,7%. Este resultado concorda com os dois países anteriores em relação à influência alemã, porém apresenta divergências quanto ao “segundo colocado” no ranking de explicação da variância.

Tabela 5: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB da Holanda

4.1.4.4. Itália

No caso da Itália, a decomposição da variância do erro de previsão para o seu PIB expõe resultados bastante semelhantes aos observados para o PIB espanhol, isto é, inicialmente possui grande influência dos choques no PIB alemão, mas durante o período analisado, percebe-se uma elevação da importância do PIB holandês para a explicação da variância. Desta forma, durante o primeiro trimestre é possível observar que o PIB italiano tem cerca de 59,2% de sua variância explicada por ele mesmo e aproximadamente 33,3% se devem à choques no PIB alemão.

Após quatro trimestres (um ano), observa-se a influência alemã decaindo consideravelmente e abrindo espaço para a influência holandesa, assim como ocorreu em diversos países citados nos tópicos anteriores, e para a influência espanhola. Nota-se também uma queda relevante em relação ao próprio PIB italiano como base de explicação para a variância da previsão do erro para ele mesmo, agora com apenas 11,5%.

Após os vinte trimestres (60 meses) analisados, a situação final da explicação da variância da previsão do erro do PIB italiano é exatamente o oposto do que foi obtido no primeiro trimestre, agora o PIB holandês é o mais influente na explicação da variância, seguido pelo PIB espanhol. Portanto, conclui-se que a influência da economia alemã na variância do PIB italiano tem sua intensidade maior no primeiro ano, porém vai perdendo sua força e possibilita o domínio espanhol e holandês nesse quesito após os primeiros 5 trimestres.

Tabela 6: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB da Itália

4.1.4.5. Portugal

Ao analisar a decomposição da variância da previsão do erro para o PIB de Portugal na tabela 7, observa-se inicialmente uma forte influência do próprio PIB português sobre a variância dele mesmo, tendo o PIB alemão e o PIB espanhol como variáveis importantes explicativas no primeiro trimestre. Tal aspecto se mantém relativamente constante durante o primeiro ano analisado, com uma elevação leve da influência alemã e uma pequena queda da influência do próprio PIB português.

Verificando o quinto trimestre, constata-se uma divisão de atuação como explicação da variância da previsão do erro do PIB português, com países como Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido com valores próximos no período. Além

disso, ainda se mantém a dominância do PIB de Portugal, isto é, cerca de 53,3% de sua variância é explicada por ele mesmo.

Ao observar o último trimestre em questão, é possível notar que essa divisão de influência se mantém durante os períodos, porém com a Alemanha perdendo espaço nesse momento, deixando espaço para Holanda, Espanha e Reino Unido como maiores influenciadores da variância naquele momento. Tal resultado indica que, no caso da variância da previsão de erro do PIB de Portugal, a influência de choques no PIB alemão não é tão intensa como foi possível observar nos outros países já explicados anteriormente neste trabalho.

Tabela 7: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB de Portugal

4.1.4.6. Reino Unido

Finalmente, ao analisar o caso do Reino Unido, é possível identificar um domínio significativo do próprio PIB britânico como explicação da variância, sendo seguido por Alemanha e Espanha no primeiro trimestre. Portanto, no primeiro período observado, o PIB do Reino Unido tem cerca de 68,9% de sua variância explicada por ele mesmo e aproximadamente 12,6% se devem à choques no PIB alemão e 10,9% ao PIB espanhol.

Voltando o foco da análise para o quinto trimestre, isto é, após 1 ano de observações, nota-se uma queda sutil no domínio britânico como variável explicativa,

porém ainda se mantendo a principal entre as observadas. Percebe-se também um aumento considerável na influência do PIB holandês e no PIB português, fazendo com que, neste momento, Alemanha, Espanha, Holanda e Portugal sejam considerados importantes para a explicação da variância do erro de previsão do PIB britânico.

Tal aumento da influência do PIB holandês sobre a variância continua acontecendo nos períodos seguintes, de maneira que, no último período observado, este se torna a segunda variável mais importante na explicação da variância, com 25,17%, perdendo apenas para o próprio PIB britânico, que ainda está no topo com 35,31%. Além disso, observa-se no último período que a influência alemã perde seu espaço de vez para o PIB espanhol e o PIB português, o que indica que o impacto dos choques no PIB alemão na economia britânica não são tão intensos e não permanecem por muito tempo após o ocorrido, de forma que choques em PIBs de outros membros da União Europeia tem maior impacto na variância do erro de previsão do PIB do Reino Unido.

Tabela 8: Decomposição da variância do erro de previsão do PIB do Reino Unido

Portanto, ao observar a decomposição da variância de todos os países membros da União Europeia estudados neste trabalho, é possível identificar algumas tendências relevantes para o objeto de pesquisa do projeto. A principal delas é a confirmação da existência do impacto da economia alemã nas demais economias dos

países membros da União Europeia, principalmente no primeiro ano após o choque no PIB alemão.

Nota-se também que, por mais que esse impacto exista, sua duração não é tão extensa, de forma que outros países acabam ganhando espaço na influência da variância do erro de previsão dessas nações. Um caso notável observado foi o impacto da economia holandesa em quase todos os casos analisados, sempre ganhando força com o passar dos trimestres, e, na maioria das vezes, chegando no último período como a variável mais fortemente explicativa para o caso.

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