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Alcance desta Seção

9.1 Esta Seção define as circunstâncias para as quais a entidade deve apresentar de- monstrações contábeis consolidadas e os procedimentos para elaborar essas de- monstrações. Esta Seção também inclui instruções para elaboração de demonstra- ções contábeis separadas e demonstrações contábeis combinadas.

Exigência de apresentação de demonstrações contábeis consolidadas

9.2 Exceto quando permitido ou exigido pelo item 9.3, a entidade controladora deve apresentar demonstrações contábeis consolidadas nas quais ela consolida seus in- vestimentos em controladas, de acordo com esta Norma. As demonstrações contá- beis consolidadas devem incluir todas as controladas da controladora.

9.3 A entidade controladora não necessita apresentar demonstrações contábeis conso- lidadas se:

(a) ambas as condições abaixo forem atendidas:

(i) a entidade controladora é ela própria uma controlada; e

(ii) sua controladora final (ou qualquer controladora intermediária) produzir

demonstrações contábeis de finalidade geral consolidadas, em confor- midade com o conjunto completo de normas ou com esta Norma; ou

(b) a entidade não possui controladas, exceto por aquela adquirida com a finali-

dade de venda ou desinvestimento dentro de um ano. A entidade controla- dora deve contabilizar tal controlada:

(i) pelo valor justo, com as mudanças no valor justo reconhecidas no re-

sultado, caso o valor justo das ações possa ser mensurado de maneira confiável; ou

(ii) caso contrário, pelo custo menos redução ao valor recuperável (ver

item 11.14(c).

9.4 Uma controlada é a entidade que é controlada pela controladora. Controle é o po- der de governar as políticas operacionais e financeiras da entidade de forma a obter benefícios de suas atividades. Se a entidade criou uma sociedade de propósito es- pecifico (SPE) para atingir um objetivo específico e bem definido, a entidade deve consolidar a SPE quando a essência do relacionamento indicar que a SPE é contro- lada pela entidade (ver itens 9.10 a 9.12).

9.5 Supõe-se que o controle existe quando a controladora possui, direta, ou indiretamente por meio de controladas, mais da metade do poder de voto da entidade. Essa suposição pode ser afastada em circunstâncias excepcionais, caso possa ser demonstrado clara- mente que tal propriedade não constitui controle. Controle também existe quando a controladora possui metade ou menos do poder de voto da entidade, mas possui:

(a) poder sobre mais da metade dos direitos de voto em razão de acordo com

outros investidores;

(b) poder para governar as políticas operacionais e financeiras da entidade con-

forme estatuto ou acordo;

(c) poder para indicar ou remover a maioria dos membros do conselho de admi-

nistração ou órgão de administração equivalente e controlar a entidade por meio desse conselho ou órgão; ou

(d) poder para obter a maioria dos votos nas reuniões do conselho de admi-

nistração ou órgão de administração equivalente e controlar a entidade por meio desse conselho ou órgão.

9.6 O controle também pode ser alcançado pela titularidade de opções e instrumentos conversíveis que podem ser imediatamente exercidos ou por possuir preposto com competência para direcionar as atividades para o beneficio da entidade controlado- ra.

9.7 Uma controlada não deve ser excluída da consolidação simplesmente porque o investidor é uma organização investidora de risco ou entidade similar.

9.8 Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque suas atividades são distintas das atividades das outras entidades incluídas na consolidação. Informações relevantes são fornecidas por meio da consolidação de tais controladas e divulga- ção de informações adicionais nas demonstrações contábeis consolidadas acerca das diferentes atividades operacionais das controladas.

9.9 Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque opera em jurisdi- ção que impõe restrições sobre a transferência de caixa ou outros ativos para fora da sua jurisdição.

Sociedade de propósito específico

9.10 A entidade pode ser criada para atingir um propósito específico (tais como efetivar um arrendamento mercantil, desenvolver atividades de pesquisa e desenvolvimento ou securitizar ativos financeiros). Tal SPE pode ser criada sob a forma de corporação,

“trust”, sociedade, ou entidade não incorporada. Geralmente, as SPEs são criadas com arranjos legais que impõem exigências rigorosas sobre suas operações. 9.11 A entidade deve elaborar demonstrações contábeis consolidadas que incluem

quaisquer SPEs que sejam suas controladas. Além das circunstâncias descritas no item 9.5, as seguintes circunstâncias podem indicar que a entidade controla uma SPE (essa não é uma lista exaustiva):

(a) as atividades da SPE estão sendo conduzidas pela entidade de acordo suas

necessidades de negócios específicas;

(b) a entidade detém o poder final na tomada de decisão sobre as atividades da

SPE, mesmo que as decisões do dia-dia tenham sido delegadas;

(c) a entidade detém os direitos de obter a maioria dos benefícios da SPE e, por-

tanto, pode estar exposta aos riscos decorrentes das atividades da SPE;

(d) a entidade retém a maioria dos riscos residuais ou de propriedade relaciona-

dos à SPE ou seus ativos.

9.12 Os itens 9.10 e 9.11 não se aplicam aos planos de benefícios pós-emprego ou ou- tros planos de benefícios a empregados de longo prazo, para os quais se aplicam a Seção 28 Benefícios a Empregados.

Procedimentos de consolidação

9.13 As demonstrações contábeis consolidadas apresentam informações contábeis sobre o grupo como uma única entidade econômica. Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, a entidade deve:

(a) combinar as suas demonstrações contábeis com as das controladas linha a

linha, somando itens como ativos, passivos, patrimônio líquido, receita e des- pesa;

(b) eliminar o valor contabilizado de investimento da controladora em cada con-

trolada e a participação da controladora no patrimônio líquido de cada con- trolada;

(c) mensurar e apresentar a participação dos acionistas ou sócios não controla-

dores no resultado das controladas consolidadas separadamente da partici- pação dos proprietários da controladora para o período de divulgação; e

(d) mensurar e apresentar a participação dos acionistas ou sócios não controla-

dores no patrimônio líquido das controladas consolidadas, separadamente do patrimônio líquido da controladora relativos a eles. A participação dos não controladores no patrimônio líquido da entidade consiste de:

(i) o montante dessa participação na data original da combinação, calcu-

lada de acordo com a Seção 19 Combinação de Negócios e Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill); e

(ii) a quota de participação nas mudanças no patrimônio líquido desde a

9.14 As proporções do resultado e nas mudanças no patrimônio líquido alocadas para os proprietários da controladora e para a participação dos não controladores são determinadas com base na participação da propriedade existente e não refletem o possível exercício ou conversão de opções ou instrumentos conversíveis.

Transações e saldos dentro do grupo econômico

9.15 Transações e saldos dentro do grupo econômico, incluindo receitas, despesas e dis- tribuições de lucro, são eliminados completamente. Lucros e prejuízos resultantes de transações dentro do grupo econômico que estão reconhecidos como ativos, tais como estoques e ativo imobilizado, são eliminados completamente. Prejuízos dentro do mesmo grupo econômico podem indicar uma desvalorização que exige reconhecimento nas demonstrações contábeis consolidadas (ver Seção 27 Redução ao Valor Recuperável de Ativos). A Seção 29 Tributos sobre o Lucro se aplica as di- ferenças temporárias que surgem da eliminação dos lucros e prejuízos resultantes das transações dentro do grupo econômico. (Para mais detalhes sobre as técnicas de consolidação consultar a Interpretação Técnica IT 09 – Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial).

Data de divulgação uniforme

9.16 As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas na mesma data de divulgação, a não ser que isso seja impraticável. Uma Nota Explicati- va deve ser incluída indicando o motivo pelo qual as demonstrações são apresenta- das em datas distintas, conforme item 9.23 (c). Essa defasagem não poderá exceder a dois meses.

Práticas contábeis uniformes

9.17 As demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas por meio da utili- zação de práticas contábeis uniformes para transações e outros eventos e condições similares em circunstâncias similares. Se um membro do grupo econômico utilizar práticas contábeis distintas daquelas adotadas nas demonstrações consolidadas para transações e eventos similares em circunstâncias similares, ajustes apropriados devem ser realizados nas suas demonstrações contábeis no processo de elaboração das demonstrações contábeis consolidadas.

Aquisição e alienação de controladas

9.18 As receitas e despesas da controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas a partir da data de aquisição. As receitas e despesas da controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas até a data na qual a controla- dora deixe de controlar a controlada. A diferença entre os rendimentos provenientes da alienação da controlada e seu valor contabilizado na data da alienação, excluin- do o valor cumulativo de quaisquer diferenças relacionadas a uma controlada no

exterior reconhecidas no patrimônio líquido de acordo com a Seção 30 Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, é re- conhecida na demonstração consolidada do resultado como ganho ou perda na alienação da controlada.

9.19 Se a entidade deixar de ser controlada, mas o investidor (antigo controlador) continuar mantendo o investimento na antiga controlada, esse investimento deve ser contabilizado como ativo financeiro de acordo com a Seção 11 Instru- mentos Financeiros Básicos ou Seção 12 Outros Tópicos sobre Instrumentos Fi- nanceiros a partir da data em que a entidade deixe de ser uma controlada, desde que ela não se torne uma coligada (para qual se aplica a Seção 14 Investimento em Controlada e Coligada) ou entidade controlada em conjunto (para qual se aplica a Seção 15 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)). O valor contabilizado do investimento na data em que a entida- de deixe de ser uma controlada deve ser considerado como custo para mensu- ração inicial do ativo financeiro.

Participação dos não controladores nas controladas

9.20 A entidade deve apresentar a participação dos não controladores no balanço pa- trimonial consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora, conforme exigido pelo item 4.2(q). 9.21 A entidade deve divulgar a participação dos não controladores no resultado do

grupo econômico, na demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente, separadamente, conforme exigido pelo item 5.6.

9.22 O resultado e cada componente de outros resultados abrangentes devem ser atri- buídos aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total deve ser atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, mesmo se isso resultar na participação dos não controladores com saldo deficitário.

Divulgação nas demonstrações consolidadas

9.23 As seguintes divulgações devem ser feitas nas demonstrações contábeis conso- lidadas:

(a) o fato que as demonstrações são consolidadas;

(b) a base para conclusão de que o controle existe quando a controladora não

possui diretamente ou indiretamente por meio de controladas, mais da me- tade do poder de voto;

(c) qualquer diferença entre a data de divulgação das demonstrações contábeis

da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demons- trações contábeis consolidadas;

(d) a natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo,

à habilidade das controladas transferirem recursos para a entidade controla- dora na forma de dividendos ou outras distribuições de lucro em espécie ou de amortizar dívidas.

Demonstrações separadas

Apresentação de demonstrações separadas

9.24 O item 9.2 exige que a controladora apresente demonstrações contábeis conso- lidadas. Esta Norma não exige que a controladora apresente suas demonstrações contábeis separadas ou as das controladas individuais.

9.25 As demonstrações contábeis da entidade que não possui controlada não são de- monstrações contábeis separadas. Portanto, a entidade que não é uma controlado- ra, mas que é uma investidora em coligada ou possui participação empreendedora em empreendimento controlado em conjunto apresenta suas demonstrações con- tábeis de acordo com a Seção 14 ou Seção 15, conforme apropriado. Essas entida- des também podem escolher apresentar demonstrações contábeis separadas.

Escolha de práticas contábeis

9.26 Quando a controladora, a investidora em coligada, ou a empreendedora com par- ticipação em entidade controlada em conjunto elabora demonstrações contábeis separadas e as descreve como estando em conformidade com esta Norma, essas demonstrações devem atender a todas as exigências desta Norma. A entidade deve adotar uma prática contábil para seus investimentos em controladas, coligadas, e entidades controladas em conjunto a fim de mensurá-los:

(a) pelo custo menos redução ao valor recuperável; ou

(b) pelo valor justo, com as mudanças nesse valor justo reconhecidas no resultado.

A entidade deve adotar a mesma prática contábil para todos os investimentos da mesma classe (controladas, coligadas ou entidades sob controle conjunto), mas ela pode escolher diferentes práticas para diferentes classes.

Divulgação nas demonstrações separadas

9.27 Quando a controladora, a investidora em coligada, ou a empreendedora com parti- cipação em entidade sob controle conjunto elabora demonstrações separadas, es- sas demonstrações separadas devem evidenciar:

(a) que as demonstrações são demonstrações contábeis separadas; e

(b) a descrição dos métodos utilizados para contabilizar os investimentos em

controladas, entidades controladas em conjunto e coligadas, e deve iden- tificar as demonstrações contábeis consolidadas ou outras demonstrações contábeis primárias para qual elas se referem.

Demonstrações contábeis combinadas

9.28 Demonstrações contábeis combinadas são um único conjunto de demonstrações contábeis de duas ou mais entidades controladas por um único investidor. Esta Norma não exige que sejam elaboradas demonstrações contábeis combinadas. 9.29 Se a entidade elaborar demonstrações contábeis combinadas e descrevê-las como

em conformidade com esta Norma, essas demonstrações devem obedecer a todas as exigências desta Norma. Transações e saldos intercompanhias devem ser eli- minados; lucros ou prejuízos resultantes de transações intercompanhias que estão reconhecidos nos ativos tais como estoques e ativo imobilizado devem ser elimina- dos; as demonstrações contábeis das entidades incluídas nas demonstrações con- tábeis combinadas devem ser elaboradas na mesma data de divulgação a não ser que isto seja impraticável; e práticas contábeis uniformes devem ser seguidas para transações e outros eventos similares em circunstâncias similares.

Divulgação nas demonstrações combinadas

9.30 As demonstrações contábeis combinadas devem evidenciar as seguintes in- formações:

(a) o fato de que as demonstrações contábeis são demonstrações contábeis

combinadas;

(b) o porquê da elaboração de demonstrações contábeis combinadas;

(c) a base para determinação de quais entidades são incluídas nas demonstra-

ções contábeis combinadas;

(d) a base para elaboração das demonstrações contábeis combinadas;

(e) as divulgações de partes relacionadas exigidas pela Seção 33 Divulgação so-

bre Partes Relacionadas.

Seção 10