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Os aportes teórico-metodológicos delineados para essa pesquisa encaminharam um percurso de investigação que se constituiu, partindo do pressuposto que a postura de pesquisadora exige constante vigilância sob a perspectiva de que há informações ou concepções a serem investigadas e analisadas. Sendo assim, empreendi esforços no sentido de questioná-las e desvelá-las na tentativa de superação de velhos paradigmas educativos ainda presentes no panorama educacional brasileiro, em particular, no que se refere a relação estágio e qualidade na educação superior.

Partindo dos pressupostos de Rudio (1986, p.17) os quais dizem que o método se refere ao caminho a ser percorrido, do início ao fim, demarcado por etapas e que uma “[...] pesquisa tem por objetivo um problema a ser resolvido, o método serve de guia para o estudo sistemático do enunciado, compreensão e busca de solução do requerido problema”. Sendo assim, a consecução desse trabalho de pesquisa se concretizou pelo seu planejamento, sua realização e conclusão de maneira a pressupor um método adequado, onde as diferentes fases suscitassem um ou vários caminhos a seguir em busca de respostas e/ou soluções para o problema elencado.

Houve a previsão de princípios de natureza qualitativa os quais auxiliaram a enfocar o problema enunciado, bem como os objetivos dele decorrentes, já que a proposta de pesquisar o estágio curricular e suas inter-relações e contribuições à qualidade da formação do pedagogo enfoca o homem diretamente influenciado por sua época, pelo seu meio sócio-histórico-cultural e político.

Ludke & André (1986, p.18) referem-se à abordagem qualitativa como aquela que “[...] se desenvolve numa situação natural, é rica em dados descritivos e tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. O enfoque qualitativo, segundo as autoras, responde a questões muito particulares e, sendo assim, preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser somente quantificados; explora um universo de conhecimentos, experiências e significações que se relacionam a um espaço mais íntimo de concepções e práticas.

Priorizei, portanto, utilizar a abordagem qualitativa e suas inferências, no sentido de inscrevê-la como ação investigativa crítica e reflexiva a qual permite contextualizar a realidade e seus atores sociais, apontando para a historicidade e a totalidade do objeto de investigação.

Demo (1995, p.120) acredita que é importante relacionar a concepção de ação reflexiva da práxis ao processo de conhecimento sócio-histórico, enfatizando, eminentemente a inter-relação teoria e a prática alicerçadas pelo fenômeno sócio- histórico. Daí a necessidade de olhar a qualidade dos processos formativos no estágio curricular do Curso de Pedagogia, considerando as políticas educacionais vigentes, que alicerçam a formação de professores, e que pressupõem contradições, em um movimento constante para a transformação.

Também, optei por ancorar-me na metodologia qualitativa tendo por base Minayo (2000, p.65), uma vez que “[...] busca apreender a prática social empírica dos indivíduos em sociedade e realizar a crítica das ideologias, isto é, do imbricamento do sujeito e do objeto, ambos históricos comprometidos com os interesses e as lutas sociais de seu tempo”. Então, nessa investigação a configuração do contexto do estágio curricular, suas inter-relações e contribuições à formação de qualidade do pedagogo é pertinente à conjuntura das políticas educacionais em especial da educação superior, considerando, entre outros aspectos, os cursos de formação de professores “[...] vivem o presente marcado pelo passado e projetando o futuro, num embate constante entre o que está dado e o que está sendo construído” (MINAYO, 1994, p. 13).

Assim, a metodologia qualitativa, como referencial de investigação, esteve fundada em um estudo de caso o qual se constituiu como modalidade do fazer investigativo, delimitando o contexto, tornando-o particular e representativo de uma prática estudada.

André (1995, p.31) coloca que

[...] o estudo de caso enfatiza o conhecimento particular. O interesse do pesquisador ao selecionar uma determinada unidade é compreendê-la como uma unidade. Isso, não impede, no entanto, que ele esteja atento ao seu contexto e às suas inter-relações como um todo orgânico, e à dinâmica como um processo, uma unidade em ação.

O estudo de caso tem por finalidade conhecer em profundidade aspectos definidos pelos “porquês” – atitudinais e “como” – organizacionais, evidenciando a unidade e a identidade própria do objeto de estudo, nesse caso o curso de Pedagogia de um Instituição de Ensino Superior pública. O estudo desse caso constituiu-se uma investigação que adotou as particularidades e as situações específicas do contexto estudado em sua organização e articulação, ancoradas em concepções, opções e ações específicas ao estágio e inter-relações com a qualidade dos processos formativos dos futuros professores. Desse modo, o estudo de caso contribuiu para a compreensão global do fenômeno de interesse da pesquisa e potencializou o avanço nas reflexões acerca da qualidade da formação dos futuros pedagogos.

Optei pelo estudo de caso analítico, porque se refere, primeiramente, ao caráter descritivo que é necessário em uma investigação. Porém, não priorizei focar modificações a real situação do contexto, mas, sobretudo, compreender essas situações contextuais e estabelecer profundidade analítica a partir de questionamentos, confrontações e inter-relações com as teorias existentes.

Segundo Yin (2005) são os estudos de caso de cunho analítico os que podem proporcionar significativo avanço no conhecimento real do contexto. E esse tipo de investigação é essencial à descrição e análise de dados que não se tem controle específico sobre os acontecimentos e, portanto, não é possível ou desejável manipular as causas e conseqüências comportamentais e/ou institucionais.