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1. ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO, JUSTIFICATIVAS, PROBLEMAS E

2.2 Procedimentos Metodológicos

2.2.4 Definição e caracterização dos postos selecionados para coleta de dados

Em relação à análise, tomou-se como ponto de partida o ambiente edificado seguindo a orientação de Monteiro (1990b, apud SALVI-SAKAMOTO, 1994). Esse ambiente [...] “foi classificado de acordo com a altura das edificações e com a disposição dos edifícios”. No caso de Caldas Novas, quanto à altura das edificações, determinaram-se quatro categorias: residências térreas de médio e baixo padrão; predomínio de edifícios acima de três

pavimentos; intermediário com presença de todas essas categorias incluindo áreas comerciais; a quarta categoria inclui setores menos urbanizados, área de depressão e entorno rural (espaços abertos). A área edificada, apesar de não ser tão densa se comparado às grandes metrópoles, no que se refere à disposição dos edifícios, utilizou-se o conceito de “canyon urbano” proposto por Nunez & Oke (1976 e 1977, apud op. cit. p. 167) definindo como,

[...] uma forma de disposição espacial das edificações quando estas estão enfileiradas ao longo de ambos os lados de uma rua. Trata-se de um conjunto de superfícies que determinam um volume de ar em seu interior, sendo limitado pelas paredes das edificações e pelo solo e aberto nas extremidades laterais e superior. Tais superfícies se repetem dentro da cidade e em alguns locais (em geral na área central) podem mesmo ser predominantes.

Através da caracterização de cada ponto de coleta de dados foi possível mostrar as condições em que foram realizadas as tomadas de temperatura e umidade relativa do ar. O levantamento de dados foi realizado através de dois experimentos como já citado: transecto móvel (linha imaginária traçada sobre malha urbana) e postos fixos distribuídos em vários pontos da cidade. A localização dos postos encontra-se traçado na figura 18.

301 0 301 602m

Posto fixo de coleta de dados

Transecto móvel Ponto de coleta de dados

Lago de Corumbá - Furnas Vias de acesso

LEGENDA

FIGURA 18 - LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS PARA O LEVANTAMENTO DE DADOS: TRANSECTO MÓVEL E POSTO FIXOS.

Fonte:

Plano Diretor de Caldas Novas - Mapa Urbano de Caldas Novas.

Cartografia Digital: Odair Antônio Silva Organização:

Marilene Rodrigues dos S. Pimentel

Jar di m Se rrano M ansões R ecanto da Serra B ai rro do Turi sta II E tapa I E stância It aguaí E stância It aici SESC Jardim B elv edere Quent es C erâmic a Jali m

Os pontos do transecto foram distribuídos longitudinais à cidade no sentido sul-noroeste perfazendo um total de 11 km, iniciando-se na Cerâmica Jalim, entorno rural, localizado a sul da área urbana, envolvendo uma faixa de diferentes usos do solo e altimetria (bairros de residenciais térreos, comerciais, verticalização e área aberta). A caracterização dos pontos do transecto, descritos ao lado das respectivas fotos, estão descritas nas figuras 19 a 31.

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Foto: Francisco Alves Pimentel - julho de 2008 Posto de coleta

Foto: Francisco Alves Pimentel – julho de 2008.

(Figura 19 - Cerâmica Jalim) - Situado a 725 metros de altitude, área de topo, com vertente norte/noroeste, distante 6,6 km em relação ao centro, presença de vegetação herbácea, arbustiva e pastagens, localizado nas proximidades do distrito industrial da cidade e Lago Corumbá.

(Figura 20 – Itaici - Uso predominante de residências, algumas áreas abertas destinadas para loteamentos, 61 a 80% de área construída, com 1572 edificações e 455 não edificada; altitude 718 metros, área plana, ocupação típica de população de renda média.

(Figura 21 - Nova Vila) - Uso misto: residenciais térreos e comércios de até um pavimento. Enquadra-se na classe de 81 a 100% de área construída -1374 edificadas (93,5%) e 96 não edificadas (6,5%), altitude aproximada de 695 metros com vertente norte, grande fluxo de automóveis, poucas árvores, ausência de praças nas intermediações das tomadas de temperatura.

(Figura 24 –Jardim Belvedere) – Sem uso definido (inclui residências, alguns comércios, edifícios de pavimentos variados), percebe-se várias construções em andamento, porém o ponto onde foram coletados os dados é uma área plana e aberta com presença de arborização espaçadas. Possui 815 edificações e 1024 não edificadas. Enquadra-se, portanto, na categoria 41 a 60% de área construída, sua altitude aproximada é de 728 metros.

Foto: Marilene R. S. Pimentel - julho de 2008.

Fotos: 1. Marilene R. S. Pimentel - julho de 2008. 2. Francisco Alves Pimentel - julho de 2008.

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(Figura 23 - Bairro Turista) - As tomadas foram realizadas em dois pontos com características diversas: 1- Uso predominante de edificações com mais de três pavimentos, 96,1% de área construída, com 3316 edificações e 134 não edificadas; área deprimida; altitude aproximada de 680 metros; vertente norte; pouca vegetação no local das tomadas termo-higrométricas. 2 – Inclui presença de curso d’água (Córrego Capão Grosso); altitude 675 metros; espaço mais aberto com edificações mais espaçadas.

A segunda forma de coleta de dados foi por intermédio de postos fixos distribuídos nos seguintes setores: Jardim Turista, Santa Efigênia, Vila São José, Parque das Brisas, Parque Real, Centro, Nova Vila; Portal das Águas Quentes, Jardim Serrano e uma área de preservação localizada no Jardim Paraíso. Segue abaixo o ambiente e características predominantes:

(Figura 27- Parque das Brisas)– Uso predominante de residências térreas, típica de conjunto habitacional. Enquadra-se na categoria de 81 a 100% de área construída, com 754 edificações e 14 não edificadas; altitude aproximada de 700 metros, vertente norte; árvores ao longo das calçadas, muros de placa de cimento.

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1. Fotografia aérea extraída do site: earthgoogle.com;

Autor da foto 2 – Francisco Alves Pimentel

(Figura 27- Parque das Brisas)– Uso predominante de residências térreas, típica de conjunto habitacional. Enquadra-se na categoria de 81 a 100% de área construída, com 754 edificações e 14 não edificadas; altitude aproximada de 700 metros, vertente norte; árvores ao longo das calçadas, muros de placa de cimento.

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1. Fotografia aérea extraída do site: earthgoogle.com;

Autor da foto 2 – Francisco Alves Pimentel

(Figura 28 - Jardim Serrano) - Próximo a Serra de Caldas, a 737 metros de altitude. Encontra-se entre 21 a 40 % de área construída, espaços abertos com 349 edificações e 1121 não edificadas. Nesta área em determinados momentos o vento é constante e a radiação direta é intensa.

1. Fotografia aérea extraída do site: earthgoogle.com;

Autora da foto 2 - Marilene R. S. Pimentel

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(Figura 28 - Jardim Serrano) - Próximo a Serra de Caldas, a 737 metros de altitude. Encontra-se entre 21 a 40 % de área construída, espaços abertos com 349 edificações e 1121 não edificadas. Nesta área em determinados momentos o vento é constante e a radiação direta é intensa.

1. Fotografia aérea extraída do site: earthgoogle.com;

Autora da foto 2 - Marilene R. S. Pimentel

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(Figura 29 - Portal das águas Quentes) – Fundo de vale,

aproximadamente 680 metros, predomínio de construções térreas de baixo padrão, com 844 edificações e 4.909 áreas não edificadas, enquadra-se na classe de 0 a 20% de área construída

1 . Fotografia aérea – agosto de 2002, retirada do site; earth.google.com;

Autor da foto 2 - Francisco Alves Pimentel

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(Figura 29 - Portal das águas Quentes) – Fundo de vale,

aproximadamente 680 metros, predomínio de construções térreas de baixo padrão, com 844 edificações e 4.909 áreas não edificadas, enquadra-se na classe de 0 a 20% de área construída

1 . Fotografia aérea – agosto de 2002, retirada do site; earth.google.com;

Autor da foto 2 - Francisco Alves Pimentel

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(Figura 30 -Santa Efigênia) – Altitude 680 metros, vertente W/NW, predomínio de prédios residenciais térreos de baixo padrão, 81 a 100% de edificações (2463 edificadas e 201 não edificadas), dispõe de pouco espaço verde.

1- vista panorâmica do Setor Santa Efigênia retirada do site: Earth Google.com;

Autor da foto 2- Francisco Alves Pimentel

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(Figura 30 -Santa Efigênia) – Altitude 680 metros, vertente W/NW, predomínio de prédios residenciais térreos de baixo padrão, 81 a 100% de edificações (2463 edificadas e 201 não edificadas), dispõe de pouco espaço verde.

1- vista panorâmica do Setor Santa Efigênia retirada do site: Earth Google.com;

Autor da foto 2- Francisco Alves Pimentel

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Além dos postos citados, os setores Nova Vila e Centro, já caracterizados (vide figuras 21 e 22), foram incluídos nesta etapa (porém em outro ponto de observação dentro do setor com características semelhantes) e nas tomadas móveis. Estes postos juntamente com o Bairro do Turista por se destacar quanto à verticalização, adensamento de construções, fluxos de pessoas e automóveis, houve a necessidade de coletas horárias para entender melhor a dinâmica da variação termo-higrométrica. O Parque Real (predomínio de residências térreas de médio e baixo padrão) também fez parte deste evento, porém, sua singularidade com outros postos e ainda a não confiabilidade dos dados, fez com que não fosse utilizado com mais afinco as informações em nível de comparação com os demais.

A partir dos dados obtidos das variações dos elementos climáticos (fase analítica) e a sua relação com as condições meteorológicas do dia (sistema atmosférico atuante e tipos de tempo), aliado às características do ambiente, foi possível proceder a uma análise comparativa entre os setores. Essa análise foi pautada numa comparação horário-diária, para cada um dos segmentos temporais. Tomou-se como indicador da formação dos micro e topoclimas as variações simultâneas de temperatura e umidade relativa do ar entre os postos.

(Figura 31 - Vila são José) – Aglomeração de residências térreas de baixo padrão, 81 a 100% de área construída, com 642 edificações e 90 não edificadas; muros na sua maioria construídos de placa de cimento, um lote com mais de uma residência. Altitude aproximada 715 metros, vertente nordeste.

1. fotografia aérea - agosto de 2002, retirada do site: earth google.com; Autor da foto 2 - Francisco Alves Pimentel

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(Figura 31 - Vila são José) – Aglomeração de residências térreas de baixo padrão, 81 a 100% de área construída, com 642 edificações e 90 não edificadas; muros na sua maioria construídos de placa de cimento, um lote com mais de uma residência. Altitude aproximada 715 metros, vertente nordeste.

1. fotografia aérea - agosto de 2002, retirada do site: earth google.com; Autor da foto 2 - Francisco Alves Pimentel

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Num segundo momento (fase explicativa ou síntese), buscou-se a causa das variações dos elementos climáticos (relação com a densidade de edificações, relevo, vegetação, dinâmica dos ventos etc.).

Num terceiro momento, como forma de recompor o objeto de estudo, optou-se por apresentar os resultados a partir do cruzamento das bases analíticas com os dados obtidos em campo e sistemas atmosféricos regionais. Esse conjunto de dados permitiu compreender que a diversidade de fenômenos (ventos anabáticos, catabáticos, ilhas de frio, conforto/desconforto) propiciou as discrepâncias de temperatura do ar, umidade, vento dentre outros.

A escolha dos períodos para a coleta de dados (12 dias no verão e 12 no inverno) pode até ser questionada devido ao pequeno intervalo de tempo de observação, porém, cabe ressaltar que quando se trata de pesquisas sobre o clima urbano, principalmente as executadas para fins de planejamento, não há necessidade de períodos longos de observação. Isso depende, sobretudo, dos objetivos da pesquisa, fato já elucidado no item 2.1.1. Tarifa (2001) ao tratar do ritmo e a prática do estudo dos climas em São Paulo, mais especificamente sobre o experimento de campo, reforça o programa de Climatologia Experimental (CLIMEX) aplicado à Região Metropolitana de São Paulo (TARIFA, 1976) cuja abordagem metodológica poderia ser resumida da seguinte forma:

[...] embora utilizando-se de informações meteorológicas colhidas num curto segmento temporal, acompanhadas dos devidos enquadramentos espaciais e temporais e respeitados os alcances dos resultados obtidos em cada nível (regional, local, meso, topo e microclimáticos), tem nos conduzido por aproximações sucessivas a um conhecimento cada vez maior das realidades em análise. Estaríamos, portanto face a uma verdadeira “climatologia experimental onde cada experimento que montássemos para a coleta sucessiva das informações climáticas nos trabalhos de campo nos leva cada vez mais a uma vivência e aprendizado da realidade que estaríamos operando. Este tipo de comportamento é plenamente aceitável dentro de uma perspectiva de análise rítmica em climatologia, pois estaríamos sempre trabalhando com dados reais, respeitando os critérios de amostragem estatística, dentro do espaço urbano ou rural. Sua validade estaria certamente não na análise de uma longa série de observações, mas sim em conduzir cada vez mais à caracterização e diferenciação espacial dos compartimentos do organismo urbano (TARIFA, 2001, p. 15).

A coleta de dados em nível de experimento somada a outros trabalhos ou informações de empresas particulares (no momento são ínfimos, porém a autora pretende dar continuidade na pesquisa, agora em nível de doutorado) proporcionou o entendimento da realidade observada na área de estudo, no caso, Caldas Novas, principalmente porque se passou a conhecer mais de perto a realidade e assim relacionar os diversos elementos presentes no meio com a variabilidade dos elementos climáticos, o que levou a proposição de

algumas alternativas em nível de planejamento.

O desenvolvimento da pesquisa envolveu um total de 10 postos distribuídos em setores diferentes e 7 pontos no transecto móvel, nas seqüências analisadas em 2008 e 2009, como descritos na metodologia. O resumido quantitativo dos pontos escolhidos para a coleta de dados meteorológicos nas duas modalidades (postos fixos e móveis) ocorreu em função de vários fatores: impossibilidade de pessoal disponível para cobrir todos os pontos inicialmente selecionados (20 ao todo) e, instrumental para aferir os dados. Após uma seleção criteriosa das áreas mais representativas, foi possível reduzir o número de postos sem comprometer a percepção dos fatores estruturais do ambiente urbano. No caso do transecto móvel, houve aumento dos pontos na segunda etapa (de 5 para 7 ). Porém, após a determinação, descrição dos pontos e seleção dos indicadores geoecológicos, mesmo com a redução do número dos pontos mostrou-se adequado aos critérios pré-estabelecidos.

3. A ESTRUTURA URBANA DE CALDAS NOVAS E SEUS REFLEXOS