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3. SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

5.4 DELIMITAÇÃO E ESCOPO DA PESQUISA

A população objeto da investigação de campo é constituída por empregados que atuam nas três organizações objeto de estudo. Ao todo são entrevistados 24 empregados das organizações. A seleção dos empregados entrevistados envolve três níveis hierárquicos das empresas: assessores da área de controle de gestão (nível de Diretoria), gerentes de Departamento (gerencia média) e empregados sem cargo gerencial que atuam na área operacional (nível operacional).

Os critérios utilizados para a escolha da população da pesquisa são estabelecidos com o intuito de facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos. As entrevistas com assessores que atuam na área de controle de gestão, por exemplo, facilitam a identificação das transformações ocorridas no controle de variáveis estratégicas das empresas.

As informações fornecidas pelos gerentes de Departamentos são importantes para caracterizar a forma como as estratégias das empresas efetivamente são implementadas. No mesmo sentido, informações oriundas dos empregados que atuam na área operacional das empresas permitem avaliar as principais transformações efetivamente implementadas após a privatização, bem como a participação dos lideres organizacionais nesse processo.

Todos os empregados entrevistados possuem mais de oito anos atuando nas empresas. Este critério tem como objetivo facilitar a caracterização das principais transformações ocorridas no controle de gestão das empresas após suas privatizações – processo iniciado em 1997. O Quadro 2 apresenta uma síntese dos principais critérios utilizados para a seleção da amostra da pesquisa.

Como já destacado nesse capítulo, as três empresas objeto da pesquisa foram selecionadas em função de sua importância reconhecida no setor elétrico e por terem sido submetidas a processos de privatização.

A COELBA foi criada em 28 de março de 1960, com a missão de fornecer energia para a arrancada do desenvolvimento do Estado da Bahia. Ao longo de sua trajetória, a empresa foi incorporando os serviços prestados pelas prefeituras e as demais concessionárias existentes na região, a exemplo da Companhia Elétrica Rio de Contas - CERC e a Companhia de Energia Elétrica da Bahia - CEEB.

POPULAÇÃO Critério de seleção Justificativa

ASSESSORES DE CONTROLE DE GESTÃO

Empregados que atuam a mais de oito anos em

atividades vinculadas á area de controle de gestão e planejamento estratégico

Possuem uma visão

corporativa das empresas, possibilitando fornecer informações sobre tipos de váriaveis e mecanismos de controle utilizados pelas empresas antes e após a privatização.

GERENTES DE DEPARTAMENTO

Gerentes de Departamento que atuam em processos vinculados às atividades essenciais da empresa (manutenção e operação de rede, processos comerciais e ligação de novos

consumidores), a mais de oito anos.

Têm uma influência direta na transformação das estratégias da empresa em atividades operacionais. Podem fornecer informações sobre a atuação dos líderes e os valores cultuados nas empresas.

EMPREGADOS DA ÁREA

OPERACIONAL

Empregados com mais de oito anos de empresa e que atuem nos processos operacionais das empresas, não exercendo função gerencial.

Representam a visão operacional da empresa. Podem fornecer informações sobre as principais alterações implementadas nas áreas operacionais das empresas e sobre a atuação dos lideres.

A COELBA foi privatizada no dia 31 de julho de 1997, em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, ao preço de R$ 1,73 Bilhões de Reais. O consórcio Neoenergia S.A., composto pela empresa espanhola IBERDROLA, PREVI, BB Investimentos, Brasil CAP e BB Ações Price, foi o comprador, se constituindo no novo proprietário da COELBA. Após a aquisição, o grupo IBERDROLA, com mais de cem anos de experiência no setor de energia, ficou responsável pela operação da COELBA. Em 1997, ano da privatização a empresa possuía 2.373.000 clientes. Em 2004, esse número subiu para 3.652.97 clientes. Em 2003, a empresa registrou um consumo global de 9.216 GWh, superior em 4,1% ao de 2002 (COELBA, 2004).

A Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), juridicamente constituída como Sociedade de Economia Mista, foi criada no dia 10 de fevereiro de 1965. Naquele ano, a empresa tinha 462 empregados e atendia a 156 localidades em Pernambuco, com 112.132 clientes e um consumo de 141.170 MWh. No dia 17 de fevereiro de 2000, a CELPE foi adquirida por R$1,7 bilhão pelo Consórcio Neoenergia, formado pela Iberdrola Energia, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e BB Banco de Investimentos S.A O grupo adquiriu 79,62% do capital social da empresa e 89,60% do capital ordinário. Em 2003, houve um incremento do número de novos clientes na empresa da ordem de 117.977 unidades, representando um crescimento de 5,4%. O consumo de energia registrou um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior (CELPE, 2004).

A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN) foi criada pela Lei Estadual nº 2.721, de 14 de dezembro de 1961, regulamentada pelo Decreto Estadual nº 3.878, de 08 de janeiro de 1962 e autorizada a funcionar como empresa de energia elétrica pelo Decreto federal nº 1.302, de 03 de agosto de 1962. A empresa foi controlada pelo Governo do Estado até 1997, quando foi privatizada na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A Companhia Energética do Rio Grande do Norte foi adquirida pelo consórcio formado pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), Guaraniana S/A e UPTICK Participações S/A, pelo preço de R$ 676.400.000,00 (seiscentos e setenta e seis milhões e quatrocentos mil reais). Em 2003 a empresa registrou um consumo global de 2.994 GWh (COSERN, 2004).

As três empresas objeto da pesquisa têm como atividade principal a distribuição de energia elétrica e pertencem ao Grupo Guaraniana. A Guaraniana foi constituída em fevereiro de 1996. Em julho do ano seguinte foi adquirida pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI), IBERDROLA ENERGIA e BB - Banco de Investimento, com o objetivo de ser a holding concentradora dos investimentos de seus sócios nos segmentos de energia elétrica e "utilities", com foco na Região Nordeste do Brasil (NEOENERGIA, 2004)