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Alcance das Seções 11 e 12

11.1 A Seção 11 Instrumentos Financeiros Básicos e a Seção 12 Outros Tópicos sobre Instrumentos Financeiros, em conjunto, lidam com o reconhecimento, a reversão, a mensuração e a divulgação de instrumentos financeiros (ativos financeiros e pas- sivos financeiros). A Seção 11 é aplicável a instrumentos financeiros básicos e é relevante a todas as entidades. A Seção 12 é aplicável a outros instrumentos e tran- sações financeiras mais complexos. Se a entidade opera apenas com transações de instrumento financeiro básico, então a Seção 12 não é aplicável. Entretanto, mesmo aquelas entidades que operam apenas com instrumentos financeiros básicos, de- vem considerar o alcance da Seção 12 para se certificar de que são isentas.

Escolha da prática contábil

11.2 A entidade deve escolher aplicar entre:

(a) as disposições integrais tanto da Seção 11 e da Seção 12 no total; ou

(b) as disposições de reconhecimento e mensuração de instrumentos financeiros

da NBCT 19.32 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e os requisitos de divulgação das Seções 11 e 12, para contabilizar todos os seus instrumentos financeiros.

A escolha da entidade, de (a) ou (b), é uma escolha de política contábil. Os itens 10.8 a 10.14 contêm os requisitos para determinar quando uma mudança na política contábil é apropriada, como tal mudança deve ser contabilizada e qual informação deve ser divulgada sobre a mudança na política contábil.

Seção

Introdução à Seção 11

11.3 Um instrumento financeiro é um contrato que gera um ativo financeiro para a enti- dade, e um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para outra entidade. 11.4 A Seção 11 exige o método do custo amortizado para todos os instrumentos finan-

ceiros básicos, exceto para os investimentos em ações preferenciais não conversí- veis e não resgatáveis, e ações ordinárias não resgatáveis, negociadas em mercados organizados ou cujo valor justo possa ser avaliado de forma confiável.

11.5 Os instrumentos financeiros básicos, dentro do alcance da Seção 11, são aqueles que satisfazem as condições do item 11.8. Exemplos de instrumentos financeiros que normalmente satisfazem essas condições incluem:

(a) caixa;

(b) depósitos à vista e a prazo fixo, quando a entidade é o depositante; por

exemplo, contas bancárias;

(c) títulos e letras negociáveis;

(d) contas, títulos e empréstimos a receber e a pagar;

(e) títulos de dívida e instrumentos semelhantes;

(f) investimentos em ações preferenciais não conversíveis e em ações ordinárias

e ações preferenciais não resgatáveis;

(g) compromissos para receber empréstimo se o compromisso não puder ser

quitado em caixa.

11.6 Exemplos de instrumentos financeiros que, normalmente, não satisfazem as condi- ções do item 11.8, e encaixam-se, portanto, no alcance da Seção 12, incluem:

(a) títulos mobiliários lastreados em ativos, tais como hipotecas garantidas, con-

tratos de recompra e pacotes de recebíveis garantidos;

(b) opções, direitos, garantias, contratos a termo, contratos futuros e swaps de

taxa de juros, que podem ser quitados em caixa ou pela troca com outro ins- trumento financeiro;

(c) instrumentos financeiros que se qualificam e são designados como instru-

mentos de hedge, de acordo com as exigências da Seção 12;

(d) compromissos de conceder empréstimo para outra entidade;

(e) compromissos de receber empréstimo se o compromisso não puder ser qui-

tado em caixa.

Alcance da Seção 11

11.7 A Seção 11 aplica-se a todos os instrumentos financeiros que atendem às condições do item 11.8, exceto para os seguintes:

(a) investimentos em controladas, em coligadas e em empreendimentos con-

trolados em conjunto, que são contabilizados de acordo com a Seção 9 De- monstrações Consolidadas e Separadas, com a Seção 14 Investimento em

Controlada e Coligada ou com a Seção 15 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture);

(b) instrumentos financeiros que satisfaçam à definição de instrumento patri-

monial de uma entidade (ver Seções 22 Passivo e Patrimônio Líquido e 26 Pagamento Baseado em Ações);

(c) arrendamentos, aos quais a Seção 20 Operações de Arrendamento Mercantil

se aplica. Entretanto, as exigências de reversão nos itens 11.33 a 11.38 são aplicadas à reversão de arrendamentos a receber reconhecidos por arrenda- dor, e arrendamentos a pagar reconhecidos por arrendatário. Também, a Se- ção 12 pode se aplicar a arrendamentos com as características especificadas no item 12.3(f);

(d) direitos e obrigações dos empregadores de acordo com os planos de benefí-

cios aos empregados, na qual a Seção 28 Benefícios a Empregados é aplicável.

Instrumentos financeiros básicos

11.8 A entidade contabiliza os seguintes instrumentos financeiros como instrumentos financeiros básicos, de acordo com a Seção 11:

(a) caixa;

(b) instrumento de dívida (tal como uma conta, título ou empréstimo a receber ou

a pagar) que atenda às condições do item 11.9;

(c) compromisso de receber um empréstimo que:

(i) não pode ser liquidado em dinheiro; e

(ii) quando o compromisso é executado, espera-se que o empréstimo

atenda as condições do item 11.9;

(d) investimento em ações preferenciais não conversíveis e ações ordinárias ou

preferenciais não resgatáveis por ordem do portador.

11.9 Um instrumento de dívida que satisfaça todas as condições de (a) a (d) abaixo é contabilizado de acordo com a Seção 11:

(a) retornos ao detentor são:

(i) uma quantia fixa;

(ii) uma taxa de retorno fixa ao longo da vida do instrumento;

(iii) um retorno variável que, por toda a vida do instrumento, é igual a uma taxa de juros observável ou cotada (tal como a LIBOR); ou

(iv) uma combinação de tal taxa fixa e da taxa variável (tal como a LIBOR, acrescida de 200 pontos-base), desde que ambas as taxas, fixa e va- riável, sejam positivas (por exemplo, swap de taxa de juros com taxa fixa positiva e taxa variável negativa não atenderia a este critério). Para retornos de juros de taxa fixa e variável, o juro é calculado multi- plicando-se a taxa aplicável pela quantia principal em aberto durante o periodo;

(b) não há disposição contratual que possa, por si só, resultar na perda do titular da quantia principal ou quaisquer juros atribuíveis ao período corrente ou aos períodos anteriores. O fato de instrumento de dívida estar subordinado a ou- tros instrumentos de dívida não é um exemplo de tal disposição contratual;

(c) as disposições contratuais que permitem que o emissor (devedor) pague an-

tecipadamente um instrumento de dívida, ou permitem que o titular (credor) resgate antecipadamente, não são contingentes em relação a eventos futuros;

(d) não há retornos condicionais ou disposições de reembolso, exceto para o re-

torno da taxa variável descrita em (a) e pelas disposições de pagamento ante- cipado descritas em (c).

11.10 Exemplos de instrumentos financeiros que normalmente satisfariam as condições do item 11.9 são:

(a) contas e títulos a receber e a pagar, e empréstimos bancários ou de terceiros;

(b) contas a pagar em moeda estrangeira. Entretanto, qualquer mudança na conta

a pagar por causa de uma mudança na taxa de câmbio é reconhecida no resul- tado, como exigido pelo item 30.10;

(c) empréstimos para ou de controladas ou coligadas que vençam à vista;

(d) instrumento de dívida que se tornaria imediatamente recebível se o emissor

não fizer o pagamento de juros ou do principal (tal disposição não viola as condições do item 11.9).

11.11 Exemplos de instrumentos financeiros que não satisfazem as condições do item (e encaixam-se, portanto, no alcance da Seção 12), incluem:

(a) investimento em instrumentos patrimoniais de outra entidade, que não sejam

ações preferenciais não conversíveis ou ações ordinárias ou preferenciais não resgatáveis (ver item 11.8(d));

(b) swap de taxa de juros que paga um fluxo de caixa positivo ou negativo, ou

um compromisso futuro de compra de commodity ou instrumento financeiro que pode ser liquidado em dinheiro e que, na liquidação, possa ter um fluxo de caixa positivo ou negativo, porque tais swaps e compromissos futuros não satisfazem a condição do item 11.9(a);

(c) opções e contratos futuros, porque os retornos ao titular não são fixos e a

condição do item 11.9(a) não é atendida;

(d) investimentos em dívida conversível, porque o retorno ao titular pode variar

com o preço das ações dos emissores, em vez de apenas variar com as taxas de juros do mercado;

(e) empréstimo a receber de terceiros, que dá aos mesmos o direito ou a obriga-

ção de pagar antecipadamente, caso a tributação ou exigências contábeis apli- cáveis mudem, porque tal empréstimo não atende à condição do item 11.9(c).

Reconhecimento inicial de ativos e passivos financeiros

11.12 A entidade reconhece um ativo ou um passivo financeiro somente quando tornar-se parte das disposições contratuais do instrumento.

Mensuração inicial

11.13 Quando um ativo ou um passivo financeiro é reconhecido, a entidade deve avaliá-lo pelo custo da operação (incluindo os custos de transação, exceto na mensuração inicial de ativos e passivos financeiros, que são avaliados pelo valor justo por meio do resultado), a menos que o acordo constitua, de fato, uma transação financei- ra. Uma transação financeira pode acontecer em conexão com a venda de bens e serviços, por exemplo, se o pagamento é postergado além dos termos comerciais normais ou é financiada a uma taxa de juros que não é a de mercado.

Se o acordo constitui uma transação financeira, a entidade avalia os ativos e passi- vos financeiros com base no valor presente dos pagamentos futuros, descontados pela taxa de juros de mercado para instrumento de dívida semelhante.

Exemplos – ativos financeiros

1 Para empréstimo a longo prazo feito a outra entidade, um recebível é reconhecido

com base no valor presente do recebível à vista (incluindo os pagamentos de juros e amortizações do principal) dessa entidade.

2 Para produtos vendidos a um cliente a crédito de curto prazo, um recebível é reco-

nhecido com base no recebível à vista não descontado dessa entidade, que normal- mente é o preço da nota fiscal.

3 Para um item vendido a um cliente, a crédito, parcelado em 24 meses, sem juros, um

recebível é reconhecido com base no preço de venda corrente à vista.

Se o preço de venda corrente à vista não é conhecido, pode ser estimado com base no valor presente do recebível descontado pela taxa de juros predominante no mer- cado para recebível semelhante.

4 Para uma compra à vista de ações ordinárias de outra entidade, o investimento é

reconhecido com base no montante pago para adquirir as ações.

Exemplos – passivos financeiros

1 Para um empréstimo recebido de banco, uma conta a pagar é reconhecida, inicial-

mente, com base no valor presente da conta a ser paga ao banco (por exemplo, incluindo pagamentos de juros e amortização do principal).

2 Para bens comprados de fornecedor a crédito de curto prazo, uma conta a pagar é

reconhecida com base no valor não descontado devido ao fornecedor, que é nor- malmente o da nota fiscal.

Mensuração subsequente

11.14 Ao final de cada exercício de divulgação, a entidade avalia os instrumentos financei- ros, conforme abaixo, sem nenhuma dedução dos custos da transação com os quais

a entidade possa arcar na venda ou na alienação:

(a) Os instrumentos de dívida que atendem às condições do item 11.8(b) são ava-

liados com base no custo amortizado, usando o método da taxa efetiva de juros. Os itens 11.15 a 11.20 fornecem orientação para a determinação do custo amortizado usando o método da taxa efetiva de juros. Os instrumentos de dívida que são classificados como ativos ou passivos circulantes são avalia- dos com base no valor não descontado de caixa ou outra consideração que se espera deve ser paga ou recebida (ou seja, líquido de reduções ao valor recu- perável, ver itens 11.21 a 11.26), a menos que o acordo se constitua, de fato, em transação financeira (ver item 11.13). Se o acordo se constitui em transação financeira, a entidade avalia o instrumento de dívida com base no valor presen- te dos pagamentos futuros, descontados pela taxa de juros de mercado usada para instrumento de dívida semelhante.

(b) Compromissos de receber empréstimo que atenda às condições do item 11.8(c)

são avaliados com base no custo (que às vezes é nulo) menos reduções ao valor recuperável.

(c) Os investimentos em ações preferenciais não conversíveis e ações ordinárias e

preferenciais não resgatáveis, que atendem às condições do item 11.8(d), são avaliados conforme abaixo (os itens 11.27 a 11.33 fornecem orientação sobre o valor justo):

(i) se as ações são negociadas publicamente, ou se seu valor justo pode ser

medido de forma confiável, o investimento é avaliado com base no valor justo, com as mudanças no valor justo reconhecidas no resultado;

(ii) todos os outros investimentos deste tipo são avaliados com base no

custo menos reduções ao valor recuperável.

Reduções ao valor recuperável ou impossibilidade de recebimento devem ser con- sideradas para os instrumentos financeiros em (a), (b) e (c)(ii) acima. Os itens 11.21 a 11.26 fornecem orientação.

Custo amortizado e o método da taxa efetiva de juros

11.15 O custo amortizado de ativo ou passivo financeiro, na data de cada divulgação, é o líquido das quantias seguintes:

(a) a quantia com base na qual o ativo ou passivo financeiro é avaliado no reco-

nhecimento inicial;

(b) menos qualquer amortização do principal;

(c) mais ou menos a amortização cumulativa, usando o método da taxa efetiva de

juros, de qualquer diferença entre o valor no reconhecimento inicial e o valor no vencimento;

(d) menos, no caso de ativo financeiro, qualquer redução (diretamente ou por

meio do uso de conta de provisão) para redução ao valor recuperável ou reco- nhecimento de perda por provável não recebimento.

Ativos e passivos financeiros que não possuem taxa de juros declarada, e que são classificados como ativos e passivos circulantes, são avaliados, inicialmente, com base no valor não descontado, de acordo com o item 11.14(a). Assim, o item (c) acima não se aplica a eles.

11.16 O método da taxa efetiva de juros é um método para calcular o custo amortizado de ativo ou passivo financeiro (ou grupo de ativos e passivos financeiros), e de alocar os rendimentos de juros ou despesas com juros durante o período corresponden- te. A taxa efetiva de juros é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos futuros de caixa estimados, durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, por um período mais curto, ao valor contábil do ativo ou passivo financeiro. A taxa efetiva de juros é determinada com base no valor contábil do ativo ou passivo financeiro no reconhecimento inicial. Segundo o método da taxa efetiva de juros:

(a) o custo amortizado do ativo (passivo) financeiro é o valor presente dos recebi-

mentos (pagamentos) futuros de caixa, descontados pela taxa efetiva de juros;

(b) a despesa (receita) com juros no período é igual ao valor contábil do passivo

(ativo) financeiro no início do exercício, multiplicado pela taxa efetiva de juros para o período.

11.17 Ao calcular a taxa efetiva de juros, a entidade estima os fluxos de caixa considerando os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo, pagamento anteci- pado, exercício de opção e opções semelhantes) e as perdas de crédito conhecidas nas quais tem incorrido, mas não são consideradas possíveis perdas futuras de cré- dito ainda não incorridas.

11.18 Ao calcular a taxa efetiva de juros, a entidade deve amortizar quaisquer taxas rela- cionadas, encargos financeiros pagos ou recebidos (tais como “pontos”), custos de transações e outros prêmios ou descontos durante a vida esperada do instrumento, exceto o seguinte. A entidade usa um período mais curto se esse for o período a que estão relacionadas as taxas, encargos financeiros pagos ou recebidos, custos de transação, prêmios ou descontos. É esse o caso quando a variável à qual tais taxas, encargos financeiros pagos ou recebidos, custos de transação, prêmios ou descon- tos estão relacionados são atualizados às taxas de mercado, antes do vencimento esperado do instrumento. Em tal caso, o período de amortização apropriado é o da próxima data de atualização.

11.19 Para os ativos e passivos financeiros de taxa variável, a nova estimativa periódica dos fluxos de caixa, a fim de refletir as mudanças nas taxas de juros de mercado, altera a taxa efetiva de juros. Se um ativo ou passivo financeiro de taxa variável é reconhecido, inicialmente, com base no valor igual ao principal recebível ou a pagar no vencimento, nova estimativa dos pagamentos de juros futuros normalmente não tem efeito significativo sobre o valor contábil do ativo ou passivo.

11.20 Se a entidade revisa suas estimativas de pagamentos ou recebimentos, ela ajusta o valor contábil do ativo ou passivo financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros)

para refletir os fluxos de caixa estimados, atuais e revisados. A entidade recalcula o valor contábil computando o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados com base na taxa efetiva de juros original dos instrumentos financeiros. A entidade reconhece o ajuste como rendimento ou despesa no resultado na data da revisão.

Exemplo de determinação do custo amortizado para empréstimo de cinco anos, usan- do o método da taxa efetiva de juros

No dia 1 de janeiro de 20X0, a entidade adquire um título por $ 900, incorrendo em $ 50 de custos da transação. Os juros no valor de $ 40 são recebidos anualmente, no final do período, nos próximos cinco anos (de 31 de dezembro de 20X0 a 31 de dezembro de 20X4). O título possui resgate obrigatório de $ 1.100 em 31 de dezembro de 20X4.

Ano Valor contábil no

início do exercício juros a 6,9583%*Rendimento de Fluxo de entrada de caixa Valor contábil no fim do exercício

$ $ $ $ 20X0 950,00 66,10 (40,00) 976,11 20X1 976,11 67,92 (40,00) 1.004,03 20X2 1.004,03 69,86 (40,00) 1.033,89 20X3 1.033,89 71,94 (40,00) 1.065,83 20X4 1.065,83 74,16 (40,00) 1.100,00 (1.100,00) 0

* A taxa efetiva de juros de 6,9583% é a taxa que desconta os fluxos de caixa esperados, em relação ao título, sobre o valor contábil inicial:

$ 40/(1,069583)1 + $ 40/(1,069583)2 + $ 40/(1,069583)3 + 40/(1,069583)4 + $ 1,140/

(1,069583)5 = $ 950

Valor recuperável de instrumentos financeiros, mensurado com base no custo ou custo amortizado

Reconhecimento

11.21 No final de cada período de divulgação, a entidade avalia a existência de evidências objetivas quanto ao valor recuperável dos ativos financeiros avaliados com base no custo ou custo amortizado. Se houver, a entidade reconhece, imediatamente, uma redução no valor recuperável no resultado.

11.22 As evidências objetivas de que um ativo financeiro, ou grupo de ativos, sofreu redu- ção no valor recuperável inclui dados observáveis que chamam a atenção do titular do ativo em relação aos seguintes eventos de perda:

(a) dificuldade financeira significativa do emissor ou devedor;

(b) quebra de contrato, como não pagamento ou inadimplência em relação ao

(c) o credor, por razões econômicas ou legais relacionadas à dificuldade financeira do devedor, concede a este algo que, em outro caso, nem consideraria;

(d) tornou-se provável que o devedor declare falência ou outra forma de reorgani-

zação financeira;

(e) dados observáveis indicando que houve redução mensurável nos fluxos de

caixa futuros estimados de grupo de ativos financeiros desde seu reconheci- mento inicial, mesmo que essa redução ainda não possa ser identificada em relação aos ativos financeiros do grupo, individualmente, tais como condi- ções econômicas negativas, locais ou nacionais, ou mudanças negativas nas condições do setor.

11.23 Outros fatores também podem ser evidências de redução no valor recuperável, in- cluindo mudanças significativas, com efeitos negativos que tiveram lugar no am- biente tecnológico, mercadológico, econômico ou legal em que o emissor opere. 11.24 A entidade avalia os seguintes ativos financeiros individualmente quanto ao seu

valor recuperável:

(a) todos os instrumentos patrimoniais, independentemente de sua importância; e

(b) outros ativos financeiros que são, individualmente, significativos.

A entidade avalia outros ativos financeiros quanto ao seu valor recuperável, individu- almente ou em grupo, com base em características de risco de crédito semelhantes.

Mensuração

11.25 A entidade mede uma perda no valor recuperável com base nos seguintes instru- mentos avaliados ao custo ou custo amortizado, como segue:

(a) para instrumento avaliado pelo custo amortizado que satisfaça as condições

do item 11.14(a), a perda no valor recuperável é a diferença entre o valor con- tábil do ativo e o valor presente dos fluxos de caixa estimados, descontados pela taxa efetiva de juros original do ativo. Se tal instrumento financeiro tem taxa de juros variável, a taxa de desconto para avaliar qualquer perda no valor recuperável é a taxa de juros corrente efetiva determinada no contrato;

(b) para instrumento avaliado com base no custo menos redução no valor recupe-

rável, segundo o item 11.14(b) e (c)(ii), a perda no valor recuperável é a diferen- ça entre o valor contábil do ativo e a melhor estimativa (que necessariamente será uma aproximação) do valor (que pode ser nulo) que a entidade receberia pelo ativo se o vendesse na data de divulgação.

Reversão

11.26 Se, no exercício subsequente, a perda no valor recuperável diminui, e essa dimi- nuição puder ser relacionada objetivamente a um evento que ocorreu após o re- conhecimento dessa perda (como melhora na classificação de crédito do devedor), a entidade reverte a perda reconhecida anteriormente, seja diretamente ou pelo ajuste de conta de provisão. A reversão não resulta em valor contábil do ativo

financeiro (líquido de qualquer conta de provisão) que exceda o valor contábil que seria contabilizado caso a perda no valor recuperável não tivesse sido reconhecida. A entidade reconhece, imediatamente, o valor da reversão no resultado.

Valor justo

11.27 O item 11.14(c)(i) exige que o investimento em ações ordinárias ou ações preferen- ciais seja avaliado com base no valor justo se esse valor puder ser avaliado de modo confiável. A entidade usa a seguinte hierarquia para estimar o valor justo das ações: